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Músico católico, seja o promotor do dom do outro

Todos os artistas que se relacionam com a música, sejam compositores, cantores ou músico, ou seja, toquem algum instrumento, obrigatoriamente exercem a sua função para o bem da música. Em uma orquestra com vários músicos, todos (sem exceção) estão lendo sua partitura e seguindo a regência do maestro. Isso resulta numa grande apresentação!

Com o trabalho de todos, a música mostra-se em sua total e plena beleza. Já aqueles que estão na plateia, desfrutam do resultado desse trabalho. Se falta um músico, se alguém se “perde” ou comete um erro, ficará um vazio, uma pausa indesejada ou, ainda, a apresentação toda se perde. 

Músico católico, seja o promotor do dom do outro

É sábio sair de cena para deixar o outro “aparecer”

Analisando um outro ponto: naturalmente, quando se toca em conjunto, acontece a promoção do dom do outro. Como é bonita a dinâmica da música acontecendo. Instrumento que aparece faz sua parte e novamente retorna para o meio do todo. Um bom exemplo disso é visto no final de um grande show, quando acontece a apresentação dos músicos. Já percebeu que para o guitarrista tocar, a banda toda, diminui sua dinâmica e deixa o guitarrista ser o “músico do momento”? Até o cantor se coloca de lado para que o baixista, o baterista, o tecladista etc., possam ter esse momento de demonstração da sua música em particular. É sábio sair de cena para deixar o outro “aparecer”, principalmente quando se é mestre de alguém. Mas é também estratégico para a evangelização.

Abaixo descrevo 5 pontos que naturalmente acontecem na música como um todo:

– Todos trabalham em unidade seguindo o mesmo mestre;

– Naturalmente promove-se o dom do outro;

– Cada um tem o seu valor;

– Se não fizer o que é preciso, ficará um vazio na canção ou a tragédia do espetáculo;

– Cada um precisa fazer o seu trabalho, ter espaço e incentivo para isso.

Todos os músicos da Igreja trabalham pelo bem não só da música como também da evangelização

Sem falar de religião, já temos uma lição só em refletir um pouco sobre a música em si. Vamos trazer esse pensamento para dentro da nossa realidade de ministério de música, que tem como missão a evangelização.
Em primeiro lugar, todos os músicos da Igreja trabalham pelo bem não só da música como também da evangelização. Trabalhando para que a evangelização aconteça, trabalho para a salvação da alma daquele que me ouve. Esta é a meta: o bem da alma do fiel.

Eu tenho comigo que: todos os músicos que trabalham hoje pela evangelização, um dia, se assim merecerem, cantarão juntos ao coro dos anjos no Céu. Se é assim, porque então não antecipamos isso na terra? Sabe como? Simples: aprendendo com a música!
Infelizmente, hoje, parece que existe um medo de promover o dom do outro. Talvez, lá no fundo, a pergunta seja: “E se o outro crescer mais do que eu?”. Então, encontramos músicos fazendo, muitas vezes, a política da “boa vizinhança”, falam bem da pessoa na frente, mas pelas costas a despreza ou até fala mal dela. Questiono-me o porquê disso.

Será medo de promover o outro e aquele que o promoveu ficar esquecido? Ou, será receio em ouvir a canção do outro e constatar que ela é melhor? Ou ainda, perder o prestígio, espaço e por aí vai…

Você já parou para pensar quantas pessoas no mundo não são batizadas nem evangelizadas?

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A luta pela santidade vivida por nós, músicos católicos

O músico católico trava uma constante batalha espiritual pela santidade

É tão bom nos sentirmos amados… E, é tão bom amar! No amor é comum o desejo de agradar ao outro, de fazer-lhe gentilezas. É comum o esforço em fazer a pessoa amada feliz. Isso é lindo e faz parte do movimento do amor em nós. E, em nossa vida e caminhada espiritual, somos chamados a manter com Deus esse relacionamento recíproco de amor.

Há um Deus que tanto nos ama, tantas provas de amor nos deu e nos dá, que seria até mesmo injusto não Lhe retribuir com amor. Claro que, Ele não nos obriga a amá-Lo, afinal, quando nos fez, também por amor, nos dotou de liberdade. Somos livres para amá-Lo ou não, servi-Lo ou não.

Então, a partir do reconhecimento de que somos amados profundamente por esse Deus e, a partir da nossa livre decisão de também amá-Lo, de entregar-Lhe nossa vida e dons por amor, voltemos à reflexão inicial sobre fazer o outro feliz.
“Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (I Ts 4, 3).

