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Saiba a história da festa de Cristo Rei

Por que damos o título de “Rei” a Jesus Cristo se Ele viveu a absoluta simplicidade quando esteve entre nós?

Cristo Rei é um título de Jesus baseado em várias passagens bíblicas e, em geral, usada por todos os cristãos. A Igreja Católica, a Igreja Anglicana, bem como várias outras denominações cristãs protestantes, incluindo os presbiterianos, luteranos e metodistas, celebram, em honra de Cristo sob este título, a Festa de Cristo Rei no último domingo do ano litúrgico, antes que o novo ano comece com o primeiro domingo do Advento, podendo cair entre 20 e 26 de novembro.

Foi celebrada pela primeira vez no dia de Halloween em 1926. Originalmente, a data da solenidade foi estabelecida para o último domingo de outubro, antes da Festa de Todos os Santos. No ano de 1926, quando foi celebrada pela primeira vez, esse domingo coincidiu com o dia 31 de outubro. Foi o papa Paulo VI que, em 1969, revisou a festa e lhe deu o nome e a data atuais, dando-lhe seu atual título completo: Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo e transferiu a data para o último domingo do ano litúrgico.

Origem da solenidade

As principais ideias sobre o reinado de Cristo estão expressas na Encíclica Quas Primas do Papa Pio XI, publicada em 1925 e em diversos documentos do Vaticano. O Papa Pio XI instituiu esta solenidade em 1925 com o intuito de fortalecer a fé dos cristãos, devido ao crescimento de correntes de pensamento seculares e laicistas que se opunham aos valores cristãos.

No início do século XX, o mundo, que ainda estava se recuperando da Primeira Guerra Mundial, fora varrido por uma onda de secularismo e ódio à Igreja, como nunca visto na história do Ocidente. O fascismo na Itália, o nazismo na Alemanha, o comunismo na Rússia, a revolução maçônica no México, anticlericalismos e governos ditatoriais grassavam por toda parte. É neste contexto que, sem medo de ser literalmente “politicamente correto”, o Papa Pio XI institui uma festa litúrgica para celebrar uma verdade de nossa fé: mesmo em meio a formas diversificas e injustas de governo e perseguições à Igreja, Nosso Senhor Jesus Cristo continua a reinar sobre toda a história da humanidade.

As origens do reconhecimento do reinado de Cristo se encontram no próprio evangelho. Cada um dos escritores dos quatro evangelhos colocou uma ênfase especial em seu livro, mesmo que todos eles proclamassem a mesma mensagem: Mateus fala de Cristo, o Rei; Marcos mostra Cristo, o Servo; Lucas apresenta Cristo, o Homem; João anuncia Cristo em Sua divindade.

O Evangelho do Rei, que é Mateus, menciona claramente que os magos do Oriente procuravam um rei: “Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo” (Mt 2.1-2).

Porém a menção direta, mais literal, ao Rei cujo reinado jamais teria fim não é encontrada em Mateus, mas em Lucas, tão preocupado em mostrar Jesus como Homem, Lucas fala sobre o nascimento de um Rei: “…ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc ,33).

Há mais uma passagem em um dos quatro evangelhos onde nosso Senhor é chamado de Rei. Está no Evangelho de João. No contexto da entrada triunfal de nosso Senhor em Jerusalém no Domingo de Ramos, João cita Zacarias 9.9: “Não temas, filha de Sião, eis que o teu Rei aí vem, montado em um filho de jumenta” (Jo 12.15). Essa é, sem dúvida, uma clara indicação da honra real que cabe a Jesus Cristo.

Cristo não reina de acordo com categorias humanas, o seu reinado, esclarece, não é deste mundo. A Cristo pertence o Reino de Deus. Em um importante diálogo com Pilatos, durante o seu julgamento, afirma o seu reinado. “Tu és Rei? ” Pergunta Pilatos diante no tribunal. “Tu o dizes, eu sou rei. Para isso nasci e vim ao mundo, para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta minha voz” (Jo 18,37). Jesus é rei da verdade. Pilatos pergunta-lhe: “O que é a verdade? ” Mas não espera a resposta. E Jesus já tinha respondido: “Eu sou a Verdade e a vida” (Jo 14,6). O fundamento sobre a dignidade e poder de Nosso Senhor como Rei é também é definido nos primeiros séculos da nossa Igreja por São Cirilo de Alexandria, quando escreve: “Numa palavra, possui o domínio de todas as criaturas, não pelo ter arrebatado com violência, senão em virtude de sua essência e natureza”.

