Na liturgia de hoje, celebramos a certeza de que “o Senhor vem”. As leituras são muito ricas de elementos através dos quais recebemos orientações concretas de como viver a espera pela vinda do Senhor. O cristão, antes de tudo, deve configurar sua vida à de Cristo, o que significa romper com o pecado e fazer a vontade de Deus, viver em atitude constante de conversão. No entanto, tal atitude só é possível quando cada um se reconhece pecador e passa a olhar menos para os pecados dos outros, quando cada um decide ter como meta de vida fazer a vontade de Deus. Necessitamos levar a sério o perdão que Deus sempre nos concede para nos tornarmos dignos de sua misericórdia, agradecidos pelo seu imenso amor. Realizar uma reforma íntima é a melhor atitude na espera pelo Senhor que vem. A decisão é nossa, e podemos contar com o auxílio de Deus, que renova nosso coração.
COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
01 – Evangelho (Mc 13,33-37): Vigiai, porque não sabeis a hora
No Evangelho de hoje, Jesus, no final de seu ministério terrestre, dá instruções a respeito de como se deve viver na espera por sua nova vinda. As orientações de Jesus são direcionadas sobretudo aos discípulos (v. 33), mas não exclusivamente a eles, pois querem alcançar todos: “O que vos digo, digo a todos: Vigiai!” (v. 37). Isso significa que, especialmente para a Igreja, Jesus deixou a tarefa do serviço e da vigilância, à maneira de servos e porteiros do Reino de Deus.
Porém, vigiar não faz dos discípulos de Jesus meros servos à mercê dos caprichos de um amo imprevisível; nem, muito menos, vigias à espreita para dominar os vigiados. A Igreja, comunidade dos seguidores de Jesus, é companheira de todas as pessoas nos caminhos da história, é companheira do Mestre, que a precedeu como dom generoso e lhe deu o mandato de levar a termo sua missão de instaurar o reino de paz e fraternidade.
Vigiar é a atitude de quem está sob a escuridão da noite, à espera da aurora do grande dia do Senhor, da vinda de Cristo, que a liturgia enfatiza através do termo “advento”. Os tempos atuais, no dizer de Jesus a seus discípulos, são como uma noite. Na Antiguidade, dividia-se a noite em quatro momentos, desde o pôr do sol até o amanhecer, conforme aparece no Evangelho: “à tarde, à meia-noite, da madrugada ao amanhecer” (v. 35).
Estamos no meio da noite, antes da aurora da plenitude da redenção. É uma noite de espera e de esperança de tempos melhores, pois o Senhor esperado é o mesmo que se ofereceu por nós. O vigia é aquele que fica atento no serviço, enquanto os outros estão desatentos e inertes, em sono profundo. Por isso, vigiar foi a última recomendação de Jesus, ao concluir seu ministério terrestre. O vigia deve, também, enfrentar com coragem e determinação todas as adversidades que podem surgir durante a noite. Portanto, o Advento, o período da espera, é tempo que nos pede compromisso com a construção do reino e com a conversão, para que o Senhor não nos pegue de surpresa, negligenciando suas ordens. É tempo de permanecermos firmes na esperança, animados pela certeza de que o Senhor vem.
https://i0.wp.com/portalkairos.org/wp-content/uploads/2023/11/1-domingo-advento-2023.png?fit=1000%2C667&ssl=16671000Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2023-11-27 14:55:352023-11-27 16:12:56Comentários para o Primeiro Domingo do Advento 2023
Is 63,16b-17.19b; 64,2b-7; Sl 79; ICor 1,3-9; Mc 13,33-37
O TEMPO LITÚRGICO DO ADVENTO, além de abrir o novo Ano Litúrgico (B), é um tempo memorável, pois, ao mesmo tempo em que nos preparamos para celebrar o Natal do Senhor, meditamos sobre o juízo de Deus, sobre o coroamento de toda a história com a vinda gloriosa do Senhor.
