Arquidiocese de Palmas entregam carta sobre a CF 2017

CF 2017: movimentos sociais da arquidiocese de Palmas entregam carta aos deputados.

Somente quando for cortada a última árvore, pescado o último peixe, poluído o último rio, é que as pessoas vão perceber que não podem comer dinheiro.

Por ocasião do Lançamento da Campanha da Fraternidade (CF-2017), na Câmara Municipal de Palmas (TO) e na Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins, os movimentos sociais da arquidiocese de Palmas entregaram aos deputados uma carta solicitando deles empenho redobrado na defesa da vida das pessoas e dos biomas brasileiros, em especial do Cerrado. O ato teve lugar no último dia no dia 14 de março e mostra uma das ações que as dioceses do Brasil vêm realizando para chamar a atenção sobre o cuidado da Casa Comum. Confira a íntegra da Carta.

Arquidiocese de Palmas

Arquidiocese de Palmas, Tocantins

“Somente quando for cortada a última árvore, pescado o último peixe, poluído o último rio, é que as pessoas vão perceber que não podem comer dinheiro” (Provérbio Indígena).

Caros deputados, caras deputadas, o cuidado com o meio ambiente e a defesa da vida têm sido temas de Campanhas da Fraternidade anteriores. No ano passado, ao abordar o tema do saneamento básico, a Campanha da Fraternidade Ecumênica nos lembrou que o cuidado com a Casa Comum é responsabilidade nossa. A Campanha da Fraternidade (CF) deste ano, que tem como tema: “Fraternidade: os Biomas Brasileiros e a diversidade da vida” e como lema: “Cultivar e Guardar a Criação” (Gn 2,15), nos convida a viver a fraternidade em sintonia com cada Bioma e co seus respectivos povos, nas situações atuais em que se encontram.

O objetivo geral da CF 2017 é cuidar da criação, de modo especial dos Biomas Brasileiros, dons de Deus e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho. Atualmente, como resultado da expansão das atividades agropecuárias e da urbanização no país, os seis Biomas brasileiros correm risco de extinção, caso sejam mantidos os mesmos padrões de ocupação e de exploração dos mesmos. O Brasil, embora possua uma grande biodiversidade, corre o risco de perdê-la, caso as leis ambientais de proteção destes Biomas não sejam colocadas em prática.

A título de exemplo, o Bioma Cerrado, que abrange partes dos Estados de Goiás, do Tocantins, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, de Minas Gerais, da Bahia, do Maranhão, do Piauí, de Rondônia, de São Paulo e do Distrito Federal, tem um papel fundamental no ciclo das águas brasileiras. É chamado de “caixa d’água do Brasil”, pois, acumula as águas das chuvas em seu subsolo poroso e contribui para a formação de grandes aquíferos das outras regiões brasileiras. É inclusive o berço dos Rios Parnaíba, São Francisco e tantos outros. O Cerrado é, portanto, fundamental para a conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos. No entanto, várias espécies, típicas do Cerrado, encontram-se na lista de ameaçadas de extinção.

Como é do conhecimento dos senhores e das senhoras, o Cerrado está sendo ocupado e explorado, de forma desordenada, pela monocultura do Agronegócio. Este tipo de monocultivo que produzir mais, com mais agrotóxicos, poluindo a água e matando o solo, permite o desmatamento de grandes áreas, que vai se apossando das terras das comunidades tradicionais, compacta o solo, modifica a sua textura e, por consequência, altera a vegetação e modifica o regime das águas. Tudo isto traz efeitos danosos a todo território brasileiro que precisa destes serviços ambientais. Este regime dificulta o avanço para práticas de cultivo alternativo e sustentável, menos nocivo ao solo e ao ser humano.

