A devoção a Maria

A devoção à Virgem Maria, Mãe de Deus, é sem dúvida um diferencial em nossa vida cristã, porque, longe de desviar nossa atenção do Cristo, ela nos integra no plano de salvação proposto por Deus e realizado por seu Filho único, Jesus Cristo, que Se encarnou e veio ao mundo por meio dela. Nós celebramos as festas de Maria porque é Mãe de Deus, porque nos deu o Salvador. Foi Deus que, em sua infinita sabedoria e bondade, estabeleceu que a redenção da humanidade acontecesse através de seu Filho único nascido de uma Virgem; e a Virgem escolhida foi Maria. Ora, se Deus, o Senhor de todas as coisas, o Infinito e o Absoluto, não se envergonhou de escolher Maria, e a fez Cheia de Graça, para ser a Mãe de seu Filho, por que haveríamos nós, simples mortais, de recusar-nos a ter para com ela uma devoção toda especial?

É bom lembrar ainda que a nossa devoção a Maria deve fundamentar-se na inspiração de suas virtudes e no seguimento de Cristo. Quando Cristo disse: “Se alguém quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga” (Mt 16,24), Ele se colocou como o primeiro e principal modelo a ser seguido. Se nos inspirarmos na fidelidade de Maria, no seu amor a Deus e aos irmãos, com toda a certeza ela nos apresentará e conduzirá pelos caminhos de seu Filho Jesus.

Ao lermos a Bíblia, os Evangelhos nos mostrarão que Maria, como a primeira cristã, viveu as virtudes da Fé, da Esperança e da Caridade. Antes de trazer o Filho de Deus em seu seio, já O trazia no desejo de seu coração, pois como mulher judia esperava e acreditava que Deus um dia enviaria o Messias. Como modelo de caridade, deixa sua casa e vai servir Isabel, sua prima de idade avançada que está grávida, permanecendo com ela os três meses finais (Lc 1,36;56), e ainda estando presente com a Igreja que está nascendo e sendo perseguida. (At 1,14)

Foi modelo de um olhar de fé e de esperança, sobretudo quando, na tormenta da paixão do Filho, conservou no coração uma fé total n’Ele e no Pai. Enquanto os discípulos, envolvidos pelos acontecimentos, ficaram profundamente abalados na sua fé, Maria, embora provada pelo sofrimento, permaneceu íntegra na certeza de que se realizaria a predição de Jesus: “O Filho do Homem… ao terceiro dia, ressuscitará” (Mt 17, 22-23). Com este olhar de fé e de esperança, Maria encoraja a Igreja e os cristãos a cumprirem sempre a vontade do Pai, que nos foi manifestado por Cristo e que, através de sua intercessão, sejamos homens e mulheres da Fé, da Esperança e da Caridade.

A Virgem tem na Bíblia um lugar discreto. Ela aí é representada toda em função de Cristo e não por si mesma. Mas sua importância consiste na estreiteza de seus laços com Cristo. Maria está presente em todos os momentos de importância fundamental na História da salvação: não somente no princípio (Lc 1 – 2) e no fim (Jo 19,27) da vida de Cristo, mistérios da Encarnação e da morte redentora, mas na inauguração de Seu ministério (Jo 2) e no nascimento da Igreja (At 1,14). Presença discreta, na maior parte das vezes, silenciosa, animada pelo ideal de uma fé pura, e de um amor pronto a compreender e a servir aos desejos de Deus e dos homens. (Lc 1,38-39.46-56; Jo 2,3)

Esta presença revela seu sentido total, e com toda a Escritura se a recolocarmos nos grandes quadros e correntes da teologia bíblica onde eles se situam. Ela se apossa, pela fé, da promessa que ele havia recebido na fé. Se alargarmos a perspectiva da história de Israel à história cósmica, segundo as insinuações de João e de Lucas, se compreendermos que Cristo inaugura uma nova criação, Maria aparece no início da salvação, como restauração de Eva: Ela acolhe a promessa de vida onde a primeira mulher havia acolhido a palavra de morte e se torna perto da nova árvore da vida, a mãe dos vivos.

