Aparecida: hoje o Retiro dos bispos

Neste quarto dia de trabalhos da 55ª Assembleia Geral da CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, as atividades tiveram início com a Santa Missa no Santuário Nacional presidida pelo Arcebispo de Curitiba, Dom José Antônio Peruzzo.

Na parte da tarde deste sábado tem início o Retiro dos bispos que se conclui neste domingo com a celebração Eucarística. O pregador do Retiro será o Abade trapista Dom Bernardo Bonowitz. As atividades serão retomadas na segunda-feira. Recordamos que a Assembleia Geral termina na sexta-feira próxima, dia 5 de maio.

Nas várias entrevistas coletivas da semana, vários bispos se encontraram com a imprensa presente em Aparecida para esclarecer temas que estão sendo discutidos no plenário. O tema central é a iniciação da vida cristã.

Em uma das conversas com os jornalistas o Bispo auxiliar de Porto Alegre (RS), Dom Leomar Brustolin destacou a preocupação do episcopado com o tema da iniciação da vida cristã. Ele abordou algumas preocupações, por exemplo, como a questão da transmissão da fé às novas gerações e a grande preocupação da Igreja em formar não só adeptos, mas discípulos. “É preciso avaliar e dizer quais caminhos retomar”, disse.

Por isso, a missão dos bispos é traduzir toda a linguagem que for técnica de forma acessível e concreta para a pastoral, por isso o texto tem sido encarado por uma comissão, que constatou que muitas paróquias do Brasil já conhecem a iniciação da vida cristã, mas também o fato de que muitas ainda não chegaram neste ponto, e por isso, o texto visa uma retomada dessa caminhada. “Percebeu-se que o texto deveria ser conciso e que fosse dirigido a um público que seria os catequistas em primeiro lugar, com linguagem acessível, direta e com mudança de prática. Uma renovação paroquial, não é uma reforma de catequese, mas uma conversão pastoral de toda comunidade para acolher, inserir, e comprometer os novos cristãos”.

Já o Bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), Dom Joel Portela Amado ao falar dos 10 anos da Conferência de Aparecida, Dom Joel disse que não é simplesmente momento de fazer memória, mas refletir o quanto é importante. Para ele é importante saber que o Documento de Aparecida é uma mudança não no sentido de como a Igreja se anuncia, mas como exerce sua missão.

Ele também refletiu sobre a questão da transmissão da fé, que assim como tem sido refletida nesta assembleia, também já se apresentava no Documento de Aparecida, o que mostra uma igreja preocupada em cumprir a missão. “Aparecida também assume publicamente que não é mais tão tranquila a transmissão da fé naqueles que foram durante séculos os mecanismos tradicionais de transmissão e propõe recomeçar a partir de Jesus Cristo”, aponta.

Um aspecto relevante é o fato de não pressupor que Jesus seja conhecido pelas pessoas, mas apresentar a pessoa de Jesus e ajudar a tirar consequências disso. Aparecida mostra que esses 10 anos precisam de mais tempo, porque tudo se transforma com rapidez absurda, no mundo econômico, social, político e cultural. O que servia pra fazer a ponte entre fé e vida foi se mostrando frágil”, disse.

O Bispo auxiliar do Rio de Janeiro também lembrou que o Cardeal Bergoglio foi o presidente da comissão de redação do documento. “Ali tem o suor, o emprenho e o esforço daquele homem”, relembrou.

Sobre os trabalhos desta semana da Assembleia nós conversamos com o Bispo de Itaguai, RJ, Dom José Ubiratan Lopes.

De Aparecida, SP, para a Rádio Vaticano, Silvonei José.

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Aparecida: a violência presente nas cidades e no campo

Neste domingo, pausa nos trabalhos da 55ª Assembleia Geral da CNBB em Aparecida, SP. Os mais de 350 bispos reunidos na “Casa da Mãe” concluem o seu Retiro conduzido pelo Abade trapista Dom Bernardo Bonowitz.

A Violência, a segurança pública e as questões urbanas foram assuntos destacados pelo bispo de Roraima e presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Mário Antônio da Silva durante a Assembleia. (Tema da Campanha da Fraternidade 2018 – CF 2018)

“Os grandes centros no Brasil, inclusive na Amazônia, atraem a maioria da população dos estados. O desafio é construir uma cidade para todos. A cidade oferece proximidade, saúde, educação, transporte, mas as políticas públicas não contemplam as necessidades de todos os cidadãos”, afirmou Dom Mario Antônio.

De acordo com o bispo, as questões urbanas são amplas, pois a cidade é dinâmica. “A dinâmica das cidades desafia na vida urbana, a comunidade política, como desafia também a comunidade religiosa e nos desafia como Igreja a ter uma pastoral dinâmica também”.

Dom Mario citou a Conferência de Aparecida, que em maio completa 10 anos, como referência para ser uma pastoral diamina, sendo uma Igreja missionária, uma Igreja em saída. “É importante que a Igreja esteja atenda para atender os diferentes grupos que encontramos na cidade com uma pastoral dinâmica.”
Nós conversamos com Dom Mário.

