8 de março: missa do 2º Domingo da Quaresma 2020

2º Domingo da Quaresma 2020 – Ano A

Jesus é o Filho amado do Pai que nos ensina a sair do egoísmo para viver o amor e a fraternidade. Unidos a ele e escutando o que nos diz, permitimos que sua luz resplandeça em nós, para iluminarmos o mundo com nossas boas ações. Que a Eucaristia, neste tempo quaresmal, nos ajude a crescer na oração, na escuta e na vivência da Palavra do Senhor.

Pela oração e escuta de sua Palavra, permanecemos unidos a Jesus e espalhamos no mundo o seu amor e a sua luz.

TRANSFIGURADOS PELO AMOR

A glória divina, resplandecente de luz, manifesta-se em Jesus acompanhada pelas nuvens e pela voz que deixa claro: ele é o Filho amado pelo Pai.

Os detalhes da cena fazem pensar em Moisés, que voltava do monte Sinai com o rosto resplandecente por ter estado na presença de Deus. A luz intensa que brilha no rosto e nas vestes de Jesus, ao invés, não vem de fora. Vem dele mesmo, pois aquele Mestre que vivia no meio de gente pobre, nas periferias, é ele próprio o Senhor da história. Não se manifesta glorioso, na capital Jerusalém, a uma multidão de pessoas, mas numa montanha qualquer, a três discípulos.

A transfiguração foi uma antecipação – momentânea – da glória do Senhor ressuscitado. Uma experiência sem igual, tanto que Pedro sugere armar tendas para continuar ali. O Senhor glorioso, porém, deverá antes entregar a própria vida, passando pelo sofrimento e pela morte. Pois o Senhor da glória é o servo sofredor que entrega a vida por amor.

Para os três discípulos e para nós, permanecem duas ordens. A primeira, vinda do Pai, consiste em ouvir o Filho amado. Ouvir é a atitude fundamental dos discípulos. Ouvir Jesus é entender o que disse e fez, para que seu ensinamento esteja vivo em nossa vida e assim, de algum modo, possamos continuar hoje a mesma missão que o Pai lhe confiou. A outra ordem vem do próprio Jesus, que, após tocar os discípulos, lhes diz que se levantem e não tenham medo de enfrentar os desafios da realidade.

Nesta caminhada de preparação para a Páscoa, o Senhor continua a se revelar a nós. Ele se manifesta de tantos modos, reanima nossa fé, alimenta nossa esperança, faz-nos vencer a tristeza e fortalece nossa missão de seguidores. É preciso, porém, voltar sempre à realidade, às tantas realidades de sofrimento e dor que precisam ser transfiguradas. Afinal, como disse santo Irineu, o que é a glória divina, senão o ser humano vivendo plenamente?”.

 

Pe. Paulo Bazaglia, ssp / Portal Kairós