Pastoral Carcerária do RS reflete sobre a mulher encarcerada

Porto Alegre (RV) – O Centro de Espiritualidade Padre Arturo (CEPA), de São Leopoldo (RS), sediou o primeiro Encontro de Formação para agentes da Pastoral Carcerária que atuam com as mulheres encarceradas, nos dias 05 a 07 de maio.

Com o tema “Maria e as tantas Marias nos cárceres” e o lema “Minha alma exalta o Senhor, pois ele pôs os olhos sobre sua humilde serva” (Lc 1,46-48), os participantes oriundos de Bento Gonçalves, Cachoeira do Sul, Caxias do Sul, Carazinho Estrela, Três Passos, Porto Alegre, Rio Grande, Pelotas, Itaqui, Guaíba, Torres, Osório, Sarandi, Santa Maria, Montenegro, Erechim, Passo Fundo, Santo Ângelo, Palmeira das Missões, São Leopoldo, Novo Hamburgo e dos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná refletiram sobre a realidade prisional, os desafios e metodologias pastorais diante de uma “Igreja em Saída”.

Segundo Tatiane da Silva, a realidade prisional feminina no RS é dividida por delegacias. Existem presididos para mulheres, mas alguns masculinos também abrigam mulheres. “Atualmente há cerca de 2000 mil mulheres presas em todo o estado”, afirmou.

Justiça Restaurativa

Uma das metodologias pastorais discutida e ampliada foi a da Justiça Restaurativa que através das Escolas de Perdão e Reconciliação (ES.PE.RE). A escola consiste em um paradigma não punitivo, baseado em valores, que tem como principal objetivo a reparação dos danos oriundos do delito causados às partes envolvidas – vítima, ofensor e comunidade – e, quando possível, a reconstrução das relações rompidas.

Segundos os organizadores há cerca de 10 anos no Brasil, a prática da Justiça Restaurativa tem se expandido pelo país. Conhecida como uma técnica de solução de conflitos que prima pela criatividade e sensibilidade na escuta das vítimas e dos ofensores, a prática tem iniciativas cada vez mais diversificadas e já coleciona resultados positivos.

Pastoral Carcerária Nacional

Desde o dia 30 de abril a Questão da Mulher Presa movimentou a Pastoral Carcerária do Rio Grande do Sul, com a presença da Coordenadora Nacional, Irmã Petra Pfaller. Ele esteve visitando presididos nas cidades de Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Pelotas e Canguçu.

Em Pelotas falou com os acadêmicos da Universidade Católica de Pelotas sobre o tema: “As consequências do encarceramento feminino”. Segundo Pfaller, “reafirma-se a fragilidade e vulnerabilidades destas mulheres castradas de seus mais simples desejos e direitos. O mundo sem cárcere é a meta principal, prioritária e urgente ”, salientou.

De acordo com a Irmã Petra foram três dias de estudos, partilhas, encontros, desafios, visitas e viagem. “Três dias de crescimento no amor, mas também de detectar a necessidade de a pastoral ir além. E assim, todos, unidos em um único objetivo, reafirmamos o compromisso com a evangelização como presença da Igreja, promoção da dignidade humana e a busca de um mundo sem cárcere”, concluiu.

(Regional Sul 3 da CNBB)

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Papa aos bispos do CELAM: “Despojar-se dos filtros clericais”

Cidade do Vaticano (RV) – “Gostaria de poder visitar o Santuário de Aparecida”: com estas palavras, o Papa se dirige aos bispos de toda a América Latina, reunidos na Assembleia do CELAM, Conselho Episcopal Latino-americano em São Salvador, El Salvador, de 9 a 12 de maio.

A mensagem de Francisco é inteiramente inspirada na Padroeira do Brasil, da qual este ano se celebram 300 anos do achado, nas águas do Rio Paraíba (SP).

Definindo Aparecida como “uma escola de discipulado”, o Papa releva três aspectos daquele acontecimento, começando pelos pescadores que encontraram a imagem:

“Um grupo de homens que sabiam enfrentar as incertezas do rio, que viviam na insegurança de não ter o que levar para seus filhos. Conheciam a ambivalência entre a generosidade do rio e a agressividade de suas ondas e a inclemência de um dos pecados mais graves que castiga nosso continente: a corrupção. A corrupção, como um câncer, está corroendo a vida cotidiana dos povos”.

O segundo aspecto é a Mãe. “No relato de Aparecida, a encontramos suja de lama no rio. Ali ela esperava seus filhos, em meio a suas lutas e anseios. Maria estava ali, onde os homens tentam ganhar suas vidas”.

