Papa divulga mensagem para o 51º Dia Mundial das Comunicações

A proposta do papa é “Comunicar esperança e confiança no nosso tempo”

O 51º Dia Mundial das Comunicações Sociais será celebrado, este ano, no dia 28 de maio, Ascensão do Senhor. Porém, por tradição, a mensagem é divulgada pelo papa Francisco no dia de São Francisco de Sales, patrono dos escritores e jornalistas, comemorado em 24 de janeiro. “Comunicar esperança e confiança no nosso tempo” é o tema da mensagem apresentada por Francisco que propõe um estilo “aberto e criativo” para comunicar esperança.

No comunicado, o papa encoraja a todos que trabalham neste campo para que comuniquem de modo construtivo, isto é, rejeitando preconceitos e promovendo uma cultura do encontro.

Na mensagem, Francisco ressalta que o protagonista da notícia não pode ser o mal – que nos leva à apatia, ao desespero e a anestesiar a consciência –, mas a solução aos problemas, com um estilo comunicador aberto e criativo. “Num sistema comunicador onde vigora a lógica de que uma notícia boa não desperta a atenção, e por conseguinte não é uma notícia, e onde o drama do sofrimento e o mistério do mal facilmente são elevados a espetáculo, podemos ser tentados a anestesiar a consciência ou cair no desespero”, reflete Francisco.

A realidade não tem um significado unívoco, afirma o papa. “Tudo depende do olhar com que a enxergamos, dos ‘óculos’ que decidimos pôr para ver: mudando as lentes, também a realidade aparece diferente. Portanto, o ponto de partida bom para ler a realidade é a Boa Notícia por excelência, ou seja, o Evangelho de Jesus Cristo”, escreveu o pontífice.

Esta boa notícia, explica, não é boa porque nela não se encontra sofrimento, mas porque o próprio sofrimento é vivido num quadro mais amplo, como parte integrante do amor de Cristo ao Pai e à humanidade. Em Cristo, Deus fez-Se solidário com toda a situação humana, revelando-nos que não estamos sozinhos, porque temos um Pai que nunca pode esquecer os seus filhos.

Leia a mensagem na íntegra

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO

PARA O 51ª DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

Tema: “Não tenhas medo, que Eu estou contigo” (Is 43, 5).

“Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo”

Graças ao progresso tecnológico, o acesso aos meios de comunicação possibilita a muitas pessoas ter conhecimento quase instantâneo das notícias e divulgá-las de forma capilar. Estas notícias podem ser boas ou más, verdadeiras ou falsas. Já os nossos antigos pais na fé comparavam a mente humana à mó da azenha que, movida pela água, não se pode parar. Mas o moleiro encarregado da azenha tem possibilidades de decidir se quer moer, nela, trigo ou joio. A mente do homem está sempre em ação e não pode parar de “moer” o que recebe, mas cabe a nós decidir o material que lhe fornecemos (cf. Cassiano o Romano, Carta a Leôncio Igumeno).

Gostaria que esta mensagem pudesse chegar como um encorajamento a todos aqueles que diariamente, seja no âmbito profissional seja nas relações pessoais, “moem” tantas informações para oferecer um pão fragrante e bom a quantos se alimentam dos frutos da sua comunicação. A todos quero exortar a uma comunicação construtiva, que, rejeitando os preconceitos contra o outro, promova uma cultura do encontro por meio da qual se possa aprender a olhar, com convicta confiança, a realidade.

Creio que há necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do medo, resultante do hábito de se fixar a atenção nas “notícias más” (guerras, terrorismo, escândalos e todo o tipo de falimento nas vicissitudes humanas). Não se trata, naturalmente, de promover desinformação onde seja ignorado o drama do sofrimento, nem de cair num otimismo ingénuo que não se deixe tocar pelo escândalo do mal. Antes, pelo contrário, queria que todos procurássemos ultrapassar aquele sentimento de mau-humor e resignação que muitas vezes se apodera de nós, lançando-nos na apatia, gerando medos ou a impressão de não ser possível pôr limites ao mal. Aliás, num sistema comunicador onde vigora a lógica de que uma notícia boa não desperta a atenção, e por conseguinte não é uma notícia, e onde o drama do sofrimento e o mistério do mal facilmente são elevados a espetáculo, podemos ser tentados a anestesiar a consciência ou cair no desespero.

