Papa ao Cardeal Bagnasco: agradeço por ter tido paciência comigo

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco abriu na tarde desta segunda-feira (22/05), na Sala do Sínodo, no Vaticano, 70ª Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI), que até a próxima quinta-feira deverá levar à eleição do novo presidente.

De fato, a assembleia deverá identificar os três possíveis candidatos para a sucessão do presidente que deixa o cargo, Cardeal Angelo Bagnasco, que é também arcebispo de Gênova, cuja arquidiocese será visitada pelo Pontífice no próximo sábado.

Em seu discurso, o Papa quis ser claro expressando o desejo de um diálogo sincero e genuíno com os bispos italianos. “Quero agradecer ao Cardeal Bagnasco por estes dez anos de serviço na presidência e também pela paciência que teve comigo, porque não é fácil trabalhar com este Papa. Ele teve muita paciência e agradeço muito a ele por isso”, disse o Pontífice.

O novo mecanismo prevê que os bispos escolham um terno de candidatos à presidência, mas depois a última palavra será do Papa. Francisco recordou sua relação de amizade com o Cardeal Bagnasco e a sua visita a Gênova no próximo sábado.

“Posso dizer que nos queremos bem e é uma amizade bonita. Tenho apenas um receio: quanto me fará pagar no próximo sábado para entrar em Gênova”, disse Francisco em tom de brincadeira arrancando sorrisos dos senhores bispos.

“Prepare-se, prepare-se”, respondeu o Cardeal Baganasco. “Os genoveses nada farão”, acrescentou o Santo Padre. “Não haverá nenhum desconto”, precisou o purpurado.

Seguiu-se um momento privado entre o Papa e os bispos – sem a presença da imprensa – realizado no signo do diálogo. Antes disso, o Pontífice precisou:

“Quando aquele que preside não permite o diálogo, semeia o ‘disse me disse’ e isso é pior. Dialoguemos entre nós, estou disposto também a ouvir opiniões que não me agradem. Podem falar com toda liberdade”, enfatizou Francisco.

A Assembleia Geral tem como tema “Jovens, para um encontro de fé”. Entre outros assuntos da agenda, o caminho de preparação para a próxima Semana Social (Cagliari 26 a 29 de outubro 2017), as normas sobre o regime administrativo dos tribunais eclesiásticos na Itália e uma série de deveres legais e administrativos. Quarta-feira, às 8h30 locais, os bispos concelebrarão a Eucaristia na Basílica de São Pedro. Quinta-feira, 25 de maio, às 13h30, na antessala da Sala Paulo VI, será realizada a coletiva de imprensa final. (RL/SP)

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Siga ao vivo a Audiência que o Papa concederá a Trump

Cidade do Vaticano (RV) – A Rádio Vaticano vai transmitir ao vivo a Audiência que o Papa Francisco vai conceder ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quarta-feira (24/05).

A transmissão extraordinária terá início às 3h15 da madrugada (horário de Brasília), 8h15 de Roma.

O encontro entre Trump e Francisco acontecerá antes da Audiência Geral na Praça São Pedro.

Após o encontro com o Santo Padre, o Presidente dos Estados Unidos terá um colóquio com o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin e com o Secretário para as Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher.

Neste meio tempo, por sua vez, a Sra. Trump visitará a Capela Paulina e a Sala Regia. Após a conclusão das conversações, o Presidente e a Primeira Dama visitarão a Capela Sistina e a Basílica de São Pedro. Após, Melania Trump visitará o Hospital pediátrico Bambono Gesù, por volta das 11h15min, precisa uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé.

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Frutos espirituais positivos em Medjugorje, avalia Dom Henryk Hoser

Cidade do Vaticano (RV) – “Nomeou-se este Bispo – bom, bom porque tem experiência – para ver como anda a parte pastoral. E, no fim, qualquer palavra será dita”.

Ao ser interpelado pelos jornalistas no voo de retorno de Fátima sobre Medjugorje, o Papa Francisco assim referiu-se – de modo indireto – a por ele nomeado em fevereiro passado para “adquirir um conhecimento mais aprofundado da situação vivida naquela realidade, sobretudo das exigências dos fiéis que para lá vão em peregrinação, e com base nisto, sugerir eventuais iniciativas para o futuro”.

Arcebispo de Varsóvia-Praga, o religioso palotino, de 74 anos, foi no passado Secretário adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos. Após o período passado em Medjugorje, Dom Hoser já está de volta à Polônia – onde está à frente de uma Diocese com mais de 1 milhão de batizados. Mas sua missão ainda foi concluída.

“Estou escrevendo um relatório conclusivo – declarou por telefone ao jornal dos bispos italianos ‘Avvenire’ – que deverei entregar ao Papa pelo final de junho. E é provável que também terei um encontro com ele”.

