Papa no Egito: momento da semeadura

Al Salamò Alaikum!

(A paz esteja convosco). O Papa chegou ao Egito anunciando a paz e como mensageiro regressou ao Vaticano.

Visita breve, mas intensa, e que alcançou plenamente seus três objetivos: incrementar o diálogo inter-religioso, avançar na relação ecumênica e encorajar a comunidade católica local.

Desafios

Baba Francis, como se diz em árabe, exortou os egípcios a resgatarem seu passado ilustre para fazer frente aos desafios que o país deve enfrentar: a ameaça terrorista, a crise econômica desencadeada com a retração do turismo e o desemprego juvenil, que chega a 40%.

Terra onde Deus revelou seu nome a Moisés, onde confiou os mandamentos no Monte Sinai e abrigou a Sagrada Família, o Egito já tem todos os valores, a sabedoria e a tenacidade para superar este momento crítico, não só para o país, mas para todo o Oriente Médio.

Diálogo inter-religioso

De fato, a dimensão inter-religiosa talvez tenha sobressaído levemente em relação às demais, justamente porque o Egito ocupa uma posição estratégica no cenário médio-oriental para a promoção da paz.

Desta viagem de Baba Francis, ficaram impressas frases como: a religião não é um problema, mas parte da solução; é preciso desmascarar a violência camuflada de suposta sacralidade; violência e fé são incompatíveis; o único extremismo tolerável é a caridade. E cunhou um novo termo: ao falar aos consagrados, seminaristas e sacerdotes, pediu que não cedam à tentação do “faraonismo”, isto é, de não se sentirem superiores aos demais.

Esperança

Os frutos desta visita se tornarão visíveis com o tempo, ainda é cedo para se fazer um balanço depois de discursos tão analíticos e densos. Mas daqui – do Cairo – foram lançadas as sementes para um futuro, se espera, promissor.

Do Cairo para a Rádio Vaticano, Bianca Fraccalvieri

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Íntegra do discurso do Papa Francisco aos religiosos

Segue a íntegra do discurso do Papa Francisco aos religiosos, na tarde deste sábado (28/04), no Seminário Patriarcal, no Cairo.

DISCURSO DO SANTO PADRE
AO CLERO, RELIGIOSOS E SEMINARISTAS
(Cairo: Seminário Patriarcal, 29 de abril de 2017)

Beatitudes,
Queridos irmãos e irmãs,
Al Salamò Alaikum (a paz esteja convosco)!

Este é o dia que o Senhor fez, alegremo-nos n’Ele! Cristo venceu a morte para sempre, alegremo-nos n’Ele!

Sinto-me feliz por me encontrar entre vós neste lugar, onde se formam os sacerdotes e que representa o coração da Igreja Católica no Egito. Sinto-me feliz por saudar em vós – sacerdotes, consagrados e consagradas do pequeno rebanho católico no Egito – o fermento que Deus prepara para esta terra abençoada, para que, juntamente com os nossos irmãos ortodoxos, cresça nela o seu Reino (cf. Mt 13, 33).

Desejo, antes de mais nada, agradecer o vosso testemunho e todo o bem que fazeis cada dia, trabalhando no meio de muitos desafios e, frequentemente, poucas consolações. Desejo também encorajar-vos. Não tenhais medo do peso do dia-a-dia, do peso das circunstâncias difíceis que alguns de vós têm de atravessar. Nós veneramos a Santa Cruz, instrumento e sinal da nossa salvação. Quem escapa da cruz, escapa da Ressurreição. Não temais, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino (Lc 12, 32).

Trata-se, pois, de crer, testemunhar a verdade, semear e cultivar sem esperar pela colheita. Na realidade, nós recolhemos os frutos de muitos outros, consagrados e não consagrados, que generosamente trabalharam na vinha do Senhor: a vossa história está cheia deles!

No meio de muitos motivos de desânimo e por entre tantos profetas de destruição e condenação, no meio de numerosas vozes negativas e desesperadas, sede uma força positiva, sede luz e sal desta sociedade; sede a locomotiva que faz o comboio avançar para a meta; sede semeadores de esperança, construtores de pontes, obreiros de diálogo e de concórdia.

