Carismas e dons que levam a Cristo Senhor

Cidade do Vaticano (RV) – No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos tratar no programa de hoje sobre a temática do terceiro artigo – o Espírito Santo.

No próximo domingo a Igreja celebra a Solenidade de Pentecostes, concluindo assim o Tempo Pascal. O Espírito Santo, o Paráclito, foi prometido por Jesus para recordar tudo o que Ele nos ensinou, nos santificar e nos conduzir à Verdade plena e devemos invocá-lo diariamente, pedindo o seu auxilio. Na edição de hoje deste nosso espaço, Padre Gerson Schmidt nos fala sobre os “carismas e dons que levam a Cristo Senhor”, dentro da temática do Terceiro Artigo, o Espírito Santo:

“A festa da Pentecostes e as pregações de Raniero Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, tanto no advento do ano passado quando na quaresma desse ano, referenda o espírito dos documentos conciliares, que aqui nesse espaço reavivamos. Cantalamessa propõe ao Papa e à casa Pontifícia a reflexão importantíssima da “Teologia do terceiro artigo!” – ou seja, o Espírito Santo.

A Constituição Dogmática conciliar Lumen Gentium, no capítulo 04, aponta que “no dia de Pentecostes o Espírito Santo foi enviado não uma vez por todas à Igreja primitiva no Cenáculo, mas continuamente ilumina e conduz a Igreja e assim, constantemente, dá aos crentes acesso ao Pai por Cristo, num só Espírito (conforme Efésios 2,18).

Assim diz o texto literalmente: “Consumada a obra que o Pai confiou ao Filho para Ele cumprir na terra (cfr. Jo. 17,4), foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes, para que santificasse continuamente a Igreja e deste modo os fiéis tivessem acesso ao Pai, por Cristo, num só Espírito (cfr. Ef. 2,18). Ele é o Espírito de vida, ou a fonte de água que jorra para a vida eterna (cfr. Jo. 4,14; 7, 38-39); por quem o Pai vivifica os homens mortos pelo pecado, até que ressuscite em Cristo os seus corpos mortais (cfr. Rom. 8, 10-11). O Espírito habita na Igreja e nos corações dos fiéis, como num templo (cfr. 1 Cor. 3,16; 6,19), e dentro deles ora e dá testemunho da adopção de filhos (cfr. Gál. 4,6; Rom. 8, 15-16. 26).

A Igreja, que Ele conduz à verdade total (cfr. Jo. 16,13) e unifica na comunhão e no ministério, enriquece-a Ele e guia-a com diversos dons hierárquicos e carismáticos e adorna-a com os seus frutos (cfr. Ef. 4, 11-12; 1 Cor. 12,4; Gál. 5,22). Pela força do Evangelho rejuvenesce a Igreja e renova-a continuamente e leva-a à união perfeita com o seu Esposo (3). Porque o Espírito e a Esposa dizem ao Senhor Jesus: «Vem» (cfr. Apoc. 22,17)! Assim a Igreja toda aparece como «um povo unido pela unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (LG,04).

A Congregação da Doutrina da Fé resgata justamente esse ponto do rejuvenescimento da Igreja, obra do Espírito Santo, através dos carismas hodiernos propondo uma carta de 15 de maio de 2016, endereçada a todos os bispos católicos – Carta Iuvenescit Eclesia sobre a relação entre os dons hierárquicos e carismáticos para a vida e a missão da Igreja.

Qual poderia ser o critério para o discernimento de um carisma ser dom de Deus à Igreja?

Creio que encontremos essa resposta na primeira pregação da Quaresma de Cantalamessa a respeito do Espírito Santo. Diz ele: “São Paulo afirma que Jesus Cristo foi estabelecido “Filho de Deus com o poder mediante o Espírito de santidade” (Rom 1,4), isto é, por obra do Espírito Santo. Chega a afirmar que “ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor, senão sob a ação do Espírito Santo” (1 Cor 12,3), isto é, graças a uma iluminação interior sua.

