No dia 13 de março de 1992, às 16h45, o Anjo Bom da Bahia, como era chamada, falecia aos 77 anos, no Convento Santo Antônio, em Salvador (BA), após 16 meses de sofrimento e fragilidades respiratórias.
Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a eterna Irmã Dulce, dos pobres, dos doentes, a força entre os mais necessitados, era considerada um ser capaz de romper barreiras que nem mesmo ela imaginava; uma empreendedora muito à frente do tempo em que viveu. Uma mulher profundamente crédula e devota da Divina Providência, possuidora de uma fé infinita, estritamente religiosa e comprometida com a verdade e que, desde muito jovem, conseguiu aliar fé e ação; uma religiosa que nunca questionou o poder de Deus, por pior que fosse a situação.
Com ela, cada um de nós pode aprender sobre a vida. Destacamos três pontos:
01 – Perseverança
De todas as virtudes e qualidades, a perseverança e o compromisso que tinha com a verdade marcaram sua trajetória. Dulce ensina, com o seu exemplo, a sempre perseverar naquilo que acreditamos, sem deixar de lado a esperança e a prudência.
02 – Amor ao próximo
Dulce enxergava no outro o próprio Cristo. Não necessariamente aquele mais necessitado do ponto de vista material, mas até na pobreza espiritual extrema. Possuía a capacidade de ter profunda tolerância ao que era diferente, um profundo respeito.
03 – Princípios
Um terceiro aspecto a aprender é que Irmã Dulce nunca abria mão dos seus princípios. Estava disposta, inclusive, a radicalizar.
Ela foi um ser que sempre procurou, inspirada em Cristo e em Maria, ser profundamente fiel aos seus objetivos. Por isso sofreu, foi injustiçada, tomou cusparadas, portas batidas na cara, foi expulsa e sofreu violência física.
https://portalkairos.org/wp-content/uploads/2020/02/oremos-com-a-santa-dulce.png500750Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2020-08-04 08:57:042020-08-04 08:58:02Três coisas pra gente aprender com a Santa Dulce
Segunda filha do dentista Augusto Lopes Pontes, professor da Faculdade de Odontologia, e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, ao nascer em 26 de maio de 1914, em Salvador, Irmã Dulce recebeu o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. O bebê veio ao mundo na Rua São José de Baixo, 36, no bairro do Barbalho, na freguesia de Santo Antônio Além do Carmo. A menina Maria Rita foi uma criança cheia de alegria, adorava brincar de boneca, empinar arraia e tinha especial predileção pelo futebol – era torcedora do Esporte Clube Ypiranga, time formado pela classe trabalhadora e os excluídos sociais.
Aos sete anos, em 1921, perde sua mãe Dulce, que tinha apenas 26 anos. No ano seguinte, junto com seus irmãos Augusto e Dulce (a querida Dulcinha), faz a primeira comunhão na Igreja de Santo Antônio Além do Carmo.
A vocação para trabalhar em benefício da população carente teve a influência direta da família, uma herança do pai que ela levou adiante, com o apoio decisivo da irmã, Dulcinha. Aos 13 anos, graças a seu destemor e senso de justiça, traços marcantes revelados quando ainda era muito novinha, Irmã Dulce passou a acolher mendigos e doentes em sua casa, transformando a residência da família – na Rua da Independência, 61, no bairro de Nazaré, num centro de atendimento. A casa ficou conhecida como ‘A Portaria de São Francisco’, tal o número de carentes que se aglomeravam a sua porta. Também é nessa época que ela manifesta pela primeira vez, após visitar com uma tia áreas onde habitavam pessoas pobres, o desejo de se dedicar à vida religiosa.
Em 08 de fevereiro de 1933, logo após a sua formatura como professora, Maria Rita entra então para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe. Em 13 de agosto de 1933, recebe o hábito de freira das Irmãs Missionárias e adota, em homenagem a sua mãe, o nome de Irmã Dulce.