Avaliação positiva

O Arcebispo polonês tem uma avaliação positiva sobre o que testemunhou durante seus encontros e observações no local que atrai milhares de peregrinos a cada ano:

“O trabalho pastoral que é desenvolvido ali é muito intenso, desenvolvido e diversificado. É baseado no culto mariano, mas é ao mesmo tempo cristocêntrico: Adoração Eucarística, Via Sacra, Terço. Certamente não vi nada de fantasioso ou algum desvio. Constatei um clima de recolhimento, de oração, de contemplação, enfim, de grande fervor espiritual”.

Confissões

Um dos aspectos que mais tocou o prelado foi “a quantidade de confissões, mas também a obra de formação das consciências nos encontros e seminários que são organizados. Os peregrinos não estão diminuindo”, ressaltou.

Sobre a atmosfera intereclesial, afirmou não ter percebido grandes contrastes entre a Paróquia de Medjugorje e os franciscanos por um lado e o clero diocesano e os outros religiosos por outro. “Diversos párocos das redondezas vão inclusive dar uma mão. Certo, o Bispo de Mostar, Ratko Peric, reitera a sua posição claramente contrária à veracidade das aparições e sublinha que, segundo ele, nada pode ser construído sobre o que é falso”.

Papa Francisco

Dom Hoser não ficou surpreso ao serem recordadas a ele as palavras do Papa Francisco de que Nossa Senhora não é “chefe de um departamento telegráfico” e sobre “presumíveis aparições” que “não têm tanto valor”.

“O Pontífice – disse o prelado – deu o seu ponto de vista pessoal sobre aquela que podemos chamar a segunda fase das aparições. Ora, vazou também para a imprensa o conteúdo do trabalho feito pela Comissão Teológica presidida pelo Cardeal Ruini, que expressou um parecer positivo sobre as primeiras sete aparições (as que ocorreram de 24 e 25 de junho a 1º de julho de 1981) e não sobre todo o fenômeno”.

Portanto, existe separação entre “um antes” e “um depois”, entre os acontecimentos iniciais ocorridos no arco de somente seis dias e aqueles sucessivos.

Aparições em Kibeho, Ruanda

Neste sentido, Dom Hoser recorda as aparições em Kibeho, Ruanda, que fazem parte do pequeno número daquelas que receberam uma aprovação oficial por parte da Igreja, no caso específico, pelo então bispo da Diocese de Gikongoro, Dom Augustin Misago, em 29 de junho de 2001, em acordo com a Congregação para a Doutrina da Fé.

Os fenômenos sobrenaturais tiveram início em uma escola administrada por religiosas, em 28 de novembro de 1981, sucedendo-se por longos anos, e envolviam seis meninas e um menino.

O trabalho de duas Comissões diocesanas, uma médica e uma teológica examinou e constatou um quadro complexo e confuso na sucessão dos acontecimentos.

Ao final, as visões foram reconhecidas somente para três das videntes: Alphonsine Mumureke, Anathalie Mukamazimpaka e Marie Claire Mukangang, consideradas o “núcleo original” e mais confiável.

Foram avaliadas como “críveis” as visões de Nossa Senhora, que se apresentava como “Mãe do Verbo”, mas não aquelas em que teria aparecido Jesus. E o arco de tempo considerado foram somente os primeiros dois anos, até 1983, sendo os restantes desconsiderados.

Dom Hoser conhece muito bem os acontecimentos de Kibeho. Como religioso foi missionário em Ruanda, a partir de 1975, onde trabalhou como médico (antes de entrar para os palotinos, formou-se em medicina), ocupando cargos nacionais e onde permaneceu até os anos 90.

Em 1994, na ausência do Núncio Apostólico, foi também Visitador Apostólico do país africano.

Mensagem de paz

A solução para Medjugorje poderia, portanto, ser parecida com a de Kibeho? E em caso afirmativo, o que seria dos 36 anos de mensagens, dos dez segredos que a Virgem Maria teria revelado a uma das videntes e que constituem o aspecto central de Medjugorje?

Dom Hoser responde que “os dez segredos ainda não são conhecidos”, neste sentido, “não muda nada”.

“Recordemos sempre – enfatizou – que o culto mariano está obrigatoriamente ligado às aparições, pode se desenvolver de maneira autônoma. O objeto de culto é a Virgem Maria”.

Por fim, o Arcebispo polonês considera que, caso não for reconhecido tudo o que se seguiu às primeiras aparições, permanece no entanto “a mensagem de paz”.

(JE /’Avvenire’)

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Duas novas coleções de DVS apresentam o Vaticano e seus Museus

Cidade do Vaticano (RV) – “Na Descoberta dos Museus Vaticanos”e “Na descoberta do Vaticano e dos Museus Vaticanos”: estes são os títulos da nova coleção de DVDs apresentada em uma coletiva de imprensa na sexta-feira (19/05), nos Museus Vaticanos.