Procuremos entender esse Tempo Litúrgico e assim o celebramos com profundidade de coração, de alma.
O Ano Litúrgico nos faz celebrar em Comunidade duas dimensões maravilhosas da Revelação cristã: a VIDA de Jesus POR NÓS, EM NÓS E CONOSCO e nossa VIDA em Jesus, com Ele e por Ele. Celebramos não apenas para recordar, mas principalmente para atualizar em nosso favor a graça redentora que o Espírito Santo vem derramando sobre a humanidade, desde que o Verbo divino se fez carne e veio morar no meio de nós.
A primeira dimensão do Ano Litúrgico nos oferece dois ciclos: o CICLO do NATAL e o CICLO da PÁSCOA. Neles celebramos tudo o que aconteceu com Jesus e tudo o que Ele fez e faz por nós. A segunda dimensão é chamada simplesmente de CICLO do TEMPO COMUM, quando recordamos mais frequentemente nossos santos e tantos de nossos eventos atuais, alguns dos quais nos provocam alegria e agradecimento, e outros nos fazem suplicar o socorro divino. O ciclo do Natal é aquele que abre o Ano Litúrgico da Igreja.
Nesse 1° Domingo do Advento 2023, a lição de Jesus é clara:“Vigiai!” Quem vive a esperança estará sempre atento, vigilante. Voltar-se para o futuro não é desprezo ou desinteresse nem alienação do tempo presente. Ao contrário, quanto mais esperança tenho, mais presente estarei na vida das pessoas, do mundo. O místico vive uma vida intensa com Deus, mas não tira os pés do chão da terra, ou seja, está vigilante na história humana. O próprio Jesus faz os discípulos compreenderem esta verdade, que a História da Salvação está misturada com a história humana. “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez…”. Agora é hora de construir o Reino. VIGIAR é crer e trabalhar.
https://i0.wp.com/portalkairos.org/wp-content/uploads/2023/11/advento-de-2023.png?fit=1000%2C667&ssl=16671000Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2023-11-27 09:46:482023-11-27 15:18:43Reflexão e sugestão para a Missa do 1° Domingo do Advento 2023 do Ano B
Jesus, consciente de sua missão e o que o espera em Jerusalém, comunica aos discípulos o que vai ocorrer com Ele. Pedro não aceita e se opõe a Jesus, que o censura e pede-lhe que fique para trás dele, pois está sendo obstáculo, pedra de tropeço. Certamente, Pedro entendeu que Jesus falava de sua fidelidade ao Pai e que não voltaria atrás, mesmo sabendo de sua morte iminente.
O convite da Palavra deste domingo é para que assumamos a “loucura da cruz”, juntamente com Jesus: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga”. Ele nos oferece a cruz como caminho, acesso ao amor e ao dom da vida. Por isso continua: “Quem quiser salvar sua vida vai perdê-la; e quem perder sua vida por causa de mim, vai encontrá-la”. No caminho da cruz não há triunfos humanos, mas dele brota a vida doada a favor da vida. É o caminho que Jesus percorreu e nos convida a percorrer com Ele, fazendo de nossa vida uma doação sincera e coerente com nossa fé.
O profeta Jeremias (l3 Leitura) nos fala de sua experiência de cruz. Ele viveu em um período muito difícil em Israel, mas permaneceu firme em sua missão. Foi seduzido pelo Senhor e colocou toda a sua vida a serviço de Deus. Foi colaborador fiel. Enfrentou os poderosos, pois são opositores do Reino, questionou a lógica do mundo, por isso foi perseguido, isolado, conheceu o sofrimento… mas não desistiu. Todos os que acolhem sinceramente a Palavra, e nela apostam e confiam, viveram coerentemente com os valores do Reino.
https://i0.wp.com/portalkairos.org/wp-content/uploads/2023/09/22-tempo-comum-2023.png?fit=1000%2C667&ssl=16671000Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2023-08-31 08:00:512023-09-03 13:48:23Reflexão e sugestão para a Missa do 22º Domingo do Tempo Comum 2023 do Ano A
Misericórdia e não sacrifício: as leituras que escutamos neste domingo repetem com insistência a misericórdia e não o sacrifício. Na primeira leitura, o profeta Oseias questiona a autenticidade da fé de um povo que não adere profundamente ao projeto de Deus: “Vosso amor é como nuvem pela manhã, como orvalho que cedo se desfaz” (Os 6,4).
