Terreno fértil na Somália para crescimento do Estado Islâmico

Mogadíscio (RV) – “Daquilo que me foi informado, os membros do Estado Islâmico pagam melhor, e assim, na situação de crise da Somália, é fácil encontrar adeptos”, afirmou à Agência Fides o Bispo de Gibuti e Administrador Apostólico de Mogadíscio, Dom Giorgio Bertin, ao comentar o primeiro atentado suicida reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico na Somália, cometido em 24 de maio em Bosaso, e que matou ao menos cinco pessoas.

“Deve-se ter em mente também que, entre os Shabaab, há disputas internas que têm ligações com questões de clã. Não me surpreenderia se algum Shabaab entrasse para as fileiras do Estado Islâmico, quer porque em desacordo com a linha da própria liderança, quer por motivos de clãs, quer por atração econômica”, afirma Dom Bertin.

“Há quase um ano se fala da presença do Estado Islâmico na Somália, em geral na região de Puntland, onde se encontra Bosaso”, acrescenta o prelado.

Pirataria

Em Puntland, região semiautônoma, existe uma ampla faixa costeira onde se concentravam até há poucos anos as festividades da pirataria somali.

“Em uma área como esta, aberta ao tráfico de diversas naturezas, é provavelmente fácil para o Estado Islâmico implantar-se”, observa Dom Bertin, acrescentando que nos últimos meses houve uma retomada da pirataria somali.

“Pode ser que entre a instalação do Estado Islâmico em Puntland e a retomada das incursões dos piratas somalis exista alguma relação, mas não é comprovado”, comenta.

“Também deve-se levar em consideração que a seca que martiriza o Chifre da África pode ter induzido alguém a retomar a pirataria”, conclui Dom Bertin. (LM/JE)

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Coleta anual da Caritas argentina: ninguém pode ser excluído

Buenos Aires (RV) – “Se olhas para o outro como teu irmão, ninguém pode ser excluído”: esse é o tema da coleta anual que a Caritas Argentina promove para os dias 10 e 11 de junho próximo. A temática “inspira-se numa reflexão do Papa Francisco feita em julho de 2015 em Quito, no Equador, no encontro com a sociedade civil realizado na Igreja de São Francisco”, refere a agência católica Aica.

Ninguém seja excluído da sociedade

Naquela ocasião, o Santo Padre disse: “A nossa sociedade vence quando cada pessoa, cada grupo social, se sente verdadeiramente em casa. Numa família, os pais, os avós, as crianças são de casa; ninguém é excluído”.

Ajudar quem tem menos do que os outros

“A campanha de solidariedade será animada com imagens e testemunhos obtidos na comunidade de Caritas Rafaela, na província de Santa Fé, para refletir o trabalho de muitos voluntários que, com alegria e esperança, oferecem seus esforços de modo desinteressado para dar oportunidade de ajuda a quem tem menos do que os outros”, informa a Caritas local.

A atividade da Caritas Argentina

Com mais de 3.500 paróquias, capelas e centros missionários e 32 mil voluntários, a Caritas Argentina colabora, coordena e auxilia a pastoral caritativa da Igreja argentina, buscando dar respostas exaustivas às questões da pobreza e da promoção de valores como a dignidade e a justiça social. (RL-Sir)

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Faleceu aos 110 anos Cândida Bellotti, a religiosa mais idosa da Itália

Lucca (RV) – Ela deixou este mundo com a serenidade que a sempre distinguiu em seus 110 anos de vida. Faleceu no último sábado (27) em Lucca, região italiana da Toscana, na sede das Ministras dos Enfermos, a Irmã Cândida Bellotti, religiosa de origem vêneta que se distinguiu pela sua extraordinária longevidade.

Em 20 de fevereiro último, ela tinha comemorado o último aniversário circundada pelo bispo de Lucca, Dom Italo Castellani, pela Superiora Provincial Irmã Giuliana Fracasso e pelas coirmãs. Para ela também uma bênção especial do Papa Francisco, que tinha lhe enviado “calorosas felicitações e fervorosos votos”.

