Papa Francisco e Bartolomeu I juntos no Egito

Depois da Terra Santa, Assis, do encontro de oração nos Jardins Vaticanos com Mahmoud Abbas e Shimon Peres, a visita aos refugiados na Ilha grega de Lesbos, agora é a vez da histórica viagem ao Egito.

O Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, anunciou no Domingo de Páscoa que espera estar ao lado do Papa Francisco na Universidade de Al-Azhar, no Cairo, em 28 de abril próximo.

Após a celebração da Páscoa na Catedral de São Jorge, em Istambul, Bartolomeu I mostrou aos jornalistas uma carta escrita à mão enviada pelo Francisco por ocasião da Páscoa, onde destaca a “fraterna amizade” que une os dois líderes cristãos. “Agradeço pela tua amizade e espero encontrar-te em breve”, disse Francisco.

“A ocasião poderá estar muito próxima. Fui convidado pela Universidade de Al-azhar no Cairo, de modo que em 28 de abril poderei estar com Francisco”, afirmou o Patriarca, ressaltando que já se reuniu com Francisco em seis ocasiões, desde que foi eleito à Cátedra de Pedro em março de 2013.

A presença no Egito dos dois líderes cristãos mais representativos – junto com Kirill – seria uma demonstração forte de apoio e proximidade aos cristãos no Egito, vítimas de perseguições e atentados. Eles deverão encontrar o Patriarca da Igreja Copta Tawadros II, abraçando desta forma todos os cristãos do país.

Já a oração comum em Al-Azhar – centro teológico referencial do Islã sunita – ao lado do Grão Mufti Ahmed Al-Tayyeb, servirá para lançar uma ulterior mensagem comum de paz e tolerância entre islamismo e cristianismo, e condenar o uso da religião e do nome de Deus para justificar a violência.

A viagem do Papa Francisco ao Egito foi confirmada após os dois atentados no Domingo de Ramos contra igrejas em Tanta e Alexandria. Por motivos de segurança, o programa não traz detalhes de locais e hora dos encontros que Francisco manterá com o Presidente do país, Abdel Fattah al Sisi, com o Grão Imame de Al-Azhar Ahmed Al-Tayyeb e com o Patriarca da Igreja Copta, Tawadros II.

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Nota da CNBB, OAB e Conselho de Economia

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Federal de Economia (COFECON) emitiram, nesta quarta-feira, 19, nota conjunta com o posicionamento das três entidades sobre a reforma da Previdência – PEC 287/2016.

O documento reitera a posição das entidades de que nenhuma reforma que afete direitos básicos da população pode ser formulada sem a devida discussão com o conjunto da sociedade e suas organizações: a Reforma não pode ser aprovada apressadamente, nem colocar os interesses do mercado financeiro e as razões de ordem econômica acima das necessidades da população e os valores ético-sociais e solidários são imprescindíveis na busca de solução para a Previdência. Estiveram presentes na assinatura da nota o secretário-geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner; o presidente da OAB, Cláudio Lamachia; e o presidente do Cofecon, Júlio Miragaya.

Leia a nota na íntegra:

POR UMA PREVIDÊNCIA SOCIAL JUSTA E ÉTICA
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, a Ordem dos Advogados do Brasil-OAB e o Conselho Federal de Economia-COFECON, conscientes da importância da Previdência Social para o povo brasileiro, e preocupados com a proposta de reforma encaminhada pelo Executivo ao Congresso Nacional, vêm, conjuntamente, reiterar sua posição sobre a Reforma da Previdência-PEC 287/2016.

Nenhuma reforma que afete direitos básicos da população pode ser formulada, sem a devida discussão com o conjunto da sociedade e suas organizações. A Reforma da Previdência não pode ser aprovada apressadamente, nem pode colocar os interesses do mercado financeiro e as razões de ordem econômica acima das necessidades da população. Os valores ético-sociais e solidários são imprescindíveis na busca de solução para a Previdência.
As mudanças nas regras da Seguridade Social devem garantir a proteção aos vulneráveis, idosos, titulares do Benefício de Prestação Continuada-BPC, enfermos, acidentados, trabalhadores de baixa renda e trabalhadores rurais. Atenção especial merecem as mulheres, particularmente na proteção à maternidade.

