Papa envia áudio mensagem para inauguração da Rádio “Cristo dos Favelados”

“Envio uma afetuosa saudação acompanhada de minha bênção a todos os que idealizaram, trabalham e ouvem a Rádio ‘Cristo dos Favelados’, a todos meus irmãos da Paróquia São João Bosco, de Vila la Cárcova, Vila 13 de julho, Vila Curita de José León Suarez.”

São palavras do Papa Francisco numa áudio mensagem por ocasião da inauguração, este domingo (2 de julho), da Rádio “Cristo dos Favelados” em Vila Cárcova, na localidade buenairense de José León Suarez, por iniciativa do Pe. José “Pepe” Di Paola, conhecido por seu trabalho junto aos moradores de favelas.

“Obrigado pelo trabalho que estão fazendo, por se dedicarem a coisas boas, por construírem pontes e não levantar muros. Obrigado por não se destruírem com divisões, mas aproximar-se com a mão estendida. Continuem assim, comuniquem-se desse modo: assim se constrói um país de irmãos, assim se constrói um mundo de irmãos. Que Deus os abençoe e rezem por mim”, pediu Francisco. “Vou rezar por vocês e vou fazê-lo de coração. Sigam adiante e façam-no com entusiasmo. Que Jesus os abençoe e a Virgem Maria os proteja”, acrescentou.

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“Razões legais” impedem transferência do pequeno Charlie para Roma

O Ministério do Exterior italiano informou esta quarta-feira que o Reino Unido considera que a transferência a Roma do bebê britânico Charlie Gard, afetado por uma enfermidade rara e mortal, não pode ser realizada “por razões legais”.

A comunicação do Chefe da Diplomacia britânica, Boris Johnson, ao seu homólogo italiano Angelino Alfano, foi feita por telefone.

Johnson “expressou gratidão” pela oferta italiana, porém explicou que “razões legais” impedem de aceitá-la, disse o ministério italiano em um comunicado.

Hospital Bambino Gesù

Durante as tratativas, a Itália havia formalizado a proposição feita pelo Hospital Pediátrico “Bambino Gesù” em 3 de julho, recebendo a resposta negativa esta quarta-feira.

A Presidente do Hospital, Mariella Enoc, havia expresso já na terça-feira sua tristeza pela resposta negativa recebida do hospital londrino onde Charlie está internado, que alegou “razões legais” que impediam a transferência.

Enoc explicou ter sido contactada pela mãe de Charlie, que pediu a ela que verificasse a possibilidade de submeter o pequeno a algum tratamento em Roma. “Não sei se será possível encontrar uma cura, os nossos cientistas aprofundarão o tema e depois falaremos diretamente com a família”, afirmou a Presidente do Hospital.

Cardeal Parolin

O Secretário de Estado Pietro Parolin, por sua vez, afirmou que a Santa Sé fará tudo o que estiver a seu dispor para superar os obstáculos legais que impedem a transferência do pequeno Charlie ao “Bambino Gesù”.

Charlie Gard sofre de uma rara enfermidade genética, uma variação grave de encefalopatia mitocondrial, o que provocou dano cerebral, impedindo-o de respirar por conta própria ou mover as extremidades.

Tribunal Europeu

A negativa dada esta quarta-feira pelo Reino Unido de autorizar a transferência do bebê a Roma está baseada na resolução de 28 de junho do Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH), que respaldou a decisão da Justiça britânica de dar uma morte digna ao bebê de dez meses, rechaçando assim o recurso apresentado pelos pais, Chris Gard e Connie Yates.

De fato, os pais haviam recorrido ao Tribunal Europeu, depois de os Tribunais britânicos terem autorizado o desligamento dos aparelhos que mantém Charlie respirando.

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Como cuidar da Casa Comum no cotiano? Cartilha explica

São José dos Campos, diocese comprometida com o zelo pela Casa Comum, o testemunho da Espiritualidade Ecológica Cristã e a promoção da dignidade das pessoas, famílias e comunidades, preferencialmente as mais vulneráveis.

Neste sentido, a Comissão Socioambiental, que tem como missão popularizar a Encíclica Laudato Si na Igreja local, lançou a publicação “Cuidando da Casa Comum”, uma cartilha que reúne dicas práticas e objetivas para serem aplicadas em nosso cotidiano. E paralelamente, promove iniciativas envolvendo a população. O Professor Luciano Rodolfo de Moura Machado, educador ambiental e coordenador da Comissão, menciona algumas.

