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Reflexão e sugestão para a missa do 2° Domingo da Quaresma 2020

2° Domingo da Quaresma 2020

Gn 12,1-4a; Sl 32; 2Tm 1,8b-10; Mt 17,1-9

Parma, Itália – 16 de abril de 2018: O afresco da Transfiguração no Monte Tabor no Duomo por Lattanzio Gambara (1567-1573).

Deus acompanha nosso caminhar

A caminhada quaresmal é árdua, pois exige de nós muita sinceridade para conosco e muita confiança em Deus. A desinstalação que o Senhor pede a Abrão é radical. Não é fácil deixar tudo para seguir uma proposta incerta, humanamente falando. Abrão coloca-se a caminho em virtude da escuta obediente da voz de Deus. Só assim ele será pai de uma grande nação, um sinal de Deus. Também os discípulos são convidados por Jesus para se abrirem à escuta de seus ensinamentos e, assim, colocarem-se a caminho com Ele até a cruz. Ao transfigurar-se, Jesus se revela como Palavra viva do Pai, dirigida a toda a humanidade. Por isso o pedido: “Escutai-o”. É preciso escutar aquele que sintetiza em si todo a Lei de Moisés e toda a força profética de Elias para, no amor, selar a nova e eterna aliança entre o divino e o humano. Diante da tentação de construir ali três tendas, Jesus mostra a Pedro que é preciso ainda caminhar para cumprir o plano amoroso do Pai: dar a vida pela humanidade e ressurgir glorioso sobre o pecado e a morte. Ainda que seja bom estar no alto do monte, ainda melhor, afirma Jesus, é fazer a vontade do Pai.

Desçamos o monte!

Se Deus nos acompanha, não podemos pensar em propósitos quaresmais medíocres, que, em vez de nos levar à conversão, levamos a um comodismo ainda maior. Precisamos viver bem esse tempo de mudança profunda de vida, tempo de silenciar nosso interior agitado para poder escutar a Palavra de Deus. A escuta do evangelho leva-nos à abertura ao outro que está diante de nós, tantas vezes invisível por causa de nosso fechamento. Não está na hora de descermos do monte, de onde vemos tudo de cima, e tocarmos a realidade de nós mesmos e dos que caminham conosco?

Paulo convida Timóteo e a todos nós a um exercício de compaixão, ou seja, a sofrer com ele pelo evangelho, pela boa notícia que tantas vezes é ignorada ou silenciada. Está aí um sentimento nobre para ser cultivado nesta quaresma: a compaixão. Nossa conversão não pode restringir-se a momentos litúrgicos, confissão sacramental e a procissões penitenciais. Todas essas práticas de nossa religião só ganham sentido e valor quando manifestamos o real desejo de caminhar com Jesus, de mudar de vida verdadeiramente. Rito não é mágica! É experiência de Deus, que se estende na vida para fazer acontecer o Reino de Deus anunciado por Jesus. Com Cristo podemos fazer com que nossa fé se enraíze no chão de nossa história e na de nossa comunidade e, assim, fazer com que nossa conversão dê frutos de justiça, como o senhor nos pede.

SUGESTÕES LITÚRGICA

– Oração da coleta: pode-se enfatizar a importância da Oração neste tempo quaresmal, oferecendo as intenções em modo dinâmico e participativo.
– Liturgia da Palavra: introduzir a proclamação das leituras com um mantra, enfatizando a importância da escuta orante da Palavra de Deus.
– Oferendas: continuar motivando a doação de alimentos durante o momento das oferendas, em favor das famílias carentes da comunidade.
– Envio da comunidade: antes da bênção final, preparar um momento de compromisso da comunidade com a oração pelos doentes e necessitados.

Sugestões de repertório

Abertura: Senhor, eis aqui
Aclamação: Louvor e glória
Oferendas: O Vosso coração
Comunhão: Então, da nuvem

Cifras e partituras das sugestões CNBB

Semanário litúrgico – catequético – Cantos para a Celebração  – 2° Domingo da Quaresma 2020

 

Áudios para o 2° Domingo da Quaresma 2020 (Salmo e refrão orante):

 

Padre Anísio Tavares, C.Ss.R. / Portal Kairós

8 de março: missa do 2º Domingo da Quaresma 2020

2º Domingo da Quaresma 2020 – Ano A

Jesus é o Filho amado do Pai que nos ensina a sair do egoísmo para viver o amor e a fraternidade. Unidos a ele e escutando o que nos diz, permitimos que sua luz resplandeça em nós, para iluminarmos o mundo com nossas boas ações. Que a Eucaristia, neste tempo quaresmal, nos ajude a crescer na oração, na escuta e na vivência da Palavra do Senhor.