Sem números seguros e sem a compreensão clara da gestão da Previdência, torna-se impossível uma discussão objetiva e honesta, motivo pelo qual urge uma auditoria na Previdência Social. Não é correto, para justificar a proposta, comparar a situação do Brasil com a dos países ricos, pois existem diferenças profundas em termos de expectativa de vida, níveis de formalização do mercado de trabalho, de escolaridade e de salários. No Brasil, 2/3 dos aposentados e pensionistas recebem o benefício mínimo, ou seja, um salário mínimo e 52% não conseguem completar 25 anos de contribuição.

A PEC 287 vai na direção oposta à necessária retomada do crescimento econômico e da geração de empregos, na medida em que agrava a desigualdade social e provoca forte impacto negativo nas economias dos milhares de pequenos municípios do Brasil.

É necessário que a sociedade brasileira esteja atenta às ameaças de retrocesso. A ampla mobilização contra a retirada de direitos, arduamente conquistados, perceptível nas últimas manifestações, tem forçado o governo a adotar mudanças. Possíveis ajustes necessitam de debate com a sociedade para eliminar o caráter reducionista de direitos.

As entidades infra firmadas convidam seus membros e as organizações da sociedade civil ao amplo debate sobre a Reforma da Previdência e sobre quaisquer outras que visem alterar direitos conquistados, como a Reforma Trabalhista. Uma sociedade justa e fraterna se fortalece, a partir do cumprimento do dever cívico de cada cidadão, em busca do aperfeiçoamento das instituições democráticas.

Brasília, 19 de abril de 2017.
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB
Ordem dos Advogados do Brasil-OAB
Conselho Federal de Economia-COFECON

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CELAM cria “Red Clamor”, um apoio aos migrantes, refugiados e vítimas do tráfico

O Departamento Justiça e Solidariedade do CELAM (DEJUSOL), criou oficialmente nos dias passados a “Red Clamor”, isto é, a Rede Latino-americana e do Caribe para a Pastoral de Migrantes, Refugiados e vítimas do tráfico.

O organismo, fruto de um trabalho que durou quatro anos, reúne grande parte das organizações de mobilidade humana da Igreja Católica da América Latina e do Caribe.

A cerimônia que selou a criação da nova entidade foi realizada em Santiago de Caballeros, República Dominicana.

Os membros da rede

Satisfação pela novidade foi expressa pelo Presidente do Dejusol, Dom Gustavo Rodríguez, que sublinhou “o entusiasmo dos participantes do projeto”, que “realiza um sonho e dá esperança ao futuro deste tipo de Pastoral”.

Entre os membros da Rede estão os escalabrinianos, o Jesuit Refugee Service, diversos Departamentos da mobilidade humana das Conferências Episcopais Latino-americanas (República Dominicana, Guatemala, Haiti, Chile), além de numerosas Congregações Religiosas.

Sinal de esperança

O Presidente da Pastoral Social da República Dominicana, Dom Julio Corniel, reiterou que “a Red Clamor” representa a consolidação de linhas concretas para o trabalho com os migrantes, para unificar os seus critérios, sentirem-se apoiados e unidos na busca de soluções aos problemas que se apresentam. Sem dúvida, a Rede é um grande sinal de esperança”.

Situações terríveis dos migrantes

No mesmo sentido, o Diretor do Secretariado Caritas da América Latina e do Caribe, Padre Francisco Hernández, afirmou que “a migração é um tema fundamental, pois é um dos maiores problemas no mundo. Por isto, nos sentimos profundamente comprometidos em trabalhar como comunhão eclesial, em que a diversidade de esforços e de experiências nos permite de proceder em modo concreto em favor dos migrantes que experimentam situações terríveis”.

Reconhecer dignidade dos migrantes

A “Red Clamor”, por fim, deseja ser “um hospital de campanha em que os migrantes, os deslocados, os refugiados e as vítimas do tráfico possam ser acolhidos, protegidos e cuidados, reconhecidos em sua dignidade e ajudados a integrar-se nas comunidades de acolhida”.

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Francisco e Bartolomeu I juntos no Egito pela paz

O Patriarca Ecumênico Bartolomeu I estará no Cairo nos dia 28 e 29 de abril, a convite do Grão Imame da Universidade de al-Azhar, Ahmed al-Tayyeb. Ao lado do Papa Francisco, os dois líderes cristãos participarão da Conferência Internacional sobre a Paz promovida na capital egípcia.

Não obstante as dificuldades internacionais e os recentes atentados contra a comunidade copta, o diálogo ecumênico e inter-religiosa prossegue com determinação.

Na terça-feira (19/04), um ataque contra uma barreira da polícia montada nas proximidades do Mosteiro ortodoxo de Santa Catarina, aos pés do Monte Sinai, provocou a morte de um policial. A ação foi reivindicada pelo autoproclamado Estado Islâmico.