A primeira missão de Irmã Dulce como freira foi ensinar em um colégio mantido pela sua congregação, no bairro da Massaranduba, na Cidade Baixa, em Salvador. Mas, o seu pensamento estava voltado mesmo para o trabalho com os pobres. Já em 1935, dava assistência à comunidade pobre de Alagados, conjunto de palafitas que se consolidara na parte interna do bairro de Itapagipe.
Nessa mesma época, começa a atender também os operários que eram numerosos naquele bairro, criando um posto médico e fundando, em 1936, a União Operária São Francisco – primeira organização operária católica do estado, que depois deu origem ao Círculo Operário da Bahia. Em 1937, funda, juntamente com Frei Hildebrando Kruthaup, o Círculo Operário da Bahia, mantido com a arrecadação de três cinemas que ambos haviam construído através de doações – o Cine Roma, o Cine Plataforma e o Cine São Caetano. Em maio de 1939, Irmã Dulce inaugura o Colégio Santo Antônio, escola pública voltada para operários e filhos de operários, no bairro da Massaranduba.
O amor e o serviço aos pobres e doentes
O Pelourinho, popularmente chamado de Pelô, é o nome de um bairro da cidade de Salvador, no Brasil. Localiza-se no Centro Histórico da cidade, na área que abrange apenas as ruas que vão do Terreiro de Jesus até o Largo do Pelourinho, o qual possui um conjunto arquitetônico colonial barroco brasileiro preservado e integrante do Patrimônio Histórico da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Em 1939, Irmã Dulce invade cinco casas na Ilha dos Ratos, para abrigar doentes que recolhia nas ruas de Salvador. Expulsa do lugar, ela peregrina durante uma década, levando os seus doentes por vários locais da cidade. Por fim, em 1949, Irmã Dulce ocupa um galinheiro ao lado do Convento Santo Antônio, após autorização da sua superiora, com os primeiros 70 doentes. A iniciativa deu origem à tradição propagada há décadas pelo povo baiano de que a freira construiu o maior hospital da Bahia a partir de um simples galinheiro. Já em 1959, é instalada oficialmente a Associação Obras Sociais Irmã Dulce e no ano seguinte é inaugurado o Albergue Santo Antônio.
O incentivo para construir a sua obra, Irmã Dulce teve do povo baiano, de brasileiros de diversos estados e de personalidades internacionais. Em 1988, ela foi indicada pelo então presidente da República, José Sarney, com o apoio da Rainha Sílvia, da Suécia, para o Prêmio Nobel da Paz. Oito anos antes, no dia 7 de julho de 1980, Irmã Dulce ouvia do Papa João Paulo II, na sua primeira visita ao país, o incentivo para prosseguir com a sua obra.
Irmã Dulce e o Papa João Paulo II voltariam a se encontrar em 20 de outubro de 1991, na segunda visita do Sumo Pontífice ao Brasil. João Paulo II fez questão de quebrar o rigor da sua agenda e foi ao Convento Santo Antônio visitar a religiosa baiana, cuja saúde já se encontrava bastante debilitada em função de problemas respiratórios. Cinco meses depois da visita do Papa, os baianos chorariam a morte do Anjo Bom do Brasil.
Irmã Dulce morreu em 13 de março de 1992, pouco tempo antes de completar 78 anos. No velório, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, em Salvador, políticos, empresários, artistas, se misturavam a dor de milhares de pessoas simples e anônimas. A fragilidade com que viveu os últimos 30 anos da sua vida – tinha 70% da capacidade respiratória comprometida – não impediu que ela construísse e mantivesse uma das maiores e mais respeitadas instituições filantrópicas do país, uma verdadeira obra de amor aos pobres e doentes.