“Na época de festas juninas, muitas paróquias fazem quermesses. Nós começamos um trabalho primeiro para despertar, para que durante estas festas, se faça a coleta dos resíduos de forma correta: resíduos orgânicos, que podem ser reciclados… Muitas vezes observamos que no final de uma festa fica tudo misturado e não existe uma preocupação. Então começamos um ‘despertar’ neste sentido”.

“Temos uma paróquia aqui em São José, a Paróquia Sagrada Família, que já se despertou para a separação correta dos resíduos durante as festas juninas”.

“No ano passado, houve um grande evento de música católica aqui em São José com muitos jovens e nós fizemos um trabalho de conscientização durante o evento para que se fizesse a coleta correta dos resíduos. Todo o resíduo reciclável foi dirigido a uma cooperativa aqui do município, que surgiu de um trabalho da Campanha da Fraternidade, quando se falou da importância do trabalho, já há uns 15 anos. Nós separamos o resíduo e enviamos para esta cooperativa”.

“Estamos começando a sentir este ‘despertar’, este olhar bem prático e bem ativo: nós sermos luz e sal na Terra e darmos o nosso exemplo como cristãos no cuidado com o meio ambiente a partir das nossas acções como Igreja”.

“No próximo ano, está prevista uma programação que nós estamos mediando para que pensemos em construções sustentáveis nas paróquias: repensar nossas Igrejas, nossos templos, para que tenham tecnologias sustentáveis como coleta de água da chuva, ventilação natural que utilize menos ar condicionado e gaste menos energia…”.

“Aqui em nossa diocese, foi realizado um trabalho recente, o Plano Diocesano de Evangelização Pastoral, que foi agora votado em Assembleia em março e um dos projectos estratégicos é justamente o fortalecimento da Comissão Socioambiental, por entender que nós precisamos ser testemunhas em nosso cotidiano. A Comissão Socioambiental tem buscado ser este testemunho de uma Igreja que cuida da Casa Comum”.

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Card. Turkson: “Oceanos são patrimônio comum da humanidade”

“Estamos esquecendo que os oceanos são patrimônio da humanidade”, afirmou terça-feira (04/07) o Cardeal ganês Peter Kodwo Appiah Turkson, Prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, no congresso “Oceanos. Tutelando uma herança comum” (“Oceans. Caring for a common heritage”).

O evento é promovido pela Santa Sé e as embaixadas da França, Mônaco e Países Baixos junto ao Vaticano.

“As áreas do fundo oceânico e de seu subsolo não pertencem a jurisdições nacionais: são patrimônio comum da humanidade”, recordou Turkson citando a Resolução 2749 da ONU. “Estamos perdendo de vista este significado. A noção de patrimônio comum deve ser aplicada nos regulamentos internacionais futuros e levar à proteção dos mares”.

“O afastamento da noção dos mares como patrimônio comum da humanidade – que é a tese do cardeal – demonstra que a responsabilidade em relação aos mares e seus recursos para a família humana está diminuindo. Não somos os autores do nosso patrimônio, o recebemos do passado e portanto, devemos deixá-lo como herança às pessoas que aqui habitarão no futuro”, advertiu Turkson, exortando à “solidariedade inter-geracional”.

“Quando se perde o sentimento de gratidão por este dom que deve ser deixado como herança – prosseguiu – começa-se a explorar os recursos de modo insustentável”. “O mar não só separa, mas garante a união entre os continentes e as pessoas. Cobre grande parte da Terra e é capaz de unir a humanidade”.

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A historicidade da Ressurreição do Senhor

No nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos tratar no programa de hoje sobre “a historicidade da ressurreição do Senhor”.

Nos programas anteriores, tratamos da renovação litúrgica trazida pela Constituição conciliar Sacrosanctum Concilium, a constituição pilar de toda a valorização e renovação dos sacramentos e, no centro disto, a Páscoa, a vigília pascal por excelência e a Eucaristia, como Mistério Pascal.

Mas quando falamos de Páscoa, falamos da Ressurreição do Senhor, fato que nas palavras do Frei Raniero Cantalamessa, “é um acontecimento histórico, em um sentido muito particular”. Ela está dentro e fora do tempo, com ela, a história se abre ao que está além da história, a escatologia.