De nada adiantam o culto fervoroso e os ritos que realizamos, se estes não forem expressão de uma atitude interior de amor e de vida voltada para Deus. A insistência na misericórdia demonstra que Deus não está interessado nos rituais externos,que estejam desvinculados do compromisso com sua aliança. E a misericórdia em favor dos irmãos é a manifestação mais concreta de nossa comunhão com Deus.
A fé que move montanhas: o que nos ajuda a assumir de maneira definitiva a vontade de Deus para nós é nossa fé, que significa adesão radical, confiante e ilimitada à oferta de salvação, que, em Jesus, Deus nos faz. A segunda leitura recorda-nos que salvação não é uma conquista nossa, mas um dom do amor de Deus. Daí a importância de não vermos o que temos e os progressos alcançados como retribuição por nosso bom comportamento, mas como um dom gratuito de Deus.
https://i0.wp.com/portalkairos.org/wp-content/uploads/2023/06/jesus-e-cobradores-de-impostos-10-tempo-comum-2023.png?fit=1000%2C667&ssl=16671000Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2023-06-04 17:20:412023-06-18 18:55:30Reflexão e sugestão para a Missa do 10º Domingo do Tempo Comum 2023 do Ano A
Quinta-feira Santa 2023: Ex 12,1-8.11-14; Sl 115; 1Cor 11,23-26; Jo 13,1-15
Sexta-feira Santa 2023: Is 52,13-53,12; Sl 30; Hb 4,14-16;5,7-9; Jo 18,1-19,42
Sábado Santo 2023: Gn 1,1-2,2 ou Gn 1,1.26-31a; Sl 103 ou Sl 32; Gn 22,1-18 ou Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18; Sl 15; Êx 14,15-15,1; Ct.: Ex 15; Is 54,5-14; Sl 29; Is 55,1-11; Ct.: Is 12; Br 3,9-15.32-4,4, Sl 18; Ez 36,16-17a.18-28;SI 41; Rm 6,3-11; SI 117; Mt 28,1-10
Vamos meditar o sentido do TRÍDUO PASCAL, sem detalharmos cada dia do Tríduo, e assim esperamos ter uma visão fundante dele. A Páscoa não é celebrada só no Domingo da Ressurreição. O Tríduo Pascal se inicia com a Celebração da Ceia do Senhor e termina nas Vésperas do Domingo da Páscoa ou da Ressurreição de Jesus.
O Tríduo Pascal não significa um conjunto de celebrações, mas um proceder rítmico que nos conduz para dentro da Celebração principal, que é a da Vigília Pascal. Nela, celebramos todo o mistério pascal, ou seja, proclamamos que a vida venceu a morte, que Cristo é o Senhor ressuscitado e vencedor de toda a ignomínia, infâmia. Demos um grande salto do Jardim do Éden, onde o homem pecou e foi condenado por sua desobediência a Deus, ao Jardim de José de Arimateia, onde o túmulo ficará vazio e acontecerá a manifestação do Ressuscitado, pois está vivo, ressuscitado. Quanta beleza e quanta grandeza já celebramos nesse momento da Vigília Pascal.
Dentro da Vigília Pascal renovamos nossas promessas batismais. Esse é um momento mais do que sublime, pois pelo batismo caminhamos com o Cristo para a vida, para a dor, morte e ressurreição. Nossa missão é a mesma. Também poderá ser ministrado o sacramento do Batismo, principalmente de uma pessoa adulta. Completamos a Vigília Pascal com a Celebração Eucarística, ápice da Páscoa do Senhor, memorial e presença de Cristo ressuscitado entre nós, na Igreja. Todos podemos nos alegrar, pois há um Senhor a nos amar.