E enfim, o Papa ressalta o encontro. Depois de restaurá-la e limpá-la, os pescadores a levaram para casa, um lar aonde os moradores da região iam encontrá-la. “Esta presença se fez comunidade, Igreja. As redes não se encheram de peixes, se transformaram em comunidade”.

Hoje, 300 anos depois, como filhos, somos chamados a escutar e aprender o que aquele acontecimento continua a nos dizer:

“Aparecida não traz receitas mas chaves, critérios, pequenas grandes certezas para iluminar e sobretudo, acender o desejo de nos despojar de todo o desnecessário e voltar às raízes, ao essencial, à atitude que fez de nosso continente a terra da esperança. Aparecida renova nossa esperança em meio a tantas inclemências”, frisa o Papa.

Em seguida, Francisco convida os bispos latino-americanos a aprender a escutar e conhecer o Povo de Deus, dando-lhe a importância e o lugar merecidos.

“Isto significa despojar-nos de nossos preconceitos, racionalismos e esquemas funcionalistas para conhecer como o Espírito atua no coração deste homens e mulheres. Como temos a aprender da fé desta gente; a fé de mães e avós que não têm medo de se sujar, pois sabem que o mundo está cheio de injustiças, onde a impunidade da corrupção continua cobrando vidas e desestabilizando cidades”.

A partir daí, segue a exortação do Papa: “Não tenhamos medo de arriscar e nos comprometermos com os ‘sujos’… isto não é heroicidade… nem ser kamikazes… Somente deixando de ser auto-referenciais seremos capazes de nos re-centrarmos Naquele que é fonte de Vida e Plenitude”.

Concluindo, Francisco lembrou a passagem da exortação Evangelii Gaudium:

“Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos. Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida. Mais do que o temor de falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos dão uma falsa protecção, nas normas que nos transformam em juízes implacáveis, nos hábitos em que nos sentimos tranquilos, enquanto lá fora há uma multidão faminta e Jesus repete-nos sem cessar: ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’” (Mc 6, 37).

Na conclusão, o Papa Francisco lembra. “Na medida em que nos envolvermos com a vida de nosso povo fiel e sentirmos a profundidade de suas feridas, podemos ver, sem filtros clericais, o rosto de Deus”.

(CM)

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Panamá: 5º Fórum Mundial da Rede Global de Religiões a favor da Infância

Cidade do Panamá (RV) – Teve início nesta terça-feira (09/05), em Cidade do Panamá, no Panamá, o 5º Fórum Mundial da Rede Global de Religiões a favor da Infância. O encontro prossegue até quinta-feira, dia 11.

Cerca de 430 líderes, das principais religiões do mundo, 60 crianças, provenientes de cerca de 70 países, e representantes de organismos internacionais se reúnem para estudar ações que serão empreendidas a fim de eliminar todo tipo de violência contra a criança. O encontro foi aberto pelo bispo episcopaliano panamenho Júlio Murray.

O objetivo do fórum, organizado pela ONG Arigatou International, é construir um mundo melhor para meninos e meninas, e desarraigar várias formas de violência perpetradas contra as crianças, segundo informações da Agência Fides.

“Proteger as crianças do extremismo violento, da violência dos grupos armados e do crime organizado. Cultivar a espiritualidade e por fim à violência, à exploração e abusos sexuais contra menores” são os pontos principais desse encontro, lê-se na mensagem enviada ao presidente de Arigatou, Reverendo Keishi Miyamoto.

O sacerdote católico chileno Pe. Sidney Fones, responsável pela Comissão organizadora do fórum, por sua vez, ressaltou que “é preciso entender que todas as pessoas têm um papel a fim de garantir que a paz prevaleça e as crianças tenham segurança”. “A nossa esperança é de que as ideias e os resultados desse encontro criem ações práticas e frutuosas para a tutela dos menores”, acrescentou.

Antes da reunião principal, 60 crianças e jovens de 13 países, participaram de um encontro realizado antes do fórum no qual prepararam as recomendações a serem apresentadas no encontro inter-religioso.

Na conclusão do evento, dia 11, os participantes assinarão uma declaração na qual se comprometerão em trabalhar todos juntos para construir um mundo livre de violência contra a infância.

As últimas quatro edições do fórum inter-religioso se realizaram em Tóquio, Genebra, Hiroshima e Dar es-Salaam.