Pela oração e escuta de sua Palavra, permanecemos unidos a Jesus e espalhamos no mundo o seu amor e a sua luz.

TRANSFIGURADOS PELO AMOR

A glória divina, resplandecente de luz, manifesta-se em Jesus acompanhada pelas nuvens e pela voz que deixa claro: ele é o Filho amado pelo Pai.

Os detalhes da cena fazem pensar em Moisés, que voltava do monte Sinai com o rosto resplandecente por ter estado na presença de Deus. A luz intensa que brilha no rosto e nas vestes de Jesus, ao invés, não vem de fora. Vem dele mesmo, pois aquele Mestre que vivia no meio de gente pobre, nas periferias, é ele próprio o Senhor da história. Não se manifesta glorioso, na capital Jerusalém, a uma multidão de pessoas, mas numa montanha qualquer, a três discípulos.

A transfiguração foi uma antecipação – momentânea – da glória do Senhor ressuscitado. Uma experiência sem igual, tanto que Pedro sugere armar tendas para continuar ali. O Senhor glorioso, porém, deverá antes entregar a própria vida, passando pelo sofrimento e pela morte. Pois o Senhor da glória é o servo sofredor que entrega a vida por amor.

Para os três discípulos e para nós, permanecem duas ordens. A primeira, vinda do Pai, consiste em ouvir o Filho amado. Ouvir é a atitude fundamental dos discípulos. Ouvir Jesus é entender o que disse e fez, para que seu ensinamento esteja vivo em nossa vida e assim, de algum modo, possamos continuar hoje a mesma missão que o Pai lhe confiou. A outra ordem vem do próprio Jesus, que, após tocar os discípulos, lhes diz que se levantem e não tenham medo de enfrentar os desafios da realidade.

Nesta caminhada de preparação para a Páscoa, o Senhor continua a se revelar a nós. Ele se manifesta de tantos modos, reanima nossa fé, alimenta nossa esperança, faz-nos vencer a tristeza e fortalece nossa missão de seguidores. É preciso, porém, voltar sempre à realidade, às tantas realidades de sofrimento e dor que precisam ser transfiguradas. Afinal, como disse santo Irineu, o que é a glória divina, senão o ser humano vivendo plenamente?”.

 

Pe. Paulo Bazaglia, ssp / Portal Kairós

Reflexão e sugestão para a missa do 1° Domingo da Quaresma 2020

1° Domingo da Quaresma 2020

Gn 2,7-9;3,1-7;SI 50;Rm 5,12-19;Mt 4,1-11

Antuérpia, Bélgica – 5 de setembro: afresco da tentação de Jesus em Joriskerk ou st. Igreja de George a partir de 19. Cent. em 5 de setembro de 2013 em Antuérpia, Bélgica

O jardim da vida ou a escravidão do pecado?

O tempo da quaresma evidencia o constante convite de Deus à conversão. A catequese apresentada na primeira leitura nos mostra duas realidades:
1) a do jardim da vida, no qual o homem e a mulher são criaturas privilegiadas de Deus, cuja missão é cuidar e zelar de toda a criação com Ele;
2) a realidade do pecado, em que o ser humano rejeita o senhorio amoroso de Deus e mergulha em seu profundo egoísmo, desejando tornar-se senhor do bem e do mal. As consequências são graves, trazendo a desarmonia no convívio comunitário e a desorientação total em relação ao sentido e ao valor da vida.

Paulo faz o paralelo entre a humanidade desobediente e egoísta, que não obedece a Deus, figurada em Adão, e Cristo, o homem pleno – novo Adão -, que vem recordar o projeto inicial de Deus para cada ser humano. Em Jesus, a humanidade novamente volta a caminhar com Deus e a buscar o sentido profundo da vida. Nele, a contrição é feita no amor misericordioso.