O lugar de Maria na liturgia se insere na celebração da obra salvífica do Pai: o Mistério de Cristo. Neste mistério inseriu-se a memória de Maria como Mãe de Cristo, celebrando-se de forma explícita a íntima ligação que a Mãe tem de mistérios da salvação; Maria aparece associada ao Filho em primeiro lugar na Celebração Eucarística, quando se invoca a memória da “sempre Virgem Maria, Mãe de Deus e Senhor Jesus Cristo” (Oração Eucarística I), as memórias incorporadas pela liturgia da Igreja e aquelas que nascem da experiência de fé das comunidades cristãs. Da tradição perene e viva da fé da Igreja colhem-se as mais significativas expressões da piedade e devoção marianas. (Cfr. Marialis Cultus 9-15)

Temos ao longo do ano várias celebrações que evocam a Bem-aventurada Virgem Maria. Este ano temos a graça de celebrar os 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul, jubileu nacional da Virgem Maria, e os cem anos das aparições de Nossa Senhora de Fátima aos pastorinhos. Em Maria, a Igreja evoca e celebra a própria vocação.

Pedindo pela paz, convidamos todos os nossos diocesanos a rezarem o Rosário em público nesses abençoados dias de maio deste Ano Mariano.

Orani João, Cardeal Tempesta, O.Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

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Papa a novos sacerdotes: não sejam clérigos de Estado, mas pastores

“Tragam sempre diante de vocês o exemplo do Bom Pastor que veio não para ser servido mas para servir e para buscar e salvar o que estava perdido”: foi a exortação do Papa Francisco aos dez novos sacerdotes por ele ordenados na Basílica de São Pedro na missa deste IV Domingo da Páscoa, também conhecido como do “Bom Pastor”, ocasião em que a Igreja celebra o Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

Já no início de sua homilia, na qual apresentou aos novos presbíteros o significado, importância e implicações do novo ministério ao qual foram chamados, Francisco os advertiu que foram eleitos pelo Senhor Jesus não para fazer carreira, mas para desempenhar na Igreja, em nome de Jesus Cristo, o ministério sacerdotal em favor dos homens.

Distribuam a todos a Palavra de Deus que vocês mesmos receberam com alegria. Meditando na lei do Senhor, procurem crer o que ler, ensinar o que crer e viver o que ensinam, frisou o Pontífice, fazendo uma premente exortação:

“O ensino de vocês seja alimento para o povo de Deus, ensino simples, como falava o Senhor, que chega ao coração. Não façam homilias por demais intelectuais e elaboradas: falem simples, falem aos corações. E essa pregação será verdadeiro alimento. E também o perfume de suas vidas seja alegria e sustento aos fiéis, porque a palavra sem o exemplo de vida não serve: é melhor voltar atrás. A vida dupla é uma doença feia na Igreja.”

Tomem, pois, consciência do que fazem, imitem o que realizam. Celebrando o mistério da morte e da ressurreição do Senhor, esforcem-se por fazer morrer em vocês todo o mal e por caminhar na vida nova, continuou o Santo Padre acrescentando ao texto da homilia mais uma admoestação os novos sacerdotes:

“Um presbítero que talvez tenha estudado tanta teologia e fez um, dois, três doutorados mas não aprendeu a carregar a Cruz de Cristo, não serve. Será um bom acadêmico, um bom professor, mas não um sacerdote.”

Com o Batismo vocês acrescentarão novos fiéis ao Povo de Deus. Com o Sacramento da Penitência perdoarão os pecados em nome de Cristo e da Igreja. “Por favor – disse o Pontífice –, peço-lhes em nome de Cristo e da Igreja que sejam misericordiosos. Sempre. Não coloquem nas costas dos fiéis fardos que não podem carregar nem mesmo vocês. Jesus repreendeu a estes, a estes doutores e os chamou de hipócritas.”

Atendo-se ainda aos vários ofícios do sacerdote no exercício de seu ministério, Francisco ressaltou que uma das tarefas – talvez enfadonha, também dolorosa – é ir encontrar os enfermos. Façam-no, vocês. Sim, tudo bem que façam os leigos, os diáconos, mas não deixem de tocar a carne de Cristo sofredor nos doentes: isso santifica vocês, os aproxima de Cristo.

