Eros Biondini comenta o tema da Campanha da Fraternidade 2017

A Campanha da Fraternidade é realizada no Brasil há mais de 50 anos pela Igreja Católica. O início é marcado sempre pela quarta-feira de cinzas, logo após o Carnaval. A Campanha se trata de um movimento que envolve a comunidade com diversas ações pastorais.

Eros Biondini

Ela passa geralmente por todas as regiões brasileiras durante todo o ano. Isso mesmo, ela não termina após a Páscoa. Este ano a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) traz o tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação”.

Todos os envolvidos se empenham em favor da solidariedade e fraternidade, sempre abordando temas atuais, que a cada ano propõe uma transformação social e comunitária, seja ela em desafios sociais, econômicos, culturais e até mesmo religiosos, nos quais toda a população relacionada, é convidada a ver, julgar e agir.

Sobre o tema

O deputado federal e líder do PROS na Câmara, Eros Biondini (MG) é membro da Frente Parlamentar Católica. Ele ressaltou que desde o anúncio do tema deste ano, acompanhou de perto, pois se identifica muito com a proposta.

“Eu estive na Conferência do Clima (COP 21), no Tratado de Paris, que foi um dos maiores eventos globais sobre clima dos últimos tempos. E nessa Conferência muitos debateram o cuidado do Papa Francisco com o tema Meio Ambiente. Isso também se trata da defesa da vida, que é o nosso grande lema”.

Eros afirmou ainda que é um apelo atual e extremamente importante. “Pessoas de boa vontade e principalmente quem tem um seguimento cristão precisam entender essa Campanha e perceber a importância dela para que possamos ter um resultado positivo, como é a proposta de todos os anos”, explicou.

Para finalizar, o deputado destacou a situação que se encontra o meio ambiente do nosso Planeta e disse que esse assunto é urgente. Biondini parabenizou as iniciativas da CNBB e do PROS.

“Parabéns pela CNBB por estar em sintonia total com o nosso Papa Francisco, parabenizo o PROS por defender a bandeira das Energias Renováveis, da preservação do meio ambiente e da sustentabilidade. Fico ainda mais satisfeito porque o partido tem essas bandeiras como um dos seus trabalhos principais.

 

erosbiondini.com

CF 2017: A Ecologia do homem

“Para defender os biomas brasileiros é preciso, antes de mais nada, recuperar a dignidade de cada um”

No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos continuar a tratar no programa de hoje da relação entre a Campanha da Fraternidade de 2017 e a Constituição Gaudium et Spes.

Temos dedicado este nosso espaço à ligação existente entre a Gaudim et Spes e a Campanha da Fraternidade deste ano – dedicada ao cuidado dos biomas brasileiros – mas também ao cuidado com a criação em seu sentido mais amplo.No programa de hoje, o Padre Gerson Schmidt, que tem nos acompanhado neste percurso, nos recorda o pronunciamento de Bento XVI à Cúria romana, em dezembro de 2008, em que falava, que a Igreja “tem uma responsabilidade pela criação e deve fazer valer esta responsabilidade também em público. E fazendo isto deve defender não só a terra, a água e o ar como dons da criação que pertencem a todos. Deve proteger também o homem contra a destruição de si mesmo”:”A Constituição Apostólica Gaudium et Spes faz uma afirmação importante que nos ajuda a vivermos como cristãos, aqui no Brasil, a temática ecológica da campanha da Fraternidade de 2017. Diz assim a GS no número 09: “Entretanto, vai crescendo a convicção de que o gênero humano não só pode e deve aumentar cada vez mais o seu domínio sobre as coisas criadas, mas também lhe compete estabelecer uma ordem política, social e econômica, que o sirva cada vez melhor e ajude indivíduos e grupos a afirmarem e desenvolverem a própria dignidade”. A ordem social e econômica, portanto, deve respeitar a dignidade humana. Respeitar a ecologia ao nosso redor é respeito sobretudo o homem, rei da criação.