Um exemplo disto é o Município de Campos Lindos que, desde 2005, é o maior produtor de soja do Estado do Tocantins. Mas ocupou o primeiro posto absoluto entre todos os municípios do país no mapa da pobreza e da desigualdade. Por este índice, divulgado em 2003, 84% da população vive na pobreza e 62,4% dos moradores não ingerem o mínimo de calorias diárias para sobreviver. Mateiros é o terceiro maior produtor de soja do Estado e ocupa o terceiro lugar no mapa da pobreza. Os pobres, neste município, constituem 81,5% da população local.

O desenvolvimento destrutivista, realizado pelo agronegócio no Cerrado, e que será potencializado pelo MATOPIBA, é responsável pela destruição do Cerrado, de grilagens de terras, de desmatamento e de implementação de grandes projetos, com violências e assassinatos de pessoas, ligadas à questão da terra. No nosso Cerrado, considerado de a última fronteira agrícola do Brasil, o agronegócio tem avançado sobre as terras e os territórios indígenas, expulsando camponeses, quilombolas, utilizando-se do trabalho escravo, destruindo e envenenando nossos rios com uso abusivo de agrotóxicos.

Problemas ambientais mais graves e comuns do Estado do Tocantins são: a caça e a pesca ilegal; o desmatamento e o transporte ilegal de madeira; a extração ilegal de produtos minerais; a extração ilegal de palmito; o tráfico de animais silvestres; o mau-trato de animais; o atropelamento de fauna silvestre; o plantio exagerado das monoculturas; o desmatamento das nascentes; a captação das águas dos rios para irrigação de grandes projetos; a pulverização de agrotóxico, impactando as comunidades indígenas, ribeirinhas e o solo; os impactos ambientais de grandes projetos, como por exemplo, o MATOBIPA; o tráfico de fósseis; o tráfico de orquídeas; as queimadas e os incêndios florestais; a queima de lixo em áreas urbanas; a falta de esgotamento sanitária na maioria das cidades do Tocantins; as poluições do ar e sonora; a introdução de espécies exóticas, a ausência de uma política pública de resíduos sólidos na maioria dos municípios Tocantinenses

Solicitamos desta Casa de Leis que se empenhe no sentido de:
01 – Revogação da Lei Estadual 2713/2013 que isenta de licenciamento ambiental todos os projetos agrossilvipastoris no Tocantins;

02 – Empenhar e articular para que municípios tocantinenses criem políticas públicas de resíduos sólidos e adote política para coleta seletiva e destinação corretas do lixo e resíduos sólidos;

03 – Respeitar os territórios dos povos indígenas e das comunidades quilombolas do Estado do Tocantins, dizendo não a PEC 215;

04 – Criar Leis de proteção ao Cerrado Tocantinense, como: desmatamento zero, combate ao uso de agrotóxicos; não desmatamento as margens dos rios e córregos; projetos que vise a recuperação das nascentes e mananciais dos nossos rios;

05 – Cobrar maior rigor nas fiscalizações dos órgãos ambientais no cumprimento de suas funções e proteção da fauna e da flora e consequentemente o Cerrado;

06 – Criar Lei que guarde e protejam o Cerrado como Patrimônio Tocantinense;

Sabemos que em nossa existência no planeta terra, tudo está interligado. O Papa Francisco deixa claro na Laudato si’ que não faz sentido cuidar bem da ecologia e descuidar do social, descuidar dos pobres e necessitados. Os bens da criação pertencem a todos. Assim, uma verdadeira preocupação ecológica sempre estará marcada por uma preocupação social. É preciso ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres (LS 49). A unidade é superior ao conflito (LS 198). Não há como resolver o problema da ecologia, sem ao mesmo tempo, resolver o problema social.

A partir do convite de cuidar da Casa Comum, a Arquidiocese de Palmas, conclama os senhores Deputados e as senhoras Deputadas, a se engajarem na luta pela defesa do Cerrado, apoiando a proteção, demarcação e titulação das terras e territórios indígenas, quilombolas e camponeses.