Apresentar-se diante de Deus com o coração contrito, como sugere o salmo 50, significa reconhecer que o pecado nos aprisiona e que a graça nos liberta. As tentações se sustentam pela promessa falsa de felicidade, mas se escondem de seu âmago a destruição. O pedido de perdão expressa o grito mais profundo do ser humano por liberdade, vida e dignidade.

A liberdade que salva!

Cristo, ao posicionar-se com firmeza diante das tentações, faz emergir o homem livre, capaz de rejeitar a ganância pelo ter, poder e prazer. No deserto de nossos pecados, o Pai nos resgata em Cristo para a vida nova da autêntica liberdade. Por isso Paulo exalta a obediência de Jesus, a qual nos reconciliou com o Pai a ponto de podermos de novo nos sentirmos filhos amados e não concorrentes gananciosos do Criador. Neste tempo quaresmal, olhemos para a realidade que nos cerca, a qual traz as marcas terríveis de nossas atitudes, quando nos deixamos levar pela ganância do ter, pelo abuso do poder e pela desvirtuação do prazer, causando a destruição da fraternidade, dos laços familiares e comunitários. Com Cristo, caminhemos para a liberdade, que nos permite dizer não para as tentações egoístas e, assim, abrirmo-nos para a doação de vida em favor dos irmãos. Eis o tempo favorável! Convertamo-nos! Cristo nos chama e nos acompanha neste tempo penitenciai.

Sugestões Litúrgicas

– Ato Penitencial: o ato penitenciai pode ser dinamizado a partir das três tentações de Jesus, ligando com a entrada da Palavra.
– Entrada da Palavra: na entrada da palavra, fazer uma encenação breve sobre o sentido atual das três tentações de Jesus no deserto, mostrando como elas podem ser superadas na escuta atenta da Palavra de Deus.
– Preces dos fiéis: as preces podem contemplar algumas “tentações” presentes na vida da comunidade, que a impedem de caminhar com mais vigor no caminho da conversão.
– Oferendas: aproveitar o momento das oferendas para motivar a doação de gêneros alimentícios, a fim de se fazer cestas básicas. Essa ação pode ser mantida durante todo o tempo quaresmal.

Sugestões de repertório

Abertura: Senhor, eis aqui
Aclamação: Louvor e glória
Oferendas: O vosso coração
Comunhão: Quando invocar

Cifras e partituras das sugestões CNBB

Semanário litúrgico – catequético – Cantos para a Celebração  – 1° Domingo da Quaresma 2020

 

Áudios para o 1° Domingo da Quaresma 2020 (Salmo e refrão orante):

 

Padre Anísio Tavares, C.Ss.R. / Portal Kairós

1° de março: missa do 1° Domingo da Quaresma 2020

1° Domingo da Quaresma 2020 – Ano A

Jesus nos mostra que a Palavra de Deus é alimento que sustenta a caminhada de todas as pessoas que se esforçam para fazer sua vontade, enfrentar as astúcias do mal e perseverar na fé. A Eucaristia nos ajude a viver intensamente este tempo da Quaresma, para que, com o coração purificado, celebremos, cheios de alegria, a festa da Páscoa.

O pão da Palavra e o da Eucaristia sustentam a fé de todos os que desejam fazer a vontade de Deus no seguimento de Jesus.

AS TENTAÇÕES DE ONTEM E DE HOJE

Jesus é conduzido pelo Espírito ao deserto, onde se prepara para assumir a missão que o Pai lhe confiou. Enquanto lá está, é tentado pelo diabo. O deserto, mais que indicação geográfica, é lugar da provação, do encontro com Deus, onde se amadurecem as opções que fazemos e se põe à prova a vocação. O povo de Israel caiu na tentação várias vezes, enquanto atravessava o deserto em busca da Terra Prometida.

O Mestre refaz o caminho do povo para mostrar que é possível vencer as dificuldades da missão. O diabo provoca Jesus: “Se és Filho de Deus…” –  desafio que volta no final do evangelho. (Seria dúvida da própria comunidade a respeito da divindade de Jesus?)

