Papa: a misericórdia abre a porta da mente e do coração

“A misericórdia é a pedra angular na vida de fé”: palavras do Papa que antecederam a oração mariana do Regina Caeli neste II domingo de Páscoa, dedicado à Divina Misericórdia.

Aos milhares de fiéis reunidos na Praça S. Pedro, Francisco explicou que este domingo, na tradição da Igreja, era chamado “in albis” (alba). A expressão evocava o rito do batismo na Vigília de Páscoa e veste branca ofertada para a ocasião. No passado, esta veste era usada por uma semana, até o domingo in albis, quando era retirad, e os neófitas iniciavam sua nova vida em Cristo e na Igreja. Já no Jubileu do Ano 2000, São João Paulo II teve “a belíssima intuição” de dedicar o II domingo de Páscoa à Divina Misericórdia.

A misericórdia se apresenta como perdão dos pecados

No dia da ressurreição de Jesus, a misericórdia se apresenta como perdão dos pecados, como narrado no Evangelho deste domingo. Cristo diz aos seus discípulos: “A quem perdoardes os pecados eles lhes serão perdoados”; e transmitiu à sua Igreja, como primeira tarefa, a missão de levar a todos o anúncio concreto do perdão.

A misericórdia abre a porta da mente

A experiência da misericórdia, acrescentou o Papa, abre a porta da mente para compreender melhor o mistério de Deus e da nossa existência pessoal. “Faz entender que a violência, o rancor, a vingança não têm qualquer sentido, e a primeira vítima é quem vive desses sentimentos, porque se priva da própria dignidade.”

A misericórdia abre a porta do coração

Francisco ressaltou que a misericórdia abre também a porta do coração e permite expressar a proximidade sobretudo aos que estão sós e marginalizados, porque os faz sentir irmãos e filhos de um só Pai. “A misericórdia aquece o coração e o torna sensível às necessidades dos irmãos com a compartilha e a participação. A misericórdia, enfim, compromete todos a serem instrumentos de justiça, de reconciliação e de paz. Jamais nos esqueçamos que a misericórdia é a pedra angular na vida de fé, e a forma concreta com a qual damos visibilidade à ressurreição de Jesus.”

Devotos da Divina Misericórdia

Ao final da oração do Regina Caeli, o Papa saudou de modo especial os devotos da Divina Misercórdia, e recordou a beatificação em Oviedo, na Espanha do Pe. Luis Antonio Rosa Ormières. Francisco agradeceu e retribui os votos de feliz Páscoa que recebeu de milhares de fiéis.

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Domingo da Divina Misericórdia: “Coração de Jesus eu confio em vós”

A primeira leitura deste domingo nos relata a vida dos primeiros cristãos. Ela está estruturada sobre quatro colunas: o ensinamento dos apóstolos, a partilha dos bens, a partilha do pão ou Eucaristia e as orações em comum.

O ensinamento dos apóstolos ou catequese provocava nos discípulos uma mudança de vida. A fé na palavra de Deus, revelada por e em Jesus Cristo, agora era explicada pelos apóstolos, e os cristãos deixavam de ser simples cidadãos, para com suas vidas, testemunharem Jesus Cristo. Esse testemunho veremos concretamente nas outras três colunas.

Se acreditavam em Jesus Cristo, elas criam que Deus era Pai de todos e isso os levava a um sentimento de radical fraternidade, daí a partilha de bens, a renúncia à propriedade particular, onde tudo é, livremente, colocado em comum e distribuído de acordo com as necessidades pessoais. Com isso não existe mais pobres.

A partilha do pão celebrava a memória de Jesus que partilhou sua vida. Assim, se reuniram para realizar o gesto e o mandamento de Jesus: “Fazei isso em minha memória de mim”.

O Senhor estava presente no meio deles de modo eucarístico e era partilhado como alimento, como sustento para o dia a dia.
Finalmente a Comunidade também se reunia para louvar o Senhor e, certamente, rezar o Pai-Nosso.

O autor dos Atos nos fala ainda que esse estilo de vida simples, fraterno e temente a Deus, suscitava a adesão de outras pessoas a fazerem parte do grupo dos amigos de Jesus.

Peçamos ao Senhor que nossa vida de batizados, de homens e mulheres que creem em Jesus, seja fiel à nossa profissão de fé.

Para isso vale que cada noite nossa consciência diante do Senhor nos diga até onde vivemos nossa fé, se fomos capazes de partilhar nossos bens, nosso tempo, nossa atenção, nossa capacidade de ajudar o outro.

A partilha do pão eucarístico da vida que é Jesus deverá refletir o meu dia, meu ato de partilhar os bens que geram vida, com aquele irmão ou irmã, aquele próximo que é carente deles. Feliz Páscoa!

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos)

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Congregação pede orações pela saúde da Irmã Miria Kolling

A Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria – Província Nossa Senhora Guadalupe – pede orações pela saúde da Irmã Miria T. Kolling. A religiosa sofreu um leve infarto e está internada no Hospital Santa Virgínia, em São Paulo (SP).

Na quarta-feira, 19 de abril, Irmã Miria sentiu dores no peito, sendo internada no dia seguinte. Após ser diagnosticado o infarto, a religiosa foi submetida a um procedimento de cateterismo. Ela continua internada e aguarda as condições favoráveis para ser submetida a uma cirurgia de angioplastia. Por orientação médica, as visitas estão proibidas.