Gostaria, portanto, de dar a minha contribuição para a busca dum estilo comunicador aberto e criativo, que não se prontifique a conceder papel de protagonista ao mal, mas procure evidenciar as possíveis soluções, inspirando uma abordagem propositiva e responsável nas pessoas a quem se comunica a notícia. A todos queria convidar a oferecer aos homens e mulheres do nosso tempo relatos permeados pela lógica da “boa notícia”.

A boa notícia

A vida do homem não se reduz a uma crônica asséptica de eventos, mas é história, e uma história à espera de ser contada através da escolha duma chave interpretativa capaz de selecionar e reunir os dados mais importantes. Em si mesma, a realidade não tem um significado unívoco. Tudo depende do olhar com que a enxergamos, dos “óculos” que decidimos pôr para a ver: mudando as lentes, também a realidade aparece diversa. Então, qual poderia ser o ponto de partida bom para ler a realidade com os “óculos” certos?

Para nós, cristãos, os óculos adequados para decifrar a realidade só podem ser os da boa notícia: partir da Boa Notícia por excelência, ou seja, o “Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc 1, 1). É com estas palavras que o evangelista Marcos começa a sua narração: com o anúncio da “boa notícia”, que tem a ver com Jesus; mas, mais do que uma informação sobre Jesus, a boa notícia é o próprio Jesus. Com efeito, ao ler as páginas do Evangelho, descobre-se que o título da obra corresponde ao seu conteúdo e, principalmente, que este conteúdo é a própria pessoa de Jesus.

Esta boa notícia, que é o próprio Jesus, não se diz boa porque nela não se encontra sofrimento, mas porque o próprio sofrimento é vivido num quadro mais amplo, como parte integrante do seu amor ao Pai e à humanidade. Em Cristo, Deus fez-Se solidário com toda a situação humana, revelando-nos que não estamos sozinhos, porque temos um Pai que nunca pode esquecer os seus filhos. “Não tenhas medo, que Eu estou contigo»” (Is 43, 5): é a palavra consoladora de um Deus desde sempre envolvido na história do seu povo. No seu Filho amado, esta promessa de Deus – “Eu estou contigo” – assume toda a nossa fraqueza, chegando ao ponto de sofrer a nossa morte. N’Ele, as próprias trevas e a morte tornam-se lugar de comunhão com a Luz e a Vida. Nasce, assim, uma esperança acessível a todos, precisamente no lugar onde a vida conhece a amargura do falimento. Trata-se duma esperança que não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações (cf. Rm 5, 5) e faz germinar a vida nova, como a planta cresce da semente caída na terra. Visto sob esta luz, qualquer novo drama que aconteça na história do mundo torna-se cenário possível também duma boa notícia, uma vez que o amor consegue sempre encontrar o caminho da proximidade e suscitar corações capazes de se comover, rostos capazes de não se abater, mãos prontas a construir.

A confiança na semente do Reino

Para introduzir os seus discípulos e as multidões nesta mentalidade evangélica e entregar-lhes os “óculos” adequados para se aproximar da lógica do amor que morre e ressuscita, Jesus recorria às parábolas, nas quais muitas vezes se compara o Reino de Deus com a semente, cuja força vital irrompe precisamente quando morre na terra (cf. Mc 4, 1-34). O recurso a imagens e metáforas para comunicar a força humilde do Reino não é um modo de reduzir a sua importância e urgência, mas a forma misericordiosa que deixa, ao ouvinte, o “espaço” de liberdade para a acolher e aplicar também a si mesmo. Além disso, é o caminho privilegiado para expressar a dignidade imensa do mistério pascal, deixando que sejam as imagens – mais do que os conceitos – a comunicar a beleza paradoxal da vida nova em Cristo, onde as hostilidades e a cruz não anulam, mas realizam a salvação de Deus, onde a fraqueza é mais forte do que qualquer poder humano, onde o falimento pode ser o prelúdio da maior realização de tudo no amor. Na verdade, é precisamente assim que amadurece e se entranha a esperança do Reino de Deus, ou seja, “como um homem que lançou a semente à terra. Quer esteja a dormir, quer se levante, de noite e de dia, a semente germina e cresce” (Mc 4, 26-27).

O Reino de Deus já está no meio de nós, como uma semente escondida a um olhar superficial e cujo crescimento acontece no silêncio. Mas quem tem olhos, tornados limpos pelo Espírito Santo, consegue vê-lo germinar e não se deixa roubar a alegria do Reino por causa do joio sempre presente.