Atribui ao Espírito Santo “a compreensão do mistério de Cristo” que foi dada a ele como a todos os santos apóstolos e profetas (cf. Ef 3, 4-5); diz que aqueles que creem serão capazes de “compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade e conhecer a caridade (o amor) de Cristo que desafia todo o conhecimento” somente se forem “repletos do Espírito” (Ef 3, 16-19).

No Evangelho de João, Jesus mesmo anuncia esta obra do Paráclito em relação a eles. Ele tomará do que é seu e o anunciará aos discípulos; recordará a eles tudo aquilo que disse; os conduzirá à verdade plena sobre sua relação com o Pai e os fará testemunhas (cf. Jo 16, 7-15). Precisamente isto será, desde então, o critério para reconhecer se se trata do verdadeiro Espírito de Deus e não de outro espírito: se leva a reconhecer Jesus que veio na carne (cf. 1 Jo 4,2-3)”.

Creio que aqui está a resposta da pergunta que deixamos no ar sobre algum carisma atual como proveniente de Deus ou não – se esse carisma leva a reconhecer Jesus que veio na carne”.

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Roma: Dom Rugambwa abre assembleia geral das POM

Roma (RV) – O Secretário adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos, Dom Protase Rugambwa, Presidente das Pontifícias Obras Missionárias (POM), abriu nesta segunda-feira (29/05), os trabalhos da Assembleia geral das POM, que se realiza em Roma até sábado, 3 de junho.

Refletimos juntos sobre a “A missão no coração da fé cristã” à luz da Exortação Apostólica missionária do Papa Francisco Evangelii Gaudium. Deixemo-nos formar a fim de que não falte jamais a coragem da conversão, do discernimento e da autêntica reforma de cada um de nós e das instituições às quais servimos, as Pontifícias Obras Missionárias”, disse o arcebispo tanzaniano na abertura do encontro.

Segundo a Agência Fides, na saudação e agradecimento a todos os que trabalham em prol das Pontifícias Obras Missionárias, o Arcebispo Rugambwa destacou: “Em plena comunhão com o Santo Padre, Papa Francisco, não deixemos de nos animar reciprocamente para que, sem algum medo e com grande alegria, o anúncio da Páscoa de Cristo morto e ressuscitado faça da Igreja uma comunidade de reconciliados, aberta ao acolhimento de todos, sempre em saída, levando e comunicando a todos a eficácia da salvação. Ninguém fique excluído, todos no coração da evangelização, a fim de que as Igrejas redescubram no centro de sua fé cristã a única missão que lhes foi confiada pelo Senhor Jesus Cristo”.

Ilustrando um balanço das atividades desempenhadas no ano passado, o Presidente das POM mencionou a conclusão da obra de integração nos Estatutos de textos relativos a questões administrativas e financeiras; a instituição de um Comitê para desastres humanitários; os encontros continentais dos Diretores nacionais das POM, que representam um importante instrumento de confronto, verificação e crescimento de comunhão e unidade a serviço da missão e de sua animação.

Dom Rugambwa anunciou em seguida a aprovação, por parte do Estado, da proposta de convocar um Mês Missionário Extraordinário, em outubro de 2019, para comemorar o centenário da promulgação da encíclica Maximum illud e promover o compromisso missionário da Igreja em linha com a Evangelii Gaudiumâ. A Assembleia geral dedicará parte dos trabalhos ao tema, elaborando propostas para o Outubro Missionário 2019. O Presidente também agradeceu a Comissão que está trabalhando para a utilização de ‘common brand’, um logotipo único, para “nos ajudar a afirmar internacionalmente a identidade única das POM, no respeito das diferenças e exigências locais”.

