04 de outubro – Missa do 27° Domingo do Tempo Comum 2020

Missa do 27° Domingo do Tempo Comum 2020

O Reino de Deus se torna presente entre nós quando acolhemos os ensinamentos de Jesus e permitimos que nossa vida seja conduzida por ele. Somos convidados a trabalhar, unidos, por esse Reino, produzindo os bons frutos de paz, justiça, amor e solidariedade. Atingidos todos pelas consequências da pandemia, nos conscientizemos, neste mês das missões, de que a Campanha Missionária deste ano – com o tema “A vida é missão” e o lema “Eis-me aqui, envia-me”(Is 6,8) -, quer ser um sinal de esperança para tantas vidas doadas de forma solidária.

A Palavra de Deus acolhida em nosso coração produz muitos frutos de amor, fraternidade e paz. Tenhamos presente o tema do mês missionário deste ano: “A vida é missão”.

PRODUZIR FRUTOS

A vinha, na Bíblia, geralmente simboliza o povo de Deus. A parábola dos vinhateiros contada por Jesus foi dirigida às autoridades do seu tempo. Ela ressoa ainda hoje como advertência, sobretudo aos que assumem funções de responsabilidade perante o povo de Deus.

Jesus deixa claro que o povo pertence a Deus, é propriedade sua. Mas a confiança que Deus depositou nas lideranças foi frustrada quando seus servos, os profetas, foram espancados e mortos; quando seu próprio Filho foi humilhado e morto. Deus, porém, colherá os frutos que deseja, confiando sua vinha a bons agricultores.

Aos que exercem cargos de liderança, portanto, cabe o questionamento: Quais são os frutos que Deus espera do povo? Como não se corromper pelo poder, mas servir responsavelmente ao bem coletivo? Mateus é o Evangelho da justiça do Reino, e os frutos de justiça que Deus espera têm que ver necessariamente com o exercício responsável da liderança em todos os níveis, sejam religiosos ou políticos.

E quanto a nós: estamos conseguindo ser, cada um à sua medida, agricultores fiéis à missão de produzir os frutos da justiça que Deus deseja? Esperamos apenas dos outros ou acreditamos que, em Jesus, a pedra rejeitada, cada um de nós pode e deve ser sujeito ativo na transformação do mundo, no cultivo da vinha, no florescimento da justiça?

No Brasil e no mundo, não é que seja fácil encontrar líderes autênticos, responsáveis e preocupados com o bem do povo. Parecem estar em extinção as lideranças que conduzam o povo a um protagonismo, que não deixem o povo entregue à própria sorte, que lutem por seus direitos e lhe permitam construir um destino. Mas, afinal, que tipo de liderança estamos apoiando? No caso das lideranças políticas, que tipo de sociedade buscamos ao apoiar determinados políticos com nosso voto?

Em vez de buscar possuir aquilo que só a Deus pertence, a parábola da vinha nos convida a caminhar na consciência de sermos corresponsáveis com Deus por toda a criação. Deus terá sua parte dos frutos. A questão é qual está sendo nosso papel no cultivo da vinha de Deus.

 

Pe. Paulo Bazaglia, ssp   / Portal Kairós