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Card. Comastri: com o coração estaremos com o Papa em Fátima

Cidade do Vaticano (RV) – Às 17 horas desta sexta-feira (12/05), o Vigário Geral do Papa para a Cidade do Vaticano, Cardeal Angelo Comastri, presidirá na Basílica de São Pedro a recitação do Terço. Seguirá uma procissão com a estátua de Nossa Senhora de Fátima, ao longo da Via da Conciliação.

A iniciativa, organizada pela UNITALSI, realiza-se em concomitância com a viagem do Papa Francisco a Fátima. Uma forma de unir-se aos Santo Padre nesta peregrinação? Quem responde à RV é o próprio Cardeal:

“Exatamente. Esta peregrinação da imagem de Nossa Senhora e a recitação do Santo Rosário ocorrem em concomitância com a viagem do Papa a Fátima. E podemos definir o Papa como “o pai” da grande família católica. O pai se desloca, vai rezar. É claro que nós estamos em comunhão com ele e queremos apoiá-lo com a nossa oração em todas as intenções que o Papa leva consigo e entrega a Nossa Senhora em Fátima. Queremos estar com ele. Queremos estar em comunhão com ele. Idealmente, com o coração, estamos em viagem com o Papa”.

RV: Na videomensagem dirigida aos portugueses, o Papa Francisco usou a expressão “nas vestes de pastor universal”, “me apresentarei” diante da Virgem “oferecendo a ela, os irmãos e as irmãs de todo o mundo”. “Confiarei todos” a Nossa Senhora, “pedindo a ela para sussurrar a cada um: “O meu coração Imaculado será o teu refúgio e o caminho que te levará a Deus””. Qual o significado deste gesto à luz da história de Fátima?

“Devemos contextualizar as palavras que Nossa Senhora disse a Lúcia. Nossa Senhora, em 1917, disse às crianças de Fátima que levaria logo ao céu Jacinta e Francisco, e assim aconteceu. Quando Lúcia soube desta notícia, teve medo de ficar sozinha aqui embaixo, na terra, sem os primos que eram para ela a companhia diária. E Nossa Senhora – como verdadeira mãe – disse a Lúcia para não ter medo: “O meu Coração Imaculado será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus”. O Papa quis recordar estas palavras para dizer a todos nós que o que Nossa Senhora disse a Lúcia, vale também para nós. O Coração Imaculado de Maria é o refúgio no qual nós podemos hoje encontrar segurança, encontrar conforto em meio aos problemas imensos que existem. Nossa Senhora é mãe, e do alto da Cruz, Jesus fez a ela uma entrega. Disse a Maria, olhando para João: “Mulher, eis o teu filho”. O que significa? Seja a mãe de João, ajuda-o, esteja perto dele. Mas em João, estávamos também todos nós…”.

RV: A peregrinação do Papa a Fátima é um “programa de conversão”, como ele mesmo disse. O convite de Nossa Senhora em Fátima é, de fato, precisamente a penitência e a conversão. Estes aspectos são portanto uma exortação atual para a humanidade?

“Mais do que atual. Podemos dizer que Nossa Senhora em Fátima sintetizou a mensagem em duas palavras: rezem, façam penitência pela conversão dos pecadores. O que significa isto? O pecado faz mal e mal justamente porque faz mal. Hoje perdemos o sentido do pecado; perdemos também o sentido da colaboração que nós podemos dar a Deus para vencer o pecado no mundo. Jesus veio para vencer o pecado e colocou aqui, dentro da história humana, um ato de amor infinito, que é a única terapia contra o pecado. E este ato de amor de Jesus tornou possível o perdão de qualquer pecado! É necessário, porém, abrir o coração. Nossa Senhora disse: rezem pela conversão dos pecadores, e também vocês deem espaço a Deus em vossa vida para que, por meio de vocês, possa criar as condições que abram o coração das pessoas a Deus”.

RV: “Se iludiria quem pensa que a missão profética de Fátima tenha acabado”, disse Bento XVI em Fátima, em 2010. Uma missão, portanto, ainda fecunda?