Que seja fecunda a caminhada quaresmal e peço a Deus que a Campanha da Fraternidade 2017 atinja seus objetivos. Invocando a companhia e a proteção de Nossa Senhora da Natividade sobre todo o povo do Tocantins.

Eros Biondini comenta o tema da Campanha da Fraternidade 2017

A Campanha da Fraternidade é realizada no Brasil há mais de 50 anos pela Igreja Católica. O início é marcado sempre pela quarta-feira de cinzas, logo após o Carnaval. A Campanha se trata de um movimento que envolve a comunidade com diversas ações pastorais.

Eros Biondini

Ela passa geralmente por todas as regiões brasileiras durante todo o ano. Isso mesmo, ela não termina após a Páscoa. Este ano a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) traz o tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação”.

Todos os envolvidos se empenham em favor da solidariedade e fraternidade, sempre abordando temas atuais, que a cada ano propõe uma transformação social e comunitária, seja ela em desafios sociais, econômicos, culturais e até mesmo religiosos, nos quais toda a população relacionada, é convidada a ver, julgar e agir.

Sobre o tema

O deputado federal e líder do PROS na Câmara, Eros Biondini (MG) é membro da Frente Parlamentar Católica. Ele ressaltou que desde o anúncio do tema deste ano, acompanhou de perto, pois se identifica muito com a proposta.

“Eu estive na Conferência do Clima (COP 21), no Tratado de Paris, que foi um dos maiores eventos globais sobre clima dos últimos tempos. E nessa Conferência muitos debateram o cuidado do Papa Francisco com o tema Meio Ambiente. Isso também se trata da defesa da vida, que é o nosso grande lema”.

Eros afirmou ainda que é um apelo atual e extremamente importante. “Pessoas de boa vontade e principalmente quem tem um seguimento cristão precisam entender essa Campanha e perceber a importância dela para que possamos ter um resultado positivo, como é a proposta de todos os anos”, explicou.

Para finalizar, o deputado destacou a situação que se encontra o meio ambiente do nosso Planeta e disse que esse assunto é urgente. Biondini parabenizou as iniciativas da CNBB e do PROS.

“Parabéns pela CNBB por estar em sintonia total com o nosso Papa Francisco, parabenizo o PROS por defender a bandeira das Energias Renováveis, da preservação do meio ambiente e da sustentabilidade. Fico ainda mais satisfeito porque o partido tem essas bandeiras como um dos seus trabalhos principais.

 

erosbiondini.com

Estudos propõem conscientização e ação na Campanha de 2017

A Diocese de Criciúma está promovendo nesta semana o primeiro dia de Estudo (conscientização e ação) Diocesano da CF deste ano, cujo tema é “Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida”

A Diocese de Criciúma promoveu, nessa quinta-feira, 16, o primeiro dia de Estudo Diocesano da Campanha da Fraternidade (CF) 2017. Assessorados pelos professores do curso de Engenharia Ambiental da Unesc, José Carlos Virtuoso e Carlyle Torres Bezerra de Menezes, os 86 participantes refletiram o tema “Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida” a partir do método ver-julgar-agir. (Conscientização e ação) A atividade foi realizada na Fundação Shalom, em Linha Batista, Criciúma.

A primeira parte da manhã foi dedicada à espiritualidade, com memória de outras CFs voltadas a questões ambientais, orações e reflexões. Em seguida, algumas características dos seis biomas presentes no Brasil – Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal – foram apresentadas à assembleia.

Reflorestar nem sempre é solução
Virtuoso e Menezes advertiram sobre a cultura de plantio de árvores exóticas como eucalipto, pinus e casuarina, que, ao contrário de recuperar áreas degradadas, são responsáveis por um grave efeito colateral: impedem que outras espécies de plantas se desenvolvam ao seu redor ou sugam toda a água de nascentes e lençóis freáticos, formando o chamado “deserto verde”.