Irmã Miria Kolling é um dos grandes nomes da música católica. Com 77 anos, sendo 46 de caminho musical, a religiosa da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria publicou mais de 600 obras musicais, abrangendo Missas, catequese, hinos diversos e outros cantos. A religiosa também é escritora com especial dedicação às orientações sobre canto e liturgia. Incansável, viaja o Brasil e o exterior, dinamizando cursos de liturgia e canto.

“Unamo-nos em oração pelo dom da saúde e recuperação da nossa querida Irmã Miria”, pede nota oficial da congregação.

 Biografia

Irmã Miria Therezinha Kolling é religiosa da Congregação do Imaculado Coração de Maria. Nascida em Dois Irmãos, Rio Grande do Sul – Brasil,desde cedo aprendeu na família a amar e cultivar a música. Na Congregação teve oportunidade de aprofundar seus estudos musicais.

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“Crianças Mártires de Tlaxcala” serão proclamadas Santas em outubro

No Consistório Ordinário Público de 20 de abril foram anunciadas as canonizações não somente dos mártires do Rio Grande do Norte e dos Pastorzinhos de Fátima, mas também das “Crianças Mártires de Tlaxcala”.

As “Crianças Mártires de Tlaxcala”

Cristobal, Antonio e Juan, as “Crianças Mártires de Tlaxcala”, assassinadas por ódio à fé no México, entre 1527 e 1529, também serão canonizados em 15 de outubro próximo, no Vaticano. Os três haviam sido beatificados em 6 de maio de 1990, na Basílica de Guadalupe, na Cidade do México, por São João Paulo II.

Cristóbal nasceu em Atlihuetzia, no atual Estado mexicano de Tlaxcala, então Virreinato de Nueva España. Era filho do Cacique Acxotecatl.

Sua educação deveu-se ao trabalho evangelizador que os frades franciscanos realizavam na região, entre os anos 1524 e 1527.

Depois de receber o Batismo, influenciou sua família para um caminho de conversão, o que provocou uma reação raivosa de seu progenitor.

Não conseguindo recuperar-se das queimaduras e golpes sofridos de seu pai, Cristóbal morreu aos 12 anos. Seu corpo foi enterrado no antigo Convento de São Francisco, atual Catedral de Nossa Senhora da Assunção, em Tlaxcala.

Antonio e Juan, por sua vez, nasceram em Tizatlán, região de Taxcala. Assim como Cristóbal, foram educados inicialmente pelos franciscanos, e mais tarde pelos dominicanos.

Os dois tentaram erradicar a adoração aos ídolos em seu povoado e nas aldeias vizinhas. Ao serem descobertos por moradores de Cuautinchán, em Puebla, tentando por fim à idolatria, foram golpeados até a morte por vingança. (JE)

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Fundador das irmãs do Santo Anjo da Guarda será beatificado na Espanha

Será beatificado este sábado 22 de abril, em Oviedo, Espanha, o sacerdote Luis Antonio Rosa Ormières (1809-1890), fundador das religiosas do Santo Anjo da Guarda. A celebração será presidida pelo Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, representando o Santo Padre.

O Padre Ormières nasceu em 14 de julho de 1809 em Quillán, pequena cidade dos Pireneus franceses do Departamento de Aude, em plena época pós-Revolução Francesa. Sua família era profundamente cristã. Em casa recebeu com atenção e carinho os primeiros ensinamentos que marcaram o seu carácter. Segundo o testemunho de parentes e amigos, herdou do pai “um ânimo sincero e leal, uma grande inteligência” e uma natureza “muito engenhosa e jovial, devido a qual encontrava sempre anedotas e brincadeiras para que todos rissem”; e da mãe “uma fé profunda”, juntamente com uma formação religiosa sólida e o gosto pela leitura.

Estudou no Seminário de Carcassome. Logo seus Superiores descobriram nele uma decidida vocação pedagógica, sendo então nomeado professor do Seminário Maior. Em 21 de dezembro de 1833, aos 24 anos, recebeu a ordenação sacerdotal.

Padre Luís Ormières não é erudito, nem um teórico. É um sacerdote sensível que conhece a realidade de seu tempo, interpretando-a à luz do Evangelho. É um homem de ação e fiel, mostrando-se sensível e obediente à inspiração celeste.

Sente o chamado para cuidar da educação das crianças, carentes de cultura e de uma formação cristã. Disto nasce todo o seu esforço, deixando-se ajudar por religiosas, que ao seu lado entregam-se generosamente a esta missão. Como educador demonstra esmerada dedicação à formação de crianças e jovens, sobretudo aos provenientes do campo. Estava convencido de que onde estão pobres, lá deve estar a Igreja.

Foi um verdadeiro perito em “humanidade”. Nele as ideias tornavam-se projetos. Fez da sua inteligência um instrumento de apostolado, graças também a uma propensão particular em perceber os aspetos essenciais das questões e a uma disponibilidade especial para se ocupar das dificuldades dos outros. Era muito sensível à amizade, porque a considerava parte de uma experiência essencial de fé. Sempre colocou os interesses dos demais acima dos seus, mesmo com o risco da própria vida, como demonstrou sua entrega aos afetados pela epidemias em Camus (1838 e 1845).

Padre Luis Antonio Rosa Ormières fez da escola o lugar privilegiado para ajudar cada indivíduo a realizar-se segundo o dom recebido de Deus. Comprometido pessoalmente no campo educativo, foi o fundador das religiosas do Santo Anjo da Guarda. O sacerdote faleceu em 1890.

(JE com L’Osservatore Romano)

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