Isto é possível se a pessoa consagrada não ceder às tentações que todos os dias encontra no seu caminho. Gostaria de evidenciar algumas dentre as mais significativas.

1– A tentação de deixar-se arrastar e não guiar. O bom pastor tem o dever de guiar o rebanho (cf. Jo 10, 3-4), de o conduzir a pastagens verdejantes e até à nascente das águas (cf. Sal 23/22, 2). Não pode deixar-se arrastar pelo desânimo e o pessimismo: Que posso fazer? Aparece sempre cheio de iniciativas e de criatividade, como uma fonte que jorra mesmo quando vem a seca; sempre oferece a carícia da consolação, mesmo quando o seu coração está alquebrado; é um pai quando os filhos o tratam com gratidão, mas sobretudo quando não lhe são agradecidos (cf. Lc 15, 11-32). A nossa fidelidade ao Senhor nunca deve depender da gratidão humana: teu Pai, que vê o oculto, há de recompensar-te (Mt 6, 4.6.18).

2– A tentação de lamentar-se continuamente. Sempre é fácil acusar os outros: as faltas dos superiores, as condições eclesiais ou sociais, as escassas possibilidades… Mas a pessoa consagrada é alguém que, pela unção do Espírito, transforma cada obstáculo em oportunidade, e não cada dificuldade em desculpa! Na realidade, quem se lamenta sempre é uma pessoa que não quer trabalhar. Por isso o Senhor, dirigindo-Se aos pastores, disse: Levantai as vossas mãos fatigadas e os vossos joelhos enfraquecidos (Heb 12, 12; cf. Is 35, 3).

3– A tentação da crítica e da inveja. O perigo é sério, quando a pessoa consagrada, em vez de ajudar os pequenos a crescer e a alegrar-se com os sucessos dos irmãos e irmãs, se deixa dominar pela inveja tornando-se numa pessoa que fere os outros com a crítica. Quando, em vez de se esforçar por crescer, começa a destruir aqueles que estão crescendo; em vez de seguir os bons exemplos, julga-os e diminui o seu valor. A inveja é um câncer que arruína qualquer corpo em pouco tempo: Se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode perdurar; e se uma família se dividir contra si mesma, essa família não pode subsistir (Mc 3, 24-25). Com efeito, por inveja do diabo é que a morte entrou no mundo (Sab 2, 24). E a crítica é o seu instrumento e a sua arma.

4– A tentação de se comparar com os outros. A riqueza reside na diferença e na unicidade de cada um de nós. Comparar-nos com aqueles que estão melhor, leva-nos frequentemente a cair no rancor; comparar-nos com aqueles que estão pior, leva-nos muitas vezes a cair na soberba e na preguiça. Quem tende sempre a comparar-se com os outros, acaba por se paralisar. Aprendamos de São Pedro e São Paulo a viver a diferença dos caráteres, dos carismas e das opiniões na escuta e docilidade ao Espírito Santo.

5– A tentação do faraonismo, isto é, de endurecer o coração e fechá-lo ao Senhor e aos irmãos. É a tentação de se sentir acima dos outros e, consequentemente, de os submeter a si por vanglória; de ter a presunção de ser servido em vez de servir. É uma tentação comum, desde o início, entre os discípulos, os quais – diz o Evangelho –, no caminho, tinham discutido uns com os outros, sobre qual deles era o maior (Mc 9, 34). O antídoto para este veneno é o seguinte: Se alguém quiser ser o primeiro, há de ser o último de todos e o servo de todos (Mc 9, 35)

6– A tentação do individualismo. Como diz o conhecido provérbio egípcio: Eu e, depois de mim, o dilúvio. É a tentação dos egoístas que, ao caminhar, perdem a noção do objetivo e, em vez de pensar nos outros, pensam em si mesmos, sem sentir qualquer vergonha; antes, justificando-se. A Igreja é a comunidade dos fiéis, o corpo de Cristo, onde a salvação de um membro está ligada à santidade de todos (cf. 1 Cor 12, 12-27; Lumen gentium, 7). Ao contrário, o individualista é motivo de escândalo e conflitualidade.