Obras da Irmã Dulce / Wikipedia / Portal Kairós
https://portalkairos.org/wp-content/uploads/2020/01/irma-dulce-vida-01-pk.png500750Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2020-01-26 16:36:002020-03-11 02:33:17Resumo da vida da Irmã Dulce
https://portalkairos.org/wp-content/uploads/2020/01/especial-santa-dulce-cf-2020-03.png500750Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2020-01-26 11:54:132020-01-28 11:52:01Literatura: Poesia em homenagem a Santa Dulce
Senhor nosso Deus,
lembrados de vossa filha,
A Santa Dulce dos Pobres,
cujo coração ardia de amor por vós e pelos irmãos,
particularmente os pobres e excluídos,
nós vos pedimos:
dai-nos idêntico amor pelos necessitados;
renovai nossa fé e nossa esperança
e concedei-nos, a exemplo desta vossa filha,
viver como irmãos,
buscando diariamente a santidade,
para sermos autênticos discípulos missionários
de vosso filho Jesus.
No dia 26 de maio de 1914, nascia em Salvador, Bahia, Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, (1914-1992) missionária do amor, conhecida por todos como Irmã Dulce; nome que traz em homenagem à sua mãe, mas que, ao mesmo tempo, carrega a essência de sua alma, a doçura em seu coração que ardentemente desejava servir a Deus por intermédio do próximo.
Ao longo de sua trajetória de amor e serviço aos pobres e doentes, Irmã Dulce compartilhou citações e pensamentos sobre os mais variados temas da vida cotidiana, em uma verdadeira lição de fé e esperança.
A Caridade
“O importante é fazer a caridade, não falar de caridade. Compreender o trabalho em favor dos necessitados como missão escolhida por Deus.”
“Se Deus viesse à nossa porta, como seria recebido? Aquele que bate à nossa porta, em busca de conforto para a sua dor, para o seu sofrimento, é um outro Cristo que nos procura.”
“Procuremos viver em união, em espírito de caridade, perdoando uns aos outros as nossas pequenas faltas e defeitos. É necessário saber desculpar para viver em paz e união.”
“É preciso que todos tenham fé e esperança em um futuro melhor. O essencial é confiar em Deus. O amor constrói e solidifica.”
A Essência Humana
“Sempre que puder, fale de amor e com amor para alguém. Faz bem aos ouvidos de quem ouve e à alma de quem fala.”
“No coração de cada homem, por mais violento que seja, há sempre uma semente de amor prestes a brotar.”
“Se houvesse mais amor, o mundo seria outro; se nós amássemos mais, haveria menos guerra. Tudo está resumido nisso: Dê o máximo de si em favor do seu irmão, e, assim sendo, haverá paz na terra.”
“O corpo é um templo sagrado. A mente, o altar. Então, devemos cuidá-los com o maior zelo. Corpo e mente são o reflexo da nossa alma, a forma como nos apresentamos ao mundo e um cartão de visitas para o nosso encontro com Deus.”
A Fé
“O amor supera todos os obstáculos, todos os sacrifícios. Por mais que fizermos, tudo é pouco diante do que Deus faz por nós.”
“No amor e na fé encontraremos as forças necessárias para a nossa missão.”
“Nós somos como um lápis com que Deus escreve os textos que Ele quer ditos nos corações dos homens.”
“Habitue-se a ouvir a voz do seu coração. É através dele que Deus fala conosco e nos dá a força que necessitamos para seguirmos em frente, vencendo os obstáculos que surgem na nossa estrada.”
A Questão Social
“Tudo seria melhor se houvesse mais amor.”
“O que fazer para mudar o mundo? Amar. O amor pode, sim, vencer o egoísmo.”
“A minha política é a do amor ao próximo.”
“Não entro na área política, não tenho tempo para me inteirar das implicações partidárias. Meu partido é a pobreza.”
Sua Obra
“Quando nenhum hospital quiser aceitar algum paciente, nós aceitaremos. Essa é a última porta e por isso eu não posso fechá-la.”
“Obra de Deus não se interrompe, porque Ele não permite. Se foi Deus quem construiu o hospital, por que haveria de sofrer interrupção? Eu nada fiz, porque nada sou. Quem faz tudo é Deus, nunca se esqueça disso.”
“Se fosse preciso, começaria tudo outra vez do mesmo jeito, andando pelo mesmo caminho de dificuldades, pois a fé, que nunca me abandona, me daria forças para ir sempre em frente.”
“Foi o nosso povo, com a sua fé, sob inspiração de Deus, que construiu toda essa obra.”