Os horizontes do Espírito

A esperança fundada na boa notícia que é Jesus faz-nos erguer os olhos e impele-nos a contemplá-Lo no quadro litúrgico da Festa da Ascensão. Aparentemente o Senhor afasta-Se de nós, quando na realidade são os horizontes da esperança que se alargam. Pois em Cristo, que eleva a nossa humanidade até ao Céu, cada homem e cada mulher consegue ter “plena liberdade para a entrada no santuário por meio do sangue de Jesus. Ele abriu para nós um caminho novo e vivo através do véu, isto é, da sua humanidade” (Heb 10, 19-20). Através “da força do Espírito Santo”, podemos ser “testemunhas” e comunicadores duma humanidade nova, redimida, “até aos confins da terra” (cf. At 1, 7-8).

A confiança na semente do Reino de Deus e na lógica da Páscoa não pode deixar de moldar também o nosso modo de comunicar. Tal confiança que nos torna capazes de atuar – nas mais variadas formas em que acontece hoje a comunicação – com a persuasão de que é possível enxergar e iluminar a boa notícia presente na realidade de cada história e no rosto de cada pessoa.

Quem, com fé, se deixa guiar pelo Espírito Santo, torna-se capaz de discernir em cada evento o que acontece entre Deus e a humanidade, reconhecendo como Ele mesmo, no cenário dramático deste mundo, esteja compondo a trama duma história de salvação. O fio, com que se tece esta história sagrada, é a esperança, e o seu tecedor só pode ser o Espírito Consolador. A esperança é a mais humilde das virtudes, porque permanece escondida nas pregas da vida, mas é semelhante ao fermento que faz levedar toda a massa. Alimentamo-la lendo sem cessar a Boa Notícia, aquele Evangelho que foi “reimpresso” em tantas edições nas vidas dos Santos, homens e mulheres que se tornaram ícones do amor de Deus. Também hoje é o Espírito que semeia em nós o desejo do Reino, através de muitos “canais” vivos, através das pessoas que se deixam conduzir pela Boa Notícia no meio do drama da história, tornando-se como que faróis na escuridão deste mundo, que iluminam a rota e abrem novas sendas de confiança e esperança.

 

Vaticano, 24 de janeiro – Memória de São Francisco de Sales – do ano de 2017
Rádio Vaticano

Encontro de Formação sobre a CF 2017

A Equipe Arquidiocesana de Animação das Campanhas realizou dia 20 próximo passado, no Centro de Pastoral Maria Mãe da Igreja, um dia de formação sobre a Campanha da Fraternidade 2017.
A Campanha da Fraternidade 2017 traz como tema ”Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida” e como lema ”Cultivar e guardar a Criação” (Gn 2, 15).

Com muita simplicidade e competência as assessoras e colaboradoras Maria Elenise Mesquita e Haydée Moraes Bonfim conduziram os trabalhos ao longo do dia a partir do texto base da CF que apresenta, através da metodologia VER, JULGAR e AGIR um rico subsídio sobre os biomas brasileiros.

Participaram aproximadamente 50 pessoas das paróquias Jesus, Maria, José – Antonio Bezerra, Paróquia São Francisco de Assis – Canindezinho, São Miguel Arcanjo – Itapebussu, Santíssima Trindade – José Valter, São Pedro – Barra do Ceará, Sagrado Coração de Jesus – Nova Metrópole, São Francisco das Chagas – Canindé, Nossa Senhora das Graças – Pirambu, Nossa Senhora da Conceição – Conjunto Ceará, Nossa Senhora de Fátima – Fátima, Nossa Senhora da Palma – Baturité. Participaram também membros das Pastorais da Criança, Operária, das Comunidades Eclesiais de Base-CEBs, do Secretariado de Pastoral e da Comunidade Shalom.
São várias as Campanhas da Fraternidade assumidas pela Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil, e portanto, por toda a Igreja do Brasil, que trouxeram, concretamente, temas socioambientais:
1979 – “Por um mundo mais humano” “Preserve o que é de todos”. A Igreja abordou com profetismo a defesa e a preservação da ecologia como um dos grandes desafios da humanidade
1986 –”Fraternidade e a terra” “Terra de Deus, terra de irmãos”. A terra – dom de Deus está mal distribuída
2004 – “Fraternidade e a Água” – “Água, fonte de vida”. Água fonte de vida – necessidade de todos os seres vivos e um direito da pessoa humana
2007 – “Fraternidade e Amazônia” – “Vida e missão neste chão”. Conhecer a realidade em que vivem os povos da Amazônia. Cuidado com a vida humana, principalmente com a dos mais pobres, e com a natureza.
2011 – “Fraternidade e a Vida no Planeta” – “A criação geme dores de parto” (Rm 8,22). Alerta sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas
2016 – “Casa Comum, nossa responsabilidade” – “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am, 5, 24). Assegurar o direito ao saneamento básico e o empenho na busca de politicas públicas – garantia da Casa Comum.
2017 – “Fraternidade: biomas brasileiros e a defesa da vida” – “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2, 15). Com o objetivo de cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho.