Uma Santa Catarina queimada a cada cinco anos
Segundo o professor Carlyle, há 15 anos, o Brasil desmata 20 mil km² por ano, sendo que por um tempo esse número chegou a decrescer, até a aprovação do Código Florestal Brasileiro, em 2013, que provocou um retrocesso. “A cada cinco anos, nós queimamos uma Santa Catarina”, comparou o assessor, ao falar sobre o espaço destruído para o cultivo de soja e milho, entre outros grãos.

Maior problema está nos rios
Conforme os assessores, o que os biomas brasileiros mais têm em comum é a poluição dos rios, especialmente nos estados considerados mais ricos. “Este modelo de desenvolvimento faz com que tenhamos a destruição e, na carta encíclica Laudato Si, o Papa Francisco propõe uma reflexão sobre esse modelo que está aí”, pontuou o professor Carlyle.

Participantes propõem ações concretas
À tarde, padres, religiosas e leigos participaram de uma dinâmica proposta pelos assessores e apontaram dificuldades e aspirações, montando um “muro das lamentações” e uma “árvore dos sonhos”. As reclamações sinalizaram para a falta de consciência ecológica, falta de ética em ações práticas e de comprometimento no agir de campanhas anteriores.

Entre os sonhos elencados pelos participantes, estão o fortalecimento de iniciativas de cooperativas, a concretização de projetos de saneamento básico nos municípios, maior atuação nos conselhos paritários, levar o tema da CF às câmaras de vereadores e associações de moradores, entre outros.

Turvo acolhe segundo dia de estudo
A Paróquia Nossa Senhora da Oração, em Turvo, acolhe o segundo dia de estudo diocesano da CF neste sábado, 18, das 08h30min às 15h30min. A atividade será realizada no auditório da Paróquia, sendo que 90 pessoas deverão participar e também fazer propostas, que na próxima semana serão levadas a conhecimento dos membros do Conselho Diocesano de Pastoral, para articulação de ações em âmbito diocesano.

 

dnsul.com

A Ecologia: os desafios de novos ares da evangelização

Ecologia: o desafio de um “novo areópago” [cf. DAp, 491] da evangelização

Areópago (em grego antigo: Ἄρειος Πάγος areios pagos, “Colina de Ares”) era a parte nordeste da Acrópole em Atenas.  E assim significando: “ares da evangelização”.

“Por uma Comunicação que crie vínculos com a Criação”

“Criado à imagem e semelhança de Deus, o ser humano se comunica não por uma exigência, mas por
um dom natural; não por uma ordem, mas por vocação [DCIB,36]”… diz, ainda o Diretório de
Comunicação: “o Verbo Encarnado, em sua comunicação, manifesta a grandeza, a profundidade e a
beleza do amor de Deus à humanidade. Cristo revela-se como autocomunicação do amor de Deus pelos
seres humanos… orientando-a em direção a um futuro de plena comunhão” [n. 41].

Ecologia: o desafio de novos ares da evangelização

Essa comunicação participa da Criação, aliás, é na Criação que “Deus se revela como autor e comunicador da vida… comunica seu projeto de amor para o primeiro homem e a primeira mulher, conferindo-lhes a missão de serem colaboradores e continuadores do projeto da criação” [n. 34].

Protagonistas desse primeiro homem e primeira mulher, somos nós, os continuadores em “cultivar e guardar o jardim [cf. Gn 2,15]”, esta grande Casa Comum com suas biodiversidades, biomas, povos e culturas.
É este o apelo da Campanha da Fraternidade deste ano: defender a vida com toda a sua biodiversidade dentro de seus biomas. A riqueza brasileira, tem sua Criação formada por biomas que compreendem “a vida que se manifesta em um conjunto semelhante de vegetação, água, superfície e animais. Uma paisagem que mostra uma unidade entre diversos elementos da natureza” [TB, n. 4]. Temos o bioma Amazônia, o maior do Brasil, “com uma grande diversidade de formas de vida, neste bioma encontramos povos originários responsáveis por este pulmão da mãe terra” [TB, n. 27,32]; o bioma Caatinga, o único brasileiro, “tem um clima semiárido mais chuvoso do planeta. Trata-se de um clima rico em vida inteligente, adaptada ao clima semiárido”, “é o bioma em que mais se tem desinformação, preconceitos e estigmas. As ideias do fatalismo e de uma região inviável tomaram conta do olhar e da imaginação do Brasil e do mundo” [TB, n. 60,67].

