Brasileira conta como é ser uma voluntária no encontro das Famílias

Jovem que mora na Irlanda diz que o voluntariado no Encontro é também uma forma de evangelizar

O 9º Encontro Mundial das Famílias está sendo realizado em Dublin, na Irlanda, de 21 a 26 de agosto.  A correspondente da Canção Nova, Lizia Costa, conversou com uma jovem brasileira que é voluntária no evento.

Confira

Papa: família, fermento que ajuda a fazer crescer um mundo mais humano

 

Lizia Costa
Enviada a Dublin

 

Canção Nova / Portal Kairós

Papa alerta sobre invocar o nome de Deus em vão

Santo Padre se dedicou ao segundo Mandamento: “não pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão”

As catequeses do Papa Francisco sobre os Mandamentos continuam. O Pontífice se dedicou ao tema “respeitar o nome do Senhor”, refletindo sobre a necessidade de aprofundar essas palavras e não usar o nome de Deus em vão, inoportunamente, com hipocrisia.

A expressão “em vão”, explicou o Papa, é clara e faz referência a uma forma privada de conteúdo. Nesse sentido, não pronunciar o nome de Deus em vão significa não se apropriar do nome Dele de forma superficial, vazia ou hipócrita.

Francisco recordou a importância que tem o nome, citando que, na Bíblia, o nome é a verdade íntima das coisas e sobretudo das pessoas. Para os cristãos, este mandamento – “Não pronunciarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão” – é um chamado a lembrar-se do Batismo – em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo – como se afirma ao fazer o sinal da cruz, para viver as ações cotidianas em comunhão real com Deus. Nesse ponto, o Papa voltou a reiterar a necessidade de ensinar as crianças a fazer o sinal da cruz.

O Santo Padre alertou que, infelizmente, é possível tomar o nome de Deus de forma hipócrita, vazia. Trata-se, nesse caso, de viver uma relação falsa com Deus, como acontecia com os doutores da lei, que falavam de Deus, mas não faziam a vontade de Deus. “Esta Palavra do Decálogo é propriamente o convite a uma relação com Deus que não seja falsa, sem hipocrisia, a uma relação em que nos confiamos a Ele com tudo aquilo que somos”.

Uma vez que se multipliquem os cristãos que tomam sobre si o nome de Deus sem falsidade, então o anúncio da Igreja é mais ouvido e crível, observou Francisco. “Se a nossa vida concreta manifesta o nome de Deus, vê-se quão belo é o Batismo e que grande dom é a Eucaristia! (…) Cristo em nós e Nele! Unidos! Isso não é hipocrisia, isso é verdade. Isso não é falar ou rezar como um papagaio, isso é rezar com o coração, amar o Senhor”.

E a partir da cruz de Cristo, Francisco lembrou que ninguém pode desprezar a si mesmo e pensar mal da própria existência. “O nome de cada um de nós está nos ombros de Cristo. (…) Qualquer um pode invocar o santo nome do Senhor, que é Amor fiel e misericordioso, em qualquer situação que se encontre. Deus nunca dirá ‘não’ a um coração que O invoca sinceramente”.

Papa: a paz de Deus não se pode comprar, sem Cruz não é verdadeira paz

 

Vatican News / Portal Kairós

Papa pede orações para viagem à Irlanda

Viagem do Papa Francisco para o Encontro Mundial das Famílias acontecerá neste final de semana

O Papa Francisco pediu, ao final da Catequese desta quarta-feira, 22, a intercessão dos fiéis por sua viagem à Irlanda, que acontecerá neste final de semana, por ocasião do 9º Encontro Mundial das Famílias.

“Rezem também por mim, a fim de que a próxima viagem a Dublin, em 25 e 26 de agosto próximo, por ocasião do Encontro Mundial das Famílias, seja um momento de graça e de escuta da voz das famílias cristãs de todo o mundo.”.

Em sua conta no Twitter, o Pontífice reforçou a importância da família, Santuário da Vida: “Vamos cuidar da família: ali está o nosso futuro.”

O Encontro Mundial das Famílias acontece desde ontem, e vai até domingo, 26.

Programação do Papa em Dublin

O Papa chega a Dublin no sábado por volta das 10h30 (hora local). Sua chegada inclui a cerimônia de boas vindas, e visita ao presidente do país, Michael Higgins. O primeiro discurso do Papa deve acontecer no Castelo de Dublin, no encontro com as autoridades, a sociedade civil e o corpo diplomático.

No sábado a tarde, Francisco visitará a Catedral de Santa Maria, o centro de acolhida dos padres capuchinhos, e para as famílias sem-teto. O último compromisso do Papa no sábado é a Festa das Famílias no estádio Croke Park, ocasião em que fará um novo discurso.

No domingo, 26, o Papa visitará o Santuário de Knock, onde está a imagem de Nossa Senhora do Silêncio. De lá, rezará a oração mariana do Angelus com os fiéis.