Todas as Campanhas da Fraternidade, além do objetivo geral e dos objetivos específicos visam:
despertar a solidariedade dos fiéis e da sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos de solução;
educar para a vida em fraternidade, com base na justiça e no amor, exigências centrais do Evangelho;
renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja Católica na evangelização e na promoção humana, tendo em vista uma sociedade justa e solidária.

A Campanha da Fraternidade 2017 nos desafia, mais uma vez, a agirmos urgentemente, com empenho e coragem, no sentido de cultivar e guardar a criação. Cultivar e guardar significa cuidar, proteger, ser gerador de vida, vida plena para todos os seres criados.

Artigo especial sobre a Campanha da Fraternidade 2017

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil acabou de publicar o Texto-Base da Campanha da Fraternidade 2017. Esta Campanha tem como tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, e como lema: “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2, 15). A palavra bioma é uma palavra estranha para muitas pessoas.

O Texto-Base define bioma como “a vida que se manifesta em um conjunto semelhante de vegetação, água, superfície e animais”, e acrescenta “Um bioma é formado por todos os seres vivos de uma determinada região, cujo clima é mais ou menos uniforme, e cuja formação tem uma história comum”.

Portanto, podemos compreender que “um bioma é formado por todos os seres vivos de uma determinada região cuja vegetação e é similar e contínua, cujo clima é mais ou menos uniforme, e cuja formação tem uma história comum”. (cf. MALVEZZI, R., Semiárido: Uma Visão Holística, CONFEIA, Brasília, 2007). Muitas pessoas ficarão surpresas em saber que o Brasil tem seis biomas, a Amazônia, a Caatinga, o Cerrado, a mata Atlântica, o Pantanal, e o bioma Pampa.

O objetivo geral da CF 2017 é “Cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho”

A Campanha tem nada menos de oito objetivos específicos: “a) Aprofundar o conhecimento de cada bioma, de suas belezas, de seus significados e importância para a vida no planeta, particularmente para o povo brasileiro; b) Conhecer melhor e nos comprometer com as populações originárias, reconhecer seus direitos, sua pertença ao povo brasileiro, respeitando sua história, suas culturas, seus territórios e seu modo específico de viver; c) Reforçar o compromisso com a biodiversidade, os solos, as águas, nossos paisagens e o clima variado e rico que abrange o chamado território brasileiro; d)  Compreender o impacto das grandes concentrações populacionais sobre o bioma em que se insere; e) Manter a articulação com outras igrejas, organizações da sociedade civil, centros de pesquisa e todas as pessoas de boa vontade que querem a preservação das riquezas naturais e o bem-estar do povo brasileiro;  f) Comprometer as autoridades públicas para assumir a responsabilidade sobre o meio ambiente e a defesa desses povos; g) Contribuir  para  a construção de um novo paradigma econômico ecológico que atenda às necessidades de todas as pessoas e famílias, respeitando a natureza; h) Compreender o desafio da conversão ecológica a que nos chama o Papa Francisco na carta encíclica Laudato Si` e sua relação com o espírito quaresmal” (cf. p.16 do Texto-Base).

O Capítulo 111 do Texto-Base mostra claramente que o agir da CF de 2017 está em completa sintonia com a Doutrina Social da Igreja Católica, com a encíclica Laudato Si`, e com a CF Ecumênica de 2016. Há uma rica bibliografia com 63 referências (cf.ps. 127/133).