“Pode apostar! Estávamos em 2017 e Nossa Senhora disse às crianças de que a guerra estava para acabar. Tratava-se da I Guerra Mundial. Nossa Senhora anunciou às crianças: está para acabar, mas se os homens não deixarem de ofender a Deus, se os homens não deixarem de pecar, haverá uma nova guerra, muito pior do que esta que está por acabar. Aqui há algo a ser refletido. Porque Nossa Senhora liga a guerra ao pecado da humanidade? Porque cada pecado é como um pó explosivo que se acumula, se acumula… porque quando pecamos, nos cansamos de Deus e, quando nos cansamos de Deus, é como se tirássemos a trave que sustenta o teto da casa humana. Eis então a profecia: se os homens não deixarem de ofender a Deus, o pecado acumulará tanta poeira explosiva e isto causará um grande mal à humanidade. Esta profecia é sempre atual. Aliás, é mais do que atual neste momento”.

RV: A história das aparições de Fátima também está ligada ao tema da paz. Também aqui retorna a atualidade em um mundo marcado – como diz seguidamente o Papa Francisco – por uma terceira guerra mundial em pedaços?

“Certo. No mundo existe violência porque existe violência no coração dos homens. Recordo uma afirmação de Madre Teresa, entre outras coisas Nobel da Paz, que disse que todas as guerras partem do coração. Quando o coração está cheio de ódio, quando o coração dos homens está cheio de rancor, então se projeta para fora e vem as guerras. Mas o coração humano se aproxima de Deus, e mais se torna capaz de construir a paz, porque sem Deus no coração não é possível encontrar a paz. Eis o apelo de Fátima: o apelo à conversão, para que os homens tornem-se melhores e, os homens tornando-se melhores, o mundo fique melhor”.

(DD/JE)

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Bispos espanhóis se unem à Peregrinação do Papa a Fátima

Madri (RV) – “Os bispos espanhóis se unem à Peregrinação do Papa Francisco ao Santuário de Fátima que terá início nesta sexta-feira, 12, por ocasião do Centenário das Aparições de Nossa Senhora, na Cova da Iria.”

É o que afirma a Conferência Episcopal Espanhola na mensagem divulgada em vista da viagem apostólica do Santo Padre a Portugal. Participam da peregrinação a Fátima o Arcebispo de Valladolid, Cardeal Ricardo Blázquez Pérez, Presidente da Conferência Episcopal Espanhola, e o Arcebispo de Madri, Cardeal Carlos Osoro Sierra.

Na mensagem, os bispos recordam as palavras de São João Paulo II proferidas no Angelus do domingo, 21 de junho de 1987: “Não somente indivíduos e grupos locais, mas às vezes nações e continentes inteiros procuram o encontro com a Mãe do Senhor, Aquela que é Bem-aventurada porque acreditou. Talvez se pudesse falar de uma geografia específica da fé e da devoção mariana, que inclui todos esses lugares especiais da peregrinação do povo de Deus”, disse o Papa Wojtyla.

“A novidade das aparições de Fátima”, lê-se na mensagem da Conferência Episcopal Espanhola, “está ligada à devoção ao Coração Imaculado de Maria, vista como um caminho para encontrar Deus. A mensagem de Maria é destinada à Igreja e à humanidade”.

“Em comunhão eclesial com o Papa Francisco, somos peregrinos na esperança e na paz, e exortamos os fiéis a viverem com verdadeiro espírito cristão e zelo evangelizador este evento eclesial”, finalizam os bispos espanhóis.

(MJ)

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Nomeados três novos bispos no Brasil

Cidade do Vaticano (RV) – A Igreja no Brasil recebe esta quarta-feira (10/05) três novos bispos.

Aceitando a renúncia apresentada por Dom José Haring, O.F.M., o Papa nomeou para a Diocese de Limoeiro do Norte (CE), o Pe. André Vital Félix da Silva, S.C.I., que até agora era Conselheiro Provincial da Província Brasil Recife dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos).

Dom André é pernambucano nascido em 1965 em Recife, onde estudou Filosofia. Cursou Teologia em Olinda e em Roma, obteve o mestrado em Teologia Bíblica na Pontifícia Universidade Gregoriana.

Ordenado em 1986, foi vigário paroquial, formador, administrador paroquial, vice-provincial e membro da Comissão Dehoniana de Teologia da América Latina.

Para a Diocese de São Luiz de Cáceres (MT), Francisco escolheu o Pe. Jacy Diniz Rocha, que até o momento era pároco de Santo Antônio de Coluna e coordenador diocesano de pastoral da diocese de Guanhães (MG).

