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Dom Pizzaballa: sombras de morte na Terra Santa

Dom Pizzaballa: sombras de morte no Egito, Síria, Iraque e Terra Santa

“A vida que nós hoje aqui celebramos é todos os dias desprezada e humilhada com cinismo e arrogância” na Síria, no Iraque, no Iêmen, no Egito, na Terra Santa: disse o administrador apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém, Dom Pierbattista Pizzaballa, na missa de Páscoa celebrada no domingo na Basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém.

Falando do “mistério por excelência, a ressurreição”, o arcebispo afirmou na homilia que “não existe lugar da nossa história que não possa ser lugar de encontro com Deus”. Uma consciência que “não nos torna isentos da experiência da provação, da dor, da escuridão… Efetivamente, basta olhar ao nosso redor e teremos do que preocupar-nos e sentir-nos subjugados pela morte, por suas vitórias e por seus aguilhões”.

O administrador apostólico recordou o massacre de fiéis coptas em Tanta e Alexandria, no Egito: “É uma situação de morte, um desejo de morte do qual muitos hoje nestes nossos países parecem sedentos” e não correspondidos por estes “nossos irmãos cristãos que permanecem abertos, com serena confiança, a toda colaboração. Com todos. Nenhuma palavra de ódio e desprezo. Nenhuma reação violenta, mas somente o sereno e justamente resoluto desejo de justiça”.

A morte daqueles mártires não eliminou a força de vida daquela comunidade! O domingo de Ramos foi para eles já a Páscoa”. “Mas também aqui, em nossa Terra Santa, não faltam as sombras da morte: as feridas na geografia do país e na vida de nossas populações são inúmeras, justiça e paz tornaram-se slogans desprovidos de todo e qualquer crédito”, acrescentou Dom Pizzaballa.

“Nossas famílias estão divididas. Falar de esperança parece falar sem sentido, ‘parece estar fora da realidade. Em suma, em tudo há medo e desconfiança: entre os membros de vários credos, entre as várias comunidades, no próprio seio de nossas comunidades e famílias vemos contínuas divisões de todo tipo, baseadas no medo do outro, no medo de perder algo, no medo de morrer, de dar a vida. E desse modo nos entregamos, ao invés, à morte e a seu poder”, ressaltou o prelado.

“Mas se cremos verdadeiramente na ressurreição, se colocarmos todas essas situações nas mãos do Ressuscitado, se fizermos com que elas se tornem pedido, oração, grito, então essas mesmas situações se tornarão um caminho de vida. Não nos dobremos ou nos fechemos em nossos medos. Não permitamos que a morte e seus súditos nos amedrontem. Seria negar com a vida a nossa fé na ressurreição!” – frisou.

“E não nos limitemos nem mesmo a venerar este sepulcro vazio. A ressurreição é o anúncio de uma alegria nova que irrompe no mundo, que não pode permanecer fechada neste Lugar, mas daqui deve ainda hoje chegar a todos”, concluiu o administrador apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém.

br.radiovaticana.va

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