Papa: Que o Espírito dê paz ao mundo inteiro, cure as chagas da guerra e do terrorismo

Cidade do Vaticano (RV) – “Que o Espírito dê paz ao mundo inteiro; cure as chagas da guerra e do terrorismo, que também esta noite, em Londres, atingiu civis inocentes: rezemos pelas vítimas e familiares”.

No Regina Coeli deste Domingo, após presidir a Celebração Eucarística pela Solenidade de Pentecostes, o Papa Francisco expressou sua proximidade às vítimas de mais um ato terrorista, desta vez em Londres, que na noite de sábado matou sete pessoas e feriu outras 48.

O Santo Padre também recordou a publicação este domingo de sua mensagem para o próximo Dia Mundial das Missões,a ser celebrado no mês de outubro, e que tem por título “A missão no coração da fé cristã”.

“Que o Espírito Santo sustente a missão da Igreja no mundo inteiro e dê força a todos os missionários e as missionárias do Evangelho”, disse Francisco.

O Papa também saudou os peregrinos provenientes da Itália e de muitas partes do mundo, em particular, os grupos da Renovação Carismática Católica, que festeja o 50º aniversário de fundação, assim como “os irmãos e irmãs de outras confissões cristãs que se unem à nossa oração”, e as Filhas de Maria Auciliadora dos países latino-americanos.

O coral e a orquestra de adolescentes da cidade italiana Carpi, que em colaboração com a Capella Sistina entoaram alguns cantos durante a celebração, também receberam a atenção do Pontífice.

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Editorial: trabalho, prioridade do homem

Cidade do Vaticano (RV) – No último sábado, dia 27 de maio, o Papa Francisco pegou o seu cajado de Pastor e foi visitar a cidade italiana de Gênova, uma cidade conhecida histórica e mundialmente pelo seu importante porto. O Santo Padre visitou essa cidade, visita que provocou tantas emoções na chamada “Cidade da Lanterna”. O grande farol que domina a cidade parecia resplandecer ainda mais a sua luz como a indicar o caminho com a força da fé e a luz de Cristo levada por Francisco. Entre os muitos encontros previstos um chamou muito a atenção dos fiéis e da imprensa em geral, o encontro com o mundo do trabalho, primeira etapa dessa sua peregrinação. Francisco visitou a empresa Ilva, “emblemática” nesta crise que atinge o mundo do trabalho. A empresa passa por dificuldades e muitos de seus funcionários correm o perigo de perder o emprego.

Esse é um cenário que se repete em muitos lugares do nosso planeta, tanto na Europa, na África, na Ásia, na América Latina, como no Brasil. Nas suas palavras, também dirigidas aos nossos trabalhadores e empregadores brasileiros, Francisco recordou que o “trabalho é uma prioridade humana e portanto, é uma prioridade cristã, uma prioridade nossa”. Francisco se disse comovido ao ver o porto de onde o seu pai partiu como migrante em direção à Argentina.

Eram em 3 mil trabalhadores que acolheram o Papa entre aplausos e aperto de mão. Eles confiaram a Francisco seus temores e dificuldades.

O “Papa de aço”, como o chamaram os genoveses – respondeu a eles e falou da importância da figura do empresário, “fundamental em toda boa economia”.

“Não devemos esquecer que o empresário deve ser antes de tudo um trabalhador, disse o Papa. Nenhum bom empresário gosta de despedir o seu funcionário, porque quem pensa resolver o problema da sua empresa despedindo funcionários, não é um bom empresário: é um comerciante. E Francisco foi lapidário: “hoje vende a sua gente, amanhã… vende a própria dignidade”. É fundamental reconhecer as virtudes dos trabalhadores e das trabalhadoras.

Falando ainda sobre economia, falou sobre uma economia “abstrata”, sem rostos, que somente especula, que deve ser “temida”, pois é incapaz de amar empresas e homens, incapaz de construir. Às vezes o sistema político parece encorajar quem especula sobre o trabalho e não quem investe e acredita no trabalho. Francisco apontou o dedo contra “regulamentos e leis pesadas e desonestas” que acabam por penalizar as pessoas honestas.

