México: bispos discutem emergência migratória

O compromisso da Igreja Católica no México para enfrentar a crise humanitária ligada ao fenômeno da migração. Este é um dos principais temas discutidos na 103ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Mexicana (CEM), em andamento na Cidade do México.

Recentemente, os bispos mexicanos reiteraram, em um comunicado, o compromisso da Igreja de “apoiar os migrantes da América Central e do Sul, que cruzam o país para chegar aos Estados Unidos.” A Igreja no México desempenha um papel constante ajudando os migrantes.

Entre as várias iniciativas desempenhada pela Igreja Mexicana, destaca-se as setenta casas de migrantes espalhadas pelo país. São estruturas que oferecem as “primeiras boas-vindas” aos migrantes em trânsito. Eles querem mostrar que, para a Igreja ninguém é ilegal e também dar “apoio espiritual e moral.”

Os bispos, além de se expressarem contra a construção de um muro na fronteira entre México e os Estados Unidos, lembram a grave situação de muitos migrantes.
Numa recente mensagem por ocasião da reunião bianual chamada “Tex-Mex”, os bispos das dioceses de fronteira do México e do Texas fizeram um pedido, em particular: ouvir “o grito dos irmãos migrantes.” Ao longo dos anos – frisaram – tem havido “um sistema de imigração falho, devido às condições estruturais e econômicas que geram ameaças, deportações, extrema violência e impunidade.” “Uma situação – sublinharam os prelados – que refere-se tanto à fronteira entre o México e América Central quanto à fronteira entre Estados Unidos e México.”

A 103ª assembleia em Cidade do México conta com a participação de 134 bispos das 95 dioceses do México, agrupados em 18 províncias. Um dos objetivos do encontro é também discutir e aprovar a segunda fase do “Projeto Global de Pastoral 2013-2033”.

Alimentam esse projeto – informa a agência Sir – o recente Magistério da Igreja e os discursos pronunciados pelo Papa Francisco na viagem ao México, no ano passado. “O Plano” – disse o secretário-geral do episcopado mexicano, Dom Alfonso Gerardo Miranda Guardiola – “terá como pontos centrais o mistério da Virgem de Guadalupe e o mistério da Redenção de 2.000 anos após a sua realização”.

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Papa Francisco: perseguição, a consequência da obediência cristã

O cristão é testemunha da obediência, e a consequência disto, são as perseguições. Foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa celebrada esta manhã na Capela da Casa Santa Marta, fazendo alusão ao que disse Pedro na leitura dos Atos dos Apóstolos, de que “é preciso obedecer a Deus antes que aos homens”.

Pedro, de fato, deu esta resposta ao ser levado junto com os apóstolos diante do Sinédrio, após terem sido libertados da prisão por um anjo. Haviam sido proibidos de ensinar em nome de Jesus – os havia recordado o sumo sacerdote – mas encheram Jerusalém com os seus ensinamentos.

A homilia do Papa Francisco parte deste episódio narrado na primeira leitura, extraída dos Atos dos Apóstolos. Para fazer compreender este acontecimento, o Papa faz referência também ao que foi narrado anteriormente pelos Atos, nos primeiros meses da Igreja, quando a comunidade crescia e aconteciam tantos milagres.

Havia a fé do povo, mas havia alguns “espertalhões” – foi o alerta do Papa – “que queriam fazer carreira”, como Ananias e Safira.

O mesmo acontece hoje – enfatiza Francisco – assim como o desprezo das pessoas ao ver os doentes sendo levados até os apóstolos.

Assim, cheios de inveja, os chefes pegaram os apóstolos e os trancafiaram na prisão. Pedro, que por medo havia traído Jesus na Quinta-feira Santa, desta vez, corajoso, responde “que é necessário obedecer a Deus antes que aos homens”.

