História da “Menorá” homenageada por Museus Vaticanos e Judaico

Cidade do Vaticano (RV) – “Menorá. Culto, história e mito” é o nome da mostra inaugurada esta segunda-feira (15/05) simultaneamente no Braço Carlos Magno dos Museus Vaticanos (entrada à esquerda na Praça São Pedro) e no Museu da Comunidade Judaica de Roma.

A exposição, que conta a milenar história de um dos símbolos mais antigos do judaísmo – o candelabro de sete pontas – é fruto da primeira colaboração entre os Museus Vaticanos e o Museu Judaico de Roma e estará aberta até 23 de julho, expondo 130 peças.

Os visitantes, naturalmente, não poderão contemplar a Menorá original, objeto sagrado que está desaparecido há mais de mil anos, mas poderão observar pinturas, esculturas e outros objetos que imortalizaram esta peça ao longo dos séculos, com exemplares custodiados em diversos museus em todo o mundo.

Como por exemplo, do Palácio de Liria, de Madrid, provém uma Bíblia judaica em castelhano, enquanto que da National Gallery, de Londres, é proveniente o óleo do século XVI “The Purification of the Temple”, de Marcello Venusti. Já o Museu Judaico de Nova Iorque cedeu o óleo “The rubbi’s blessing”, do século XIX, de Mortiz Daniel Oppenheim.

Trata-se de uma ocasião única – nas palavras da Diretora do Museu Judaico de Roma, Alesandra Di Castro – para mergulhar na história deste enigmático objeto em ouro maciço, cujo desenho foi revelado por Deus a Moisés, segundo o Livro do Êxodo.

O objeto deveria ser colocado no Primeiro Templo de Jerusalém, que foi destruído por ordem do Rei de Babilônia, Nabucodonosor II, no ano de 586 a.C.

No ano 70 d.C. as tropas do Imperador Tito sitiaram e conquistaram a cidade de Jerusalém, saqueando o segundo Templo e roubando diversos objetos de valor, entre eles, a “Menorá”, que posteriormente foi trazida a Roma.

Este episódio ainda hoje é recordado anualmente pelos judeus durante a festividade Tisha b’Av.

Em Roma, foi imortalizado com um alto-relevo no Arco de Tito – nos Foros Imperiais – construído pouco depois da morte do Imperador.

Os Museus Vaticanos expõe uma cópia deste alto-relevo, que representa os soldados romanos carregando a “Menorá” retirada do Templo de Jerusalém.

Este verdadeiro tesouro perdeu-se em Roma no século V, concretamente no ano de 455, quando os vândalos, liderados pelo Rei Genserico, penetraram na capital do Império saqueando a cidade.

Alguns historiadores relatam que o objeto teria sido levado a Cartago, porém não existe comprovação disto. Mesmo porque, existem numerosos outros relatos tentando explicar o seu destino, como o desaparecimento nas águas do Rio Tibre, ou até mesmo que tenha sido levada de volta a Jerusalém.

(JE com informações da Ag. Efe)

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