Realizem, pois, com verdadeira caridade e alegria constante, o ministério de Cristo Sacerdote, não procurando os interesses de vocês, mas sim os de Jesus Cristo, foi a exortação do Pontífice antes de fazer sua última recomendação:

“Sejam alegres, jamais tristes, Alegres. Com a alegria do serviço de Cristo, mesmo em meio aos sofrimentos, às incompreensões, aos pecados. Tenham sempre diante dos olhos o exemplo do Bom Pastor, que não veio para ser servido, mas para servir. Por favor, não sejam senhores, não sejam clérigos de Estado, mas pastores: pastores do povo de Deus.”

Dos dez novos sacerdotes ordenados pelo Papa Francisco na missa da manhã deste domingo, sete são italianos, um mexicano, um peruano e um azerbaidjano. Este domingo do “Bom Pastor” é também o 54º Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

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Papa: seguir Jesus Bom Pastor, único guia seguro que dá sentido à vida

Cidade do Vaticano (RV) – Hoje somos convidados a não deixar-nos levar pelas falsas sabedorias deste mundo, mas a seguir Jesus, Ressuscitado, como único guia seguro que dá sentido a nossa vida: foi a exortação do Papa no Regina Caeli ao meio-dia deste domingo (07/05), falando aos milhares de fiéis, peregrinos e turistas presentes na Praça São Pedro para a oração mariana com o Santo Padre.

Na alocução que precedeu o Regina Caeli o Papa Francisco ateve-se à página do Evangelho deste domingo – chamado “domingo do bom pastor”, – na qual Jesus nos apresenta duas imagens que se completam mutuamente. A imagem do pastor e a imagem da porta do aprisco.

Muitas pessoas aproximam-se do rebanho: há quem entra no aprisco passando pela porta e quem “entra passando por outro lugar”, frisou o Pontífice explicando: o primeiro é o pastor, o segundo um estranho, que não ama as ovelhas, quer entrar por outros interesses.

“Jesus identifica-se com o primeiro e manifesta uma relação de familiaridade com as ovelhas, expressa mediante a voz, com a qual as chama e que elas reconhecem e o seguem. Ele as chama para levá-las para fora, às pastagens verdejantes onde encontram bom alimento”.

A segunda imagem com a qual Jesus se apresenta é a da “porta das ovelhas”. Cristo, Bom Pastor, tornou-se a porta da salvação da humanidade porque ofereceu a vida por suas ovelhas.

“Jesus, pastor bom e porta das ovelhas, é um cabeça cuja autoridade se expressa no serviço, um cabeça que para comandar dá a vida e não pede a outros que a sacrifiquem. De um cabeça assim se pode confiar, como as ovelhas que ouvem a voz de seu pastor porque sabem que com ele se vai a pastagens boas e abundantes”, frisou Francisco.

“Basta um sinal, um chamado e elas o seguem, obedecem, encaminham-se guiadas pela voz daquele que sentem como presença amiga, forte e doce ao mesmo tempo, que encaminha, protege, consola e medica. Assim é Cristo para nós”, ressaltou o Papa fazendo uma pertinente observação:

Há uma dimensão da experiência cristã que talvez deixamos de certo modo à sombra: a dimensão espiritual e afetiva. O sentir-nos unidos por um vínculo especial ao Senhor como as ovelhas a seu pastor. Por vezes racionalizamos por demais a fé e corremos o risco de perder a percepção do timbre daquela voz, da voz de Jesus bom pastor, que estimula e fascina.”

É a maravilhosa experiência de sentir-nos amados por Jesus. Perguntem-se: “Eu me sinto amado por Jesus? Eu me sinto amada por Jesus?” Para Ele jamais somos estranhos, mas amigos e irmãos. No entanto, nem sempre é fácil distinguir a voz do pastor bom. “Há sempre o perigo do ladrão, do brigante e do falso pastor. Há sempre o risco de ser distraído pelo ribombar de tantas vozes”, afirmou ainda o Santo Padre.

Em seguida, o Papa lembrou o dia de oração pelas vocações sacerdotais e religiosas e os presbíteros por ele ordenados neste domingo do Bom Pastor:

“Neste Dia Mundial de Oração pelas Vocações – em particular pelas vocações sacerdotais, para que o Senhor nos mande bons pastores – invoquemos a Virgem Maria: ela acompanhe os dez novos sacerdotes que ordenei pouco antes. Pedi a quatro deles da Diocese de Roma que viessem para dar a bênção juntos comigo. Nossa Senhora sustente com seu auxílio aqueles que foram chamados por Jesus Cristo, a fim de que estejam prontos e generosos a seguir a sua voz.”