Obras da Irmã Dulce / Portal Kairós
https://portalkairos.org/wp-content/uploads/2020/01/especial-santa-dulce-cf-2020.png500750Portal kairóshttps://portalkairos.org/wp-content/uploads/2019/09/portalkairos-site.pngPortal kairós2020-01-26 11:28:092020-01-29 14:39:25As melhores frases da Santa Dulce dos pobres
Três coisas pra gente aprender com a Santa Dulce
/em Formação Católica, Santa irmã DulceNo dia 13 de março de 1992, às 16h45, o Anjo Bom da Bahia, como era chamada, falecia aos 77 anos, no Convento Santo Antônio, em Salvador (BA), após 16 meses de sofrimento e fragilidades respiratórias.
Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a eterna Irmã Dulce, dos pobres, dos doentes, a força entre os mais necessitados, era considerada um ser capaz de romper barreiras que nem mesmo ela imaginava; uma empreendedora muito à frente do tempo em que viveu. Uma mulher profundamente crédula e devota da Divina Providência, possuidora de uma fé infinita, estritamente religiosa e comprometida com a verdade e que, desde muito jovem, conseguiu aliar fé e ação; uma religiosa que nunca questionou o poder de Deus, por pior que fosse a situação.
Resumo da vida da Irmã Dulce
Com ela, cada um de nós pode aprender sobre a vida. Destacamos três pontos:
01 – Perseverança
De todas as virtudes e qualidades, a perseverança e o compromisso que tinha com a verdade marcaram sua trajetória. Dulce ensina, com o seu exemplo, a sempre perseverar naquilo que acreditamos, sem deixar de lado a esperança e a prudência.
02 – Amor ao próximo
Dulce enxergava no outro o próprio Cristo. Não necessariamente aquele mais necessitado do ponto de vista material, mas até na pobreza espiritual extrema. Possuía a capacidade de ter profunda tolerância ao que era diferente, um profundo respeito.
03 – Princípios
Um terceiro aspecto a aprender é que Irmã Dulce nunca abria mão dos seus princípios. Estava disposta, inclusive, a radicalizar.
Ela foi um ser que sempre procurou, inspirada em Cristo e em Maria, ser profundamente fiel aos seus objetivos. Por isso sofreu, foi injustiçada, tomou cusparadas, portas batidas na cara, foi expulsa e sofreu violência física.
As melhores frases da Santa Dulce dos pobres
A12 / Portal Kairós
Resumo da vida da Irmã Dulce
/em Formação Católica, Santa irmã DulceOs primeiros passos
Segunda filha do dentista Augusto Lopes Pontes, professor da Faculdade de Odontologia, e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, ao nascer em 26 de maio de 1914, em Salvador, Irmã Dulce recebeu o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes. O bebê veio ao mundo na Rua São José de Baixo, 36, no bairro do Barbalho, na freguesia de Santo Antônio Além do Carmo. A menina Maria Rita foi uma criança cheia de alegria, adorava brincar de boneca, empinar arraia e tinha especial predileção pelo futebol – era torcedora do Esporte Clube Ypiranga, time formado pela classe trabalhadora e os excluídos sociais.
Aos sete anos, em 1921, perde sua mãe Dulce, que tinha apenas 26 anos. No ano seguinte, junto com seus irmãos Augusto e Dulce (a querida Dulcinha), faz a primeira comunhão na Igreja de Santo Antônio Além do Carmo.
A vocação para trabalhar em benefício da população carente teve a influência direta da família, uma herança do pai que ela levou adiante, com o apoio decisivo da irmã, Dulcinha. Aos 13 anos, graças a seu destemor e senso de justiça, traços marcantes revelados quando ainda era muito novinha, Irmã Dulce passou a acolher mendigos e doentes em sua casa, transformando a residência da família – na Rua da Independência, 61, no bairro de Nazaré, num centro de atendimento. A casa ficou conhecida como ‘A Portaria de São Francisco’, tal o número de carentes que se aglomeravam a sua porta. Também é nessa época que ela manifesta pela primeira vez, após visitar com uma tia áreas onde habitavam pessoas pobres, o desejo de se dedicar à vida religiosa.
