Roma: Dom Rugambwa abre assembleia geral das POM

Roma (RV) – O Secretário adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos, Dom Protase Rugambwa, Presidente das Pontifícias Obras Missionárias (POM), abriu nesta segunda-feira (29/05), os trabalhos da Assembleia geral das POM, que se realiza em Roma até sábado, 3 de junho.

Refletimos juntos sobre a “A missão no coração da fé cristã” à luz da Exortação Apostólica missionária do Papa Francisco Evangelii Gaudium. Deixemo-nos formar a fim de que não falte jamais a coragem da conversão, do discernimento e da autêntica reforma de cada um de nós e das instituições às quais servimos, as Pontifícias Obras Missionárias”, disse o arcebispo tanzaniano na abertura do encontro.

Segundo a Agência Fides, na saudação e agradecimento a todos os que trabalham em prol das Pontifícias Obras Missionárias, o Arcebispo Rugambwa destacou: “Em plena comunhão com o Santo Padre, Papa Francisco, não deixemos de nos animar reciprocamente para que, sem algum medo e com grande alegria, o anúncio da Páscoa de Cristo morto e ressuscitado faça da Igreja uma comunidade de reconciliados, aberta ao acolhimento de todos, sempre em saída, levando e comunicando a todos a eficácia da salvação. Ninguém fique excluído, todos no coração da evangelização, a fim de que as Igrejas redescubram no centro de sua fé cristã a única missão que lhes foi confiada pelo Senhor Jesus Cristo”.

Ilustrando um balanço das atividades desempenhadas no ano passado, o Presidente das POM mencionou a conclusão da obra de integração nos Estatutos de textos relativos a questões administrativas e financeiras; a instituição de um Comitê para desastres humanitários; os encontros continentais dos Diretores nacionais das POM, que representam um importante instrumento de confronto, verificação e crescimento de comunhão e unidade a serviço da missão e de sua animação.

Dom Rugambwa anunciou em seguida a aprovação, por parte do Estado, da proposta de convocar um Mês Missionário Extraordinário, em outubro de 2019, para comemorar o centenário da promulgação da encíclica Maximum illud e promover o compromisso missionário da Igreja em linha com a Evangelii Gaudiumâ. A Assembleia geral dedicará parte dos trabalhos ao tema, elaborando propostas para o Outubro Missionário 2019. O Presidente também agradeceu a Comissão que está trabalhando para a utilização de ‘common brand’, um logotipo único, para “nos ajudar a afirmar internacionalmente a identidade única das POM, no respeito das diferenças e exigências locais”.

Na segunda parte de seu discurso, Dom Rugambwa se deteve na apresentação de alguns desafios, recordando seu pronunciamento de cinco anos atrás: “Ainda não terminamos a nossa reflexão e nosso debate sobre as POM como obras do Papa e dos Bispos, a relação entre a Missão universal da Igreja e as POM, sua colocação e cooperação com outras forças missionárias, as legislações civis sobre órgãos de caridade e seus respectivos planos de trabalho”.
Em seguida, o Arcebispo convidou a um confronto franco e aberto sobre o futuro de instituições que não podem simplesmente se arrastar pela obsoleta repetição do ‘que se faz sempre’, e exortou à audácia e à criatividade ao discernir e repensar nossas estruturas, estilos e métodos, a redescobrir a missão como coração da fé cristã.

“No centro e nas periferias de nosso trabalho de animação, coleta e distribuição”, destacou, “devemos crescer numa sintonia e cooperação maiores, graças a uma sempre mais renovada conversão, que supere formas inadequadas e incômodas de protagonistas antievangélicos”.

Dom Rugambwa assim concluiu seu discurso: “Estas provocações requerem que se reflita, pense, analise e reze mais e melhor. Não se trata de fazer tudo, agora; nem de violentas reviravoltas, mas sim de uma mudança de mentalidade e de modalidade do trabalho apostólico das Pontifícias Obras Missionárias. Quanto mais colocarmos no centro de nosso interesse e de nossa paixão as verdadeiras necessidades da missão, maior será a nossa conversão, como morte do protagonismo e nascimento do serviço eclesial, fraterno e evangélico que salva”.

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Papa a bispos albaneses: imitem os mártires de seu país

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (30/05), os bispos albaneses em visita ad Limina.

Um diálogo intenso no qual os prelados manifestaram as esperanças e dificuldades desta pequena comunidade. A Igreja na Albânia tem um lugar especial no coração do Papa. Uma Igreja que sofreu 50 anos de uma ditadura comunista que procurou cancelá-la, sem conseguir.

