Crônica: Paraíso e Inferno no Islã e no Cristianismo

Dubai (RV*) – Amigas e amigos, saúdo-os fraternalmente das Arábias, onde o Islã é a religião oficial de todos os países. Somos gratos aos governantes de alguns deles que nos permitem ter nossos lugares de culto e ao mesmo tempo aprender a conviver, em harmonia, com os seguidores de Maomé e conhecer os fundamentos do islamismo.

Tanto a doutrina do Islã como o Cristianismo contemplam a existência do inferno, mas diferem em suas visões.

Para os islâmicos, Paraíso e Inferno serão as moradas finais para os crentes e os condenados, após o Último Julgamento. Eles são reais e eternos. A bênção das pessoas do Paraíso nunca cessará e a punição dos descrentes condenados ao Inferno também não cessará. A visão islâmica é sofisticada e transmite um nível alto de justiça divina. Isso pode ser visto de duas formas. Primeiro, alguns crentes podem sofrer no Inferno por pecados capitais dos quais não se arrependeram. Segundo, tanto o Paraíso quanto o Inferno têm níveis.

O Paraíso é comparado a um jardim eterno de prazeres físicos e deleites espirituais. O sofrimento estará ausente e os desejos do corpo serão satisfeitos. Todos os desejos serão atendidos. Palácios, servos, fortuna, rios de vinho, leite e mel, fragrâncias agradáveis, vozes suaves, parceiros puros para relações íntimas; uma pessoa nunca se entediará ou terá o bastante! É um lugar no qual, prazeres e satisfações terrenas continuam a existir. A bênção suprema, porém, é a visão do Senhor.

Por outro lado, o Inferno tem duas características: é local de tortura e punição para o corpo e a alma; queimaduras por fogo, água fervente para beber, comida escaldante para comer, correntes e colunas de fogo sufocantes nas quais os descrentes serão eternamente condenados, enquanto os crentes pecadores, eventualmente serão retirados do Inferno purificados e entrarão no Paraíso.

No conceito da ressurreição no fim dos tempos, a doutrina islâmica contempla a recuperação do corpo material. A partir daí o paraíso é concebido como um lugar físico onde as pessoas continuam a usufruir das coisas agradáveis da terra ou são privadas delas devido à maldade praticada.

No cristianismo o conceito de ressureição segue o caminho de Cristo que, após ressurgir dos mortos, assumiu um corpo glorioso, não mais submetido aos desgastes e problemas relacionados com a matéria. Céu e inferno não são lugares físicos, quer dizer, não ocupam espaço, mas estado de felicidade ou de sofrimento. As coisas da terra não serão mais necessárias, “Pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos no céu.” (Mt 22,30). Quem encontrou Cristo nos irmãos, será bendito junto ao Pai.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano.

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AG CNBB: experiência de partilha, convivência, oração, estudo e reflexão

Mais de 350 bispos de todo o Brasil, bispos na ativa e eméritos se reuniram em Aparecida, na “Casa da Mãe”, entre os dias 26 de abril e 05 de maio para a 55ª Assembleia Geral da CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Os trabalhos este ano foram centralizados no tema da “Iniciação à Vida Cristã”.

O tema amplamente discutido nestes dias foi votado e aprovado em um documento final, cuja elaboração ficou a cargo de uma comissão montada especialmente para sua elaboração. Durante os trabalhos o texto recebeu acréscimos e agora com a aprovação pelos bispos, o texto será assumido como um documento oficial da CNBB. Um texto de profunda qualidade, que busca corresponder aos desafios pastorais identificados pela missão da Igreja e acima de tudo procura por em pratica as diretrizes gerais da Ação evangelizadora que convoca a ser Igreja: casa da iniciação cristã.

O tema da iniciação à vida cristã, diz respeito à realidade da Igreja presente em todo o Brasil e fala de algumas preocupações da Igreja, por exemplo, a questão da transmissão da fé às novas gerações e a grande preocupação em formar não só adeptos, mas discípulos. Era preciso avaliar e dizer quais caminhos retomar.