Sobre o significado da presença de Francisco e Bartolomeu no Cairo, ouçamos o que diz o Arquimandrita Athenagoras Fasiolo, delegado do Metropolita ortodoxo da Itália:

“Acredito que as duas maiores Igrejas cristãs, as duas maiores famílias do cristianismo, são testemunhas comuns de um plano de paz que ultrapassa os vínculos políticos, econômicos, mesmo das superpotências consideradas cristãs, que muitas vezes, junto com o Ocidente, permanecem em silêncio diante destes fatos””

RV: Existe algum risco de que esta unidade e esta força no querer alcançar a paz possam provocar uma intensificação das reações opostas, daqueles que, pelo contrário, não querem a paz, como ocorreu nestes recentes atentados que se seguiram ao anúncio da visita do Papa Francisco ao Egito?

“Acredito que todas as religiões tenham como primeiro dever, ensinar aos próprios fiéis, aos próprios discípulos, o que entendemos por paz. Paz não é nunca a supremacia de um sobre os outros; isto não é paz. Paz não é nunca uma paz imposta, não é nunca uma submissão aos desejos de uns sobre os outros. Paz é coordenar, trabalhar juntos para encontrar uma via comum, satisfatória, justa, que possa garantir uma vida correta, isto é, na sua totalidade. Ora, não devemos ter medo de dizer que existem grupos enlouquecidos, porém acredito que como aconteceu em dois mil anos de história cristã em que se entendeu como se devia viver a fé, acredito que outras famílias religiosas deverão fazer o mesmo. Não podemos, na minha opinião, salvar-nos sozinhos; devemos salvar-nos juntos, uns com os outros: cristãos com cristãos, cristãos juntos aos fiéis de outras religiões”.

RV: Este diálogo ecumênico e inter-religioso conseguirá delimitar corretamente as distâncias com quem deseja instrumentalizar a religião com fins políticos ou geopolíticos?

“Acredito que sim. Como homem de fé acredito que sim. Devemos ser corajosos, porém devemos falar uns com os outros também sobre as coisas que não fizemos para evitar tudo isto. O Ocidente seguramente tem as suas culpas pelo aparecimento destes fundamentalismos; o mundo muçulmano tem as suas culpas por não ter sabido conduzir a pensamentos mais sábios uma teologia deixada um pouco solta a si mesma. Acredito que cada um deva fazer a sua parte, porque de outra forma estamos em um caminho sem volta. Devemos nos encontrar, devemos ter a coragem de nos falar, devemos ter a coragem de realizar também estas viagens difíceis, porque eu estou certo de que esta viagem, neste momento, quer para o Papa Francisco como para o Patriarca Ecumênico, quer para todos os outros líderes religiosos que estarão presentes, seja difícil. Não podemos fingir de não ver todos os nossos irmãos de fé que sofrem em muitas partes do mundo; não podemos não dizer que a fé cristã neste momento é a religião mais martirizada, mais uma vez, no mundo. Mas isto não para desejar afirmar uma supremacia ou quem sabe que coisa, mas simplesmente para falar como irmãos e para encontrar juntos as soluções”.

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90 anos de Bento XVI, um doutor da Igreja de nosso tempo

“Bento XVI é um doutor da Igreja do nosso tempo e para além do nosso tempo.” Essa é a convicção do bispo de Bolzano-Bressanone – nordeste da Itália –, Dom Ivo Muser, que nestes dias enviou uma mensagem de felicitações ao Papa emérito por ocasião de seu 90º aniversário festejado este domingo de Páscoa, 16 de abril.

Partindo do pensamento de dois doutores da Igreja, quais Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino, Dom Muser ressalta que o primeiro foi o “escritor espiritual que mais influenciou e marcou” Joseph Ratzinger, enquanto o segundo – com a busca contínua de uma síntese entre fé e razão – está presente na teologia e no anúncio de “Ratzinger como professor, bispo e Papa”.

“Caro Papa Bento, parabéns, de coração, por seu 90º aniversário! O senhor foi e é uma bênção para a nossa Igreja, para muitas pessoas em busca daquela verdade, que pode responder às perguntas e aos embates de sua razão – escreve Dom Muser.”

“Agradeço-lhe de coração pelo muito que deu a inúmeras pessoas – através do seu ser, da sua teologia e do seu anúncio, através de seu serviço petrino.” Por fim, Dom Muser recorda a relação de amizade que há anos une a cidade de Bressanone e o Seminário maior a Bento XVI.

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