O Papa condenou duramente o que ele chamou de “chantagem social”, ou seja, o trabalho feito de horários massacrantes, mal remunerado, não declarado. Trabalhando, nós nos tornamos mais pessoa, disse. Para Bergoglio os homens e as mulheres se nutrem do trabalho: com o trabalho são ungidos de dignidade.

Francisco rejeita ainda a lógica de um Estado que envia para a aposentadoria as pessoas sem se preocupar com a sobrevivência daqueles que lutaram durante uma vida inteira. O Olhar também para os jovens, reiterando que “um subsídio estatal, mensal, que faça levar avante uma família não resolve o problema”. “O problema deve ser resolvido com trabalho para todos”.

O valor do trabalho, que é fruto da fadiga, não é finalizado ao mero consumo, mas é “o centro de todo pacto social” que rege também a democracia e não um mero meio para poder consumir. Para muitos o consumo é o ídolo do nosso tempo.

O objetivo real a ser atingido não é a renda para todos disse Francisco, ‘mas o trabalho para todos’, porque sem trabalho não haverá dignidade para todos. Em muitas famílias onde falta o trabalho da segunda-feira, jamais será plenamente domingo. (Silvonei José)

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Solenidade de Pentecostes: “Assim como o Pai me enviou, eu vos envio”

Cidade do Vaticano (RV) – «O autor do Evangelho deste domingo, João Evangelista, nos diz que a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos se deu no dia de Páscoa.

Ele desejava fazer-nos compreender que o Espírito que conduziu Jesus para sua missão de salvar a Humanidade é o mesmo que agora conduz a Igreja, comunidade dos seguidores de Jesus, na continuidade da mesma missão. A Igreja torna presente, na História, o Cristo Redentor.

Quando os discípulos, à tarde do primeiro dia da semana, estão reunidos o Senhor aparece no meio deles e lhes comunica a paz. Mostra-lhes os sinais de seus sofrimentos para lhes dizer que, apesar de seu aspecto glorioso, a memória da paixão não poderá ser deixada de lado, que a glória veio através da cruz.

Estamos no primeiro dia da semana, não nos esqueçamos. Exatamente com esse sentido do novo, do novo pós pascal, isto é, do novo eterno, que não caduca, que não envelhece, Jesus faz a nova criação soprando o Espírito sobre seus seguidores. É uma referência à criação do homem, relatada no cap. 2º, vers. 7 do Gênesis, quando diz que Deus soprou em suas narinas o hálito de vida e o homem passou a viver. No relato desse fato na tarde pascal, temos a criação da Comunidade Cristã.

A missão é dada logo em seguida: perdoar os pecados e até retê-los, se for o caso. Pecado é aquilo que impede a realização do projeto do Pai, que é a felicidade do ser humano. Ora, perdoar os pecados significa lutar para que os planos de Deus cheguem à sua concretização e, evidentemente, devolvendo àquele que está arrependido de suas ações contrárias a esse plano, a reconciliação.

Pelo batismo e pela crisma fazemos parte dessa comunidade que deve continuar a missão redentora de Jesus. Que honra!

Que nossas ações, seja na família, no trabalho ou no meio dos amigos, colaborem com a alegria e felicidade daqueles que nos cercam. Assim estaremos dando glória a Deus, pois a glória de Deus é a felicidade do homem».

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para a Solenidade de Pentecostes)

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Crônica: a Bíblia e Alcorão, conexões e diferenças

Dubai (RV*) – Amigas e amigos, com alegria eu lhes envio uma saudação de paz das Arábias.

É sempre enriquecedor estudar o intrincado mundo das religiões. A história de cada povo do planeta desenvolveu-se, tendo como pano de fundo a relação entre o natural e sobrenatural, entre os seres humanos e as divindades. Dessa relação surgiram as religiões. A palavra religião é de origem latina, “religio,” “respeito pelo sagrado” ou da palavra “religare”, atar, amarrar. Ambas as palavras expressam a relação com um poder sobrenatural, não importa que nome lhe atribuamos.

Quase todas as religiões se baseiam sobre livros sagrados que são como a espinha dorsal que mantem todo o corpo de pé.

Muito se tem falado sobre as semelhanças e diferenças entre livros fundamentais das religiões, mas ultimamente, com destaque para a Bíblia dos cristãos e o Alcorão dos muçulmanos.

