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25 de dezembro – Solenidade do Natal do Senhor 2020 (dia 24 à tarde)

Natal do Senhor 2020

ALEGREMO-NOS, É O NATAL DE JESUS! (dia 24, quinta-feira, à tarde) Missa da Vigília 2020

Depois de enquadrar o fato histórico (mesmo não sendo seu objetivo) da época do nascimento de Jesus, Lucas desdobra o relato em dois momentos: o fato e o anúncio. Em ambos encontramos a expressão: “um recém-nascido enfaixado e deitado na manjedoura”.

O fato é o nascimento de Jesus em Belém, cidade de Davi. Nascido, o menino é posto na manjedoura. Nela, encontra lugar: lugar periférico, desprezado, junto com os animais – que tornavam as pessoas impuras -, lugar dos pobres. É lá onde nasce o novo, a semente de uma nova humanidade. A partir desse lugar, os seres humanos podem encontrar sentido para a vida.

Os pastores, pessoas pouco valorizadas, são os primeiros a receber o anúncio do nascimento da criança e são também os primeiros anunciadores dessa bênção. Ecoando o coro celestial, eles também vão cantar: “glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra às pessoas por ele amadas” (Lc 2,20). Adentrar o espaço dessa criança configura e direciona os passos que damos ao longo da vida.

Dizia Santo Elredo, abade inglês: “Teme o Senhor dos anjos, mas ama a criança. Teme o Senhor na sua majestade, mas ama o pequeno envolto em panos. Teme o rei do céu, mas ama a criança deitada numa manjedoura”. Não há, em verdade, motivo nenhum para temer um Deus que se aproxima de nós numa criança.

Jesus foi colocado numa manjedoura porque não havia lugar para ele na hospedaria. Ao longo deste ano, a pandemia descortinou situações semelhantes, visibilizando melhor o caos da saúde no Brasil: vimos muitos doentes, nos corredores dos hospitais públicos, não deitados em manjedouras, mas em macas ou no chão, esperando a morte chegar.

Somos chamados a reaprender a celebrar o Natal, deixando de lado a superficialidade do consumismo para abrir nosso coração e acolher o mistério do Deus que se aproxima de nós. Ele vem a nós na fragilidade da criança para nos mostrar a grandeza de seu amor. Aproxima-se com a ternura e a pequenez de uma criança para nos ensinar a abandonar nossa arrogância de grandeza.

 

Pe. Nilo Luza, ssp / Portal Kairós