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9 de agosto – Missa do 19° Domingo do Tempo Comum 2020

Missa do 19° Domingo do Tempo Comum 2020

A fé e a confiança em Jesus nos animam a superar nossos medos e dificuldades. O Senhor vem sempre ao nosso encontro de mãos estendidas, para nos conceder sua proteção e nos ajudar a atravessar as tempestades e incertezas da vida com coragem e esperança. Neste dia dos pais, nossa oração, homenagem e reconhecimento a eles pelo amor e dedicação aos filhos e à família.

O dom da fé nos ajuda a sentir a presença de Deus, que cuida de nós e está presente em todos os momentos de nossa vida.

A BARCA AGITADA PELAS ONDAS

Depois da partilha dos pães e dos peixes, Jesus convida os discípulos a entrar no barco e seguir à sua frente, atravessando para o outro lado do mar – o mundo pagão –, enquanto ele pessoalmente despede a multidão e se dirige ao monte para orar. De repente surgem ondas e ventos, pondo em risco a embarcação.

A travessia do mar pode simbolizar a travessia que a comunidade precisa fazer a fim de passar da mentalidade nacionalista para a universalista. Ou seja, não é somente Israel o povo eleito; em Cristo, todos os povos devem ser objeto de preocupação da missão cristã. Trata-se de ser uma comunidade em saída, que busca os “perdidos da vida” e não fica trancada em si própria; que anuncia a todos os povos a Boa-nova do Reino de Deus, mediante a vivência de novas relações em seu âmbito. Toda comunidade é convidada a fazer a travessia para a conversão ao evangelho.

A barca simboliza a comunidade que se sente ameaçada pelas forças adversas (o mar e o vento) e necessita de uma fé sólida para não ser tragada pelas ondas perigosas. Há grande contraste entre a serenidade de Jesus – no alto da montanha, em comunhão com o Pai – e o apavoramento dos discípulos em meio às ondas ameaçadoras, no mar revolto.

O medo dos discípulos revela a falta de fé, necessária para quem pretende ser autêntico seguidor do Mestre. A falta de fé pode levá-los a se sentirem perdidos no meio das turbulências. Eles necessitam sentir em seu meio a presença do Ressuscitado, o qual os tranquiliza com as palavras: “Coragem, não tenham medo, sou eu”. O medo paralisa, e o fantasma (Jesus) que assusta pode ser a própria solução – às vezes tão evidente e tão difícil de aceitar. As adversidades podem ser vencidas mais facilmente quando a comunidade tem a convicção de que Jesus é o companheiro de caminhada.

Toda comunidade, de ontem e de hoje, pode ser comparada a um barquinho navegando no mar da sociedade, a qual pode rejeitar os valores do Reino: paz, solidariedade, partilha e bem-querer. Sentindo a presença do Ressuscitado, a comunidade pode mais facilmente enfrentar os desafios do dia a dia.

 

Pe. Nilo Luza, ssp  / Portal Kairós