Igreja na Alemanha confirma ajuda em prol da Nigéria

O Presidente da Comissão Internacional para a Igreja da Conferência Episcopal Alemã, Dom Ludwig Schick, Arcebispo de Bamberg, está fazendo uma visita de solidariedade à Nigéria, iniciada na última segunda-feira (17/04) até o próximo domingo (23/04).

Este país da África Ocidental foi escolhido este ano pela iniciativa da Conferência Episcopal Alemã intitulada “Solidariedade aos cristãos perseguidos e oprimidos em nosso tempo”, informa a Agência Sir.

No centro e no nordeste da Nigéria, os povos sofrem os conflitos entre muçulmanos e cristãos, perpetrados pelo terror de matriz fundamentalista islâmica Boko Haram.

Dom Ludwig visitará a Arquidiocese de Jos na região de Middle Belt, afetada continuamente, nos últimos anos, por ataques terroristas.

O Arcebispo de Jos, Dom Ignatius Kaigama, promove continuamente o diálogo cristão-islâmico. A sua amizade com os dignitários islâmicos da região contribuiu várias vezes para desarmar os conflitos entre cristãos e muçulmanos.

Dom Kaigama junto com o emir muçulmano Kanam foram hospedados, em 2015, pelos bispos alemães a fim de analisar os progressos do diálogo entre cristãos e muçulmanos.

Em sua visita à Nigéria, Dom Ludwig fará uma série de encontros com os fiéis nas paróquias atingidas por ataques terroristas e que contam vários mártires, comprometidas na libertação de vários cristãos sequestrados e reduzidos à escravidão.

(MJ)

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Papa no Egito: mudança de local pra missa no Cairo, com mais lugares e segurança

Na próxima segunda-feira (24), na Sala de Imprensa da Santa Sé, o diretor Greg Burke vai apresentar o programa da viagem apostólica do Papa Francisco ao Egito. A visita está confirmada para os dias 28 e 29 de abril.

Do Egito, os organizadores da viagem anunciam mudança de logística para a missa do Pontífice que será celebrada para a comunidade católica do país no sábado, 29 de abril, no Cairo. Segundo o bispo de Luxor e presidente do Comitê Organizador da visita, Dom Emmanuel Bishay, “de uma sala coberta próxima ao Estádio do Cairo se passou para o Estádio da Aeronáutica Militar”.

Em entrevista à agência de notícias Sir, Dom Emmanuel explica sobre a escolha do local que deve oferecer algumas vantagens: “a primeira é um número maior de lugares para os fiéis, de 18 mil para 25 mil lugares disponíveis. E isso nos permite responder a tantos pedidos dos fiéis de participar da missa. Por ser um local militar, oferece ainda mais garantias de segurança. E, por estar fora do centro da cidade, oferece também mais vantagens para mobilidade e estacionamento. De fato, esperamos muitos ônibus de diferentes partes do Egito”, finalizou o prelado. (Sir/AC)

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Canonizações: Alegria e gratidão da Igreja portuguesa

O Reitor do Santuário de Fátima, Padre Carlos Cabecinhas, destacou na quinta-feira a importância da canonização do dois pastorzinhos, Francisco e Jacinta, durante a viagem que o Papa fará à Portugal nos dias 12 e 13 de maio.

Em um comunicado divulgado após o anúncio da decisão de Francisco, Pe. Cabecinhas mostrou sua “profunda gratidão” a Deus e ao Papa.

O Reitor do Santuário destacou ademais, o fato de que a canonização se realize durante a visita do Santo Padre ao Santuário – visto que ali estão as relíquias dos dois irmãos que serão canonizados – e em coincidência com o centenário das aparições da Virgem, em 1917.

O Bispo de Leiria-Fátima, Dom Antonio Marto – por sua vez – acolheu o anúncio do Vaticano com “imensa alegria”.

O presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, também manifestou-se sobre o anúncio da canonização.

“O presidente da República saúda e felicita a comunidade católica, crente em Fátima, pela decisão de canonização de Jacinta e Francisco Marto, que, certamente, conhecerá na próxima visita do Papa Francisco o culminar de um longo processo eclesiástico”, assinala a nota divulgada pela Presidência.

Marcelo Rebelo de Sousa vai receber o Papa a 12 de maio, na Base Aérea de Monte Real, Leiria. Às 16h35, está previsto um encontro privado com o Pontífice.