O Fórum Mundial da Rede Global de Religiões fundado no ano 2000 inclui membros das grandes religiões do mundo, como o judaísmo, islamismo, cristianismo e budismo que realizam programas regionais e locais para melhorar a vida das crianças na América Latina, África, Europa, Ásia, Caribe e Oriente Médio.

(MJ)

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Videomensagem do Papa Francisco para Peregrinação a Fátima

Cidade do Vaticano (RV) – Foi divulgada, nesta quarta-feira (10/05), a videomensagem do Papa Francisco para a Peregrinação a Fátima na próxima sexta-feira, dia 12, e no sábado, 13.

Querido povo português,

Faltam poucos dias para a minha e sua peregrinação a Nossa Senhora de Fátima. Vivo uma feliz expetativa pelo nosso encontro na casa da Mãe. Bem sei que vocês me querem também em suas casas e comunidades, em suas aldeias e cidades. O convite foi feito! Escuso-me dizendo que gostaria de aceitá-lo, mas não me é possível! Desde já agradeço a compreensão com que as diversas Autoridades acolheram a minha decisão de circunscrever a visita aos momentos e atos próprios da peregrinação ao Santuário de Fátima, marcando encontro com todos aos pés da Virgem Mãe.

De fato, é nas vestes de Pastor universal que me apresento diante d’Ela, oferecendo-Lhe o buquê das mais lindas «flores» que Jesus confiou aos meus cuidados (cf. Jo 21, 15-17), ou seja, os irmãos e irmãs do mundo inteiro resgatados pelo seu sangue, sem excluir ninguém. Vê? Preciso ter vocês comigo; preciso de sua união (física ou espiritual, importante é que seja de coração) para o meu buquê de flores, a minha «rosa de ouro». Formando junto com vocês «um só coração e uma só alma» (cf. At 4, 32), entregarei todos a Nossa Senhora, pedindo-lhe para sussurrar a cada um: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus» (Aparição de junho de 1917).

«Com Maria, peregrino na esperança e na paz»: assim reza o lema desta nossa peregrinação que é um programa de conversão. Alegra-me saber que vocês estão preparando com intensa oração este momento abençoado que culmina um centenário de momentos abençoados. A oração alarga o nosso coração e o prepara para receber os dons de Deus. Agradeço-lhes as orações e sacrifícios que diariamente oferecem por mim e de que muito preciso, pois sou um pecador entre pecadores, «um homem de lábios impuros, que habita no meio de um povo de lábios impuros» (Is 6, 5). A oração ilumina os meus olhos para saber olhar os outros como Deus os vê, para amar os outros como Ele os ama.

No seu nome, venho até vocês na alegria de partilhar com vocês o Evangelho da esperança e da paz. O Senhor os abençoe e a Virgem Mãe os proteja!

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Terra Santa: respeitar os detentos nos cárceres israelenses

Jerusalém (RV) – Está em andamento nos cárceres israelenses, desde 17 de abril passado, uma greve de fome da parte dos prisioneiros políticos palestinos.

Um protesto, segundo o seu promotor Marwan Barghouthi, líder do Al-Fatah, no cárcere há 15 anos, “pela libertação e a dignidade”. São cerca de 1.800 os prisioneiros que há três semanas não comem nada, num total de 6.500.

Segundo a Agência Sir, os ordinários católicos da Terra Santa divulgaram nos últimos dias uma nota na qual exortam “as autoridades israelenses a ouvir o grito dos prisioneiros, a respeitar a sua dignidade humana e abrir uma nova porta para a construção da paz”.

“Os detentos”, lê-se na nota, “pedem respeito pelos direitos humanos e pela dignidade, como reconhecido no direito internacional e na Convenção de Genebra, e pedem o fim da detenção administrativa. Como cristãos somos chamados a trabalhar pela libertação de cada ser humano e pela criação de uma sociedade em que haja igualdade para todos, israelenses e palestinos”.

Prossegue o compromisso da Igreja católica local nos cárceres em Israel. Um compromisso inserido na Pastoral Carcerária do Patriarcado Latino de Jerusalém, desejada há mais de 20 anos pelo então Patriarca Latino de Jerusalém, Dom Michel Sabbah.

Padre David Neuhaus é o responsável pela Pastoral Carcerária e coordena uma equipe de mais de 10 pessoas, formada por sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos.

“Atualmente, damos assistência a cerca de cem detentos cristãos, dentre os quais mulheres e algum ortodoxo”, disse Pe. Neuhaus. “Não se trata de detentos políticos, pois nos é permitido encontrar somente os condenados por crimes comuns”, concluiu.

(MJ)

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