Dom Jacy Diniz Rocha nasceu em 1958 em São João Evangelista (MG), estudou Filosofia em Brasília e Teologia em Brasília, Barra (BA)e Belo Horizonte. Foi ordenado em 1984 e incardinado em Barreiras (BA). Em 2003 foi transferido para Guanhães, onde foi administrador apostólico, pároco, responsável e professor de agentes de pastoral e membro do Conselho Presbiteral e do Colégio de Consultores.

Já a Arquidiocese de Niterói (RJ) recebe um bispo auxiliar: Pe. Luiz Antônio Lopes Ricci, que provém do clero da Diocese de Bauru (SP), onde é pároco de “São Cristóvão”.

Dom Luiz Antônio Lopes Ricci é de 1966, nativo de Bauru. Estudou Filosofia e Teologia em Marília (SP) e em Roma, na Academia Alfonsiana, obteve mestrado e doutorado em Teologia Moral. Em seguida, frequentou o pós-doutorado em Bioética no Centro Universitário “São Camilo” em São Paulo.

Ordenado sacerdote em 1997, foi incardinado em Bauru, tendo sido reitor do Seminário Provincial de Marília; administrador paroquial em Cabrália Paulista e Piratininga (SP); assistente espiritual do Movimento “Encontro de Casais com Cristo”; coordenador diocesano de pastoral; professor da Faculdade João Paulo II em Marília; vigário-geral; membro do Conselho presbiteral e do Colégio de Consultores.

Desde 2016 é Diretor da Faculdade João Paulo II em Marília.

(CM)

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Pastoral Carcerária do RS reflete sobre a mulher encarcerada

Porto Alegre (RV) – O Centro de Espiritualidade Padre Arturo (CEPA), de São Leopoldo (RS), sediou o primeiro Encontro de Formação para agentes da Pastoral Carcerária que atuam com as mulheres encarceradas, nos dias 05 a 07 de maio.

Com o tema “Maria e as tantas Marias nos cárceres” e o lema “Minha alma exalta o Senhor, pois ele pôs os olhos sobre sua humilde serva” (Lc 1,46-48), os participantes oriundos de Bento Gonçalves, Cachoeira do Sul, Caxias do Sul, Carazinho Estrela, Três Passos, Porto Alegre, Rio Grande, Pelotas, Itaqui, Guaíba, Torres, Osório, Sarandi, Santa Maria, Montenegro, Erechim, Passo Fundo, Santo Ângelo, Palmeira das Missões, São Leopoldo, Novo Hamburgo e dos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná refletiram sobre a realidade prisional, os desafios e metodologias pastorais diante de uma “Igreja em Saída”.

Segundo Tatiane da Silva, a realidade prisional feminina no RS é dividida por delegacias. Existem presididos para mulheres, mas alguns masculinos também abrigam mulheres. “Atualmente há cerca de 2000 mil mulheres presas em todo o estado”, afirmou.

Justiça Restaurativa

Uma das metodologias pastorais discutida e ampliada foi a da Justiça Restaurativa que através das Escolas de Perdão e Reconciliação (ES.PE.RE). A escola consiste em um paradigma não punitivo, baseado em valores, que tem como principal objetivo a reparação dos danos oriundos do delito causados às partes envolvidas – vítima, ofensor e comunidade – e, quando possível, a reconstrução das relações rompidas.

Segundos os organizadores há cerca de 10 anos no Brasil, a prática da Justiça Restaurativa tem se expandido pelo país. Conhecida como uma técnica de solução de conflitos que prima pela criatividade e sensibilidade na escuta das vítimas e dos ofensores, a prática tem iniciativas cada vez mais diversificadas e já coleciona resultados positivos.

Pastoral Carcerária Nacional

Desde o dia 30 de abril a Questão da Mulher Presa movimentou a Pastoral Carcerária do Rio Grande do Sul, com a presença da Coordenadora Nacional, Irmã Petra Pfaller. Ele esteve visitando presididos nas cidades de Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Pelotas e Canguçu.

Em Pelotas falou com os acadêmicos da Universidade Católica de Pelotas sobre o tema: “As consequências do encarceramento feminino”. Segundo Pfaller, “reafirma-se a fragilidade e vulnerabilidades destas mulheres castradas de seus mais simples desejos e direitos. O mundo sem cárcere é a meta principal, prioritária e urgente ”, salientou.