Uma resposta que faz portanto entender que “o cristão é testemunha da obediência”, como Jesus que se aniquilou no Jardim das Oliveiras e disse ao Pai: “Faça-se segundo tua vontade, não a minha”:

“O cristão é uma testemunha da obediência e se nós não estamos neste caminho de crescer no testemunho da obediência, não somos cristãos. Pelo menos caminhar por esta estrada: testemunha de obediência. Como Jesus. Não é testemunha de uma ideia, de uma filosofia, de uma empresa, de um banco, de um poder, é testemunha de obediência. Como Jesus”.

Mas tornar-se testemunha de obediência” é “uma graça do Espírito Santo”, explica o Papa:

“Somente o Espírito pode nos fazer testemunhas de obediência. “Não, eu vou naquele mestre espiritual, eu leio este livro…”. Tudo está bem, mas somente o Espírito pode transformar o nosso coração e pode nos fazer a todos testemunhas de obediência. É uma obra do Espírito e devemos pedir a ele, é uma graça a ser pedida: “Pai, Senhor Jesus, envia-me o teu Espírito para que eu me torne uma testemunha de obediência”, isto é, um cristão”.

Ser testemunha de obediência acarreta consequências, como narrado pela primeira leitura: depois da reposta de Pedro, queriam de fato levá-lo a morte:

“As consequências do testemunho de obediência são as perseguições. Quando Jesus enumera as Bem-aventuranças termina com: “Bem-aventurados quando vos perseguirem e insultarem”. A cruz não pode ser tirada da vida do cristão. A vida de um cristão não é um status social, não é um modo de viver uma espiritualidade que me faça bem, que me faça um pouco melhor. Isto não basta. A vida de um cristão é o testemunho em obediência e a vida de um cristão é repleta de calúnias, boatos e perseguições”.

Para ser testemunhas de obediência como Jesus – conclui o Papa Francisco – é preciso rezar, reconhecer-se pecadores, com tantas “mundanidades” no coração e pedir a Deus “a graça de tornar-se um testemunho de obediência” e de não amedrontar-se quando chegam as perseguições, “as calúnias”, pois o Senhor disse que quando se for levado diante do juiz, “será o Espírito a nos dizer o que responder”.

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Santuário de santa Giana

Duas cidades: Mesero, no norte da Itália, e Franca, no interior de São Paulo. A primeiro, uma pequena cidade, ‘vicina a Milano’ (vizinha de Milão) e a outra conhecida como a capital brasileira do calçado. Duas realidades geográficas e sociais completamente diferentes, mas que se deram as mãos pelos vínculos da fé. Lá, em Mesero, viveu Gianna Beretta Molla… aqui, em Franca, essa jovem mãe italiana se fez amada por ter participado de uma história de fé que transformou a vida de uma família e que a dignificou, eternamente, aos altares da santidade do catolicismo.

Santuário de Santa Giana, em Mesero, no norte da Itália.

Em Mesero, um santuário diocesano acolhe hoje as relíquias de santa Gianna. A pequena igreja tem uma história secular, e originalmente era dedicada a Purificação de Santa Maria Virgem. Somente com o reconhecimento da santidade de Gianna, cidadã de Mesero, é que o templo foi restaurado, adaptado e recebeu, junto com as relíquias da jovem mãe italiana, o título de santuário diocesano da Família, dedicado a Santa Gianna Beretta Molla.

A dedicação oficial da igreja como santuário aconteceu no dia 01 de novembro de 2007. E em 2009 foi inaugurado um anexo, um espaço chamado de “Centro de Espiritualidade para a família”. O anexo possui quatro salas para encontros e reuniões, a maior delas dedicada ao Beato Papa Paulo VI, o primeiro dos papas a destacar a vida cristã de santa Gianna, mesmo antes dela ser oficialmente canonizada.

Aliás, ela foi canonizada em 2004 pelo agora também santo São João Paulo II. A jovem mãe italiana tem uma belíssima história de amor pela família e pelos filhos, que termina com o sacrifício de sua vida para que outra vida, a de sua filha caçula, pudesse acontecer. Gianna nasceu em 1922. Foi educada dentro da fé cristã desde tenra idade, e desejosa de viver o amor a Jesus Cristo de modo radical, Giana encontrará no matrimônio, com Pietro Molla, a vocação sublime de ser mulher, esposa e mãe.