Nessa perspectiva na defesa do ecossistema, quero lembrar aqui hoje na íntegra uma declaração de Bento XVI por ocasião das felicitações natalinas à Cúria Romana, no dia 22 de dezembro de 2008. Já o fizemos na quarta-feira anterior. Hoje aprofundo essa declaração. Cabe muito bem aqui o contexto dessa frase dita pelo Papa Bento na defesa de uma ecologia do homem, contra a ideologia do gênero. Dizia assim o Papa:

“Dado que a fé no Criador é uma parte essencial do Credo cristão, a Igreja não pode e não deve limitar-se a transmitir aos seus fiéis apenas a mensagem da salvação. Ela tem uma responsabilidade pela criação e deve fazer valer esta responsabilidade também em público. E fazendo isto deve defender não só a terra, a água e o ar como dons da criação que pertencem a todos. Deve proteger também o homem contra a destruição de si mesmo. É necessário que haja algo como uma ecologia do homem, entendida no sentido justo. Não é uma metafísica superada, se a Igreja falar da natureza do ser humano como homem e mulher e pedir que esta ordem da criação seja respeitada. Trata-se aqui do fato da fé no Criador e da escuta da linguagem da criação, cujo desprezo seria uma autodestruição do homem e portanto uma destruição da própria obra de Deus. O que com frequência é expresso e entendido com a palavra “gender” , resolve-se em definitiva na auto-emancipação do homem da criação e do Criador.

O homem pretende fazer-se sozinho e dispor sempre e exclusivamente sozinho o que lhe diz respeito. Mas desta forma vive contra a verdade, vive contra o Espírito criador. As florestas tropicais merecem, sim, a nossa proteção, mas não a merece menos o homem como criatura, na qual está inscrita uma mensagem que não significa contradição da nossa liberdade, mas a sua condição. Grandes teólogos da Escolástica qualificaram o matrimônio, ou seja, o vínculo para toda a vida entre homem e mulher, como sacramento da criação, que o próprio Criador instituiu e que Cristo sem modificar a mensagem da criação depois acolheu na história da salvação como sacramento da nova aliança.

Pertence ao anúncio que a Igreja deve levar o testemunho a favor do Espírito criador presente na natureza no seu conjunto e de modo especial na natureza do homem, criado à imagem de Deus. Partindo desta perspectiva seria necessário voltar a ler a Encíclica Humanae vitae: a intenção do Papa Paulo VI era defender o amor contra a sexualidade como consumo, o futuro contra a pretensão exclusiva do presente e a natureza do homem contra a sua manipulação”(Mensagem de Bento XVI por ocasião das felicitações natalinas à Cúria Romana, no dia 22 de dezembro de 2008).

A ideologia do Gênero fere a obra de Deus criador, falseando o homem, tornando-o uma manipulação. A criatura volta-se contra o criador, querendo ela mesmo a independência do modo como Deus a criou. Para defender os biomas brasileiros é preciso, antes de mais nada, recuperar a dignidade de cada um”.

Cerrado: Campanha da Fraternidade busca a preservação dos biomas

O tema deste ano é: Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida

Com o objetivo de alertar a necessidade do respeitar o meio ambiente, especialmente, os biomas brasileiros, a Campanha da Fraternidade 2017 terá início em todo Brasil dia 1º de março. Com o tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação”, a iniciativa traz uma reflexão sobre o meio ambiente e sugere uma visão global das expressões da vida e dos dons da criação de Deus.

A Campanha da Fraternidade é marcada pelo empenho de todos em favor da solidariedade e fraternidade, sempre abordando temas atuais, que a cada ano propõe uma transformação social, partindo das comunidades, seja ela em desafios sociais, econômicos, culturais e até mesmo religiosos, que nos convida a vivenciar três momentos de fé: ver, julgar e agir.

Para despertar o desejo em pessoas de boa vontade a colocar em prática as propostas cristãs como estender a mão a quem mais precisa, engajamento político e um comprometimento com a vida em sociedade, a CF é um convite à conversão pessoal e social, dos cristãos e não cristãos, para cultivar e cuidar da criação.