Em 08 de fevereiro de 1933, logo após a sua formatura como professora, Maria Rita entra então para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão, em Sergipe. Em 13 de agosto de 1933, recebe o hábito de freira das Irmãs Missionárias e adota, em homenagem a sua mãe, o nome de Irmã Dulce.
A primeira missão de Irmã Dulce como freira foi ensinar em um colégio mantido pela sua congregação, no bairro da Massaranduba, na Cidade Baixa, em Salvador. Mas, o seu pensamento estava voltado mesmo para o trabalho com os pobres. Já em 1935, dava assistência à comunidade pobre de Alagados, conjunto de palafitas que se consolidara na parte interna do bairro de Itapagipe.
Nessa mesma época, começa a atender também os operários que eram numerosos naquele bairro, criando um posto médico e fundando, em 1936, a União Operária São Francisco – primeira organização operária católica do estado, que depois deu origem ao Círculo Operário da Bahia. Em 1937, funda, juntamente com Frei Hildebrando Kruthaup, o Círculo Operário da Bahia, mantido com a arrecadação de três cinemas que ambos haviam construído através de doações – o Cine Roma, o Cine Plataforma e o Cine São Caetano. Em maio de 1939, Irmã Dulce inaugura o Colégio Santo Antônio, escola pública voltada para operários e filhos de operários, no bairro da Massaranduba.
O amor e o serviço aos pobres e doentes
O Pelourinho, popularmente chamado de Pelô, é o nome de um bairro da cidade de Salvador, no Brasil. Localiza-se no Centro Histórico da cidade, na área que abrange apenas as ruas que vão do Terreiro de Jesus até o Largo do Pelourinho, o qual possui um conjunto arquitetônico colonial barroco brasileiro preservado e integrante do Patrimônio Histórico da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
Em 1939, Irmã Dulce invade cinco casas na Ilha dos Ratos, para abrigar doentes que recolhia nas ruas de Salvador. Expulsa do lugar, ela peregrina durante uma década, levando os seus doentes por vários locais da cidade. Por fim, em 1949, Irmã Dulce ocupa um galinheiro ao lado do Convento Santo Antônio, após autorização da sua superiora, com os primeiros 70 doentes. A iniciativa deu origem à tradição propagada há décadas pelo povo baiano de que a freira construiu o maior hospital da Bahia a partir de um simples galinheiro. Já em 1959, é instalada oficialmente a Associação Obras Sociais Irmã Dulce e no ano seguinte é inaugurado o Albergue Santo Antônio.
O incentivo para construir a sua obra, Irmã Dulce teve do povo baiano, de brasileiros de diversos estados e de personalidades internacionais. Em 1988, ela foi indicada pelo então presidente da República, José Sarney, com o apoio da Rainha Sílvia, da Suécia, para o Prêmio Nobel da Paz. Oito anos antes, no dia 7 de julho de 1980, Irmã Dulce ouvia do Papa João Paulo II, na sua primeira visita ao país, o incentivo para prosseguir com a sua obra.
Irmã Dulce e o Papa João Paulo II voltariam a se encontrar em 20 de outubro de 1991, na segunda visita do Sumo Pontífice ao Brasil. João Paulo II fez questão de quebrar o rigor da sua agenda e foi ao Convento Santo Antônio visitar a religiosa baiana, cuja saúde já se encontrava bastante debilitada em função de problemas respiratórios. Cinco meses depois da visita do Papa, os baianos chorariam a morte do Anjo Bom do Brasil.
Irmã Dulce morreu em 13 de março de 1992, pouco tempo antes de completar 78 anos. No velório, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, em Salvador, políticos, empresários, artistas, se misturavam a dor de milhares de pessoas simples e anônimas. A fragilidade com que viveu os últimos 30 anos da sua vida – tinha 70% da capacidade respiratória comprometida – não impediu que ela construísse e mantivesse uma das maiores e mais respeitadas instituições filantrópicas do país, uma verdadeira obra de amor aos pobres e doentes.