7– A tentação de caminhar sem bússola nem objetivo. A pessoa consagrada perde a sua identidade e começa a não ser carne nem peixe. Vive com o coração dividido entre Deus e a mundanidade. Esquece o seu primeiro amor (Ap 2, 4). Na realidade, sem uma identidade clara e sólida, a pessoa consagrada caminha sem direção e, em vez de guiar os outros, dispersa-os. A vossa identidade como filhos da Igreja é ser coptas – isto é, radicados nas vossas raízes nobres e antigas – e ser católicos – isto é, parte da Igreja una e universal: como uma árvore que quanto mais enraizada está na terra tanto mais alta se eleva no céu.

Queridos consagrados, não é fácil resistir a estas tentações, mas é possível se estivermos enxertados em Jesus: Permanecei em Mim, que Eu permaneço em vós.

Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em Mim (Jo 15, 4). Quanto mais enraizados estivermos em Cristo, tanto mais vivos e fecundos seremos. Só assim pode a pessoa consagrada conservar a capacidade de maravilhar-se, a paixão do primeiro encontro, o fascínio e a gratidão na sua vida com Deus e na sua missão. Da qualidade da nossa vida espiritual depende a da nossa consagração.

O Egito contribuiu para enriquecer a Igreja com o tesouro inestimável da vida monástica. Exorto-vos, pois, a beber do exemplo de São Paulo o Eremita, de Santo Antão, dos Santos Padres do deserto, dos numerosos monges que abriram, com a sua vida e o seu exemplo, as portas do céu a muitos irmãos e irmãs; e assim também vós podereis ser luz e sal, isto é, motivo de salvação para vós próprios e para todos os outros, crentes e não-crentes, e de modo especial para os últimos, os necessitados, os abandonados e os descartados.

A Sagrada Família vos proteja e abençoe a todos vós, ao vosso país com todos os seus habitantes. Do fundo do meu coração, desejo tudo de melhor a cada um de vós e, por vosso intermédio, saúdo os fiéis que Deus confiou aos vossos cuidados. O Senhor vos conceda os frutos do seu Santo Espírito: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio (Gal 5, 22).

Sempre vos terei presente no meu coração e na minha oração. Coragem e avante, com o Espírito Santo! Este é o dia que o Senhor fez, alegremo-nos n’Ele! E, por favor, não vos esqueçais de rezar por mim.

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Declaração conjunta: amizade entre as Igrejas católica e copta-ortodoxa

O Papa Francisco e o Patriarca copta-ortodoxo, Tawadros II, assinaram uma declaração conjunta, nesta sexta-feira (28/04), no Cairo, na qual se comprometem em promover a comunhão plena entre as duas comunidades, separadas desde o século V.

“O nosso vínculo profundo de amizade e fraternidade tem sua origem na plena comunhão que existia entre as nossas Igrejas nos primeiros séculos tendo-se expressado de várias maneiras nos primeiros Concílios Ecumênicos, começando pelo Concílio de Nicéia em 325 e a contribuição de Santo Atanásio, corajoso Padre da Igreja que mereceu o título de «Protetor da Fé». A nossa comunhão manifestava-se através da oração e práticas litúrgicas semelhantes, na veneração dos mesmos mártires e santos, e no fomento e difusão do monaquismo, seguindo o exemplo do grande Santo Antão, conhecido como o pai de todos os monges”, destaca o texto.

“Esta experiência comum de comunhão, anterior ao tempo de separação, assume um significado especial em nossa busca atual de restabelecimento da plena comunhão. A maior parte das relações que existiam nos primeiros séculos continuaram, apesar das divisões, entre a Igreja Católica e a Igreja Copta-ortodoxa até o dia de hoje e recentemente foram mesmo revitalizadas. Estas nos desafiam a intensificar os nossos esforços comuns, perseverando na busca duma unidade visível na diversidade, sob a guia do Espírito Santo.”

Papa Francisco e Tawadros II recordaram também o encontro fraterno realizado em Roma, em 10 de maio de 2013, e a instituição do dia 10 de maio, como Dia da Amizade copta-católica.

“Alguns acontecimentos trágicos e o sangue derramado pelos nossos fiéis, perseguidos e mortos pelo simples motivo de serem cristãos, nos recordam mais do que nunca que o ecumenismo dos mártires nos une e nos encoraja a prosseguir no caminho da paz e da reconciliação”, lê-se na declaração.