Encerrar o Ano Litúrgico com a Solenidade de Cristo Rei é consagrar a Nosso Senhor o mundo inteiro, toda a nossa história e toda a nossa vida. É entregar à sua infinita misericórdia um mundo onde reina o pecado.

 

Portal Kairós / Catequistas em Formação

Solenidade de Cristo Rei: Celebração da Paz e da Unidade

Cristo Rei

Aproxima-se a Solenidade de Cristo Rei. Nesta festa litúrgica, que ocorre no último domingo do ano litúrgico, é comemorado o dia dos cristãos leigos e leigas, que em 2018, será no domingo 25 de novembro. A Arquidiocese de Montes Claros realizará, nesse dia, a Celebração da Paz e da Unidade, no Ginásio Poliesportivo de Montes Claros.

Será a oportunidade de agradecermos a realização do Ano Nacional do Laicato. O evento terá início às 12h. A oração de abertura será conduzida por alunos de diversas escolas da cidade. Em seguida, haverá apresentações artísticas e culturais, com grupos de dança e cantores regionais. Às 15h30 será celebrada a santa missa. Ao redor do altar da Eucaristia se reunirão os arcebispos, os presbíteros, os diáconos, consagrados e consagradas, leigos e leigas de todas as comunidades e paróquias da Arquidiocese. Será uma bonita expressão de fé, de comunhão e de compromisso para a edificação de uma Igreja Missionária, Comunidade de Comunidades, vivendo a Boa Nova do Evangelho.

Na Igreja há um só Senhor, Jesus Cristo. Ele reina quando sua lei do amor e da misericórdia é vivida entre os discípulos e discípulas, na comunidade de seus seguidores. Jesus reina quando escutamos sua voz e damos testemunho da verdade (cf. Jo 18,37). Jesus reina quando o reconhecemos presente nos pobres e pequenos (cf. Mt 25,40). Jesus reina quando se busca a justiça (cf. Mt 6,33). Jesus reina quando tudo fazemos para ser Um como Ele e o Pai são (cf. Jo 17,11). Jesus reina quando nos tornamos construtores da paz (cf. Mt 5,9). Jesus reina quando seu Evangelho é proclamado e testemunhado (cf. Mt 28,19-20). Enfim, o reinado de Jesus Cristo se prolonga na história por meio do agir dos cristãos.

A Celebração da Paz e da Unidade reunirá as forças vivas da Arquidiocese de Montes Claros para proclamar que Jesus Cristo é nossa paz e que n’Ele somos chamados a viver na unidade, como irmãos e irmãs. Da nossa vida e da nossa Igreja, Ele é o único Senhor.

No intuito de promover e estimular a maior participação, estabelecemos que nas comunidades e paróquias de nossa Arquidiocese se celebre a Festa de Cristo Rei no sábado, dia 24/11. Onde for possível, também no domingo, dia 25/11, apenas pela manhã, pois todos os diáconos e presbíteros deverão participar da Eucaristia prevista para o horário de 15h30. Quem não puder estar presente na Celebração da Paz e da Unidade poderá se organizar para celebrar no sábado ou no domingo pela manhã em algum dos horários oferecidos pelas paróquias.

Todavia, o Ginásio Poliesportivo comporta um número limitado de pessoas, menor do que gostaríamos de contar numa celebração arquidiocesana. A comissão organizadora, orientada pelas normas de segurança do Corpo de Bombeiros, precisou limitar a participação das comunidades. Razão pela qual, foi entregue a cada paróquia determinado número de pulseiras que possibilitarão o ingresso no local do evento. Não será permitido o acesso a quem não estiver com a pulseira.

Neste momento de graça de nossa Igreja local, é grande o desejo de nós bispos nos encontrarmos com vocês, irmãos e irmãs, unidos em oração, na escuta da Palavra e na fração do Pão. Esperamos e desejamos que todas as comunidades da Arquidiocese estejam representadas nesse momento de encontro e de testemunho. Será, também, uma ocasião especial para agradecer a Dom José Alberto Moura, Arcebispo Metropolitano – que recentemente celebrou seus 75 anos — seu ardor e compromisso com a missão evangelizadora na Igreja de Montes Claros.

Roguemos, pois, ao Espírito Santo, que sustente em nossos corações o empenho pela paz e o sentido da unidade. Maria, Mãe da Igreja, padroeira da Arquidiocese de Montes Claros, nos acompanhe no caminho rumo ao encontro com seu Filho Jesus, Mestre e Senhor, Servo e Messias.

 

Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo Coadjutor de Montes Claros