Pe. Brendan Coleman Mc Donald, Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1

Treinamento sobre a CF 2017 na Arquidiocese de Olinda e Recife

A Campanha da Fraternidade 2017 tem como tema Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida e no âmbito da Arquidiocese de Olinda e Recife, as pastorais e paróquias já estão se preparando para disseminar entre os paroquianos e comunidade religiosa as informações sobre a iniciativa. Uma dica interessante para se aprofundar na Campanha da Fraternidade é participar da chave de leitura (palestra) gratuita que a Paulinas Livraria Recife está promovendo, nos meses de janeiro e fevereiro. A formação apresenta o tema de maneira didática, fornece embasamento teórico e sugere leituras, estratégias de divulgação e práticas pedagógicas a serem desenvolvidas na comunidade pastoral. Segundo a Irmã Ivonete Kuerten, irmã Paulina que dirige a Paulinas Livraria Recife e também ministra a palestra, é possível mobilizar a comunidade, sensibilizando e evangelizando a todos, provocando uma mudança de hábitos a partir de pequenos gestos.
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“O tema do zelo pela Natureza, abordado na CF deste ano é riquíssimo de possibilidades a serem trabalhadas e deve ser desenvolvido ao longo de todo o ano, não apenas na Quaresma.“, ressalta a dirigente.  Na introdução da palestra, a irmã Ivonete apresentou o Hino, o vídeo e a oração da campanha. O público presente à palestra pôde acompanhar  o histórico das Campanhas da Fraternidade, desde o seu surgimento, em 1964, lembrando que os temas trabalhados pela Igreja vêm evoluindo e provocando desdobramentos que geram repercussões e mudanças de alcance mundial, que extrapolam a atuação eclesial e a evangelização, conectando-se com a sociedade em geral, preocupando-se com a dignidade humana, como o tráfico humano, por exemplo (CF 2014: Fraternidade e Tráfico Humano).

CF17O lançamento da CF 2017 pela Arquidiocese de Olinda e Recife está programado para o dia 1° de março (14h), no Jardim Botânico, bairro do Curado, Recife.
O Comunicador Social Antônio Junior, um dos facilitadores da palestra, apresentou os Biomas brasileiros, respaldando-se em dados de pesquisas sobre o meio-ambiente e informando sites para o aprofundamento dos dados.  Serão enfocados os biomas brasileiros do Pantanal, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Amazônia e Pampas. Para mostrar que é possível preservar a Natureza sem grandes custos, que basta ter a vontade inabalável e a fé em Cristo, Antônio Junior convidou a senhora Irle Firmo, bandeirante pernambucana, ambientalista que fundou em 2009 o projeto Criando Raízes.

Desde 2009, Irle distrubui mudas de pau-brasil por onde circula. “Além de dar nome ao nosso país, o pau-brasil (Caesalpinia echinata) é uma espécie nativa do bioma Mata Atlântica, sendo uma das árvores mais valiosas, pois sua madeira é nobre, de qualidade reconhecida internacionalmente, usada na confecção de violinos, violas, arcos para violino e harpas. É importante replantar esta espécie porque ela foi explorada predatoriamente pelos colonizadores portugueses“, ensina a ambientalista. As mudas distribuídas pelo projeto nascem de sementes coletadas e plantadas por Irle, a partir de um pé de pau-brasil que ela possui em sua residência, no bairro da Várzea. Esta árvore de Caesalpinia echinata eu ganhei de um padre que foi meu professor, na juventude. Com ele aprendi a amar a natureza.

No momento, Irle está cuidando de trinta mudas de pau-brasil para serem plantadas em um bosque, ao lado na capela Nossa Senhora das Graças, dentro do Instituto Ricardo Brennand, na Várzea. Porém, algo aborrece a inquieta ambientalista: ultimamente os galhos do seu pé de pau-brasil têm dispersado as sementes apenas no terreno de seu vizinho. Pergunto a Irle se este “capricho” da árvore não seria um recado na natureza, um convite indireto ao vizinho, para se tornar, ele também, um zelador da Mata Atlântica… Ela não se dá por vencida e com a atitude que e própria dos incansáveis ambientalistas, mostra um delicado relicário que carrega na bolsa, como chaveiro: um pequeno círculo de vidro envolto numa estrutura metálica e traz em seu interior uma semente de pau-brasil em formato de coração. “Não resisti e guardei esta semente para mim”, confessa sorrindo.