“Este renovado espírito de proximidade permitiu-nos discernir ainda melhor como o vínculo que nos une foi recebido de nosso único Senhor no dia do Batismo. Com efeito, é através do Batismo que nos tornamos membros do único Corpo de Cristo que é a Igreja Esta herança comum é a base da peregrinação que juntos realizamos rumo à plena comunhão, crescendo no amor e na reconciliação.”

O documento, com 12 itens, apresenta o Egito como “terra de mártires e de santos”, na qual os cristãos se encontram e dialogam sob a “herança comum” do Batismo.

“Esforcemo-nos em promover a tranquilidade e a concórdia através da coexistência pacífica entre cristãos e muçulmanos, testemunhando que Deus deseja a unidade e a harmonia de toda a família humana e a igual dignidade de cada ser humano”, ressaltam ainda os dois líderes no documento, defendendo o direito da “liberdade religiosa, que engloba a liberdade de consciência e está enraizada na dignidade da pessoa. Esta é a pedra angular de todas as outras liberdades. É um direito sagrado e inalienável”.

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Papa: Egito, terra significativa para história da humanidade

O Papa Francisco encontrou-se com as autoridades egípcias, nesta sexta-feira (28/04), no Palácio Presidencial, no Cairo, no âmbito de sua 18ª viagem apostólica internacional.

“Sinto-me feliz por me encontrar no Egito, terra duma civilização muito antiga e nobre, cujos vestígios podemos admirar ainda hoje e que, na sua majestade, parecem querer desafiar os séculos. Esta terra é muito significativa para a história da humanidade e para a Tradição da Igreja, não só pelo seu prestigioso passado histórico – faraônico, copta e muçulmano –, mas também porque muitos Patriarcas viveram no Egito ou o cruzaram. Na verdade, aparece mencionado numerosas vezes na Sagrada Escritura. Nesta terra, Deus se fez ouvir, «revelou o seu nome a Moisés» e, no Monte Sinai, confiou ao seu povo e à humanidade os Mandamentos divinos. No solo egípcio, encontrou refúgio e hospitalidade a Sagrada Família: Jesus, Maria e José”, disse Francisco em seu segundo discurso em terras egípcias.

“Também hoje encontram aqui hospitalidade milhões de refugiados provenientes de vários países, entre os quais se conta o Sudão, a Eritreia, a Síria e o Iraque; refugiados esses, aos quais se procura, com um louvável esforço, integrar na sociedade egípcia”, frisou o Papa.

“Por causa da sua história e da sua particular posição geográfica, o Egito ocupa um papel insubstituível no Oriente Médio e no contexto dos países empenhados na busca de soluções para problemas agudos e complexos que precisam ser encarados agora para se evitar uma precipitação de violência ainda mais grave. Refiro-me à violência cega e desumana, causada por vários fatores: o desejo obtuso de poder, o comércio de armas, os graves problemas sociais e o extremismo religioso que utiliza o Santo Nome de Deus para realizar inauditos massacres e injustiças.”

“Este destino e esta tarefa do Egito constituem também o motivo que levou o povo a solicitar um Egito, onde a ninguém falte o pão, a liberdade e a justiça social. Com certeza, este objetivo tornar-se-á realidade, se todos juntos tiverem a vontade de transformar as palavras em ações, as aspirações válidas em compromissos, as leis escritas em leis aplicadas, valorizando a genialidade inata deste povo.”

O Papa recordou em seu discurso, “as pessoas que, nos últimos anos, deram a vida para salvaguardar a sua pátria: os jovens, os membros das forças armadas e da polícia, os cidadãos coptas e todos os desconhecidos que tombaram por causa de várias ações terroristas. Penso também nos assassinatos e nas ameaças que levaram a um êxodo de cristãos do norte do Sinai. Expresso viva gratidão às autoridades civis e religiosas e a quantos deram hospitalidade e assistência a estas pessoas tão provadas. Penso igualmente naqueles que foram atingidos nos atentados contra as igrejas coptas, quer em dezembro passado quer mais recentemente em Tanta e Alexandria. Aos seus familiares e a todo o Egito, as minhas sentidas condolências com a certeza da minha oração ao Senhor pela rápida recuperação dos feridos”.