Francisco visitou Tirana, capital da Albânia, em 2014. Naquele período, o Papa convidou a comunidade católica a voar alto como a águia da bandeira albanesa, mas sem se esquecer do ninho, ou seja, os sofrimentos dos mártires.

Em novembro passado, foram beatificados 38 mártires albaneses, torturados e assassinados durante a ditadura comunista.

Esta manhã, o Papa exortou os bispos albaneses a imitar o exemplo dessas testemunhas do Evangelho que pagaram com suas vidas a fidelidade a Cristo.

“Foi uma experiência muito bonita, paterna. Uma hora e meia de diálogo, sem pressa. Estávamos muito à vontade, como se estivéssemos em casa”, disse o Arcebispo de Scutari, Dom Angelo Massafra, a propósito do encontro com o Papa.

“Falamos com o Santo Padre de uma Igreja muito viva, bonita, mas pobre e mártir. Um ponto em que insistiu muito foi o da Igreja em saída, o ter zelo, esperança, utopia, ou seja, um olhar intenso e esperançoso em Deus. Esta utopia é muito bonita. Devemos ir adiante porque Cristo ressuscitou e nós devemos proceder com Cristo. Depois, ele nos convidou a promover as vocações, pastoral que passa sempre pelo testemunho, pelo estar unidos entre nós e estar também serenos, felizes, pois se uma pessoa é tranquila e feliz, se torna também um modelo”, disse o prelado.

Foi falado também sobre o diálogo inter-religioso, em particular com o Islã. “Dissemos ao Papa que na semana passada houve um acordo entre as forças governamentais e a oposição, porque havia problemas. Nós fizemos, como compromisso público, uma declaração comum. Todos os credos, católicos, ortodoxos, evangélicos, muçulmanos e bektashis, fizemos uma declaração unitária, convidando a não criar desordens, convidando à colaboração, à solidariedade, a entrar num acordo e dialogar, convidando a fazer alguma coisa contra a compra e venda de votos em vista das eleições. Essa foi uma declaração muito corajosa. Essa foi uma declaração unitária do Conselho inter-religioso e o Papa ficou muito feliz com isso. Também graças à nossa contribuição, conseguimos fazer entrar de acordo as forças políticas que decidiram postergar a data das eleições de modo que todos pudessem participar. Isso também foi um fruto do nosso esforço inter-religioso e ecumênico”, frisou o Arcebispo de Scutari.

Sobre a mensagem que os bispos levarão à Igreja na Albânia depois do encontro com o Papa, o prelado disse que “a mensagem fundamental é a de estar em comunhão entre nós, nos comprometer com a família e os pobres. Já temos um compromisso com os encarcerados e as famílias com pessoas com necessidades especiais. Com base nas palavras do Papa, convidaremos a ter esperança, a rezar, a praticar a adoração eucarística. Com Cristo podemos ir adiante e ter este olhar rumo ao futuro e o Papa nos encorajou e abençoou.”

(MJ)

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RCC celebra seu Jubileu de Ouro em Roma com Francisco

Cidade do Vaticano (RV) – A Renovação Carismática Católica celebra seu Jubileu de Ouro em Roma, de 31 de maio a 4 de junho, com um programa rico de encontros, simpósios, celebrações e adoração nas principais basílicas romanas.

O ápice das celebrações será a Vigília de Pentecostes e a oração ecumênica com o Papa Francisco no ‘Circo Massimo’ no sábado. A Rádio Vaticano transmitirá o encontro a partir das 12h50 horas, horário de Brasília.

São esperadas 30 mil pessoas provenientes de 130 países, 600 sacerdotes, 50 bispos e cardeais, para celebrar juntos com o Papa os 50 anos da Renovação Carismática, nascida em Pittsburgh, EUA, na manhã gelada de fevereiro de 1967, graças a um grupo de estudantes que sentiu a necessidade de reunir-se e rezar, invocando o Espírito Santo sobre a Igreja e sobre o mundo. Desde então o movimento não parou de crescer, ganhando novos adeptos em todas as partes do mundo.

E neste tempo cheio de contradições e crise de valores, a Renovação, sob o impulso do Papa Francisco, torna-se uma “corrente de graça”, um manancial de fé e de esperança e um celeiro de vocações.