Na segunda parte de seu discurso, Dom Rugambwa se deteve na apresentação de alguns desafios, recordando seu pronunciamento de cinco anos atrás: “Ainda não terminamos a nossa reflexão e nosso debate sobre as POM como obras do Papa e dos Bispos, a relação entre a Missão universal da Igreja e as POM, sua colocação e cooperação com outras forças missionárias, as legislações civis sobre órgãos de caridade e seus respectivos planos de trabalho”.
Em seguida, o Arcebispo convidou a um confronto franco e aberto sobre o futuro de instituições que não podem simplesmente se arrastar pela obsoleta repetição do ‘que se faz sempre’, e exortou à audácia e à criatividade ao discernir e repensar nossas estruturas, estilos e métodos, a redescobrir a missão como coração da fé cristã.

“No centro e nas periferias de nosso trabalho de animação, coleta e distribuição”, destacou, “devemos crescer numa sintonia e cooperação maiores, graças a uma sempre mais renovada conversão, que supere formas inadequadas e incômodas de protagonistas antievangélicos”.

Dom Rugambwa assim concluiu seu discurso: “Estas provocações requerem que se reflita, pense, analise e reze mais e melhor. Não se trata de fazer tudo, agora; nem de violentas reviravoltas, mas sim de uma mudança de mentalidade e de modalidade do trabalho apostólico das Pontifícias Obras Missionárias. Quanto mais colocarmos no centro de nosso interesse e de nossa paixão as verdadeiras necessidades da missão, maior será a nossa conversão, como morte do protagonismo e nascimento do serviço eclesial, fraterno e evangélico que salva”.

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Papa a bispos albaneses: imitem os mártires de seu país

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (30/05), os bispos albaneses em visita ad Limina.

Um diálogo intenso no qual os prelados manifestaram as esperanças e dificuldades desta pequena comunidade. A Igreja na Albânia tem um lugar especial no coração do Papa. Uma Igreja que sofreu 50 anos de uma ditadura comunista que procurou cancelá-la, sem conseguir.

Francisco visitou Tirana, capital da Albânia, em 2014. Naquele período, o Papa convidou a comunidade católica a voar alto como a águia da bandeira albanesa, mas sem se esquecer do ninho, ou seja, os sofrimentos dos mártires.

Em novembro passado, foram beatificados 38 mártires albaneses, torturados e assassinados durante a ditadura comunista.

Esta manhã, o Papa exortou os bispos albaneses a imitar o exemplo dessas testemunhas do Evangelho que pagaram com suas vidas a fidelidade a Cristo.

“Foi uma experiência muito bonita, paterna. Uma hora e meia de diálogo, sem pressa. Estávamos muito à vontade, como se estivéssemos em casa”, disse o Arcebispo de Scutari, Dom Angelo Massafra, a propósito do encontro com o Papa.

“Falamos com o Santo Padre de uma Igreja muito viva, bonita, mas pobre e mártir. Um ponto em que insistiu muito foi o da Igreja em saída, o ter zelo, esperança, utopia, ou seja, um olhar intenso e esperançoso em Deus. Esta utopia é muito bonita. Devemos ir adiante porque Cristo ressuscitou e nós devemos proceder com Cristo. Depois, ele nos convidou a promover as vocações, pastoral que passa sempre pelo testemunho, pelo estar unidos entre nós e estar também serenos, felizes, pois se uma pessoa é tranquila e feliz, se torna também um modelo”, disse o prelado.

Foi falado também sobre o diálogo inter-religioso, em particular com o Islã. “Dissemos ao Papa que na semana passada houve um acordo entre as forças governamentais e a oposição, porque havia problemas. Nós fizemos, como compromisso público, uma declaração comum. Todos os credos, católicos, ortodoxos, evangélicos, muçulmanos e bektashis, fizemos uma declaração unitária, convidando a não criar desordens, convidando à colaboração, à solidariedade, a entrar num acordo e dialogar, convidando a fazer alguma coisa contra a compra e venda de votos em vista das eleições. Essa foi uma declaração muito corajosa. Essa foi uma declaração unitária do Conselho inter-religioso e o Papa ficou muito feliz com isso. Também graças à nossa contribuição, conseguimos fazer entrar de acordo as forças políticas que decidiram postergar a data das eleições de modo que todos pudessem participar. Isso também foi um fruto do nosso esforço inter-religioso e ecumênico”, frisou o Arcebispo de Scutari.