De origem vêneta, Irmã Candida (batizada com o nome Alma Bellotti) pertencia à Congregação das Ministras dos Enfermos de São Camilo de Lellis, que trabalham em hospitais, nas casas de repouso e em locais de atendimento, promovendo a pastoral da saúde e a saúde de base.

Desde os anos 30 havia trabalhado como enfermeira profissional em várias cidades italianas, dedicando-se também à formação das jovens irmãs. No ano 2000, aos 93 anos, tinha sido transferida para a Casa Mãe em Lucca para um merecido descanso. Dez os Pontífices que se sucederam durante a vida da Irmã Cândida, até o Papa Francisco, que teve o privilégio de encontrar em 2014 em Roma, por ocasião de seus 107 anos, participando na missa celebrada na Domus Santa Marta, e recebendo a sua bênção.

Agora, depois de uma vida rica de obras e dedicada com alegria ao serviço dos outros, Irmã Cândida permanecerá na memória daqueles que a conheceram e a apreciaram pelo seu grande ativismo, a sua sabedoria e o seu humor.

O funeral será nesta terça-feira, dia 30, na igreja da Santíssima Trindade de Lucca. (SP)

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Papa: aprender a ouvir o Espírito antes de tomar decisões

Cidade do Vaticano (RV) – É preciso deixar-se interpelar pelo Espírito Santo, apender a ouvi-lo antes de tomar decisões. Esta foi a exortação que o Papa Francisco dirigiu aos fiéis na homilia da Missa desta segunda-feira (29/05) na capela da Casa Santa Marta.

Nesta semana que antecede Pentecostes, afirmou o Papa, a Igreja pede que rezemos para que o Espírito venha no coração, na paróquia, na comunidade. Francisco inspirou-se na Primeira Leitura, que poderíamos chamar de “Pentecostes de Éfeso”. De fato, a comunidade de Éfeso tinha recebido a fé, mas não sabia nem mesmo que existisse o Espírito Santo. Eram “pessoas boas, de fé”, mas não conheciam este dom do Pai. Depois, Paulo impôs as mãos sobre eles, desceu o Espírito Santo e começaram a falar em línguas.

O Espírito Santo move o coração
O Espírito Santo, de fato, move o coração, como se lê nos Evangelhos, onde tantas pessoas – Nicodemos, a samaritana, a pecadora – são impulsionados a se aproximar de Jesus justamente pelo Espírito Santo. O Pontífice então convidou a nos questionar qual o lugar que o Espírito Santo tem em nossa vida:

“Eu sou capaz de ouvi-lo? Eu sou capaz de pedir inspiração antes de tomar uma decisão ou dizer uma palavra ou fazer algo? Ou o meu coração está tranquilo, sem emoções, um coração fixo? Certos corações, se nós fizéssemos um eletrocardiograma espiritual, o resultado seria linear, sem emoções. Também nos Evangelhos há essas pessoas, pensemos nos doutores da lei: acreditavam em Deus, todos sabiam os mandamentos, mas o coração estava fechado, parado, não se deixavam inquietar”.

Não à fé ideológica
A exortação central do papa, portanto, é deixar-se inquietar, isto è, interpelar pelo Espírito Santo que faz discernir e não ter uma fé ideológica:

“Deixar-se inquietar pelo Espírito Santo: “Eh, ouvi isso… Mas, padre, isso é sentimentalismo?” – “Pode ser, mas não. Se você for pela estrada justa não é sentimentalismo”. “Senti a vontade de fazer isso, de visitar aquele doente ou mudar de vida ou abandonar isso …”. Sentir e discernir: discernir o que sente o meu coração, porque o Espírito Santo é o mestre do discernimento. Uma pessoa que não tem esses movimentos no coração, que não discerne o que acontece, é uma pessoa que tem uma fé fria, uma fé ideológica. A sua fé é uma ideologia, é isso”.