A missão então dos bispos reunidos em Aparecida era a de traduzir toda a linguagem muitas vezes técnica em uma forma acessível e concreta para a pastoral. O texto constata que muitas paróquias do Brasil já conhecem a iniciação à vida cristã, mas também o fato de que muitas ainda não chegaram neste ponto, e por isso, o mesmo visa uma retomada dessa caminhada.

É um documento conciso dirigido aos catequistas em primeiro lugar, com linguagem acessível, direta, e com mudança de prática, mas também a todas as lideranças das comunidade, sejam eclesiais, sejam leigas. Questões importantes para a vida da Igreja.

Também presente nas reflexões o momento vivido pelos brasileiros, e como consequência dessas reflexões a divulgação da mensagem “Momento Atual”, na qual os bispos lançam estradas de esperança para uma população sofrida e angustiada por causa da crise econômica, política e social. Crise que atinge a população com a falta de emprego e de horizontes.

A nota sobre o Momento Atual contém uma análise da realidade política e econômica, bem como orientações pastorais à Igreja do Brasil.

Outros os momentos vividos em Aparecida como as celebrações do Ano Nacional Mariano e a comemoração dos dez anos da Conferência do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), realizada aqui em Aparecida, em 2007. Tivemos também a celebração ecumênica e a bênção das imagens de Nossa Senhora Aparecida que percorrerão as dioceses e regionais até o encerramento do Ano Nacional Mariano, em outubro.

Foram dias muito intensos nos quais os pastores da Igreja Católica, sob o Manto da Mãe Aparecida, viveram uma experiência privilegiada de partilha fraterna, convivência, oração, estudo, reflexão, que certamente irá fortalecer a unidade, a comunhão do episcopado, mas também a unidade com o sucessor de Pedro, o Papa Francisco.

Silvonei

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Papa Francisco recebe convite para visitar o Líbano

O Papa Francisco recebeu em audiência esta sexta-feira (05/05) o Patriarca maronita Bechara Boutros Rai.

O Patriarca veio a Roma para participar da Plenária da Secretaria para a Comunicação, que se conclui esta sexta. Antes de embarcar, no aeroporto de Beiture, Boutros Rai comunicou aos jornalistas que entregará ao Papa Francisco um convite oficial para visitar o Líbano em nome de todos os Patriarcas e Bispos católicos presentes no País dos Cedros.

Em junho de 2016, o sacerdote maronita Rouphael Zgheib, Diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias do Líbano, perguntou ao Pontífice quando realizaria uma visita apostólica ao país do Oriente Médio. Na ocasião, o Papa Francisco respondeu com outra pergunta: “E vocês, libaneses, quando elegerão um novo Presidente?”.

A vacância presidencial no País dos Cedros durou quase dois anos e meio, e os protocolos diplomáticos vaticanos excluem viagens papais a nações que vivem uma semelhante paralisação institucional.

Já 31 de outubro de 2016, o Líbano escolheu como novo Presidente o ex-general Michel Aoun, cristão maronita. O Presidente Aoun foi recebido pelo Papa Francisco no Vaticano em 16 de março passado. Depois do encontro com o Bispo de Roma, Aoun escreveu em sua conta no twitter que o Papa tinha expresso a sua vontade de visitar o Líbano, garantindo a sua constante oração pelo país.

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REPAM a todo vapor, com mapeamento e comunicação

A assessora da Comissão Episcopal para a Amazônia, Irmã Irene Lopes, cmst, está em Aparecida, levando a Rede Eclesial Pan-Amazônica, REPAM, à Assembleia Geral do Episcopado Brasileiro. A RV a entrevistou. Irmã Irene revela as articulações que a REPAM está realizando para se fazer mais presente entre as comunidades e a partir delas, para fora.:

“Nós nos reunimos com todos os 6 regionais da Amazônia Legal, e apresentamos os avanços da REPAM no Brasil. Uma questão apresentada foi a do mapeamento da Amazônia brasileira e da Pan- Amazônia. A Imã Ivanilda, que está acompanhando o processo, o ilustrou. Apresentamos também o projeto de comunicação.

