Dom Gallagher: mesmo antes do Isis, cristãos se sentiam de 2ª classe

Cidade do Vaticano (RV) – “Mesmo antes da barbárie do chamado Isis os cristãos e as minorias se sentiam cidadãos de segunda classe.” Foi a denúncia do secretário Santa Sé das Relações com os Estados, Dom Paul Richard Gallagher, ao participar esta quinta-feira (13/07) em Roma da conferência “A tutela das comunidades religiosas – Investir nos jovens quais protagonistas de uma nova estação de encontro, diálogo e convivência pacífica entre os povos”.

Instituição do Observatório sobre minorias religiosas no mundo

Organizado pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália e pela cooperação internacional, em colaboração com o Instituto para os estudos de política internacional (Ispi), o encontro teve o anúncio da criação de um Observatório sobre minorias religiosas no mundo e sobre o respeito à liberdade religiosa.

“É preciso ser claro – advertiu o arcebispo –, a narrativa ideológica discriminatória não será abatida com a simples derrota do Estado islâmico no Oriente Médio.” Efetivamente, para Dom Gallagher “os dispositivos militares para derrotar o inimigo não representam uma garantia. A narrativa da ideologia do diabo será derrotada: para fazê-lo, devemos aumentar nossos esforços para construir uma contra narrativa a esta ideologia”.

Reconstruir sociedade iraquiana será parte mais difícil

“Reconstruir os prédios no Iraque será a parte mais fácil, mas reconstruir a sociedade iraquiana será muito mais difícil”, ressaltou. “Criar condições sociais, econômicas e políticas para dar-lhes a confiança de voltar e lançar as bases para uma coexistência pacífica.”

“A cristandade é essencial para a identidade do Oriente Médio”. Uma diversidade que sempre o caracterizou, constituindo sua principal característica e garantindo uma convivência pacífica entre pessoas de diferentes credos e etnias”, prosseguiu o arcebispo.

Ademais, o prelado recordou que desde os últimos meses do ano passado a maior parte dos territórios no norte do Iraque ocupados pelo Estado islâmico foi libertada, inclusive os vilarejos cristãos na Planície de Nínive.

Somente poucos cristãos puderam voltar para suas casas

“Infelizmente, porém, apesar do desejo de voltar para suas casas, somente poucos cristãos e outros grupos tiveram condições de fazê-lo”, frisou ele.

“As casas, as escolas e as igrejas encontram-se ainda em meio aos escombros. Apesar de estes territórios terem sido libertados do inimigo, há muito ainda a ser feito para ajudar os cristãos e as outras minorias a voltar com segurança para suas cidade e suas casas”, disse ainda Dom Gallagher. (RL/Sir)

br.radiovaticana.va

Baixe materiais especiais para seu grupo