Interrogar-se sobre a relação com o Espírito Santo
Este era o “drama” daqueles doutores da lei que eram contrários a Jesus. O Papa exortou a se interrogar sobre a própria relação com o Espírito Santo:

“Peço que me guie pelo caminho que devo escolher na minha vida e também todos os dias? Peço que me dê a graça de distinguir o bom do menos bom? Porque o bem do mal se distingue logo. Mas há aquele mal escondido, que é o menos bom, mas esconde o mal. Peço essa graça? Esta pergunta eu gostaria de semeá-la hoje no coração de vocês.”

Portanto, é preciso se interrogar se temos um coração irrequieto porque movido pelo Espírito Santo ou se fazemos somente “cálculos com a mente” . No Apocalipse, o apóstolo João inicia convidando as “sete Igrejas” – as sete dioceses daquele tempo, disse o Papa Francesco – a ouvir o que o Espírito Santo lhes diz. “Peçamos também nós esta graça de ouvir o que o Espírito diz à nossa Igreja, à nossa comunidade, à nossa paróquia, à nossa família e cada um de nós, a graça de aprender esta linguagem de ouvir o Espírito Santo”.

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Ascensão do Senhor, continuação da missão por parte da Igreja

O Papa Francisco rezou a oração do Regina Coeli, neste domingo (28/05), com os fiéis e peregrinos na Praça São Pedro.

Na alocução que precedeu a oração, o Pontífice recordou a Ascensão do Senhor, celebrada neste domingo, após quarenta dias depois da Páscoa.

“Os versículos que concluem o Evangelho de Mateus nos apresentam o momento da despedida definitiva do Ressuscitado aos seus discípulos. O cenário é o da Galileia, lugar onde Jesus os chamou para segui-lo e para formar o primeiro núcleo de sua comunidade nova. Agora, aqueles discípulos passaram através do fogo da paixão e da ressurreição. Ao verem Jesus ressuscitado eles se prostram diante dele, alguns porém ainda duvidam. A esta comunidade amedrontada, Jesus deixa a grande tarefa de evangelizar o mundo; e concretiza esta tarefa com a ordem o mandato de ensinar e batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”

Segundo o Papa, “a Ascensão de Jesus ao céu constitui o fim da missão que o Filho recebeu do Pai e o início da continuação desta missão por parte da Igreja. A partir deste momento, do momento da Ascensão, a presença de Cristo no mundo é mediada através de seus discípulos, daqueles que acreditam Nele e o anunciam. Esta missão durará até o fim da história e contará todos os dias com a assistência do Senhor ressuscitado, que garante: “Eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo”.

“A sua presença traz fortaleza nas perseguições, conforto nas tribulações, sustento nas situações difíceis que a missão e o anúncio do Evangelho encontram. A Ascensão nos recorda esta assistência de Jesus e de seu Espírito que dá confiança e segurança ao nosso testemunho cristão no mundo. Revela-nos porque existe a Igreja: a Igreja existe para anunciar o Evangelho! Somente para isso! A alegria da Igreja é anunciar o Evangelho.”

Francisco disse ainda que “todos nós batizados somos a Igreja. Hoje, somos convidados a entender melhor que Deus nos deu a grande dignidade e responsabilidade de anunciá-lo ao mundo, de torná-lo acessível à humanidade. Esta é a nossa dignidade, esta é a maior honra de cada um de nós, batizados na Igreja!”

“Nesta festa da Ascensão, enquanto voltamos o nosso olhar para o céu, onde Cristo subiu e está sentado à direita do Pai, fortalecemos os nossos passos na terra para prosseguir com entusiasmo e coragem o nosso caminho, a nossa missão de testemunhar e viver o Evangelho em qualquer ambiente. Estamos bem conscientes de que isso não depende em primeiro lugar de nossas forças, da capacidade organizacional e recursos humanos. Somente com a luz e a força do Espírito Santo podemos efetivamente cumprir a nossa missão de fazer conhecer e experimentar cada vez aos outros o amor e a ternura de Jesus.”

O Papa pediu “à Virgem Maria para nos ajudar a contemplar os bens celestes, que o Senhor nos promete, e a nos tornar testemunhas cada vez mais críveis de sua Ressurreição, da vida verdadeira.”

 

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