Produzidos pelo Centro Televisivo Vaticano (CTV), em colaboração com Rai Com, os DVDs tem como guia o divulgador científico Alberto Angela, que acompanha o espectador em um inédito percurso dentro da Cidade do Vaticano e de seus Museus. A Rádio Vaticano conversou a este respeito com Barbara Jatta, Diretora dos Museus Vaticanos:

“Queremos mostrar a complexidade destes Museus que têm uma declinação no plural, porque são realmente um complexo de coleções diferentes, de museus diferentes, de arte, história e cultura e também de fé. São precisamente declinações de tipologias diversas”.

RV: Existe algum aspecto inédito dos Museus Vaticanos que é revelado nestes DVDs?

“Sim, existem porque são também tantos lugares que geralmente não são abertos ao grande público, que foram claramente filmados e comentados por nossos 14 curadores, coordenados pelo esplêncido Alberto Angela”.

Os DVDs – em oito línguas – representam uma oportunidade – para quem já visitou os Museus – para descobrirem coisas novas. Ao mesmo tempo, para aqueles que ainda não conseguiram visitá-lo pessoalmente, uma oportunidade de poder conhecê-los em uma viagem virtual, como nos explica Monsenhor Dario Viganì, Prefeito da Secretaria para a Comunicação:

“É uma grande viagem, porque a bem da verdade trata-se de seis DVDs: três são uma viagem na descoberta do Vaticano – não o Vaticano das grandes cerimônias, mas o Vaticano um pouco escondido, cotidiano, do trabalho – e depois outros DVDs são um caminho pelos vários corredores, as salas dos Museus. A novidade é que ele se torna a coleção oficial dos Museus Vaticanos. A coisa mais importante é esta: é em oito línguas e entre estas o russo, o chinês e o japonês, porque pensamos que existe uma vasta população com desejo de conhecer este tesouro artístico, um tesouro de história, de arte, de fé, de valores e portanto, é precisamente uma operação a serviço do serviço cultural”.

RV: Que tipo de mensagem chegará a quem o assistir?

“Para quem o assistir pela primeira vez, ou antes de vir a Roma para visitar o Vaticano, se tornará certamente um momento de preparação, portanto, também de pré-disposição e também de um olhar para uma experiência que é sempre mais envolvente e importante. Para quem, pelo contrário, usará a série, e sobretudo os DVDs após uma visita, se tornará a ocasião para um aprofundamento, para um repensar. A mensagem é justamente esta: o belo, o verdadeiro e o bom coincidem”. (MarT/JE)

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Papa Francisco: “estava sempre no gol, porque era perna de pau”

Cidade do Vaticano (RV) – Futebol, vocação, máfia e respeito: estes foram alguns dos temas do encontro do Papa Francisco com os paroquianos da paróquia de São Pedro Damião de Acilia, município ao sul de Roma. Na tarde de domingo, o Pontífice deixou o Vaticano para visitar a 15ª paróquia na periferia da capital italiana.

Na programação do Papa, constava a celebração da missa, o encontro com as crianças e os jovens, com os assistidos pela Caritas local e com os membros do caminho neocatecumenal.

Perna de pau

Com as crianças, Francisco recordou os tempos em que jogava futebol, mas era escalado sempre para ficar no gol, pois era «pata dura» (perna de pau).

Depois, lembrou as travessias com os irmãos, de se jogar com o guarda-chuva do balcão para brincar de paraquedas. “Meu irmão está vivo por milagre”, afirmou. E falou de sua vocação, quando aos 16 anos sentiu de modo fulminante o chamado para se tornar sacerdote. Por fim, evocou o respeito por todos, mãe, pai, avós, “que fazem tantos sacrifícios”, respeito pelos bons e malvados, inclusive pelos mafiosos.

Aos neocatecúmenos, Francisco afirmou que a Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração.

Depois de confessar quatro paroquianos, o Pontífice abraçou doentes, idosos e pais de crianças batizadas e celebrou a missa, como fizeram Paulo VI em 1972 e João Paulo II em 1988.

Linguagem da doçura

Em sua homilia improvisada, o Papa falou que a linguagem do cristão é uma linguagem de doçura e respeito.

“E isso pode nos ajudar a pensar em como é o nosso comportamento de cristãos: é um comportamento de doçura ou de ira? Ou amargo? É feio ver pessoas que se dizem cristãs mas são cheias de amarguras.”

E contou que, uma vez, um pároco lhe disse que alguns dos paroquianos podiam comungar da porta da Igreja, de tão comprida a língua. Alguns de vocês podem me dizer: ‘mas, padre, sempre o mesmo assunto!’. Mas é a verdade, isso nos destrói. Desculpem se insisto, mas creio que este seja o inimigo que destrói as nossas comunidades: a fofoca”.

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