Sobre a mensagem que os bispos levarão à Igreja na Albânia depois do encontro com o Papa, o prelado disse que “a mensagem fundamental é a de estar em comunhão entre nós, nos comprometer com a família e os pobres. Já temos um compromisso com os encarcerados e as famílias com pessoas com necessidades especiais. Com base nas palavras do Papa, convidaremos a ter esperança, a rezar, a praticar a adoração eucarística. Com Cristo podemos ir adiante e ter este olhar rumo ao futuro e o Papa nos encorajou e abençoou.”

(MJ)

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RCC celebra seu Jubileu de Ouro em Roma com Francisco

Cidade do Vaticano (RV) – A Renovação Carismática Católica celebra seu Jubileu de Ouro em Roma, de 31 de maio a 4 de junho, com um programa rico de encontros, simpósios, celebrações e adoração nas principais basílicas romanas.

O ápice das celebrações será a Vigília de Pentecostes e a oração ecumênica com o Papa Francisco no ‘Circo Massimo’ no sábado. A Rádio Vaticano transmitirá o encontro a partir das 12h50 horas, horário de Brasília.

São esperadas 30 mil pessoas provenientes de 130 países, 600 sacerdotes, 50 bispos e cardeais, para celebrar juntos com o Papa os 50 anos da Renovação Carismática, nascida em Pittsburgh, EUA, na manhã gelada de fevereiro de 1967, graças a um grupo de estudantes que sentiu a necessidade de reunir-se e rezar, invocando o Espírito Santo sobre a Igreja e sobre o mundo. Desde então o movimento não parou de crescer, ganhando novos adeptos em todas as partes do mundo.

E neste tempo cheio de contradições e crise de valores, a Renovação, sob o impulso do Papa Francisco, torna-se uma “corrente de graça”, um manancial de fé e de esperança e um celeiro de vocações.

O evento foi apresentado na manhã desta terça-feira na Sala Marconi, na Rádio Vaticano. A Presidente do Serviço Internacional da Renovação Carismática, Michelle Morgan, conversou conosco sobre a expectativa para este Jubileu:

“Quando se começa uma nova iniciativa, esta deve encontrar a sua colocação na Igreja; nós nascemos por graça do Concílio Vaticano II e por isto sempre tivemos nosso lugar no coração da Igreja. Tivemos necessidade de aprender a compreender esta graça da Renovação Carismática nos tempos que se seguiram ao Concílio. Foi necessário tempo para realizar este percurso, com o apoio dos diversos Pontífices, com cada um dos quais tivemos uma relação particular e privilegiada. Para este encontro esperamos uma nova efusão do Espírito Santo sobre a Igreja e sobre o mundo, e esperamos também por alguma surpresa. Nós estamos prontos e a serviço da Igreja para ajudar também a obra de reforma e renovação iniciada pelo Papa e para difundir a cultura da Pentecostes, porque é o Espírito que faz grande todas as coisas”.

Um Jubileu de Ouro de comunhão, unidade, caridade e oração marcado por eventos, que se abre com a participação na Audiência Geral com o Papa Francisco na Praça São Pedro na quarta-feira, e no domingo na Missa de Pentecostes e no Regina Coeli, além da Vigília de Pentecostes no Circo Massimo, desejada pelo Pontífice. Momento também aguardado pela sua dimensão e valor ecumênico. Entre os convidados, estarão o Pastor Giovanni Traettino, amigo de Bergoglio, líderes protestantes e alguns ortodoxos. Conosco, o Presidente da RCC Itália, Salvatore Martinez:

“De qualquer maneira será a grande ocasião para mostrar como o ecumenismo espiritual é o maior e atual motivo de reconciliação entre as diversas tradições cristãs. O Papa Francisco quis organizar uma Vigília ecumênica. Portanto, não um modo para celebrar a Renovação nos seus 50 anos, mas para celebrar o Espírito Santo que é causa de unidade, de alegria, de reconciliação”. (CS/JE)

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Prof. Carriquiry: Documento de Aparecida e o Pontificado de Francisco

Cidade do Vaticano (RV) – A V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, ou Conferência de Aparecida, foi inaugurada pelo Papa Bento XVI, em Aparecida, no dia 13 de maio e encerrou no dia 31 de maio de 2007. Um evento de extraordinária importância para a Igreja do continente e para a Igreja universal.