Francisco (1908-1919) e Jacinta (1910-1920), que junto com sua prima Lúcia – que tornou-se religiosa – tiveram visões de Nossa Senhora na Cova da Iria, foram beatificados por São João Paulo II em 13 de maio do ano 2000, em Fátima.

Os dois são os mais jovens beatos não-mártires da história da Igreja Católica. A festa litúrgica dos beatos portugueses é celebrada pela Igreja em 20 de fevereiro.

A Irmã Lúcia faleceu em 2005 e seu processo de beatificação também foi aberto.

A canonização é a confirmação, por parte da Igreja, que um fiel católico é digno de culto público universal (no caso dos beatos, o culto é diocesano) e de ser dado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.

(com Agência Eclesia)

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Evento na praia recorda oito anos da morte de surfista carioca

No dia 1º de maio, um evento campal na Praia do Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro, irá recordar os oito anos da morte do Servo de Deus Guido Schäffer, médico e surfista carioca, que está em processo de beatificação e canonização.

A abertura será às 8h, com bênção das pranchas pelo Arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta. Em seguida, começa a Adoração ao Santíssimo Sacramento, momento em que Guido sempre entregava as graças e pedidos a Deus. Às 10h, será realizada a Santa Missa, presidida por Dom Roberto Lopes, delegado para a Causa dos Santos no Rio de Janeiro, com a presença dos padres amigos do jovem.

No fim do evento, será formada uma roda de oração no mar e um surfe comemorativo vai lembrar as últimas ondas que Guido dropou antes de partir para junto de Deus. No local, também haverá o Espaço Guido Schäffer, um lounge com a exposição sobre a vida do Servo de Deus.

O jovem tinha como virtudes a caridade e o carinho com os mais necessitados. Por isso, neste ano, será feita a arrecadação de alimentos não perecíveis para a Casa do Padre, instituição que acolhe os sacerdotes idosos da Arquidiocese do Rio.

Na data, 1º de maio, também se comemora o Dia do Trabalho. A celebração vai lembrar a dedicação de Guido às funções que desempenhou com dedicação em vida: a Medicina e a preparação para o sacerdócio. É também o primeiro dia do mês de Nossa Senhora, de quem o jovem era extremamente devoto.

Segundo a mãe de Guido, Maria Nazareth Schäffer, o evento será um momento de evangelização para quem lá estiver. “Como pede o Papa Francisco, é sair e ir ao encontro do outro, exatamente o que Guido gostava de fazer. Muitas vezes, evangelizou na praia, entre uma onda e outra. O mar era para ele um local de encontro também com Deus”, disse.

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Encontrar-se consigo e com o outro

O mundo vive em busca de modos que conduzam o homem ao autoconhecimento. Esta busca de si mesmo é inerente à condição humana desde os primórdios. É condição necessária ao homem o conhecer-se, pois por meio do conhecimento, se diferencia das outras espécies. A experiência de se conhecer faz com que atinja o sentido essencial de seu existir. Este processo de autoconhecimento pode ser definido como Educação.

Na busca do autoconhecimento uma pergunta tem lugar central: o que é o homem? Esbarramos em muitas interrogações acerca desta questão. Indagar-se sobre o que é o homem é um desafio oriundo de um mundo cheio de diversidades, onde homens, que geneticamente e fisicamente, ao que tudo indica são semelhantes, são completamente diferentes uns dos outro. Esta diferença faz do homem um ser racional e pensante, que se pergunta pela essência e que o une à condição humana. Cada pessoa é única. Por isso, qualquer definição que se queira dar ao homem, não vai além de um esboço da natureza humana. Pode-se falar de sua racionalidade, da imortalidade de sua alma ou de sua união substancial com o corpo, de sua dimensão política e econômica etc. No entanto, o sentido de existência, permanece indefinível.

É preciso analisar a condição do homem a partir do meio que o cerca. Uma análise, não com a pretensão final de defini-lo, mas de ressaltar o que há de semelhante no homem inserido em culturas diversas. Não se trata de uma teoria especulativa, mas de uma análise da cultura humana. Que saberíamos sobre o homem sem essas fontes de informações que vem da cultura? Ficaríamos dependentes dos dados da nossa vida pessoal ou da visão fragmentada e dispersa?