“A historicidade da ressurreição do Senhor” é o tema da reflexão do Padre Gerson Schmidt para a edição de hoje deste nosso espaço:

Depois do Concilio Vaticano II, a tônica da terceira pessoa, o Espírito Santo tem sido pauta das reflexões eclesiais. Fruto do Concílio são os novos carismas (SC, 06) e importância dada em nosso tempo para a pleumatologia – o estudo sobre o Espírito Santo. Frei Raniero diz que a ressurreição de Jesus Cristo se prova historicamente, não sendo apenas uma utopia que se levanta pelo kerigma ou uma projeção coletiva dos discípulos. Pergunta o pregador, falando ao Papa e aos padres da Cúria Romana: “O que provocou tal mudança que fez com que os mesmos homens que antes haviam negado Jesus ou tinham fugido, agora dizem em público estas coisas, fundam Igrejas e se deixam, inclusive, prender, flagelar, matar por ele? Em coro, eles nos dão esta resposta: “Ressuscitou! Nós vimos!”.

Cantalamessa diz assim: “A ressurreição é um acontecimento histórico, em um sentido muito particular. Ela está no limite da história, como aquele fio que separa o mar da terra firme. Está dentro e fora ao mesmo tempo. Com ela, a história se abre ao que está além da história, à escatologia. É, portanto, em certo sentido, a ruptura da história e a sua superação, assim como a criação é o seu começo. Isto significa que a ressurreição é um evento em si mesmo não testemunhável e atingível com as nossas categorias mentais que são todas ligadas à experiência do tempo e do espaço. E, de fato, ninguém vê o momento em que Jesus ressuscita. Ninguém pode dizer que viu Jesus ressuscitar, mas só de tê-lo visto ressuscitado”. Cristo ressuscitou na madrugada de domingo. Em qual vigília teria ele ressuscitado? Na primeira, na segunda…na aurora do dia? Não sabemos. Somente a noite foi testemunha. “Que noite tão ditosa, realmente gloriosa – canta o Exultet de Páscoa -, só ela conheceu o momento em que Cristo ressuscitou dentre os mortos!”. Só a noite foi testemunha da ressurreição de Cristo.

Com efeito, ninguém foi testemunha ocular do acontecimento da Ressurreição e nenhum evangelista o descreve. Ninguém pode dizer como aconteceu fisicamente. Menos ainda, sua essência mais íntima, a passagem à outra vida, foi perceptível aos sentidos. Acontecimento histórico demonstrável não somente pelo sinal do sepulcro vazio, mas pela realidade dos encontros dos apóstolos com Cristo ressuscitado; ou melhor, como a graça é um dom – da iniciativa de Cristo de se revelar como Ressuscitado aos seus.

Os apóstolos duvidaram da ressurreição. Não acreditaram assim tão rápido, mesmo Jesus tendo predito sua ressurreição ao terceiro dia. Tão impossível lhes parece que, até mesmo colocados diante da realidade de Jesus ressuscitado, os discípulos ainda duvidam: creem ver um espírito. “Não podiam acreditar por causa da alegria e estavam assustados” – a tradução da Bíblia de Jerusalém é surpresos, relata o texto de São Lucas (Lc 24,41). Tomé conhecerá a mesma prova da dúvida e, na última aparição na Galiléia, referida por Mateus, “alguns entretanto duvidaram” (Mt 28, 17). Até na última aparição narrada por Mateus – nos últimos versículos do seu evangelho – alguns ainda duvidam. Por isto, a hipótese segundo a qual a ressurreição teria sido um ‘produto’ da fé (ou da credulidade) dos apóstolos não tem consistência. Pelo contrário, sua fé na Ressurreição nasceu sob a ação da graça divina- da experiência direta da realidade de Jesus ressuscitado.

Diz Cantalamessa: “A ressurreição, portanto, é conhecida a posteriori, em seguida. Como é a presença física do Verbo em Maria que demonstra o fato que se encarnou; assim a presença espiritual de Cristo na comunidade, evidenciada pelas aparições, demonstra que ressuscitou. Isso explica o fato de que nenhum historiador profano diga uma palavra sobre a ressurreição. Tácito, que também lembra da morte de um “um certo Cristo”(Tacito, Anais 25) nos dias de Pôncio Pilatos, cala sobre a ressurreição. Aquele evento não tinha relevância e sentido a não ser para quem experimentava as suas consequências, no seio da comunidade”.

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