Na Sexta-feira Santa e no Sábado Santo não se celebra a Eucaristia em nenhum lugar do mundo. Nesses dias fazemos o jejum, como nos determina a Constituição Conciliar sobre a Liturgia, pois o Esposo foi tirado, julgado, condenado, como nos afirmou o próprio Cristo (Mt 9,15), e são “dias de amargura”, nas palavras de Santo Ambrósio.
Nesses dias há somente a Celebração da Palavra, na qual “mergulhamos” na paixão de nosso Senhor e podemos compreender um pouco mais profundamente a vida que nos foi ofertada pelo próprio Deus. Nesses dois dias, somos chamados para o grande silêncio, para a meditação mais bem cuidada, em torno da vida doada de nosso Senhor para nossa salvação. É hora de nossa comunhão com o Homem-Deus, pois a situação trágica do pecado dos homens e das mulheres, em “confronto” com o poder da força do amor, levou o Pai a entregar o Filho à morte por nós. Jesus, em sua fidelidade, vai oferecer sua vida ao Pai por todos nós. Portanto, na paixão e morte de Cristo, estamos todos mergulhados por causa de seu amor. E, se amamos o Cristo, temos de corresponder com Ele. Jesus é o grão de trigo semeado na terra, que dará abundantes frutos (Jo 12,24).
O Sábado Santo nos faz sentir toda a força dessa semente lançada na terra, semente carregada somente de amor misericordioso. Como nos narra o livro do Génesis, no fim da primeira criação, Deus descansou de tudo o que tinha feito, realizado (Gn 2,2). A “Igreja, no Sábado Santo, permanece junto do sepulcro do Senhor, meditando em sua paixão e morte, até ao momento em que, depois da solene Vigília ou expectação noturna da ressurreição, se der lugar à alegria pascal, cuja riqueza se prolongará por cinquenta dias” (Missal Romano sobre Sábado Santo).
Na Ceia do Senhor, Quinta-feira Santa, celebramos a instituição dos “mistérios divinos”, a Eucaristia. O Senhor, antes de sua paixão, junto de seus discípulos, instituiu esse memorial perpétuo, para ser repetível de sua Páscoa. Essa celebração abre o Tríduo Pascal. Já no Domingo de Ramos ou da Paixão, proclamamos o triunfo da Páscoa do Senhor, que, de sua morte, trouxe a abundância da vida para toda a humanidade. Trouxe nossa redenção.
Assim, pois, é preciso caminhar na fidelidade a Jesus, celebrando a vida junto do Senhor da vida, unidos na Comunidade-Igreja e na fraternidade.
Sugestões litúrgicas para a Missa do Tríduo Pascal 2023 – Ano A
A comunidade se organize para realizar algum momento da celebração, de acordo com a Celebração do dia. Permanecer no silêncio será uma boa maneira de viver estes dias, em que mergulhamos no mistério pascal de Cristo. Então, a Comunidade é que deve decidir se fará ou não alguma movimentação na Liturgia desses dias do Tríduo Pascal.
https://i0.wp.com/portalkairos.org/wp-content/uploads/2023/04/triduo-pascal-2023.png?fit=1000%2C667&ssl=16671000Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2023-04-03 22:05:402023-05-28 22:43:33Reflexão e sugestão para o Tríduo Pascal 2023 do Ano A
Comentários para o Primeiro Domingo do Advento 2023
/em Liturgia Católica, Preparação para a Santa MissaPara o Domingo: 03/11/2023
Primeiro Domingo do Advento 2023
CONVERTEI-NOS PARA QUE SEJAMOS SALVOS
Na liturgia de hoje, celebramos a certeza de que “o Senhor vem”. As leituras são muito ricas de elementos através dos quais recebemos orientações concretas de como viver a espera pela vinda do Senhor. O cristão, antes de tudo, deve configurar sua vida à de Cristo, o que significa romper com o pecado e fazer a vontade de Deus, viver em atitude constante de conversão. No entanto, tal atitude só é possível quando cada um se reconhece pecador e passa a olhar menos para os pecados dos outros, quando cada um decide ter como meta de vida fazer a vontade de Deus. Necessitamos levar a sério o perdão que Deus sempre nos concede para nos tornarmos dignos de sua misericórdia, agradecidos pelo seu imenso amor. Realizar uma reforma íntima é a melhor atitude na espera pelo Senhor que vem. A decisão é nossa, e podemos contar com o auxílio de Deus, que renova nosso coração.