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Das articulações e encontros, nascem as iniciativas. Após diálogos com Irle Firmo, do projeto Criando Raízes, Antônio Junior, da Paulinas Livraria, está organizando com a Juventude Vicentina Mariana da paróquia de Nossa Senhora do Rosário, da Várzea, um passeio ciclístico ecológico pelo bairro da Várzea, no período da quaresma. A iniciativa tem por objetivo despertar na população a consciência ambiental e colocar em prática os temas propostos pela Campanha da Fraternidade 2017. São iniciativas simples, como esta, que a Natureza carece e o planeta urge. A Campanha da Fraternidade 2017 mostra-se como uma oportunidade para cada pessoa plantar dentro de si e multiplicar o amor pelos objetos da criação divina. E você, o que pretende fazer para preservar o bioma onde está inserida a sua comunidade paroquial?
Para quem desejar, na Paulinas Livraria Recife é possível adquirir a camiseta da CF 2017 (R$ 30,00), o texto-base da CF 2017 (R$ 11,80) e a revista voltada para o ensino religioso Diálogo, religião e cultura (R$ 15,00), que na edição deste mês dá ênfase ao tema Biomas brasileiros.

As inscrições para a palestra Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida são grátis e podem ser realizadas pelo telefone da Paulinas Livraria: (81) 3224-5812. Confira as datas das próximas chaves de leitura (palestras) sobre a Campanha da Fraternidade 2017, na Paulinas Livraria do Recife:

1º de fevereiro (das 14 às 17h)
08/02 (das 09 às 12h)
15/02 (das 14 às 17h)
22/02 (das 09 às 12h)

 

Pascom Arquidiocese

Vamos celebrar o Natal

Abrindo o coração à esperança neste Natal

O Papa Francisco, na mais recente audiência geral, desenvolveu catequese sobre a esperança cristã. O Santo Padre recordou o profeta Isaías que nos convida a abrirmo-nos à esperança, acolhendo a Boa-Nova da salvação que está perto de chegar. No fim do exílio na Babilônia, é a possibilidade de Israel reencontrar Deus. O senhor aproxima-se – sublinhou o Papa – e o povo que atravessou a crise, continuou a crer e a esperar poderá ver as maravilhas do Senhor.

Abrindo o coração à esperança neste Natal

O Santo Padre refere-se a esse povo como “pequeno resto”, fazendo referência aos que resistiram na fé, continuaram a crer e a esperar “mesmo no meio da escuridão”. O Papa na sua catequese sublinhou algumas das palavras do canto de Isaías no capítulo 52:

“O Senhor mostra a força do seu braço poderoso (…) e todos os confins da terra verão o triunfo do nosso Deus”. “Diz a Sião: ‘O rei é o teu Deus!’”

Estas palavras mostram a fé em Deus, que Se inclina misericordiosamente sobre o homem, para o libertar de tudo o que desfigura nele a imagem de Deus, observou o Santo Padre. E a plenitude de tanto amor é precisamente o Reino instaurado por Jesus, aquele Reino de perdão e paz que chega no Natal e se realiza definitivamente na Páscoa, declarou.

Os motivos da nossa esperança são esses – disse Francisco – “quando tudo parece perdido, quando, à vista de tantas realidades negativas, torna-se difícil acreditar e vem a tentação de dizer que já nada tem sentido, faz-se ouvir a Boa-Nova: Deus está a chegar, para realizar algo de novo, instaurar um Reino de paz, vem trazer liberdade e consolação. O mal não triunfará para sempre, acabará a tribulação”.

Somos chamados a ser homens e mulheres de esperança, que proclamam a vinda deste Reino feito de luz e destinado a todos. “Esta mensagem é urgente!” – lembrou o Papa dizendo que devemos também correr, como o mensageiro sobre os montes de que fala o profeta, porque o mundo não pode esperar, a humanidade tem fome e sede de justiça e de paz.

E a promessa cumpre-se no Menino de Belém, uma criança que nasce “necessitada de tudo” colocada “numa manjedoura”: ali está todo poder do Deus que salva. “É preciso abrir o coração – o Natal é o dia para abrir o coração!” – declarou o Santo Padre.

O Papa afirmou que no Natal é preciso abrir o coração a toda “pequenez” que está ali naquele Menino. Um Natal que devemos preparar “com esperança neste tempo de Advento”. “É a surpresa de um Deus Menino, de um Deus pobre, de um Deus débil, de um Deus que abandona a sua grandeza para se fazer próximo de cada um de nós” – disse Francisco no final da sua catequese.

 

Baixe as mais bonitas músicas de Natal:

 

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