O evento foi apresentado na manhã desta terça-feira na Sala Marconi, na Rádio Vaticano. A Presidente do Serviço Internacional da Renovação Carismática, Michelle Morgan, conversou conosco sobre a expectativa para este Jubileu:

“Quando se começa uma nova iniciativa, esta deve encontrar a sua colocação na Igreja; nós nascemos por graça do Concílio Vaticano II e por isto sempre tivemos nosso lugar no coração da Igreja. Tivemos necessidade de aprender a compreender esta graça da Renovação Carismática nos tempos que se seguiram ao Concílio. Foi necessário tempo para realizar este percurso, com o apoio dos diversos Pontífices, com cada um dos quais tivemos uma relação particular e privilegiada. Para este encontro esperamos uma nova efusão do Espírito Santo sobre a Igreja e sobre o mundo, e esperamos também por alguma surpresa. Nós estamos prontos e a serviço da Igreja para ajudar também a obra de reforma e renovação iniciada pelo Papa e para difundir a cultura da Pentecostes, porque é o Espírito que faz grande todas as coisas”.

Um Jubileu de Ouro de comunhão, unidade, caridade e oração marcado por eventos, que se abre com a participação na Audiência Geral com o Papa Francisco na Praça São Pedro na quarta-feira, e no domingo na Missa de Pentecostes e no Regina Coeli, além da Vigília de Pentecostes no Circo Massimo, desejada pelo Pontífice. Momento também aguardado pela sua dimensão e valor ecumênico. Entre os convidados, estarão o Pastor Giovanni Traettino, amigo de Bergoglio, líderes protestantes e alguns ortodoxos. Conosco, o Presidente da RCC Itália, Salvatore Martinez:

“De qualquer maneira será a grande ocasião para mostrar como o ecumenismo espiritual é o maior e atual motivo de reconciliação entre as diversas tradições cristãs. O Papa Francisco quis organizar uma Vigília ecumênica. Portanto, não um modo para celebrar a Renovação nos seus 50 anos, mas para celebrar o Espírito Santo que é causa de unidade, de alegria, de reconciliação”. (CS/JE)

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Prof. Carriquiry: Documento de Aparecida e o Pontificado de Francisco

Cidade do Vaticano (RV) – A V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, ou Conferência de Aparecida, foi inaugurada pelo Papa Bento XVI, em Aparecida, no dia 13 de maio e encerrou no dia 31 de maio de 2007. Um evento de extraordinária importância para a Igreja do continente e para a Igreja universal.

O presidente da Comissão da Redação do Documento final de Aparecida era o então Arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Jorge Mario Bergoglio.

Ao lado dele nos trabalhos da Conferência estava o Professor Guzman Carriquiry, Vice-Presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina (CAL) que falou sobre a importância do documento àquele que foi o enviado especial da Rádio Vaticano à Aparecida – o colega do programa italiano Alessandro Gisotti:

“Para quem participou em Aparecida, a primeira coisa que se percebia, era um sentido de profunda fraternidade colegial que se viveu em Aparecida. A nossa Igreja superava tensões, polarizações e tendia a ganhar – graças ao Espírito Santo – uma maior comunhão, uma maior serena unidade. Segundo elemento fundamental foi o trabalho sinodal, e isto se deve muito – como o diz o Padre Diego Farbes em um recente artigo publicado na ‘Civiltà Cattolica’ – ao Cardeal Bergoglio. Os resultados foram no início necessariamente muito caóticos. Recordo que estava muito ansioso por este motivo. O Cardeal Bergoglio sempre dizia: devemos continuar a recolher tudo o que estão produzindo os bispos, conhecer bem quais são os tempos pelos quais nos conduz o Espírito Santo. E de fato, no final, no Documento os bispos escrevem: “O Espírito Santo nos conduziu lentamente mas decisivamente ao objetivo”. E depois, nós devemos pensar que Aparecida foi aquele tempo de graça por meio do qual a Providência de Deus levou Bergoglio à Sé de Pedro”.

RV: Poder-se-ia afirmar que naquela Conferência nasceu uma sintonia extraordinária entre Bento XVI e o Cardeal Bergoglio?

“Certamente! Os discursos – a homilia e o discurso inaugural do Papa Bento – foram muito importantes para todo o percurso de Aparecida: Papa Bento inaugura e dá a orientação de fundo de Aparecida, Bergoglio retoma tudo, junto com os bispos, e leva isto ao cumprimento, dando a eles aquela consistência, o perfil justamente de autoconsciência eclesial latino-americano”.