COMENTÁRIO DOS TEXTOS BÍBLICOS
01 – Evangelho (Mc 13,33-37): Vigiai, porque não sabeis a hora
No Evangelho de hoje, Jesus, no final de seu ministério terrestre, dá instruções a respeito de como se deve viver na espera por sua nova vinda. As orientações de Jesus são direcionadas sobretudo aos discípulos (v. 33), mas não exclusivamente a eles, pois querem alcançar todos: “O que vos digo, digo a todos: Vigiai!” (v. 37). Isso significa que, especialmente para a Igreja, Jesus deixou a tarefa do serviço e da vigilância, à maneira de servos e porteiros do Reino de Deus.
Porém, vigiar não faz dos discípulos de Jesus meros servos à mercê dos caprichos de um amo imprevisível; nem, muito menos, vigias à espreita para dominar os vigiados. A Igreja, comunidade dos seguidores de Jesus, é companheira de todas as pessoas nos caminhos da história, é companheira do Mestre, que a precedeu como dom generoso e lhe deu o mandato de levar a termo sua missão de instaurar o reino de paz e fraternidade.
Vigiar é a atitude de quem está sob a escuridão da noite, à espera da aurora do grande dia do Senhor, da vinda de Cristo, que a liturgia enfatiza através do termo “advento”. Os tempos atuais, no dizer de Jesus a seus discípulos, são como uma noite. Na Antiguidade, dividia-se a noite em quatro momentos, desde o pôr do sol até o amanhecer, conforme aparece no Evangelho: “à tarde, à meia-noite, da madrugada ao amanhecer” (v. 35).
Estamos no meio da noite, antes da aurora da plenitude da redenção. É uma noite de espera e de esperança de tempos melhores, pois o Senhor esperado é o mesmo que se ofereceu por nós. O vigia é aquele que fica atento no serviço, enquanto os outros estão desatentos e inertes, em sono profundo. Por isso, vigiar foi a última recomendação de Jesus, ao concluir seu ministério terrestre. O vigia deve, também, enfrentar com coragem e determinação todas as adversidades que podem surgir durante a noite. Portanto, o Advento, o período da espera, é tempo que nos pede compromisso com a construção do reino e com a conversão, para que o Senhor não nos pegue de surpresa, negligenciando suas ordens. É tempo de permanecermos firmes na esperança, animados pela certeza de que o Senhor vem.
Leia mais
Reflexão e sugestão para a Missa do 1° Domingo do Advento 2023 do Ano B
/em Liturgia Católica, Preparação para a Santa MissaPara o Domingo: 03/11/2023
Missa do 1° Domingo do Advento 2023 do Ano B
Is 63,16b-17.19b; 64,2b-7; Sl 79; ICor 1,3-9; Mc 13,33-37
O TEMPO LITÚRGICO DO ADVENTO, além de abrir o novo Ano Litúrgico (B), é um tempo memorável, pois, ao mesmo tempo em que nos preparamos para celebrar o Natal do Senhor, meditamos sobre o juízo de Deus, sobre o coroamento de toda a história com a vinda gloriosa do Senhor.
Procuremos entender esse Tempo Litúrgico e assim o celebramos com profundidade de coração, de alma.