Somente a Educação pode juntar e completar a imagem sugerida por esses dados introspectivos. Seria a Educação o processo de montagem de um grande quebra cabeça que revelará o todo formado por cada peça. Poderíamos apelar para métodos mais objetivos. Poderíamos fazer experiências psicológicas e coletar dados estatísticos, mas nossa imagem do homem continuaria sendo inerte, fragmentada e dispersa, sem forma e sem cor, se não for levada em conta a força criadora que a Educação exerce em sua vida individual e coletiva e no desvelamento do que é o homem a partir de sua cultura.

A filosofia vem questionar o homem, que influenciado pelo seu habitat, pode se tornar bom, ou ruim, aproveitando toda sua potencialidade. Isto é porque o homem, ser racional, pode transformar sua cultura, fazendo com que ela se expanda ou se aniquile. Isso dependerá do seu tipo de educação.

A Igreja, sempre esteve preocupada com a reflexão acerca da Cultura. Por isso, o conceito de enculturação é valorizado ao pensar a ação missionária e formativa. A enculturação não deve ser compreendida somente como adaptação, mas como um encontro com a cultura do outro, no entendimento profundo do conceito, de forma que ele possa penetrar sem causar desconfianças. Papa Paulo VI (1975) já tinha essa preocupação e expressou na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi: “Entre evangelização e promoção humana, desenvolvimento, libertação, existem de fato laços profundos: laços de ordem antropológica, dado que o homem que há de ser evangelizado não é um ser abstrato, mas é sim um ser condicionado pelo conjunto dos problemas sociais e econômicos. (EN 31)”

A enculturação é uma reinterpretação do agir missionário e do agir formativo, que não mais se colocam como quem chega de fora para iluminar a realidade alheia. Eles precisam estar convencidos de que também podem ser iluminados pelas histórias daqueles a quem pretende evangelizar e formar. O anuncio de Jesus é pleno e misericordioso. Portanto, não podemos, em nome de Jesus, desfazer dos sentimentos e vivências do outro.

Podemos compreender a enculturação como um processo hermenêutico. Anunciar a mesma verdade, sem tirar dela uma só gota, mas anunciar de formas diferentes, quantas vezes necessitarem. Papa Paulo VI na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi também afirmou:não admite circunscrever a sua missão apenas ao campo religioso, como se desinteressasse dos problemas temporais do homem; mas reafirmando sempre o primado da sua vocação espiritual, ela recusa-se a substituir o anúncio do reino pela proclamação das libertações puramente humanas e afirma que a sua contribuição para a libertação ficaria incompleta se ela negligenciasse anunciar a salvação em Jesus Cristo (EN 34).

João experimentou isso na prisão ao escrever o Apocalipse. O próprio Jesus assim o fez lançando mão das Parábolas. Através da cultura é possível chegar ao sentido simbólico presente e unificador de todos os homens. O homem necessita do uso simbólico para se afirmar e se conhecer. O simbólico é necessário à condição humana. O catecismo da Igreja católica diz que na vida humana, sinais e símbolos ocupam um lugar importante. Sendo o homem um ser ao mesmo tempo corporal e espiritual, exprime e percebe as realidades espirituais por meio de sinais e de símbolos materiais. Como ser social, o homem precisa de sinais e de símbolos para comunicar-se com os outros, pela linguagem, por gestos, por ações. Vale o mesmo para sua relação com Deus.

Seja qual for a cultura em que o homem nasça, estará presente sua necessidade de se afirmar. Ele buscará sempre um sentido para sua permanência. Sentido no qual terá sempre representação simbólica, que será seu alimento em relação à vida sempre misteriosa à qual pela educação deve ser dinamizada, repensada, criada e recriada.

O Documento de Aparecida apresenta (DA 476) essa possibilidade de redimensionamento e chama atenção para “o modo particular com que os homens e os povos cultivam sua relação com a natureza e com seus irmãos, consigo mesmos e com Deus, a fim de conseguir uma existência plenamente humana” (DA 476). Há insistência em apresentar a preocupação da Igreja com a enculturação. “Vemos com esperança o processo de enculturação discernido à luz do Magistério” (DA 94). Continua o Documento: “com a enculturação da fé a Igreja se enriquece com novas expressões e valores, manifestando e celebrando cada vez melhor o Mistério de Cristo, conseguindo unir mais a Fé com a vida”. (DA 479). Assim também deve acontecer em todos os espaços educativos.

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