De Aparecida, SP, para a Rádio Vaticano, Silvonei José

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Papa: O único extremismo permitido aos cristãos é o da caridade

Depois de uma programação intensa em seu primeiro dia de visita ao Cairo, com encontros com o Presidente egípcio Al-Sisi, o discurso na Universidade Al-Azhar e a visita ao Patriarca copta-ortodoxo Tawadros II, neste sábado o Papa conclui a viagem dedicando-se inteiramente ao aspecto pastoral, recebendo o abraço da pequena, mas muito ativa, comunidade copta-católica.

O dia começou com a despedida da Nunciatura e a saudação de um grupo de crianças alunas da Escola Comboniana do Cairo. Em seguida, em automóvel fechado, Francisco se deslocou ao estádio de futebol “Air Defense” e com o ‘golf-car’, (pequeno carro aberto) deu uma volta no campo, em meio aos fiéis. Cerca de 30 mil aguardavam o Pontífice.

A liturgia foi celebrada em latim e árabe, com as orações dos fiéis em várias outras línguas.

Em sua homilia, proferida em italiano, o Papa dissertou sobre o itinerário dos discípulos de Emaús, descrito no Evangelho de Lucas, e que se pode resumir em três palavras: morte, ressurreição e vida.

“Aquele sobre quem construíram a sua existência morreu, derrotado, levando consigo para o túmulo todas as suas aspirações. Na realidade, eram eles os mortos no sepulcro da sua limitada compreensão”.

O único extremismo permitido aos cristãos é o da caridade

“Ressuscitado, Jesus transforma o seu desespero em vida, porque, quando desaparece a esperança humana, começa a brilhar a divina”, prosseguiu o Pontífice, explicando: “Quando o homem toca o fundo do fracasso e da incapacidade, quando se despoja da ilusão de ser o melhor, ser o autossuficiente, ser o centro do mundo, então Deus estende-lhe a mão para transformar a sua noite em alvorada, a sua tristeza em alegria, a sua morte em ressurreição, o seu voltar atrás em regresso a Jerusalém, isto é, regresso à vida e à vitória da Cruz”.

Enfim, “a experiência dos discípulos de Emaús ensina-nos que não vale a pena encher os lugares de culto, se os nossos corações estiverem vazios do temor de Deus e da sua presença; não vale a pena rezar, se a nossa oração dirigida a Deus não se transformar em amor dirigido ao irmão; não vale a pena ter muita religiosidade, se não for animada por muita fé e muita caridade; não vale a pena cuidar da aparência, porque Deus vê a alma e o coração e detesta a hipocrisia. Para Deus, é melhor não acreditar do que ser um falso crente, um hipócrita!”

“A fé verdadeira é a que nos torna mais caridosos, mais misericordiosos, mais honestos e mais humanos; é a que anima os corações levando-os a amar a todos gratuitamente, sem distinção nem preferências; é a que nos leva a ver no outro, não um inimigo a vencer, mas um irmão a amar, servir e ajudar; é a que nos leva a espalhar, defender e viver a cultura do encontro, do diálogo, do respeito e da fraternidade; é a que nos leva a ter a coragem de perdoar a quem nos ofende, a dar uma mão a quem caiu, a vestir o nu, a alimentar o faminto, a visitar o preso, a ajudar o órfão, a dar de beber ao sedento, a socorrer o idoso e o necessitado. A verdadeira fé é a que nos leva a proteger os direitos dos outros, com a mesma força e o mesmo entusiasmo com que defendemos os nossos. Na realidade, quanto mais se cresce na fé e no seu conhecimento, tanto mais se cresce na humildade e na consciência de ser pequeno”.

O Papa terminou a homilia com uma lembrança: “Deus só aprecia a fé professada com a vida, porque o único extremismo permitido aos cristãos é o da caridade. Qualquer outro extremismo não provém de Deus nem lhe agrada”.

E um pedido: “Não tenham medo de amar a todos, amigos e inimigos, porque, no amor vivido, está a força e o tesouro do crente”.

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Ação Católica Italiana comemora 150 anos com o Papa na Praça

O domingo (30/04) começou cedo na Praça São Pedro com a chegada, a partir das 7h, de milhares de membros da Ação Católica Italiana para participar de um evento em que comemoram 150 anos da associação. 70 mil pessoas coloriram a Praça e todas as redondenzas do Vaticano, segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé.

#AC150 Futuro Presente’ foi o título do encontro feito de música, reflexão, testemunhos e orações. “Uma ocasião única para recordar com gratidão a história que nos precedeu, agradecer por este tempo extraordinário que nos é oferecido agora e projetar um futuro ainda mais bonito”, como definido pela ACI.