Três foram os frutos de seu ventre, Pierluigi, Mariolina e Laura, antes de se descobrir grávida do quarto bebê, Joana. Esta última gravidez, dentro de um quadro de risco, apresentou a Gianna o dilema que a faria santa: preferiu oferecer-se ao risco da morte, contanto que sua filha nascesse em segurança. De fato, após o nascimento de Joana, sua mãe tem sérias complicações de saúde e falece sabendo que seu último desejo materno, feito ao médico, fora atendido: “Se deves decidir entre eu e a criança, sem nenhuma hesitação – exijo – escolhe a criança. Salvai-a”. Desde então, o local da sepultura de Gianna converteu-se em local de visitas e peregrinação: a doação materna, reconhecida pelo povo de Deus, dava-lhe a coroa de santidade.

A jovem mãe italiana assume o papel de intercessora das famílias!

Em Franca, no ano de 1999, a intercessão da Beata Gianna é reconhecida no fato irá consagrá-la definitivamente com uma santa mulher de Deus. Elisabete e Carlos César, também pais de três filhos, encontram-se em semelhante situação que anos atrás tinha colocado Gianna diante de seu dilema existencial: uma quarta gravidez de risco. Incentivados pelo bispo diocesano, Dom Diógenes, o casal recorre com preces à intercessão de Gianna, e mesmo sem liquido amniótico para sustentar o feto, Elisabete chega ao fim da gravidez e recebe nos braços a pequena Gianna Maria, assim chamada para homenagear aquela que esteve, dos céus, intercedendo pelo casal. O testemunho do casal de Franca, descrito nos autos da canonização com detalhes, será base para o reconhecimento do milagre para a santificação de Gianna. A jovem mãe italiana definitivamente assume o papel de intercessora das famílias!

Esse reconhecimento oficial fez da igreja paroquial de Mesero ser reconhecida com Santuário da Vida, local de repouso de Gianna Molla. Ali, a igreja paroquial que desde o século 13 ilumina a vida do povo de Deus, converteu-se em Santuário, agora adaptado para receber os devotos que buscam o conforto espiritual para suas famílias. O som dos sinos, relíquia da igreja, deixam ainda mais inspirados os que se ajoelham diante do túmulo de Gianna para rezar.

Para saber mais:
www.santuariosantagianna.it
Santuário diocesano della Famiglia
“Santa Gianna Beretta Molla”
Piazza Europa 2 – 20010 Mesero – Milão

a12.com

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Dom Auza: povos indígenas são um exemplo, merecem apoio

Para promover um desenvolvimento autêntico dos povos indígenas é preciso respeitar um equilíbrio fundamental: criar harmonia entre o seu direito ao desenvolvimento cultural e social e o desenvolvimento econômico.

Foi o que disse recentemente o Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Nova Iorque, Dom Bernardito Auza, no debate centrado no tema “Décimo aniversário da Declaração das Nações Unidas sobre os direitos das populações indígenas: as medidas adotadas para implementar a declaração”.

O arcebispo filipino sublinhou que “o esforço de harmonização entre os diferentes e cruciais âmbitos do desenvolvimento é particularmente evidente quando se planificam atividades econômicas que podem interferir nas culturas indígenas. Se os direitos dos povos indígenas não forem considerados, podem ser criados conflitos de interesses”.

Dom Auza, recordando que o Papa várias vezes manifestou o desejo de ser porta-voz dos povos indígenas, acrescentou que tais “comunidades deveriam ser os primeiros parceiros nos projetos que dizem respeito às suas terras. Um consenso preventivo e informado de tais populações deve acompanhar todas as iniciativas que dizem respeito a elas. Trata-se de um princípio previsto no artigo 32 da Declaração sobre os direitos dos povos indígenas.”

“Segundo afirmado pelo Papa Francisco, “a terra não é uma mercadoria, mas um dom de Deus e dos antepassados indígenas. Todavia, em várias regiões do mundo aumentam as pressões a fim de que abandonem suas terras para abrir espaço a projetos agrícolas e minerários. Iniciativas que são empreendidas sem considerar a necessidade de preservar as tradições e culturas dos povos indígenas que viveram nessas terras desde tempos imemoriais.”