O Ano Litúrgico nos faz celebrar em Comunidade duas dimensões maravilhosas da Revelação cristã: a VIDA de Jesus POR NÓS, EM NÓS E CONOSCO e nossa VIDA em Jesus, com Ele e por Ele. Celebramos não apenas para recordar, mas principalmente para atualizar em nosso favor a graça redentora que o Espírito Santo vem derramando sobre a humanidade, desde que o Verbo divino se fez carne e veio morar no meio de nós.
A primeira dimensão do Ano Litúrgico nos oferece dois ciclos: o CICLO do NATAL e o CICLO da PÁSCOA. Neles celebramos tudo o que aconteceu com Jesus e tudo o que Ele fez e faz por nós. A segunda dimensão é chamada simplesmente de CICLO do TEMPO COMUM, quando recordamos mais frequentemente nossos santos e tantos de nossos eventos atuais, alguns dos quais nos provocam alegria e agradecimento, e outros nos fazem suplicar o socorro divino. O ciclo do Natal é aquele que abre o Ano Litúrgico da Igreja.
Nesse 1° Domingo do Advento 2023, a lição de Jesus é clara:“Vigiai!” Quem vive a esperança estará sempre atento, vigilante. Voltar-se para o futuro não é desprezo ou desinteresse nem alienação do tempo presente. Ao contrário, quanto mais esperança tenho, mais presente estarei na vida das pessoas, do mundo. O místico vive uma vida intensa com Deus, mas não tira os pés do chão da terra, ou seja, está vigilante na história humana. O próprio Jesus faz os discípulos compreenderem esta verdade, que a História da Salvação está misturada com a história humana. “Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez…”. Agora é hora de construir o Reino. VIGIAR é crer e trabalhar.
Calendário Católico 2023 para imprimir:
Tenha uma infinidade de materiais católicos
Assine nosso Canal do YouTube e deixe seu comentário (Ajude a gente na divulgação)
Ajude o Portal Kairós do seu jeito
Leia mais
Reflexão e sugestão para a Missa do 22º Domingo do Tempo Comum 2023 do Ano A
/em Liturgia Católica, Preparação para a Santa MissaPara o Domingo: 03/09/2023
Missa do 22º Domingo do Tempo Comum 2023 – Ano A
Jr 20,7-9; SI 62; Rm 12,1-2; Mt 16,21-27
Jesus, consciente de sua missão e o que o espera em Jerusalém, comunica aos discípulos o que vai ocorrer com Ele. Pedro não aceita e se opõe a Jesus, que o censura e pede-lhe que fique para trás dele, pois está sendo obstáculo, pedra de tropeço. Certamente, Pedro entendeu que Jesus falava de sua fidelidade ao Pai e que não voltaria atrás, mesmo sabendo de sua morte iminente.
O convite da Palavra deste domingo é para que assumamos a “loucura da cruz”, juntamente com Jesus: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga”. Ele nos oferece a cruz como caminho, acesso ao amor e ao dom da vida. Por isso continua: “Quem quiser salvar sua vida vai perdê-la; e quem perder sua vida por causa de mim, vai encontrá-la”. No caminho da cruz não há triunfos humanos, mas dele brota a vida doada a favor da vida. É o caminho que Jesus percorreu e nos convida a percorrer com Ele, fazendo de nossa vida uma doação sincera e coerente com nossa fé.
O profeta Jeremias (l3 Leitura) nos fala de sua experiência de cruz. Ele viveu em um período muito difícil em Israel, mas permaneceu firme em sua missão. Foi seduzido pelo Senhor e colocou toda a sua vida a serviço de Deus. Foi colaborador fiel. Enfrentou os poderosos, pois são opositores do Reino, questionou a lógica do mundo, por isso foi perseguido, isolado, conheceu o sofrimento… mas não desistiu. Todos os que acolhem sinceramente a Palavra, e nela apostam e confiam, viveram coerentemente com os valores do Reino.