Depois de uma estensa volta com o papamóvel, o Pontífice entrou na Praça às 11h e foi recebido pelo aplauso da multidão e por saudações do Presidente da Ação Católica Italiana, Matteo Truffelli, e do Assistente Eclesiástico Geral, Dom Gualtiero Sigismondi, bispo de Foligno, centro da Itália. Depois, foi a vez de Francisco se dirigir aos presentes.

O Pontífice começou lembrando o nascimento da ACI, a partir do sonho de dois jovens, Mario Fani e Giovanni Acquaderni, que se tornou um caminho de fé para muitas gerações e vocação de santidade para tantos jovens e adultos que hoje vivem como felizes testemunhas do amor de Jesus no mundo.

“É uma história bonita e importante de homens e mulheres de todas as idades e condições que apostaram no desejo de viver juntos o encontro com o Senhor, independentemente de sua posição social, preparação cultural e local de proveniência. Com seu esforço e competências, contribuem para construir uma sociedade mais justa, fraterna e solidária. É uma história de paixão pelo mundo e pela Igreja: figuras luminosas de fé exemplar, que servem o país com generosidade e coragem”, elogiou Francisco.

“No entanto, ter uma história bonita não serve para se olhar no espelho ou sentar-se comodamente na poltrona!, ressalvou. “Encorajo vocês a prosseguirem como um povo de discípulos-missionários, como nos ensinaram grandes testemunhas de santidade que marcaram o caminho de sua associação: Giuseppe Toniolo, Armida Barelli, Piergiorgio Frassati, Antonietta Meo, Teresio Olivelli e Vittorio Bachelet”.

Em seguida, Francisco convidou os membros da ACI a enraizarem sua experiência apostólica nas paróquias, que são “o âmbito da escuta da Palavra, do crescimento da vida cristã, do diálogo, do anúncio, da caridade generosa, da adoração e da celebração”.

“Que a sua pertença à diocese e à paróquia se encarne ao longo das ruas das cidades, dos bairros e dos países. E assim como nos últimos 150 anos, sintam a responsabilidade do serviço à caridade, o engajamento político, a paixão educativa e a participação no debate cultural. Ampliem seus corações, sejam viandantes da fé para acolher, escutar e abraçar todos, especialmente os pobres, aqueles que foram feridos pela vida e se sentem abandonados e buscam abrigo em nossas casas e cidades”.

Enfim, o pedido para serem abertos a quem os circunda:
“Busquem sem medo o diálogo com quem vive a seu lado, pensa diferente, mas como vocês, quer a paz, a justiça e a fraternidade. É no diálogo que se pode planejar um futuro comum”, terminou o Papa.

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Jovens se encontram em Aparecida

Depois de uma interrupção de mais 15 anos, Jovens de todo o Brasil fazem a Romaria Nacional da Juventude a Aparecida (SP), neste sábado e domingo, reforçando uma tradição iniciada na década de 80. Nesse ano, o tema é “Maria e a Doutrina Social da Igreja”.

Segundo Pe. Antonio Ramos do Prado, Assessor Nacional da Pastoral Juvenil da CNBB: “As juventudes de vários lugares do Brasil vinham rezar nos pés da Mãe Aparecida. Entre agradecimentos e pedidos os jovens fortaleciam a sua fé”

A retomada desta iniciativa foi em 2016, no contexto do Projeto Rota300 (jubileu de Nossa senhora Aparecida), numa parceria entre a Pastoral Juvenil da CNBB e Santuário de Aparecida.

O objetivo desta Romaria, segundo Padre Antônio, é cultivar a devoção Mariana e oferecer aos jovens uma formação permanente através das catequeses ministradas por meio dos 18 Bispos Referenciais da Juventude.

Segundo o assessor da Pastoral Juvenil, hoje as expressões juvenis que compõem os Setores Diocesanos de Juventude do Brasil participam intensamente desse espaço de Evangelização.

Programação

A estrutura da Romaria Nacional da Juventude é composta de 3 partes, com duração de dois dias: Na Parte 1, haverão tendas de catequese com os 18 bispos referenciais da juventude. As tendas trabalham a temática de cada Romaria.

Os bispos também trabalharão o DOCAT em sintonia com o tema da Romaria da Juventude. Nesse ano, haverá uma tenda comemorativa dos 10 anos do Documento Evangelização da Juventude, 10 anos dos Lectionautas e 10 anos do Documento de Aparecida.

A parte 2 conta contará com um Show católico e Vigília. Na noite do primeiro dia vários cantores se apresentam no palco central (externo) do Santuário de Aparecida. Após ó show, haverá exposição do Santíssimo, pregação, testemunhas de jovens e bênçãos.

Neste domingo, realiza-se a Parte 3, com concentração dos jovens a partir das 6h da manhã para a caminhada com Maria, cuja encerramento será dentro do Santuário com missa e envio. Dentro da Romaria Nacional da Juventude, dia 30 de abril, acontecerá o primeiro Encontro Nacional de Grupos Jovens Paroquiais.

 

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