Na parte da tarde, o Pontífice presidirá a Santa Missa no Phoenix Park e terá um encontro com os bispos no Convento das Irmãs Dominicanas. A cerimônia de despedida no aeroporto está prevista para as 18h30 (hora local).

Os Dois Franciscos: o de Assis e o de Buenos Aires

 

Canção Nova / Portal Kairós

A fonte real de alegria

Vivemos na Igreja e desejamos oferecer a todos a grandeza do dom que é o anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo. Não é nosso projeto esconder o que temos de melhor, quando sabemos que ele é caminho de vida e felicidade para todos. Com o devido respeito às escolhas feitas pelas pessoas, arde em nosso coração o desejo de contribuir para que o mundo seja melhor e mais alegre! Num tempo de consumo, correria, afã de conquistar posições, identificamos com frequência os sinais de desgaste e de falta de sentido, na busca incessante de realização. E os alvos estabelecidos se tornam cada vez mais distantes, nos rostos tensos e preocupados que encontramos, cruzando com olhares ansiosos que suplicam a verdadeira alegria, que tem um nome, Jesus Cristo, que não veio para limitar todas as potencialidades humanas, mas para realizá-las no sentido mais verdadeiro.

A figura de São João Batista (Cf. Jo 1,6-8.19-28), tão presente e provocante nos Evangelhos e no tempo litúrgico do Advento que vive agora a Igreja, tem sua identidade bem definida, a partir da coragem de dizer quem não é! Não é o Messias, nem se afirma profeta, não quer competir com ninguém, faz a figura de um asceta com alimentação e hábitos frugais e até estranhos. É um homem feliz, de “cara fechada”! Não precisa fazer figura para a pose do momento, como uma paisagem colorida, mas sabe ser apenas uma voz que clama: “Preparai o caminho do Senhor”. Sua alegria é fazer o trabalho daqueles que abrem picadas nas matas, fixando piquetes para uma estrada que se abre. Interessa-lhe o outro que vem, aquele que batiza com o Espírito Santo! De fato, pessoa alegre é aquela que acolhe suas próprias potencialidades e limites, sem pretender ocupar um espaço que não lhe cabe, livre e solta por cumprir o próprio dever, transformando a vida em missão, com objetivos claros, sem medo dos riscos e do futuro!

Vivemos todos o maravilhoso desafio da liberdade. Nesta verdadeira aventura, há que fazer escolhas corretas. Examinar todas as coisas, ficar com o que bom, afastar-se da maldade, conservar-se sem mancha (Cf. 1 Ts 5,16-24). É a estrada do discernimento, cujo resultado é o equilíbrio e a felicidade, alegria consistente, com a qual se enfrentam as dificuldades. Aqui aparecem com frequência as figuras de homens e mulheres muito simples, que aprenderam apenas a fazer o bem, sem estrelismo, que passam como um filme diante de nossos olhos. Certamente percebemos o quanto existe em nossa memória de pessoas marcantes e ao mesmo tempo silenciosas. Memória agradecida e desejo de seguir tais exemplos é fonte de alegria!

Alegrar-se em Deus, olhar o futuro com os sinais deixados por ele à nossa disposição, deixar-se conduzir pelo Espírito de Deus, não apagar o fogo do Espírito! Levar Deus em conta, fazer-se pequeno diante dele! Maravilhosas propostas, nascidas do coração do próprio Deus, que não abandona a humanidade a um destino cego, mas cuida de sua criação com mãos de artista, pois esta continua a ser aperfeiçoada, com nossa participação e liberdade! Não tenhamos medo das lições de fé guardadas desde a infância no escrínio de nosso coração. Recuperemos o gosto de pedir com simplicidade na oração, agradecer, louvar a Deus, acolher as boas inspirações, aquelas que nos movem interiormente e nos conduzem ao bem.

Uma das figuras proeminentes do Tempo do Advento, o Profeta Isaías, uma espécie de evangelista do Antigo Testamento, anunciou aquele que teve em suas palavras seu programa de ação: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu. Enviou-me para levar a boa-nova aos pobres, para curar os de coração aflito anunciar aos cativos a libertação, aos prisioneiros o alvará de soltura; para anunciar o ano do agrado do Senhor, o dia de nosso Deus fazer justiça, para consolar os que estão tristes” (Is 61,1-2). Em Jesus, o programa é dar liberdade, consolo e alegria aos outros! Não será diferente conosco, se estivermos dispostos a percorrer a estrada da felicidade autêntica. Alegre é quem vive para os outros e não para si!