A Irmã Osnilda é a responsável por esta longa caminhada. Temos uma vontade muito grande que a REPAM apareça e esteja junto do povo e por isso, o projeto da comunicação vai nos ajudar muito a chegar nas bases. Fizemos um projeto pensando um pouco em como chegar nas dioceses, nas comunidades.

Para isso, estamos criando uma plataforma para ajudar as dioceses a criarem seus sites e enviar suas notícias. Queremos mostrar ao Brasil e ao mundo o que já está acontecendo na Amazônia e que muitas vezes não aparece hoje”.

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Base Aérea de Monte Real prepara-se para receber Francisco

Os militares da Base Aérea de Monte Real estão ultimando os preparativos para receber o Papa Francisco no dia 12 de maio. É a primeira vez que Bergoglio estará em terras portuguesas.

Em entrevista à Agência Ecclesia, o Coronel João Caldas, Comandante da Base Aérea nº 5 – como é designada – diz que será “um dia muito especial para todos” os que ali trabalham, para os que “integram as fileiras da Força Aérea”, respetivas famílias e também “para os católicos portugueses” de um modo geral.

No campo pessoal, o Comandante considera a ida do Papa também um marco para a sua carreira, para a missão que assume na Base Aérea de Monte Real desde 2015 e para a sua fé.

“Rezamos muito para que isto fosse uma realidade”, enfatiza o militar.

De acordo com o programa divulgado pela Santa Sé, a chegada do Papa a Monte Real está prevista para as 16h20 do dia 12 de maio.

Francisco vai a Portugal como peregrino, no âmbito da comemoração do Centenário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima (1917 – 2017) e irá também presidir à canonização dos Beatos Francisco e Jacinta Marto, no dia 13 de maio.

Esta é a terceira vez que um Papa escolhe aterrisar na Base Aérea de Monte Real, depois de Paulo VI em 1967 e de São João Paulo II, em 1991.

A unidade militar conserva vários sinais da passagem dos referidos pontífices, nomeadamente um relógio de sol com duas placas alusivas ao momento, um cálice e uma patena oferecidos por Paulo VI e uma cruz de madeira dada por João Paulo II.

Localizada a cerca de 40 quilômetros de Fátima, a Base Aérea nº 5 é a ‘casa’ dos caças F16 responsáveis pela proteção do espaço aéreo português.

No dia 12 de maio, há a possibilidade da aeronave que transporta Francisco ser escoltada por uma coluna de F16.

“Sendo Sua Santidade um Chefe de Estado, irá ter as mesmas honras que outros Chefes de Estado, com as particularidades da sua vinda. Poderá acontecer o acompanhamento, tanto à chegada como à saída, por uma parada de F16”, admite o coronel João Caldas.

A ideia será “dar as boas-vindas” ao Papa “logo na fronteira” de Portugal e depois trazer a aeronave até aos nossos domínios”.

Em preparação está um presente especial a ser oferecido a Francisco, mas seu conteúdo mantido em segredo.

Algo que já está definido é a formação de “um cordão humano” tanto no dia 12 como no dia 13, no acolhimento e na despedida de Francisco, envolvendo “militares e funcionários civis, com respetivas famílias”.

A exemplo dos Papas Paulo VI e João Paulo II, o Papa argentino vai marcar a chegada em Monte Real, e já depois das cerimônias protocolares e de uma breve audiência com o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, com uma ida à capela da Base Militar.

Francisco irá rezar diante da imagem de Nossa Senhora do Ar, Padroeira da Força Aérea, durante cerca de “15, 20 minutos”, adianta o capelão da unidade, o Padre Manuel Silva.

“É curioso o Papa Francisco pedir recolher-se também nesta capela em silêncio, para um momento de oração, e nós vamos rezar com ele”, aponta o sacerdote.

Para marcar a presença do Papa na Base Aérea de Monte Real, vai ser distribuída por todos os militares e civis uma dezena com o nome de Francisco, com a data e a designação da unidade; também uma pulseira com uma cruz e uma medalha alusiva ao Centenário de Fátima, cunhada pelas Monjas de Belém.

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