Antes de despedir-se dos presentes, na saudação após a oração mariana o Papa lembrou sua peregrinação a Fátima, Portugal, sexta-feira e sábado próximos (dias 12 e 13 de maio), por ocasião dos cem anos da primeira aparição de Nossa Senhora aos três pastorinhos na Cova da Iria:

Neste mês de maio rezemos o Terço em particular pela paz, como pediu a Virgem em Fátima, aonde irei em peregrinação daqui a poucos dias, por ocasião do centenário da primeira aparição.” (RL)

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Reflexão para o IV Domingo da Páscoa: Dia do Bom Pastor

Celebramos hoje o domingo do Bom Pastor, mas o que é um pastor? E mais ainda, bom?
Vamos recordar o que fazia diariamente o pastor de ovelhas em Israel.

Ao anoitecer os pastores traziam suas ovelhas e as colocavam em um aprisco, e enquanto um deles passava a noite em vigília, os demais iam dormir. Quando amanhecia, eles iam até o local onde os rebanhos estavam e uma por uma chamava suas ovelhas, reconhecendo a voz de seu pastor, se dirigiam a ele e ele as levava para pastar e beber.
O ladrão, como frisara Jesus, não entrava pela porta do aprisco, mas pulava o muro de pedras para roubá-las. Já o pastor chegando, era reconhecido pelo vigilante que o deixava entrar pela porta.

O Senhor é o pastor de todo o Povo de Deus, que a cada dia nos chama em meio a tantos afazeres, tantos trabalhos e distrações para nos conduzir, do melhor modo, à resolução de nossas tarefas e necessidades.
O que caracteriza o pastor é dar a vida pelas ovelhas!

Escutamos sua voz e o seguimos, ou o barulho dos outros pastores são mais fortes aos nossos ouvidos e coração?
Certamente o Senhor sabe o que de verdade irá nos satisfazer, mas confiamos nele ou só lhe damos atenção quando estamos doentes e perdidos?

Também é importante não nos deixarmos ser roubados por ideias, ideologias que não são cristãs. Novidades e pseudo verdades que não vêm a nós pelos caminhos naturais, mas nos surpreendem de uma hora para outra e nos tiram a paz e o sossego.

Os chamados do Senhor são conaturais ao nosso modo de ser, alegram o nosso coração e nos saciam.
Por tudo isso, hoje é o dia de orações pelas vocações. Peçamos ao Pai que dê a seu rebanho pastores autênticos, formados pela escola do Coração de Jesus, a escola do serviço, da doação radical ao bem estar do rebanho. Que dê a seu rebanho autênticos ministros do Evangelho, fiéis anunciadores do Reino, intrépidos defensores da justiça e da paz, repletos do Espírito Santo e do amor incondicional a Cristo e ao próximo.

Quantos bons pastores nossa Igreja já teve: Pe. Anchieta, Frei Galvão, Pe. Antônio Vieira, Madre Paulina, Pe. Bento Pacheco, Dom Helder Câmara, Irmã Doroty, Dom Luciano Mendes de Almeida, Dom Aluísio Lorscheider, …e tantos outros.

Agradeçamos ao Pastor dos Pastores e peçamos por aqueles que nos servem na condução para a Casa do Pai.
Anunciamos com nossa vida, apesar do cansaço e das dificuldades, nossa experiência do Senhor Ressuscitado, vencedor da morte?

Nosso Deus é Companheiro e Senhor da Vida. Basta abrirmos nossa mente e coração e Ele se revelará.

(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos para o IV Domingo da Páscoa)

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Papa: vencer cultura da destruição, é vergonhoso chamar de “mãe uma bomba

Vencer a cultura da destruição que chama de “mãe” uma bomba e mostra na TV somente o mal para alcançar audiência. Foi o que afirmou o Papa Francisco num animado diálogo com estudantes participantes do Encontro promovido pela Coordenação Nacional Entidades Locais para a paz e os direitos humanos, recebidos na manhã deste sábado (06/05) na Sala Paulo VI, no Vaticano.

