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Liturgia e Música para a celebração da Quaresma 2017

Liturgia e Música para a Quaresma 2017

QUARTA-FEIRA DE CINZAS ANO A – 01 de março de 2017 – Liturgia e Música para a Quaresma 2017

Leituras

Joel 2,12-18. Rasgai o coração e não as vestes.
Salmo 50/51,3 – 6a.12-14 e 17. Criai em mim um coração que seja puro.
2Coríntios 5,20 – 6,2. É agora o momento favorável, é agora o dia da salvação.
Mateus 6,1-6.16 -18. Não toques a trombeta diante de ti.

“TEU PAI, QUE VÊ O QUE ESTÁ OCULTO, TE DARÁ A RECOMPENSA”

PONTO DE PARTIDA – LITURGIA E MÚSICA

Com a celebração de hoje iniciamos nossa caminhada quaresmal, preparando a grande festa da Páscoa do Senhor. Iniciamos fazendo gestos bem concretos como o jejum e a penitência pela imposição das cinzas, sinais que nos indicam que devemos neste tempo nos abrir para Deus e para os irmãos. A celebração e a imposição das cinzas lembram as palavras de Jesus: “Convertei-vos e crede no evangelho”.

Receber as cinzas, nesta quarta-feira, significa confirmar nossa fé na Páscoa de Cristo, na reconciliação, na esperança de um dia estar na comunhão do Ressuscitado.

Celebramos neste dia o mistério do Deus misericordioso que acolhe nossa penitência e nossa reconciliação pela conversão que consiste em crer no Evangelho, ser discípulos e discípulas missionários de Cristo e entrar no seu caminho pascal.

Começamos hoje a campanha da Fraternidade 2017. Ela tem como tema: “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, tendo como lema “Cultivar e guardar a Criação”. É importante saber que o lema fundamentado na Sagrada Escritura é um mandamento, uma ordem do Criador: “Cultivar e guardar a criação” (Genesis 2,15).

REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA

Primeira leitura – Joel 2,12-18. A Palavra de Deus, na primeira leitura, nos vem pelo profeta Joel. Em seu tempo, a região de Judá estava sofrendo grande calamidade causada pela inesperada praga de gafanhotos que acabara com as plantações. Os inimigos aproveitaram o sofrimento do povo para ironizar Deus.

Por meio dessa tragédia ecológica, o profeta ajuda o povo a perceber o convite de Deus para se converter e voltar-se para Ele. A situação exige uma ação religiosa de expiação, uma jornada de jejum e penitência de toda a nação. A realidade ecológica colocada sob o olhar de fé torna-se ambiente litúrgico e a praga de gafanhotos, “dia do Senhor”: momento da história em que Deus intervém por meio da natureza. Nesse “dia” ele faz um julgamento público, corrigindo e salvando.

Para encontrar graça neste dia insuportável, é preciso converter-se e voltar ao Senhor. Não basta um ato externo e ritual, mas exige-se uma mudança de coração. O profeta Joel aqui o que Jesus resumirá mais tarde na frase: “Fazei penitência (em grego metanoein), porque o (Reino de Deus) está chegando”. Se a pessoa humana voltar atrás, também Deus voltará atrás em seu rigor e mostrará que Ele é bom e compassivo.

A conversão do povo, a mudança de vida são condições para que a misericórdia do Senhor entre em ação. O profeta Joel diz que há sempre tempo para se converter, como está escrito em Deuteronômio 30,9-10: “[…] o Senhor teu Deus tornará a se alegrar contigo […] se escutares a voz do Senhor teu Deus, guardando seus mandamentos e mandatos […] se te converteres ao Senhor teu Deus com todo o coração e com toda a alma”.

Salmo responsorial 50/51, 3-6a.12-14.17. O Salmo começa com o apelo à misericórdia, que inclui a confissão formal do pecado; este versículo é síntese ou germe do resto do Salmo. Começa a primeira parte, no reino do pecado, sem mencionar Deus. O pecado é um ato pessoal contra Deus, não mera violência de ordem abstrata.

O Salmo 51(50) é a súplica de uma pessoa que reconhece sua profunda miséria e seus pecados; que tem plena consciência da gravidade da própria culpa, pois quebrou a Aliança com o Senhor. São muitos os pedidos, mas todos se concentram em torno do primeiro: “Tem piedade de mim, ó Deus, por teu amor!”.

O rosto de Deus no Salmo 50/51 é o Deus da Aliança. A expressão “pequei contra ti, somente contra ti” (versículo 6a) não quer dizer que essa pessoa não tenha ofendido o próximo. Seu pecado é de injustiça (versículo 4a). A expressão quer dizer que a injustiça contra o semelhante é um pecado contra Deus e uma violação da Aliança. O salmista, pois, tem consciência aguda da transgressão que cometeu. Porém, maior que seu pecado é a confiança no Deus que perdoa. Maior que a sua injustiça é a graça do parceiro fiel. Aquilo que o ser humano não pode fazer (apagar a dívida que tem com Deus), Deus o concede gratuitamente ao perdoar. Podemos contemplar neste Salmo o rosto de Deus como misericórdia.

O tema da súplica está presente na vida de Jesus. O tema do perdão ilimitado de Deus aparece forte, por exemplo, no capítulo 18 de Mateus, nas parábolas da misericórdia (Lucas 15) e nos episódios em que Jesus perdoa a recria plenamente as pessoas (por exemplo, João 8,1-11; Lucas 7,36-50), etc.

