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22 de março: missa do 4° Domingo da Quaresma 2020

4° Domingo da Quaresma 2020 – Ano A

Jesus é a luz que ilumina nossa existência e abre nossos olhos para enxergar as necessidades dos nossos irmãos e irmãs – particularmente das crianças que sofrem. Esta Eucaristia nos anime a buscar sempre o que agrada ao Senhor, vencendo as trevas do egoísmo e da indiferença e ajudando todos a ter uma vida digna e feliz.

Jesus abre nossos olhos e nosso coração para enxergarmos com amor as necessidades e os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs. Entre os próximos dias 26 e 28, o papa Francisco se encontrará (em Assis, na Itália) com economistas jovens para repensar a economia global. Que esta convocação do papa encontre acolhida em nosso coração, em favor de uma “economia que faz viver, humaniza e cuida da criação”.

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Reflexão e sugestão para a missa do 4° Domingo da Quaresma 2020
Liturgia completa pra a Semana Santa 2020

JESUS, LUZ DA HUMANIDADE

Na passagem do cego de nascença está o sexto sinal narrado pelo Evangelho de João. Para o autor, o relato não é um milagre, mas um sinal que aponta para além do fato em si. Esse episódio ocorre por ocasião da festa dos Tabernáculos, evento em que a iluminação desempenhava importante papel e que, portanto, contrastava com a situação de alguém cego, mergulhado na escuridão. O texto ressalta o contraste entre trevas (fariseus) e luz (Jesus).

O evangelho de hoje mostra o conflito existente entre os cristãos e a sinagoga no tempo da comunidade joanina. Confessar a messianidade de Jesus significava ser expulso da sinagoga. Foi o que aconteceu com o que era cego. O medo dos pais de se envolver no caso também demonstra isso. A fé autêntica em Jesus é sinal de risco e perseguição.

Na época, havia a mentalidade de que a doença seria castigo de Deus. Eis a razão da pergunta dos discípulos. Jesus esclarece que a cegueira do homem não é consequência de algum pecado dele ou dos pais, mas é meio para revelar as obras divinas. Atualmente ainda vemos, com frequência, pessoas que concebem Deus como alguém castigador e vingador, ao passo que Jesus nos mostra que ele é Pai e amigo.

O relato, assim como tantos outros no Evangelho de João, é rico em simbolismo. O cego pode representar a comunidade joanina em seu processo de descoberta de Deus na pessoa de Jesus, enviado (“Siloé”) para realizar as obras do Pai. As várias etapas do reconhecimento de Jesus por parte do homem que recuperou a vista podem simbolizar a caminhada da comunidade que, aos poucos, vai descobrindo e assumindo o projeto de vida do Mestre.

O cego recupera a visão, enquanto os fariseus se tornam sempre mais cegos, fechados em suas ideias fixas, incapazes de enxergar e reconhecer a diversidade e o diferente. A busca e a recuperação da fé constituem um processo em que pessoas e comunidades vão se inserindo à medida que se abrem aos “sinais dos tempos”. A ausência dos olhos da fé é grande entrave que não permite ver as pessoas, as coisas e o mundo com o olhar dado por Jesus.

 

Pe. Nilo Luza, ssp / Portal Kairós