O presidente da Comissão da Redação do Documento final de Aparecida era o então Arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Jorge Mario Bergoglio.

Ao lado dele nos trabalhos da Conferência estava o Professor Guzman Carriquiry, Vice-Presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina (CAL) que falou sobre a importância do documento àquele que foi o enviado especial da Rádio Vaticano à Aparecida – o colega do programa italiano Alessandro Gisotti:

“Para quem participou em Aparecida, a primeira coisa que se percebia, era um sentido de profunda fraternidade colegial que se viveu em Aparecida. A nossa Igreja superava tensões, polarizações e tendia a ganhar – graças ao Espírito Santo – uma maior comunhão, uma maior serena unidade. Segundo elemento fundamental foi o trabalho sinodal, e isto se deve muito – como o diz o Padre Diego Farbes em um recente artigo publicado na ‘Civiltà Cattolica’ – ao Cardeal Bergoglio. Os resultados foram no início necessariamente muito caóticos. Recordo que estava muito ansioso por este motivo. O Cardeal Bergoglio sempre dizia: devemos continuar a recolher tudo o que estão produzindo os bispos, conhecer bem quais são os tempos pelos quais nos conduz o Espírito Santo. E de fato, no final, no Documento os bispos escrevem: “O Espírito Santo nos conduziu lentamente mas decisivamente ao objetivo”. E depois, nós devemos pensar que Aparecida foi aquele tempo de graça por meio do qual a Providência de Deus levou Bergoglio à Sé de Pedro”.

RV: Poder-se-ia afirmar que naquela Conferência nasceu uma sintonia extraordinária entre Bento XVI e o Cardeal Bergoglio?

“Certamente! Os discursos – a homilia e o discurso inaugural do Papa Bento – foram muito importantes para todo o percurso de Aparecida: Papa Bento inaugura e dá a orientação de fundo de Aparecida, Bergoglio retoma tudo, junto com os bispos, e leva isto ao cumprimento, dando a eles aquela consistência, o perfil justamente de autoconsciência eclesial latino-americano”.

RV: Aparecida pode ser considerada como a fonte sempre viva deste Pontificado? Se fala que a Evangelii gaudium é quase – como diria – a evolução universal de um documento como o de Aparecida ligado à Igreja latino-americana…

“Certamente, existem vasos comunicantes muito fortes entre Aparecida e Evangelii gaudium. O Papa às vezes – um pouco sério, um pouco brincando – diz que Evangelii gaudium é um mix entre o Documento de Aparecida e Evangelii nuntiandi do Beato Paulo VI. Mas eu acredito que seja muito mais! É o documento de um pastor que se tornou pastor universal e portanto ele retoma muitos critérios fundamentais de Aparecida e os propõe à Igreja universal, mas ao mesmo tempo retoma o Magistério dos Pontífices precedentes. Lendo a Evangelii gaudium, alguém se reconhece em um certo sentido em Aparecida, mas Evangelii gaudium é “um salto de qualidade universal”, em relação a Aparecida”.

RV: É deste encontro, depois, que nasce o discipulado missionário, a “Igreja em saída”, tema forte deste pontificado….

“Exatamente! É daquele encontro pessoal e comunitário com Cristo que o Documento de Aparecida convida e mostra, propõe, um povo que é discípulo e missionário de Cristo e que diz respeito a toda a realidade da América Latina sob este olhar cristão e pastoral: esta é precisamente a chave hermenêutica do Documento de Aparecida”.

(AG/JE)

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