Se amamos a Deus e se, por amor, queremos agradá-Lo, fazer o nosso Amado feliz, nada melhor do que fazermos Sua vontade e buscarmos com fervor a nossa santificação. Isso nos custa, por muitas vezes, renúncias, sacrifícios. No entanto, faz parte do amor sacrificar-se pela pessoa amada. Por muitas vezes teremos de abrir mão de algumas coisas para viver de forma mais plena  os nossos propósitos de fidelidade com Deus, na luta contra o pecado de cada dia.

A luta pela santidade vivida pelo músico

Sendo músicos, como diz o nosso querido monsenhor Jonas Abib, temos uma sensibilidade mais aflorada que é parte integrante de nosso temperamento. Ela nos ajuda, pois precisamos dela para nosso ser artístico e para nos ajudar a transmitir a mensagem que desejamos. Em contrapartida, ela também nos atrapalha, porque sendo mais sensíveis, somos também um pouco mais suscetíveis às tentações, principalmente após os momentos de apresentação musical, onde estamos todos com a sensibilidade à flor da pele e onde nossas carências podem vir muito à tona.

Faz-se necessário que, por amor a Deus e no desejo constante de agradá-Lo, nos esforcemos por fugir das ocasiões de pecado. Isso é fácil? Com certeza, não. Mas, como disse anteriormente, o nosso amor sincero por Deus precisa ser mais revelado no nosso esforço contínuo em agradar-Lhe.

Neste artigo, trago o que, para mim, tem sido de grande ajuda: a imitação dos santos. Em toda a Bíblia Sagrada e na história da Igreja, temos inúmeros exemplos de pessoas de carne e osso que, como nós, também tinham suas fraquezas e inclinações para o mal, entretanto, amavam profundamente a Deus e queriam agradá-Lo. Então, lutaram por viver uma vida santa.

Eu sonho muito com a santidade! Para muito além da ideia de, futuramente, ver paróquias tendo como padroeira: Santa Fátima Souza (risos). Quero ser santa para agradar a Deus, para Lhe retribuir amor, para fazê-Lo feliz, pois eu O amo. É um caminho árduo de renúncias e de luta contra as minhas fraquezas, mas sei que é possível.

O exemplo de mulheres e de homens que conquistaram a santidade deve nos impulsionar a, também, buscá-la. Convido você a estudar um pouco mais a Bíblia; a descobrir ou redescobrir nela algum personagem com quem você se identifique. Faça um bom estudo bíblico, de preferência diariamente. Vá fundo! Reflita sobre sua história, seu temperamento, suas lutas.

Santos que nos inspiram a viver a santidade

Na história da Igreja, busque conhecer mais sobre a vida dos santos. Quando achar algum ou alguma com quem se identifique, “grude” nele (a)! Estude mais sobre sua vida, suas lutas e também peça sua intercessão constantemente.

Particularmente, eu identifico-me muito com Santa Gianna Beretta Molla, uma santa que foi esposa e mãe como eu. Era romântica, apaixonada por Deus, pela vida, pelo marido e pelos filhos. É uma história linda de amor demonstrado nas pequenas coisas do dia a dia, que culminou com a entrega de sua vida para que sua filha caçula pudesse viver.  A vida e o exemplo de santa Gianna, uma santa tão próxima de nós no tempo (ela faleceu em 1962), trouxe e traz a mim mais motivação para caminhar na busca diária de santidade.

Trago isso diretamente para a minha vivência ministerial também. Dentro do meu ser artístico, no meu serviço de compor, cantar e ministrar louvor, sou chamada a ser santa também nas pequenas coisas. E, tudo isso, por amor ao Deus que com tanto amor me consagra.
Meus irmãos, a santidade é possível sim! Nada mais é do que amor; uma correspondência de amor ao Deus que nos ama! E, apesar da busca da santidade nos exigir as renúncias e as lutas, vale a pena por ser o caminho que nos levará à felicidade plena.

A partir dessa leitura, te convido a retomar com mais afinco sua busca de santidade, pura e simplesmente por amor a Deus! Não para provar algo a alguém, para “aparecer”, mas por amor a quem tanto nos ama.

O amor torna tudo mais leve… Torna tudo mais belo. Sinta-se profundamente amado(a) por esse Deus e viva de tal forma que, seu amor por Ele, seja traduzido por muito mais do que lindas palavras, lindas orações ou belas canções, e sim por uma vida de busca pela santidade.

 

Com carinho, de sua irmã em Cristo,
Fátima Souza / Portal Kairós