O capítulo IV do Diretório afirma que “uma ética comunicacional cristã está fundada na transcendência da pessoa e dos valores humanos, na revelação de Deus ao homem e no Evangelho. É um encontro com a verdade da existência, a busca do sentido da vida e do Absoluto, que inspira, guia e liberta a pessoa” [n. 103].

A falta de informação e conhecimento dos biomas e suas realidades dão-se por uma comunicação que valoriza não a ética, mas o consumismo, o interesse político opressor e capitalista que desintegra, mata e polui nossa natureza, nosso planeta.

Temos que construir uma comunicação que crie vínculos fraternos, de amor com a Criação e sua beleza. Uma comunicação pautada na ética do bem comum que respeite a pessoa e a natureza, que “indique uma profunda relação com o Criador” [n. 110].

No bioma Cerrado encontramos a ‘caixa d’água do Brasil. É o bioma mais antigo e, por longo período considerado inadequado para a agricultura, dando espaço à criação de gados” [TB, 89,92]; a Mata Atlântica é o bioma que muito já se foi destruído. “Era originalmente densa, extensa e rica de variedade animal e vegetal, além de campos de altitude, mangues e restingas. Entretanto, desde o descobrimento do Brasil que ela vem sendo destruída…” [TB,119]; o bioma Pantanal “é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta com grande beleza e rica biodiversidade. O ecossistema mantém boa parte da sua cobertura vegetal nativa, responsável pela permanência de espécies que, em outros biomas, já se encontram em extinção” [TB,156]; e o bioma Pampa “caracterizado por paisagens planas, arbustos, matas ciliares, campos nativos, gramíneas, afloramentos rochosos, etc. Com fauna expressiva,
inclusive descrita pela ciência, uma forte característica deste bioma é também o vento, fator vital que configura a paisagem” [TB, 187,191,194,197].

Esta é a riqueza natural de nosso imenso Brasil. Precisamos criar esta cultura ecológica que o papa Francisco faz questão de nos pôr como tarefa cristã e, que aliás, já vem sendo tratado pela Igreja há muito tempo. A CF de 1979 já trouxe esta temática para a nossa liturgia quando gritou “preserve o que é de todos”, seu objetivo principal era de uma “ecologia que conclama todos a uma nova mentalidade. Trata-se de superar o egoísmo, a ganância de possuir mais a qualquer preço. Trata-se de ser escrupulosamente preocupado em preservar e conservar o ar, a água, a flora e a fauna que são elementos necessários ao próximo”.

“Queremos felicitar e incentivar a tantos discípulos missionários de Jesus Cristo que, com sua presença ética coerente, continuam semeando os valores evangélicos nos ambientes onde tradicionalmente se faz cultura e nos novos areópagos: a ecologia e a proteção da natureza.

Evangelizar a cultura, longe de abandonar a opção preferencial pelos pobres e pelo compromisso com a realidade…” [DAp,491]. Comunicar: criar vínculos fraternos com Deus, com o irmão e com toda a Criação, “que entre nós cresça em nós uma nova ecologia [LS, 137]. “Louvado sejas, ó Senhor, pela mãe terra, que nos acolhe, nos alegra e dá o pão [LS, 01]. Queremos ser os teus parceiros na tarefa de cultivar e bem guardar a Criação”.