O salmista em oração coloca-se diante da misericórdia de Deus, confiando que Ele tudo pode e quer sanar, regenerar, recriar todas as coisas com a santidade e a novidade do seu Espírito.

No Primeiro Testamento este Salmo lembrava ao povo a misericórdia de Deus com Davi, apesar de seu grande pecado. Cantando hoje este salmo, peçamos que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos ajude a viver em profunda comunhão com Ele e com os irmãos.

PIEDADE, Ó SENHOR, TENDE PIEDADE,
POIS PECAMOS CONTRA VÓS!

Segunda leitura – 2Coríntios 5,20 – 6,2. A comunidade de Corinto, além de conflitos internos, estava tendo dificuldades de relacionamento com Paulo. Ele então escreve a ela, lembrando que a comunidade é chamada a ser sinal de reconciliação de todas as pessoas com Deus. Cristo fez-se excluído por nós. Deus o colocou como Redentor dos pecadores. Paulo diz que somos embaixadores da misericórdia e do perdão de Deus neste tempo favorável. O tempo da reconciliação é agora; é agora o dia da salvação. Nós somos responsáveis por isso.

A mudança situa-se somente da parte dos reconciliados, reconduzidos á comunhão e à amizade com Deus por meio de Jesus Cristo. Mediante a pregação Deus estende a mão a todos. E Paulo suplica: “Deixem que Deus os transforme de inimigos em seus amigos” (versículo 20). Suplica também: “Não deixem que se perca a graça de Deus que vocês já receberam” (versículo 27). Aqui aparece a outra face da moeda. Deus não age sozinho. A pessoa humana não se salva apesar de si mesma. A pessoa humana encontra-se diante da possibilidade de se abrir e de se fechar, de dar ou não dar resposta à proposta de Deus. São possibilidades de sua liberdade de sua responsabilidade, decisivas para sua sorte eterna.

Evangelho – Mateus 6,1-6.16-18. O Evangelho de hoje faz parte do grande Sermão da Montanha, narrado por Mateus (5-7). Ele reúne sentenças de Jesus em um discurso inaugural, uma grande didakhé. É o apelo que Jesus dirige a quem quer segui-lo; é o manifesto do Messias Jesus, Salvador. Nele encontramos novas normas para seu seguimento, com a recomendação de fazermos “brilhar a luz diante da humanidade, para que vendo as obras, glorifiquem o Pai” (Mateus 5,16).

Na Palavra de hoje, a recomendação é agir, porém não com a finalidade de ser aplaudido pelos outros. A norma de ser luz fala da consequência da atitude de quem segue Jesus. Hoje ouvimos a proposta de retorno a Deus, que propõe três ações básicas: a oração, o jejum e a esmola. Nas palavras de Jesus, o mais importante não é o gesto externo, e sim a atitude interior com a qual realizamos nossas ações.

Este Evangelho toca num ponto fraco de nossa maneira de ser e viver: a tendência de “praticar a justiça para sermos vistos…”. Assim, a oração é diálogo permanente com Deus, a escuta profunda da sua Palavra e não mera exterioridade, com repetição contínua de nossas próprias palavras. A oração nos ajuda a enxergar a realidade com os “olhos” de Deus e nos abre a um compromisso fraterno e solidário com a vida e a dignidade de todas as pessoas, vendo em todas elas a imagem de Jesus, nosso irmão. Aqui a oração é pessoal, e não a oração comunitária necessariamente pública, perante a assembleia. Os salmos falam da oração na cama (cf. Salmo 4,5; 7,2-5), de súplicas de doentes (cf. Salmo 6,38). Jesus fala da oração que ele mesmo praticou ao se retirar, à noite ou de madrugada, para se encontrar com o Pai face a face, em particular, porque Deus não está confinado no templo mas presente em toda parte. Não se deve converter a oração em espetáculo. É estranho e mentiroso parecer que se louva a Deus para glória própria.

O jejum, na época de Jesus, podia ser voluntário ou prescrito. Podia ser público por causa de alguma calamidade, conforme o profeta Joel, ou privado, acompanhando uma súplica pessoal. Há o jejum ritual do dia da expiação que recebe a crítica e indignação de Isaías. Para o profeta (cf. Isaías 58,1-7), o jejum consiste em libertar os prisioneiros, acabar com a opressão, partilhar nossos bens com os mais pobres e acolhê-los como irmãos. Isso exige de nós o jejum da autossuficiência, do desejo de dominar e de acumular, que nos distancia do projeto de Deus, Jejum é a prática da Justiça.

A esmola é muito recomendada no Primeiro Testamento. O livro de Provérbios 19,7 diz que “quem se compadece do pobre empresta ao Senhor”. Jesus não fala dela, mas fala de “um copo de água” dado em seu nome e de que seremos julgados pelo preceito capital do amor ao próximo. Os pequenos são irmãos de Jesus e tudo que fizermos ao faminto, ao nu, ao sedento, ao peregrino… Estaremos fazendo a ele. É mais que esmola. É amor fraterno, irmandade.

DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA

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Repertório para Missa do 4° domingo do Advento

Repertório para Missa do 4° domingo do Advento

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Ofertório: Nossa oferta de amor – Comunidade Shalom

Santo: Santo – Jake

Comunhão: Meu mestre – Fátima Souza

Final: Busque o Alto – Celina Borges

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