Calendário Católico 2023 para imprimir:
Tenha uma infinidade de materiais católicos
Assine nosso Canal do YouTube e deixe seu comentário (Ajude a gente na divulgação)
Ajude o Portal Kairós do seu jeito
Leia mais
Reflexão e sugestão para a Missa do 10º Domingo do Tempo Comum 2023 do Ano A
/em Liturgia Católica, Preparação para a Santa MissaPara o Domingo: 11/06/2023
Missa do 10º Domingo do Tempo Comum 2023 – Ano A
Os 6,3-6; Sl 49; Rm 4,18-25; Mt 9,9-13
Misericórdia e não sacrifício: as leituras que escutamos neste domingo repetem com insistência a misericórdia e não o sacrifício. Na primeira leitura, o profeta Oseias questiona a autenticidade da fé de um povo que não adere profundamente ao projeto de Deus: “Vosso amor é como nuvem pela manhã, como orvalho que cedo se desfaz” (Os 6,4).
De nada adiantam o culto fervoroso e os ritos que realizamos, se estes não forem expressão de uma atitude interior de amor e de vida voltada para Deus. A insistência na misericórdia demonstra que Deus não está interessado nos rituais externos,que estejam desvinculados do compromisso com sua aliança. E a misericórdia em favor dos irmãos é a manifestação mais concreta de nossa comunhão com Deus.
A fé que move montanhas: o que nos ajuda a assumir de maneira definitiva a vontade de Deus para nós é nossa fé, que significa adesão radical, confiante e ilimitada à oferta de salvação, que, em Jesus, Deus nos faz. A segunda leitura recorda-nos que salvação não é uma conquista nossa, mas um dom do amor de Deus. Daí a importância de não vermos o que temos e os progressos alcançados como retribuição por nosso bom comportamento, mas como um dom gratuito de Deus.
Calendário Católico 2023 para imprimir:
Tenha uma infinidade de materiais católicos
Assine nosso Canal do YouTube e deixe seu comentário (Ajude a gente na divulgação)
Ajude o Portal Kairós do seu jeito
Leia mais
Reflexão e sugestão para o Tríduo Pascal 2023 do Ano A
/em Liturgia Católica, Preparação para a Santa MissaPara os dias: 06 a 08/04/2023
Tríduo Pascal 2023
Quinta-feira Santa 2023: Ex 12,1-8.11-14; Sl 115; 1Cor 11,23-26; Jo 13,1-15
Sexta-feira Santa 2023: Is 52,13-53,12; Sl 30; Hb 4,14-16;5,7-9; Jo 18,1-19,42
Sábado Santo 2023: Gn 1,1-2,2 ou Gn 1,1.26-31a; Sl 103 ou Sl 32; Gn 22,1-18 ou Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18; Sl 15; Êx 14,15-15,1; Ct.: Ex 15; Is 54,5-14; Sl 29; Is 55,1-11; Ct.: Is 12; Br 3,9-15.32-4,4, Sl 18; Ez 36,16-17a.18-28;SI 41; Rm 6,3-11; SI 117; Mt 28,1-10
Cantos da Semana Santa:
Liturgia completa da Semana Santa 2023:
Meditações da Paixão de Cristo:
Vamos meditar o sentido do TRÍDUO PASCAL, sem detalharmos cada dia do Tríduo, e assim esperamos ter uma visão fundante dele. A Páscoa não é celebrada só no Domingo da Ressurreição. O Tríduo Pascal se inicia com a Celebração da Ceia do Senhor e termina nas Vésperas do Domingo da Páscoa ou da Ressurreição de Jesus.
O Tríduo Pascal não significa um conjunto de celebrações, mas um proceder rítmico que nos conduz para dentro da Celebração principal, que é a da Vigília Pascal. Nela, celebramos todo o mistério pascal, ou seja, proclamamos que a vida venceu a morte, que Cristo é o Senhor ressuscitado e vencedor de toda a ignomínia, infâmia. Demos um grande salto do Jardim do Éden, onde o homem pecou e foi condenado por sua desobediência a Deus, ao Jardim de José de Arimateia, onde o túmulo ficará vazio e acontecerá a manifestação do Ressuscitado, pois está vivo, ressuscitado. Quanta beleza e quanta grandeza já celebramos nesse momento da Vigília Pascal.