O Santo Padre denunciou novamente a chaga do “trabalho irregular” e exortou todos a fazer mais em defesa do ambiente.

É tempo de enfrentar e vencer sem medo “a cultura da destruição” com a força da mansidão. Francisco lançou este desafio aos jovens estudantes italianos engajados na Coordenação das Entidades locais para a paz.

O Santo Padre agradeceu aos estudantes pela concretude de suas perguntas, nas quais emergiu a angústia por tantas tragédias que afligem o mundo, das guerras à pobreza, bem como a violação dos direitos humanos.

O Papa ressaltou que hoje não há respeito nem mesmo pelas crianças e denunciou que na TV se vêm somente notícias ruins, destruições, porque parece que quanto mais um programa televisivo mostra essas calamidades, mais obtém sucesso.

Vergonhoso chamar uma bomba de “mãe”, é preciso destruição das armas

Francisco recordou a emergência dos migrantes, “a maior tragédia na Europa após a da II guerra Mundial”. Em seguida, dirigiu um pensamento à violência e às guerras que desfiguram a humanidade:

“Estamos vendo a maior tragédia após a II Guerra Mundial. É verdade! Há pessoas boas, há coisas boas no mundo que não são vistas; mas o mundo está em guerra. Digam a palavra vocês, que são a escola da paz: digam ‘O mundo está em guerra’. Que se este bombardeia aí, ‘mas não, é um hospital, uma escola, há doentes, crianças!’ – ‘Ah, não importa!’, e lá vai a bomba. Fiquei envergonhado com o nome de uma bomba: ‘A mãe de todas as bombas’. Olhem, a mãe dá vida! E esta dá morte! E dizemos ‘mãe’ a este aparelho? O que está acontecendo?”

O Pontífice reconheceu a fraqueza de muitos líderes internacionais. E advertiu que de um lado se pede a paz, mas depois se produzem e se traficam armas. “Existem os negociantes – disse – que vendem armas” a quem está em guerra e assim eles ganham com a morte dos outros.

“Trabalho irregular” e exploração são um pecado mortal

Francisco denunciou o tráfico da droga que destrói tantos jovens. Denunciou mais uma vez que no centro da economia encontram-se o dinheiro e o poder ao invés do homem, referindo-se, em particular, à chaga do trabalho irregular, à exploração das pessoas, inclusive de crianças:

“‘Mas Padre, isso é lá, naquele continente distante ou naquele país distante!’ Aqui, na Europa! Aqui! Aqui, na Itália! Aqui! Exploram-se as pessoas quando são pagas de forma irregular, quando lhe fazem o contrato de trabalho de setembro a maio, depois dois meses sem e assim não há continuidade, e depois recomeça em setembro: isso se chama destruição, isso se chama – nós católicos o chamamos pecado mortal, a exploração.”

Ser mansuetos para contrastar a violência também das palavras

O Pontífice deteve-se em seguida sobre o tema, muitas vezes por ele abordado, da tentação das fofocas, um verdadeiro “terrorismo” porque “destrói a pessoa” e encorajou os jovens a “morderem a língua” antes de falar dos outros.

Ao mesmo tempo, advertiu a distanciar-se da violência dos insultos que, observou, se vê por vezes inclusive nos debates políticos. Diante de tudo isso, disse, é preciso uma atitude de mansidão:

“Ser mansuetos, ter uma atitude de mansidão, não significa ser estúpidos; significa dizer as coisas em paz, com tranquilidade, sem ferir, buscar o modo de dizer sem ferir. Mas a mansidão é uma das virtudes que devemos reaprender, reencontrar em nossa vida. E para isso ajuda muito, em nossas conversações, não adjetivar as pessoas. Deixemos isso de lado. Sempre com mansidão. Sempre com aquela atitude mansueta que é contra a violência.”

“Nós – disse com pesar – estamos destruindo o presente mais precioso que Deus no deu: a Criação.” Francisco denunciou os danos provocados pelo consumismo que leva a experimentos em plantas e animais, ao surgimento de doenças raras, a tristes fenômenos como a “Terra dos fogos” ou a poluição do Mar Mediterrâneo.

Por fim, chamou a atenção para o risco de muitas palavras e pouco compromisso após a Conferência de Paris sobre a mudança climática.

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