Obras da Irmã Dulce / Wikipedia / Portal Kairós
Literatura: Poesia em homenagem a Santa Dulce
/em Formação Católica, Santa irmã DulceSanta Dulce – Anjo Doce da Bahia
Vento, tu que sopra poesia
eu vou te falar com emoção
duma certa Anja lá da Bahia
que fez a fé ter vida e ação
Maria Rita de Souza Brito
Lopes Pontes foi em Salvador
a Irmã dos trabalhos bonitos
ajudadora do povo sofredor
Baiana, fez a religiosidade
ser vocacionada para o bem
com obras puras de caridade
auxiliando a quem nada tem
Mulher de espírito amigo
menina, sentiu no coração
o desejo de ajudar mendigos
doentes inclusive de solidão
Mesmo sem a menor estrutura
ela procurava sempre ajudar
pessoas na rua da amargura
enfermos sem leito hospitalar
Menina do coração ternurento
transformou a casa paternal
num centro de atendimento
aos pobres da baiana capital
Freira com vocação missionária
se voltou também pra educação
como uma professora primária
num Círculo Operário Cristão
Amiga dos pobres desvalidos
ensinava carentes do povão
num colégio que era mantido
por sua Católica Congregação
Movida pelo santo sentimento
para atender doentes sem lar
converteu galinheiro de Convento
em Centro Social e Hospitalar
E apesar da saúde fragilizada
Dulce fez opção preferencial
pela população marginalizada
tão esquecida na roda social
Fundadora de Hospitais na Bahia
suas lindas atividades sociais
ainda rendem frutos hoje em dia
atendendo as classes marginais
Vento, sumano que acalenta
o pobre, o desvalido, o infeliz
a irmã de um metro e quarenta
foi uma gigante no teu país
Tu que nessa vida se agiganta
socializando teu natural ventilar
ela, realmente foi uma santa
pro sem saúde do setor popular
Santa dos santos atendimentos
gestos suaves, jeito de encantar
lembrava em muitos momentos
a outra santa, aquela de Calcutá
Irmã que ajudava os sem nome
com Obras da Fé agia de coração
via Jesus Cristo passando fome
no rosto dum irmão na exclusão
Dulce da Fé e Obra Vivenciadas
por seus trabalhos assistenciais
ah, conseguiu até ser indicada
a receber o prêmio Nobel da Paz
Nordestina bondosa, caridosa
ali, na sua discriminada região
com linda atividade religiosa
sim, fez a fé entrar em ação
Sua Ação em prol dos carentes
Vento, eu te juro, meu irmão
até hoje comove muita gente
além da fronteira da religião
Vento dos atos humanitários
O lábaro estrelado nacional
por um sistema único precário
anda envergonhado à meio pau
E, o pior, vejo tantos religiosos
presos em cadeias de televisão
caminhando com os poderosos
escandalizando a nossa nação
E Dulce dizia com humildade
o amor e seus sonhos são
a única porta pra eternidade,
importa é o agir de coração
Dizia, com ternura uma certeza:
ricos e pobres sempre existirão
Mesmo sempre havendo pobreza
podemos melhorar a situação
À quem se achava em amargura
dizia: nunca se deixe entristecer
quando a noite tiver mais escura
é por que o sol já vai aparecer
Sumano, ela um dia foi embora
rumou seu rumo santo natural
e o povão baiano ainda chora
lembrando sua freira angelical
A poesia que a nada se atrela
vive dizendo em cordel, canção
Irmã Dulce das Ações mais belas
é uma santa para o seu povão
Jetro Fagundes – Farinheiro Marajoara / Portal Kairós
Oração à Irmã Dulce
/em Formação Católica, Santa irmã DulceOração à Irmã Dulce
Senhor nosso Deus,
lembrados de vossa filha,
A Santa Dulce dos Pobres,
cujo coração ardia de amor por vós e pelos irmãos,
particularmente os pobres e excluídos,
nós vos pedimos:
dai-nos idêntico amor pelos necessitados;
renovai nossa fé e nossa esperança
e concedei-nos, a exemplo desta vossa filha,
viver como irmãos,
buscando diariamente a santidade,
para sermos autênticos discípulos missionários
de vosso filho Jesus.