Nos dias de final do ano, corre uma onda de generosidade, desejo de partilha, serviço mútuo, atenção aos mais pobres, caridade! Em nossa Arquidiocese de Belém, é tempo do projeto “Belém, casa do pão”, com o apelo: “Na casa do pão, o pão para todos”. Na Igreja do Brasil inteiro, a Campanha para a Evangelização, com a qual desejamos crescer em nossa responsabilidade diante dos trabalhos pastorais levados adiante em nossas Dioceses. “Há mais alegria em dar do que em receber!” (At 20,35), é a palavra do Senhor que indica a fonte da felicidade e da alegria. Ninguém passe este final de ano sem abrir o bolso, a bolsa e o coração!

Outra figura do Tempo do Advento é a Mãe de Deus e nossa, a Virgem Maria, quando exclama: “Meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador!” (Lc 1,46) O louvor de Maria pode ser o nosso! Isabel reconhece a ação de Deus em Maria e Maria reconhece Deus em sua ação. Reconhecer a ação de Deus sempre causa alegria. Temos a possibilidade de reconhecer a presença dele em cada momento e particularmente na dor. Em Deus, cada desafio, e mesmo a dor, pode se transformar em louvor e alegria, quando transformada em amor a Deus e ao próximo. Está em nossas mãos a tarefa da alegria verdadeira, não mais um sentimento superficial, mas a plena realização do plano de Deus, que nos fez para sermos felizes e alegres na comunhão com ele.

 

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará
CNBB

Preparar novos caminhos em 2018

A modernidade é a era em que a existência social depende da opinião e do olhar dos outros: somos quem conseguimos fazer que os outros acreditem que somos; importante é a imagem que oferecemos de nós mesmos.

Tal situação está produzindo sinais de um vazio existencial. A depressão, doença que caracteriza a atualidade, pode ser expressão desse cenário. São também preocupantes os sintomas dessa realidade entre jovens e adolescentes. A automutilação, tentativas suicídio – e suicídios! – nessa fase da vida se tornam sempre mais frequentes.

A comunidade de fé, durante o tempo do Advento, é exortada a avaliar a qualidade de sua vida. O seguimento do Senhor oferece horizontes, expectativas, esperança.

Nas semanas que antecedem o Natal ressoa uma constante exortação: uma voz grita no deserto! Essa voz recorda o núcleo da vida cristã: conversão! Conversão compreendida como determinação para assumir sempre e de novo o caminho de vida proposto por Jesus Cristo.

A voz clama no deserto! Ela é veículo para deixar chegar a palavra aos ouvidos dos seres humanos. João Batista era voz forte e potente. Era uma “voz que clama”, destinada a romper a surdez das pessoas e a chegar aos que estão longe de Deus. É uma voz que clama “no deserto”, convocando todas as pessoas de boa vontade a uma nova travessia para a liberdade, como outrora aconteceu com o povo da antiga aliança quando, sob a guia de Moisés, soube pôr-se em marcha para a busca do novo. A missão daquela voz era preparar os caminhos do Senhor, para que a esperança pudesse encontrar espaço nos corações de todos.

A voz clama no deserto! No final do século 19 e início do século 20, Nietzsche anunciou o crescimento do deserto: “O deserto cresce. Ai dos que abrigam desertos dentro de si”. Esse parece ser um fato! Pode ser considerado o destino no Ocidente. Os sinais de que o deserto cresceu e cresce são visíveis: individualismo, autorreferencialidade, consumismo, degradação ambiental, corrupção, violência, pobreza crescente, desprezo pela vida, falta de perspectivas, perda da capacidade de sonhar e esperar.

Nesse contexto sócio-político-econômico-religioso uma voz grita: “endireitai os caminhos do Senhor!”.

É sempre maior o número de pessoas, religiosas ou não, que buscam solução para suas dificuldades e desafios em coisas que não têm o poder que muitos imaginam, O mercado da autoajuda cresce sempre mais. Também o mercado religioso dá sinais de vitalidade. Tal situação pode ser sinal de uma doença profunda que parece marcar a história de muitos e que necessitaria de atenção e cuidado.

O tempo que antecede o Natal pode representar oportunidade vigorosa para o resgate do essencial: rever posições, comportamentos, práticas, opiniões e dispor-se a realizar um caminho de vida capaz de afastar da superficialidade e levar pessoas de boa vontade para o mais profundo da vida. As perturbações encontram solução no coração humano. Elas poder ser anímicas, afetivas, espirituais. Superá-las pressupõe mudar algo no abismo interior da pessoa.

“À sede de sentido e de valor que hoje o mundo experimenta; à procura de bem-estar e de paz que caracteriza a vida de toda a humanidade; às expectativas dos pobres, Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, responde com seu Natal. Não temas os indivíduos e as nações reconhecê-Lo e acolhê-Lo: com Ele, uma ‘esplêndida luz’ ilumina o horizonte da humanidade; com Ele, abre-se ‘um dia santo’ que não conhece acaso” (Bento XVI).

 

Dom Jaime Spengler
Arcebispo metropolitano de Porto Alegre (RS)
CNBB