Dentro da Vigília Pascal renovamos nossas promessas batismais. Esse é um momento mais do que sublime, pois pelo batismo caminhamos com o Cristo para a vida, para a dor, morte e ressurreição. Nossa missão é a mesma. Também poderá ser ministrado o sacramento do Batismo, principalmente de uma pessoa adulta. Completamos a Vigília Pascal com a Celebração Eucarística, ápice da Páscoa do Senhor, memorial e presença de Cristo ressuscitado entre nós, na Igreja. Todos podemos nos alegrar, pois há um Senhor a nos amar.
Na Sexta-feira Santa e no Sábado Santo não se celebra a Eucaristia em nenhum lugar do mundo. Nesses dias fazemos o jejum, como nos determina a Constituição Conciliar sobre a Liturgia, pois o Esposo foi tirado, julgado, condenado, como nos afirmou o próprio Cristo (Mt 9,15), e são “dias de amargura”, nas palavras de Santo Ambrósio.
Nesses dias há somente a Celebração da Palavra, na qual “mergulhamos” na paixão de nosso Senhor e podemos compreender um pouco mais profundamente a vida que nos foi ofertada pelo próprio Deus. Nesses dois dias, somos chamados para o grande silêncio, para a meditação mais bem cuidada, em torno da vida doada de nosso Senhor para nossa salvação. É hora de nossa comunhão com o Homem-Deus, pois a situação trágica do pecado dos homens e das mulheres, em “confronto” com o poder da força do amor, levou o Pai a entregar o Filho à morte por nós. Jesus, em sua fidelidade, vai oferecer sua vida ao Pai por todos nós. Portanto, na paixão e morte de Cristo, estamos todos mergulhados por causa de seu amor. E, se amamos o Cristo, temos de corresponder com Ele. Jesus é o grão de trigo semeado na terra, que dará abundantes frutos (Jo 12,24).
O Sábado Santo nos faz sentir toda a força dessa semente lançada na terra, semente carregada somente de amor misericordioso. Como nos narra o livro do Génesis, no fim da primeira criação, Deus descansou de tudo o que tinha feito, realizado (Gn 2,2). A “Igreja, no Sábado Santo, permanece junto do sepulcro do Senhor, meditando em sua paixão e morte, até ao momento em que, depois da solene Vigília ou expectação noturna da ressurreição, se der lugar à alegria pascal, cuja riqueza se prolongará por cinquenta dias” (Missal Romano sobre Sábado Santo).
Na Ceia do Senhor, Quinta-feira Santa, celebramos a instituição dos “mistérios divinos”, a Eucaristia. O Senhor, antes de sua paixão, junto de seus discípulos, instituiu esse memorial perpétuo, para ser repetível de sua Páscoa. Essa celebração abre o Tríduo Pascal. Já no Domingo de Ramos ou da Paixão, proclamamos o triunfo da Páscoa do Senhor, que, de sua morte, trouxe a abundância da vida para toda a humanidade. Trouxe nossa redenção.
Assim, pois, é preciso caminhar na fidelidade a Jesus, celebrando a vida junto do Senhor da vida, unidos na Comunidade-Igreja e na fraternidade.
Sugestões litúrgicas para a Missa do Tríduo Pascal 2023 – Ano A
A comunidade se organize para realizar algum momento da celebração, de acordo com a Celebração do dia. Permanecer no silêncio será uma boa maneira de viver estes dias, em que mergulhamos no mistério pascal de Cristo. Então, a Comunidade é que deve decidir se fará ou não alguma movimentação na Liturgia desses dias do Tríduo Pascal.
Padre Anísio Tavares, C.Ss.R. / Portal Kairós