“Não posso deixar de encorajar os esforços audaciosos na realização de numerosos projetos nacionais, bem como as muitas iniciativas que foram tomadas a favor da paz no Egito e fora dele, tendo em vista o almejado desenvolvimento na prosperidade e na paz que o povo deseja e merece”.

“A grandeza de qualquer nação revela-se no cuidado que efetivamente dedica aos membros mais frágeis da sociedade: as mulheres, as crianças, os idosos, os doentes, as pessoas com deficiência, as minorias, de modo que nenhuma pessoa e nenhum grupo social fique excluído ou marginalizado”, disse ainda o Papa, recordando que este ano, comemora-se o 70º aniversário das relações diplomáticas entre a Santa Sé e a República Árabe do Egito.

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Coletiva de Imprensa da 55ª Assembleia da CNBB em 28 de abril

Assuntos como a Celebração da Palavra, os bispos eméritos e a mensagem da CNBB para o Dia do Trabalhador estiveram em pauta na entrevista coletiva desta sexta-feira, 28, na 55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Atenderam a imprensa o Arcebispo emérito de Manaus (AM), Dom Luiz Soares Vieira, o Bispo de Paranavaí (PR), Dom Geremias Steinmetz e o Arcebispo de São Luiz do Maranhão (MA), Dom José Belisário da Silva.

Dom José Belisário destacou alguns dos trechos da mensagem dos bispos aos trabalhadores brasileiros, por ocasião do 1º de maio. A nota trata do momento político pelo qual passa o Brasil e envia uma mensagem de ânimo e esperança aos trabalhadores.

“De fato a CNBB tem estimulado a participação das pessoas nessas grandes questões que estão sendo discutidas no Brasil. Eu tenho impressão que esses dias de hoje pode influenciar nas decisões tomadas no Congresso Nacional nessas próximas semanas”.

Sobre a Reforma Trabalhista e da Previdência Social, Dom Belisário citou um trecho da mensagem da conferência: “É inaceitável que decisões de tamanha incidência na vida das pessoas e que retiram direitos já conquistados, sejam aprovadas no Congresso Nacional, sem um amplo diálogo com a sociedade”.

“Nós não discutirmos questões especificas, pontuais a respeito essa questão. Pode haver uma reforma da legislação do país, mas com consulta e discussão. A sociedade tem que ser consultada, especialmente nesses casos onde todos são envolvidos”, afirmou.

Dom Geremias Steinmetz, bispo de Paranavaí (PR)

O bispo de Paranavaí (PR), Dom Geremias Steinmetz falou aos jornalistas sobre os desafios das comunidades espalhas por todas as dioceses do Brasil que não tem celebração dominical, mas apenas uma vez ao mês ou ainda a cada seis meses. “Essas comunidades são convidadas a celebrar dominicalmente a Palavra de Deus. A discussão principal fazer referência à valorização do Domingo e como essas comunidades podem santificar o domingo”.

De acordo com Dom Geremias ainda não se sabe se as discussões se tornará um documento, ou uma publicação de apoio. O bispo destacou a formação dos ministros que presidem a celebração da Palavra. “A formação dos ministros é uma grande questão e é séria. Precisamos avançar em uma formação mais profunda dos que se dedicam a esse trabalho”.

Dom Luiz Soares, arcebispo emérito de Manaus (AM)

Dom Luiz Soares Vieira explicou como é o processo para que um bispo seja declarado emérito e que partir desse ponto ele não é mais membro da CNBB. “Quando um bispo completa 75 anos, ele entrega uma carta endereçada ao Papa e nessa carta ele entrega a sua diocese. Após o Santo Padre aceitar sua renúncia ele passa a não ter mais o governo da diocese, mas pode continuar administrando sacramentos”, explicou.

Aos jornalistas, Dom Luiz Soares disse que atualmente são 172 bispos eméritos, sendo aproximadamente um terço do episcopado brasileiro. Neste ano, 51 bispos eméritos participam da Assembleia em Aparecida.

Dom Luiz Soares explicou ainda que a CNBB criou um fundo que auxilia as dioceses na manutenção da vida dos bispos após sua renúncia. O bispo ainda destacou que atualmente três bispos eméritos foram chamados pela Santa Sé para governar dioceses em transição, mostrando toda a contribuição que os eméritos ainda podem dar para a vida da Igreja.

a12.com

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