Reflexão e sugestão para a missa do 5º Domingo do Tempo Comum 2020

 5º Domingo do Tempo Comum 2020 – Ano A

Is 58,7-10; SI 111; ICor 2,1-5; Mt 5,13-16

A luz da vocação resplandece no serviço aos necessitados

O tema da luz retorna na liturgia da palavra deste domingo. A metáfora da luz está relacionada com a manifestação da fé por meio do testemunho concreto da comunidade como um todo e de cada fiel em particular. A primeira leitura atesta claramente que a fé se torna luz e se irradia quando é traduzida em solidariedade com os famintos e desabrigados, com os que estão despidos de sua dignidade humana e se veem desamparados quando mais carecem de ajuda. É preciso destacar que, neste caminho de atenção aos necessitados, está a via direta de chegar ao Senhor. Com isso, o profeta quer dizer que a fé não pode jamais estar desvinculada das realidades concretas da vida, pois são nelas que se encontra Deus. E vice-versa: a busca sincera de Deus levará, necessariamente, a abrir os olhos à realidade sofrida dos irmãos.

Jesus, além de usar a metáfora da luz, usa também a do sal. Naquela época, o sal era usado para preservar os alimentos da corrupção natural, o que dá força à metáfora. A fé cristã, enquanto sal da terra, precisa conservar o frescor do evangelho na vida das pessoas, evitando que o egoísmo corrompa os relacionamentos e os leve a “apodrecer”. A missão do cristão, enquanto sal e luz, é indispensável para a vida do mundo, não podendo dela fugir. Sal que não dá sabor e não preserva trai sua missão. Luz que fica escondida igualmente tem sua finalidade frustrada. A conclusão é óbvia: ser discípulo sem se comprometer com os sofrimentos dos irmãos é trair a si mesmo, caindo em uma total frustração vocacional.

Ser sal e luz: uma questão de fidelidade vocacional

Constata-se, em nosso tempo, a crise do sentido, que acaba comprometendo todo o projeto de vida das comunidades e de seus membros. Se a falta de bens materiais manifesta a pobreza das periferias, a falta de sentido atinge todas as classes sociais, manifestando uma pobreza muito mais crítica e preocupante. Qual o sentido da vida? Qual o sentido de se fazer o bem? Qual o sentido da fé para a vida concreta? Essas perguntas não serão respondidas sem que se reconheça que todos nós e toda a criação temos um fundamento vocacional profundo e comum: temos todos a origem no sumo bem, que nos chama para o bem. Viver fora dessa dinâmica é fugir do essencial de nós mesmos, é perder o norte de sentido existencial. Para nós, cristãos, o fundamento está em Jesus Cristo Crucificado, o qual nos deu o dom maior de sua vida para que tivéssemos vida nele. Compreendendo essa dinâmica do dom de Cristo por nós, certamente seremos fiéis a nossa vocação de ser sal e luz para as realidades concretas que encontramos em nossa vida. Há muita treva e muita falta de sabor no mundo que pode muito bem ser revertida com uma porção de fidelidade vocacional.

SUGESTÕES LITÚRGICAS

– Dia propício para destacar as pastorais sociais da comunidade.

Ato Penitenciai: durante o Ato penitenciai, promover um momento mais intenso de revisão de consciência, levando os fiéis a perceberem as implicações sociais do evangelho.

Hino de louvor: no hino de louvor, agradecer a Deus as pastorais sociais, obras sociais realizadas pela comunidade, convidando as pessoas a se engajarem.

Oferendas: Sal e Luz podem ser dois símbolos fortes nesse momento, acompanhados do gesto de oferecer a Deusa própria vida, para que seja transformada em missão.

Envio da comunidade: um pouco de sal, juntamente com uma vela pequena, pode ser entregue às famílias, convidando-as ao compromisso de viver a vocação cristã com fidelidade, bem como de rezar pelas vocações. Uma oração vocacional pode acompanhar o sal e a vela que serão entregues.

SUGESTÕES DE REPERTÓRIO

Abertura: Toda a terra
Aclamação: Aleluia! Pois o verbo
Oferendas: De Mãos estendidas
Comunhão: Felizes os pobres

 

Padre Anísio Tavares, C.Ss.R. / Portal Kairós