Ambos Bíblia e Alcorão são escrituras reveladas. Em certos aspectos guardam semelhança e constância, como adorar um único Deus e submeter-se à sua vontade.

As duas escrituras representam a cristalização da palavra de Deus transmitida aos seres humanos através de profetas, em épocas diferentes.

O Deus trino Pai, Filho e Espirito Santo não encontra eco no Alcorão. Para os muçulmanos seria uma diminuição de Deus atribuir a ele a paternidade. O Espírito Santo não é a expressão de amor entre Deus e o Filho, mas uma emanação divina que não faz parte de sua natureza. No Islã a Doutrina da Trindade não é bem vinda.

A principal diferença entre cristãos e muçulmanos está na figura de Cristo. Enquanto para nós ele é Filho de Deus, no Alcorão, Jesus é considerado um grande profeta, predecessor de Maomé. Em nenhum caso é reconhecido como Filho de Deus.

Quanto às escrituras, para o Islã, o Alcorão é a palavra revelada de Deus, ditada a Maomé para que a escrevesse integralmente, enquanto para o cristianismo, Deus inspirou os autores sagrados para que, a seu modo e de acordo com a época, escrevessem as mensagens de Deus.

Contudo, núcleo de tudo para o cristão, é que a Palavra de Deus é uma pessoa, Verbo encarnado em Jesus, Palavra de Deus feita Homem, e não um livro.

“Nos tempos antigos, muitas vezes e de muitos modos Deus falou aos antepassados por meio dos profetas. No período final em que estamos, falou a nós por meio do Filho.” (Hebreus 1,1-2).

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano

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Papa propõe outubro de 2019 como mês de oração e reflexão sobre a missão

Cidade do Vaticano (RV) – O Santo Padre encontrou, na manhã deste sábado (03/6), na Sala Clementina, cerca de 170 participantes na Assembleia das Pontifícias Obras Missionárias.

No discurso que entregou aos presentes, o Papa afirma “que se preocupa com as Pontifícias Obras Missionárias, muitas vezes reduzidas a uma organização que coleta e distribui, em nome do Papa, ajudas econômicas para as Igrejas mais necessitadas”.

Francisco diz ainda estar ciente de que os membros das POM estão tentando novas formas, métodos mais adequados, mais eclesiais para desenvolver seu serviço em prol da missão universal da Igreja.

A este propósito, Francisco recorda textualmente: “Para renovar o ardor e a paixão, motores espirituais da atividade apostólica de inúmeros santos e mártires missionários, aceitei, com muito prazer, a sua proposta, elaborada com a Congregação para a Evangelização dos Povos, de convocar um momento extraordinário de oração e reflexão sobre a “missio ad gentes”.

Por isso, promete que pedirá a toda a Igreja para dedicar o mês de outubro de 2019 a esta finalidade. O mês extraordinário de oração e reflexão sobre a missão, como a primeira evangelização, diz ainda o Papa, servirá para uma maior renovação da fé eclesial, para que seu coração atue sempre a Páscoa de Jesus Cristo, único Salvador, Senhor e Esposo da sua Igreja.

Renovação, frisa Francisco, “exige viver a missão como oportunidade permanente de anunciar Cristo, mediante o testemunho e o encontro pessoal com ele.

A preparação deste tempo extraordinário, dedicado ao primeiro anúncio do Evangelho, segundo o Papa, deve ajudar-nos sempre a sermos mais Igreja em missão.

A este respeito, Francisco expressa ainda seus votos, dizendo: “Espero que o mês de outubro de 2019 seja um momento propício, a fim de que a oração, o testemunho de tantos santos e mártires da missão, a reflexão bíblica e teológica, a catequese e a caridade missionária possam contribuir para evangelizar, antes de tudo, a Igreja; que ela, ao reencontrar o frescor e o ardor do primeiro amor pelo Senhor crucificado e ressuscitado, possa evangelizar o mundo com credibilidade e eficácia evangélica”.

Francisco espera ainda que “a assistência espiritual e material que os membros das POM dão às Igrejas, possa torná-las cada vez mais fundadas no Evangelho e no envolvimento batismal de todos os fiéis, leigos e clérigos, em prol da única missão da Igreja. Que o amor de Deus os torne mais próximos de cada homem, especialmente dos mais necessitados de sua misericórdia”.(MT)

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