RV: Aparecida pode ser considerada como a fonte sempre viva deste Pontificado? Se fala que a Evangelii gaudium é quase – como diria – a evolução universal de um documento como o de Aparecida ligado à Igreja latino-americana…

“Certamente, existem vasos comunicantes muito fortes entre Aparecida e Evangelii gaudium. O Papa às vezes – um pouco sério, um pouco brincando – diz que Evangelii gaudium é um mix entre o Documento de Aparecida e Evangelii nuntiandi do Beato Paulo VI. Mas eu acredito que seja muito mais! É o documento de um pastor que se tornou pastor universal e portanto ele retoma muitos critérios fundamentais de Aparecida e os propõe à Igreja universal, mas ao mesmo tempo retoma o Magistério dos Pontífices precedentes. Lendo a Evangelii gaudium, alguém se reconhece em um certo sentido em Aparecida, mas Evangelii gaudium é “um salto de qualidade universal”, em relação a Aparecida”.

RV: É deste encontro, depois, que nasce o discipulado missionário, a “Igreja em saída”, tema forte deste pontificado….

“Exatamente! É daquele encontro pessoal e comunitário com Cristo que o Documento de Aparecida convida e mostra, propõe, um povo que é discípulo e missionário de Cristo e que diz respeito a toda a realidade da América Latina sob este olhar cristão e pastoral: esta é precisamente a chave hermenêutica do Documento de Aparecida”.

(AG/JE)

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Papa: um pastor deve preparar-se para se despedir bem

Cidade o Vaticano (RV) – O Papa Francisco celebrou na manhã desta terça-feira a Santa Missa na Capela da Casa Santa Marta. No centro da sua homilia esteve a primeira Leitura tirada dos Atos dos Apóstolos, que se pode intitular – disse Francisco – “A despedida de um bispo”. Paulo se despede da Igreja de Éfeso, que ele havia fundado. “Agora deve ir:

“Todos os pastores devem se despedir. Chega um momento em que o Senhor nos diz: vai para outro lugar, vai para lá, vem para cá, venha a mim. E um dos passos que deve fazer um pastor é também preparar-se para se despedir bem, não se despedir à metade. O pastor que não aprende a se despedir é porque tem alguma ligação não boa com o rebanho, um vínculo que não é purificado pela Cruz de Jesus”.

Paulo, então, chama todos os presbíteros de Éfeso e em uma espécie de “conselho presbiteral” se despede. O Papa destaca “três atitudes” do apóstolo. Primeiro, ele diz que nunca abandonou a luta: “Não é um ato de vaidade”, “porque ele diz que é o pior dos pecadores, sabe disso e diz”, mas simplesmente “conta a história”. E “uma das coisas que dará tanta paz ao pastor quando se despede – explicou o Papa – é recordar-se que nunca foi um pastor de compromissos”, ele sabe “que não guiou a Igreja com compromissos. Ele nunca abandonou a luta. “E é preciso coragem para isso”. Segundo ponto. Paulo diz que ele vai a Jerusalém “compelido pelo Espírito”, não sabe o que vai acontecer lá”. Ele obedece ao Espírito. “O pastor sabe que está em caminho”:

“Enquanto guiava a Igreja era com a atitude de não fazer compromissos; agora, o Espírito pede a ele para se colocar em caminho, sem saber o que vai acontecer. E continua, porque ele não possui nada seu, ele não fez do seu rebanho uma apropriação indevida. Ele serviu. ‘Agora Deus quer que eu vá embora? Vou embora sem saber o que vai acontecer comigo. Sei somente – o Espírito tinha feito ele saber – que o Espírito Santo de cidade em cidade me confirma que me esperam correntes e tribulações’. Isso ele sabia. Não vou me aposentar. Vou para outro lugar para servir outras Igrejas. Sempre o coração aberto à voz de Deus: deixo isso, vou ver o que o Senhor me pede. E aquele pastor sem compromissos é agora um pastor em caminho”.

O Papa explica por que não se apropriou do rebanho. Terceiro ponto. Paulo diz: “Eu não considero de nenhum modo preciosa a minha vida”: não é “o centro da história, da história grande ou da história pequena”, não é o centro, é “um servo”. Francisco cita um ditado popular: “Como você vive, você morre; como você vive, você se despede”. E Paulo se despede com uma “liberdade sem compromissos” e em caminho. “Assim se despede um pastor”:

“Com este exemplo tão bonito rezemos pelos pastores, pelos nossos pastores, pelos párocos, pelos bispos, pelo Papa, para que a sua vida seja uma vida sem compromissos, uma vida em caminho, e uma vida onde eles não pensem estar no centro da história e assim aprendam a se despedir. Rezemos pelos nossos pastores”. (SP)

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