Entre as ações concretas estão: o aprofundamento de estudos, debates, seminários e celebrações nas escolas públicas e privadas sobre a temática abordada pela CF. O fortalecimento das redes e articulações, em todos os níveis, também é proposto com o objetivo para suscitar uma nova consciência e novas práticas na defesa dos ambientes essenciais à vida. Além disso, o subsídio da CF chama atenção para a necessidade de a população defender o fim do desmatamento para todos os biomas e sua composição florestal.

No campo político, a CF incentiva a criação de um Projeto de Lei que impeça o uso de agrotóxicos. Também indica que combater a corrupção é um modo especial para se evitar processos licitatórios fraudulentos, principalmente, aqueles que tem como consequência enchentes e secas que acabam sendo mecanismos de exploração e desvio de recursos públicos.

No texto-base da CF 2017, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) destaca a importância que cada comunidade, a partir do bioma em que vive e em relação aos povos originários desses biomas, faça o discernimento de quais ações são possíveis, e entre elas quais são as mais relevantes e de impacto positivo e duradouro.

Papa Francisco proferiu uma mensagem no Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação em que ressalta que pretende renovar o diálogo sobre os sofrimentos que afligem os pobres e a devastação do meio ambiente: “A criação é obra amorosa de Deus confiada a seus filhos e filhas. Nossa Senhora Mãe de Deus e dos homens acompanhará as comunidades e famílias no caminho do cuidado e cultivo da casa comum no tempo quaresmal”.

BIOMAS – Pode-se Definir Bioma como um conjunto de ecossistemas que funcionam de forma estável. Um bioma é caracterizado por um tipo principal de vegetação, sendo que em um mesmo bioma podem existir diversos tipos de vegetação. Os seres vivos vivem de forma adaptada às condições da natureza (vegetação, chuva, umidade, calor, etc) existentes. O Brasil é formado por seis biomas de características distintas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.

CERRADO

Conhecido como berço das águas brasileiras, o cerrado possui a segunda biodiversidade mais rica de todo o planeta, atua como um elo conectando outros quatro biomas brasileiros, faz a ponte entre floresta amazônica, caatinga, mata atlântica e pantanal. Se o cerrado acabar é como se quebrasse o elo que ligam todos esses ecossistemas. Causaria ainda problemas hídricos de grandes proporções, pois o cerrado alimenta três grandes aquíferos e seis das oito bacias hidrográficas.

Infelizmente, por causa do avanço da agricultura nesta região, principalmente da soja, o cerrado vem diminuindo de tamanho com o passar dos anos. O crescimento da pecuária de corte também tem colaborado para a diminuição deste tipo de vegetação. Ambientalistas afirmam que nos últimos 50 anos a vegetação do cerrado diminuiu para a metade do tamanho original.

As duas principais ameaças à biodiversidade do Cerrado estão relacionadas a duas atividades econômicas: a monocultura intensiva de grãos e a pecuária extensiva de baixa tecnologia. O uso de técnicas de aproveitamento intensivo dos solos tem provocado, há anos, o esgotamento dos recursos locais. O uso indiscriminado de agrotóxicos e fertilizantes tem contaminado também o solo e a água.

Além do reduzido número de áreas de conservação, o problema maior tem raízes nas políticas agrícolas e de mineração impróprias e no crescimento da população. Historicamente, a expansão agropastoril e o extrativismo mineral têm se caracterizado por um modelo predatório. A ocupação da região é desejável, mas desde que aconteça racionalmente.

A destruição e a fragmentação de habitats consistem, atualmente, na maior ameaça à integridade desse bioma: 60% da área total são destinados à pecuária e 6% aos grãos, principalmente, soja. De fato, cerca de 80% do Cerrado já foi modificado pelo homem por causa da expansão agropecuária, urbana e construção de estradas – aproximadamente 40% conserva parcialmente suas características iniciais e outros 40% já as perderam totalmente. Somente 19,15% correspondem a áreas nas quais a vegetação original ainda está em bom estado.

 

Dirceu Coelho
atribunamt.com.br
Adaptação, ilustração e revisão
Portal Kairós

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