Fragrâncias e perfumes no caminho de Cristo

Amigas e amigos, é difícil encontrar alguma pessoa que não se sinta bem quando fragrâncias chegam ao olfato. O nome que foi popularizado para indicar os muitos tipos de fragrâncias é perfume. Contudo a palavra perfume em sua origem latina é a composição da partícula “per “e do substantivo “fumum”, isto é, a fragrância se propaga através do fumo.

Como nos tempos antigos, perfumes fortes e variados continuam sendo muito populares nos países do Golfo Pérsico e Oriente Médio. É só caminhar pelas ruas das cidades para perceber que as narinas são visitadas por perfumes exalados por homens e mulheres indistintamente. Embora de uso generalizado, as fragrâncias costumam ser caras e podem indicar riqueza, como ser proprietário de joias ou carros.

Na história do nascimento de Cristo, evidencia-se também que os perfumes eram produtos de preço elevado e eram oferecidos como presentes aos reis. Na pequena criança, deitada numa manjedoura, entre os presentes brindados pelos magos, está o perfume.

Contudo, estudando a geografia de toda essa região desértica e quase deserta do Oriente Médio, nota-se a ausência de água. É fácil deduzir como ficavam os corpos das pessoas, depois de uma longa caminhada ou execução de atividades sob temperaturas altas. O uso de perfumes e especiarias era indispensável para disfarçar os odores.

As caminhadas de Cristo pela Galileia e as idas a Judeia, atravessando a Samaria, expunham seu corpo, principalmente os pés, ao pó. Como qualquer viajante, seu corpo era sujeito aos maus odores. Ao entrar em alguma casa, os indesejáveis odores eram bem notados pelos anfitriões, além de se propagaram pelo ambiente. Por isso, os moradores nas casas estavam sempre munidos de perfumes.

O fariseu Simão que recebeu a visita de Cristo depois de uma caminhada, descuidou-se de oferecer-lhe o perfume. O incidente foi solucionado por uma mulher não convidada. “Então Maria levou quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro. Ungiu com ele os pés de Jesus e os enxugou com seus cabelos. A casa inteira se encheu com o perfume”, narra o evangelista João, (Jo. 12,3). Em vista disso, Simão recebeu uma bela catequese sobre a misericórdia.

O uso em profusão, de perfumes é essencial no tratamento dos corpos dos falecidos, pois sob as temperaturas elevadas, a deterioração rápida dos tecidos humanos exala odores.

Um detalhe importante no enterro de Cristo é a intenção de usar uma quantidade exagerada de perfume. Segundo Andrew Thompson, 34 quilos é um exagero enorme se não fosse pela concepção de que Cristo é o Messias e é esse o modo de uma declaração de fé daqueles que seguiram a Cristo Rei.

 

Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano

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