Amém.
Lançado o hino da canonização da Irmã Dulce
Obras da Irmã Dulce / Portal Kairós
As melhores frases da Santa Dulce dos pobres
/em Formação Católica, Santa irmã DulceUma samaritana comprometida com a vida
No dia 26 de maio de 1914, nascia em Salvador, Bahia, Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, (1914-1992) missionária do amor, conhecida por todos como Irmã Dulce; nome que traz em homenagem à sua mãe, mas que, ao mesmo tempo, carrega a essência de sua alma, a doçura em seu coração que ardentemente desejava servir a Deus por intermédio do próximo.
Ao longo de sua trajetória de amor e serviço aos pobres e doentes, Irmã Dulce compartilhou citações e pensamentos sobre os mais variados temas da vida cotidiana, em uma verdadeira lição de fé e esperança.
A Caridade
“O importante é fazer a caridade, não falar de caridade. Compreender o trabalho em favor dos necessitados como missão escolhida por Deus.”
“Se Deus viesse à nossa porta, como seria recebido? Aquele que bate à nossa porta, em busca de conforto para a sua dor, para o seu sofrimento, é um outro Cristo que nos procura.”
“Procuremos viver em união, em espírito de caridade, perdoando uns aos outros as nossas pequenas faltas e defeitos. É necessário saber desculpar para viver em paz e união.”
“É preciso que todos tenham fé e esperança em um futuro melhor. O essencial é confiar em Deus. O amor constrói e solidifica.”
A Essência Humana
“Sempre que puder, fale de amor e com amor para alguém. Faz bem aos ouvidos de quem ouve e à alma de quem fala.”
“No coração de cada homem, por mais violento que seja, há sempre uma semente de amor prestes a brotar.”
“Se houvesse mais amor, o mundo seria outro; se nós amássemos mais, haveria menos guerra. Tudo está resumido nisso: Dê o máximo de si em favor do seu irmão, e, assim sendo, haverá paz na terra.”
“O corpo é um templo sagrado. A mente, o altar. Então, devemos cuidá-los com o maior zelo. Corpo e mente são o reflexo da nossa alma, a forma como nos apresentamos ao mundo e um cartão de visitas para o nosso encontro com Deus.”
A Fé
“O amor supera todos os obstáculos, todos os sacrifícios. Por mais que fizermos, tudo é pouco diante do que Deus faz por nós.”
“No amor e na fé encontraremos as forças necessárias para a nossa missão.”
“Nós somos como um lápis com que Deus escreve os textos que Ele quer ditos nos corações dos homens.”
“Habitue-se a ouvir a voz do seu coração. É através dele que Deus fala conosco e nos dá a força que necessitamos para seguirmos em frente, vencendo os obstáculos que surgem na nossa estrada.”
A Questão Social
“Tudo seria melhor se houvesse mais amor.”
“O que fazer para mudar o mundo? Amar. O amor pode, sim, vencer o egoísmo.”
“A minha política é a do amor ao próximo.”
“Não entro na área política, não tenho tempo para me inteirar das implicações partidárias. Meu partido é a pobreza.”
Sua Obra
“Quando nenhum hospital quiser aceitar algum paciente, nós aceitaremos. Essa é a última porta e por isso eu não posso fechá-la.”
“Obra de Deus não se interrompe, porque Ele não permite. Se foi Deus quem construiu o hospital, por que haveria de sofrer interrupção? Eu nada fiz, porque nada sou. Quem faz tudo é Deus, nunca se esqueça disso.”
“Se fosse preciso, começaria tudo outra vez do mesmo jeito, andando pelo mesmo caminho de dificuldades, pois a fé, que nunca me abandona, me daria forças para ir sempre em frente.”
“Foi o nosso povo, com a sua fé, sob inspiração de Deus, que construiu toda essa obra.”
Obras da Irmã Dulce / Portal Kairós