“A Santa Sé vê com bons olhos as políticas nacionais que preveem consultas e o consenso informado dos povos indígenas antes que os projetos em suas terras sejam aprovados e implementados. Devem ser criadas diretrizes que respeitem a identidade indígena. Isso significa reconhecer que as comunidades indígenas são parte da população. Significa impedir a sua marginalização e, sobretudo, promover a sua integração plena na sociedade.”

“O respeito pela identidade dos indígenas favorece também o respeito pela nossa Casa comum. As comunidades indígenas se caracterizam por uma grande responsabilidade, pelo sentido forte de comunidade, e por uma grande solidariedade entre as gerações. Esses valores, profundamente arraigados nas tradições e culturas indígenas, devem ser pegos como exemplo. Os povos indígenas merecem não somente o nosso respeito, mas também gratidão e apoio”, concluiu Dom Auza.

 

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Formação e relação Cúria Romana e bispos locais

Concluída Reunião C9: formação e relação Cúria Romana e bispos locais

Realizou-se de segunda até esta quarta-feira (26/04), no Vaticano, a XIX reunião dos Cardeais conselheiros (C9) com o Papa Francisco. Durante as sessões de trabalho – realizadas tanto pela manhã quanto pela tarde – discutiu-se, em particular, sobre a Congregação para a Evangelização dos Povos (Propaganda Fide) e sobre o Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.

O porta-voz vaticano, Greg Burke, falou na Sala de Imprensa da Santa Sé – da qual é diretor – sobre os trabalhos destes dias realizado pelo C9.

Foram examinados alguns textos a ser propostos ao Pontífice acerca do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, o Pontifício Conselho para os Textos Legislativos, e três tribunais: a Penitenciaria Apostólica, o Supremo Tribunal da Signatura Apostólica e o Tribunal da Rota Romana.

Trata-se de modificações que não levarão a verdadeiras mudanças, mas a atualizações, explicou Burke. Foi também dada atenção à seleção e formação daqueles que trabalham na Santa Sé, leigos e clérigos.

A questão foi tratada pela Secretaria de Estado, pelo Conselho para a Economia e o Departamento do Trabalho da Sé Apostólica. A propósito, eis o disse o porta-voz vaticano:

“Creio que seja uma coisa fundamental e que o Papa tem claramente muito a peito: a cultura, a cultura no seio da Santa Sé e o espírito de serviço, sem dúvida. Portanto, se verá como se dará a seleção e a formação dos que trabalham no Vaticano. É preciso sempre recordar que não se trata apenas de um posto de trabalho, mas um serviço ao Santo Padre, um serviço à Santa Sé.”

O prefeito da Secretaria para a Economia, Cardeal George Pell, informou sobre os trabalhos realizados pelo dicastério, detendo-se com atenção sobre o acompanhamento das despesas do ano em curso.

Depois foi a vez do Cardeal Sean O’Malley, na qualidade de presidente, informar sobre o trabalho da Pontifícia Comissão para a proteção dos menores, com particular atenção para: programas de educação globais, última reunião plenária e visitas a vários dicastérios. Outro tema importante abordado pelo C9 foi o da descentralização da relação entre Conferências episcopais e Cúria Romana, como explicitou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé:

“Vimos como mudaram as visitas ad Limina: o Papa fala sem texto com os bispos, aos quais não é entregue o discurso. E se vê que estão estudando modos para ser mais eficazes, mais a serviço dos bispos e das Conferências episcopais, e como o Papa deseja ser mais eficaz, mais em diálogo com os bispos e quer que também a Cúria proceda desse modo. Por outro lado, há o estudo sobre as competências, as faculdades, que talvez poderão passar, em algumas situações, da Cúria Romana para os bispos locais.”

A próxima reunião do Conselho dos cardeais está prevista para os dias 12, 13 e 14 de junho próximo.

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