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Conheça a vegetação nativa no mundo neste gráfico

 

Frt. Dione Afonso, SDN
Adaptação, ilustração e revisão
Portal Kairós

A Pastoral do Surdo de Sorocaba mais um vez com um ótimo trabalho

Pastoral do Surdo de Sorocaba oferece um canal do YouTube com vídeos em Libras sobre a CF 2017

A oração, a explicação do cartaz e o hino da Campanha da Fraternidade de 2017 estão disponíveis em vídeo com interpretação na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Esta é uma iniciativa da Pastoral do Surdo da arquidiocese de Sorocaba (SP), que desde 2015 interpreta os materiais da CF para oferecer aos surdos. Neste ano, o tema proposto para a Campanha é “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação” (cf. Gn 2, 15).

Interpretam os materiais integrantes do grupo Mãos Ungidas. Dayane Abreu apresenta a explicação do cartaz, Wesley de Almeida a oração e Thais Rosa o hino da CF 2017.

 

“Desde 2015 interpretamos em Libras os vídeos da Campanha da Fraternidade, pois a Campanha da Fraternidade é muito rica e é importante que nossos irmãos surdos entendam a riqueza desse período da Quaresma, para poder viver sempre o que aprenderam e para isso é importante a tradução na Língua Brasileira de Sinais”, conta a assessora da Pastoral do Surdo na arquidiocese de Sorocaba, Maria Angela de Oliveira.

A inspiração para o trabalho da Pastoral do Surdo da arquidiocese de Sorocaba foi a Campanha da Fraternidade de 2006, quando o tema proposto para a ocasião foi “Fraternidade e pessoas com deficiência”. O lema daquela edição, “Levanta-te e vem para o meio”, motivou a atual assessora, Maria Angela, a aprender Libras e procurar pessoas para que pudessem participar das missas e da catequese com a tradução na língua de sinais. Atualmente, a arquidiocese conta com 18 paróquias que oferecem interpretação da liturgia da missa em Libras nos finais de semana.

“Em 2011, ao ver que os surdos vinham de vários bairros participar da Santa Missa em minha paróquia, senti em meu coração que deveria levar Libras para as paróquias da nossa arquidiocese e assim, com a autorização e benção do nosso arcebispo, dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues, fui em missão nas paróquias”, lembra Maria. A agente seguiu ensinando a Língua Brasileira de Sinais, formando Grupos de Estudos e trabalhando com a catequese e iniciativas de inclusão, como alfabetização, oficinas e preparação para o mercado de trabalho.

Todo o trabalho desenvolvido levou à criação, em 2014, da Casinha de Nazaré, a Obra Social da Pastoral do Surdo da arquidiocese de Sorocaba, que tem o apoio do arcebispo emérito, dom Eduardo Benes de Sales Rodrigues. O local é o ponto de encontro dos surdos, onde participam de oficinas gratuitamente, tais como de Libras, alfabetização na Língua Portuguesa, Português, Matemática, música, costura, pintura, tricô e crochê, informática, fotografia, capoeira, teatro, dança e dinâmicas de grupo. Tudo isso funciona com o apoio de estudantes universitários e profissionais voluntários.

Produções realizadas desde 2015 estão disponíveis no canal da Pastoral no Youtube

Catequista há 33 anos, Maria Angela atua com os surdos há 11 anos. Neste tempo, aprendeu a importância da inclusão dos irmãos surdos na catequese e em todas as atividades realizadas nas paróquias. “Aprendi que a catequese com surdos vai além da Libras: é necessário desenvolver metodologias envolvendo teatros em Libras, textos bíblicos com imagens”, revela. Para a assessora, “coração de intérprete é terra de oração, Libras, dedicação, perseverança, humildade, amor, perdão e fé”.

 

E com a ajuda do Portal Kairós tem mais vídeos chegando ai. Aguardem!

 

Canal dos Vídeos
cnbb.org.br