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No tema da CF 2019: não faltam médicos no país, mas Políticas Públicas

Associação Médica Brasileira sugere ações emergenciais para superar ausência de profissionais cubanos

A Associação Médica Brasileira (AMB) se manifestou sobre a saída de Cuba do Programa Mais Médicos. Em nota, a entidade qualifica como “retaliação” a decisão unilataral da ilha.

Por outro lado, critica o governo brasileiro, que teria transferido, “de forma temerária”, para Cuba parte da responsabilidade pelo atendimento na atenção básica, o que teria deixado o país “submisso aos humores” do antigo parceiro.

“Os impactos negativos previstos são os que estamos comprovando agora”, diz o comunicado.

No entendimento da AMB, o Mais Médicos foi criado a partir de uma premissa equivocada: a de que não havia médicos suficiente no Brasil. Segundo a associação, o que falta são políticas públicas que atraiam e fixem esses profissionais nos municípios – sobretudo os menores e os mais distantes dos grandes centros.

“O governo brasileiro acabou lançando mão de importação de mão de obra, trazida numa condição análoga à escravidão: obrigada a abrir mão de mais de 70% do que o Brasil desembolsava e alocada independentemente das condições de trabalho existentes”, diz a nota.

Há médicos

De acordo com a nota, a solução definitiva passa pela criação de uma carreira médica de Estado. Os atuais 458.624 profissionais contabilizados no Brasil atualmente são classificados pela entidade como suficientes para atender às demandas da população.

“Essa crise será resolvida com os médicos brasileiros”, destacou a AMB. “Não vamos aceitar esta sabotagem com o povo brasileiro”, conclui o comunicado da associação.

Ações emergenciais

A associação sugere medidas a serem adotadas em meio à situação. Entre elas, reforço do Piso de Atenção Básica; aumento do valor repassado pela União para a atenção básica para que municípios consigam contratar médicos na própria região; mudanças na forma de cálculo, garantindo mais recursos para municípios menores; e reforço do atendimento em áreas indígenas e de difícil acesso.

A AMB propõe também que se aumente o investimento dos profissionais de saúde das Forças Armadas, aproveitando sua experiência destas tanto em áreas de difícil acesso quanto em áreas indígenas.

Outras sugestões são incentivar a adesão de médicos jovens ao Mais Médicos e promover mudanças no edital do programa, que será lançado em breve, conforme anunciado pelo Ministério da Saúde, criando subsídios e incentivos a profissionais jovens com dívida no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

 

Destak / Portal Kairós