De acordo com a Irmã Petra foram três dias de estudos, partilhas, encontros, desafios, visitas e viagem. “Três dias de crescimento no amor, mas também de detectar a necessidade de a pastoral ir além. E assim, todos, unidos em um único objetivo, reafirmamos o compromisso com a evangelização como presença da Igreja, promoção da dignidade humana e a busca de um mundo sem cárcere”, concluiu.

(Regional Sul 3 da CNBB)

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Papa aos bispos do CELAM: “Despojar-se dos filtros clericais”

Cidade do Vaticano (RV) – “Gostaria de poder visitar o Santuário de Aparecida”: com estas palavras, o Papa se dirige aos bispos de toda a América Latina, reunidos na Assembleia do CELAM, Conselho Episcopal Latino-americano em São Salvador, El Salvador, de 9 a 12 de maio.

A mensagem de Francisco é inteiramente inspirada na Padroeira do Brasil, da qual este ano se celebram 300 anos do achado, nas águas do Rio Paraíba (SP).

Definindo Aparecida como “uma escola de discipulado”, o Papa releva três aspectos daquele acontecimento, começando pelos pescadores que encontraram a imagem:

“Um grupo de homens que sabiam enfrentar as incertezas do rio, que viviam na insegurança de não ter o que levar para seus filhos. Conheciam a ambivalência entre a generosidade do rio e a agressividade de suas ondas e a inclemência de um dos pecados mais graves que castiga nosso continente: a corrupção. A corrupção, como um câncer, está corroendo a vida cotidiana dos povos”.

O segundo aspecto é a Mãe. “No relato de Aparecida, a encontramos suja de lama no rio. Ali ela esperava seus filhos, em meio a suas lutas e anseios. Maria estava ali, onde os homens tentam ganhar suas vidas”.

E enfim, o Papa ressalta o encontro. Depois de restaurá-la e limpá-la, os pescadores a levaram para casa, um lar aonde os moradores da região iam encontrá-la. “Esta presença se fez comunidade, Igreja. As redes não se encheram de peixes, se transformaram em comunidade”.

Hoje, 300 anos depois, como filhos, somos chamados a escutar e aprender o que aquele acontecimento continua a nos dizer:

“Aparecida não traz receitas mas chaves, critérios, pequenas grandes certezas para iluminar e sobretudo, acender o desejo de nos despojar de todo o desnecessário e voltar às raízes, ao essencial, à atitude que fez de nosso continente a terra da esperança. Aparecida renova nossa esperança em meio a tantas inclemências”, frisa o Papa.

Em seguida, Francisco convida os bispos latino-americanos a aprender a escutar e conhecer o Povo de Deus, dando-lhe a importância e o lugar merecidos.

“Isto significa despojar-nos de nossos preconceitos, racionalismos e esquemas funcionalistas para conhecer como o Espírito atua no coração deste homens e mulheres. Como temos a aprender da fé desta gente; a fé de mães e avós que não têm medo de se sujar, pois sabem que o mundo está cheio de injustiças, onde a impunidade da corrupção continua cobrando vidas e desestabilizando cidades”.

A partir daí, segue a exortação do Papa: “Não tenhamos medo de arriscar e nos comprometermos com os ‘sujos’… isto não é heroicidade… nem ser kamikazes… Somente deixando de ser auto-referenciais seremos capazes de nos re-centrarmos Naquele que é fonte de Vida e Plenitude”.

Concluindo, Francisco lembrou a passagem da exortação Evangelii Gaudium:

“Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada com ser o centro, e que acaba presa num emaranhado de obsessões e procedimentos. Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem sem a força, a luz e a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida. Mais do que o temor de falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos dão uma falsa protecção, nas normas que nos transformam em juízes implacáveis, nos hábitos em que nos sentimos tranquilos, enquanto lá fora há uma multidão faminta e Jesus repete-nos sem cessar: ‘Dai-lhes vós mesmos de comer’” (Mc 6, 37).

Na conclusão, o Papa Francisco lembra. “Na medida em que nos envolvermos com a vida de nosso povo fiel e sentirmos a profundidade de suas feridas, podemos ver, sem filtros clericais, o rosto de Deus”.

(CM)

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