Mateus salienta três tentações a que Jesus teria sido submetido: o poder, a riqueza e o prestígio. Ele é confrontado com a decisão de ser fiel ao projeto de Deus ou aderir ao projeto do diabo. Sua opção mostra-se em sintonia com a vontade do Pai, recusando soluções simplistas e enganadoras. Fundamentado na Palavra de Deus, o Mestre supera as provas do adversário. Ele viveu sempre dessa Palavra, seu alimento cotidiano. Assim, teve forças suficientes para não cair na armadilha do tentador. Jesus não procura manipular a Deus nem busca privilégios.

As três provas são como que a síntese de tudo o que pode acontecer com qualquer ser humano. Como cristãos, seguidores de Jesus, somos convidados a resistir a propostas enganadoras, que trazem dominação, miséria e exclusão do povo.

Talvez possamos afirmar que a tentação mais diabólica seja a do acúmulo da riqueza. O poder do dinheiro consegue manipular os outros poderes. O “grande capital” consegue dominar os impérios e o mundo. Quem se deixa levar pelo desejo do acúmulo é capaz de qualquer coisa para aumentar sempre mais sua riqueza. Nós, porém, vivemos da Palavra de Deus, a qual nos aponta outros caminhos.

 

Pe. Nilo Luza, ssp / Portal Kairós

Quarta-feira de Cinzas: o início da Quaresma 2020

A Quarta-feira de Cinzas marca em toda a Santa Igreja o início do tempo da Quaresma, um tempo em que somos convidados a praticar o jejum, a penitência e a caridade. Não devemos confundir o período quaresmal com tristeza, com um ar de velório, mas muito pelo contrário, é um tempo no qual somos chamados por Deus a mudar algumas atitudes e chegarmos renovados na celebração da Páscoa. É o tempo do deserto, do encontro com o Senhor. Ela nos encaminha para a Páscoa!

Na Quarta-feira de Cinzas, todo católico deve participar da Santa Missa e receber em sua cabeça a imposição das cinzas. O significado não é simplesmente de receber as cinzas na cabeça, mas quer nos chamar à conversão: Convertei-vos e crede no Evangelho, e também dizer que do pó viemos e ao pó voltaremos. O povo do Antigo Israel para reparação de seus pecados punha cinzas na cabeça e se vestia de saco em sinal de penitência: “No dia vinte e quatro desse sétimo mês, o povo de Israel se reuniu para jejuar a fim de mostrar a sua tristeza pelos seus pecados. Eles já haviam se separado de todos os estrangeiros. Em sinal de tristeza, vestiram roupas feitas de pano grosseiro e puseram terra na cabeça. Então, se levantaram e começaram a confessar os pecados que eles e os seus antepassados haviam cometido. Durante mais ou menos três horas, a Lei do Senhor, seu Deus, foi lida para eles. E nas três horas seguintes, eles confessaram os seus pecados e adoraram o Senhor” (cf. Ne 9, 1-2).

A cinza feita com a queima dos ramos secos que foram abençoados no Domingo de Ramos do ano passado quer recordar que o sinal de nossa vida cristã e de nossa profissão de fé precisa ser renovado. Aliás, serão muitos os sinais que nos serão tirados durante a Quaresma e que só retornarão a partir da Semana Santa, culminando com a renovação das promessas batismais na noite da Vigília Pascal.

A Igreja no Brasil com a Quarta-feira de Cinzas também inicia a Campanha da Fraternidade, que é uma forma de tomarmos consciência de situações de pecados que têm repercussão no social e nos chama à conversão, além de toda a mudança de vida que nós somos chamados a vivenciar neste tempo favorável de jejum e penitência. Na Campanha da Fraternidade todo ano é escolhido um tema social, no qual somos chamados a viver e pô-lo em prática como um gesto concreto durante o período quaresmal. Um tema que alerta a todos nós católicos, mas também a nossa sociedade e os nossos governantes para olharem por aqueles que mais sofrem e que estão feridos em sua dignidade. Neste ano de 2020, o tema da Campanha da Fraternidade é: Fraternidade e Vida – Dom e compromisso, e o lema, “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (cf. Lc 10,33-34). Somos convidados a partir deste tema e deste lema a cuidar daqueles que estão feridos, esquecidos pela sociedade, que ninguém cuida, que as pessoas fingem que veem e não veem, passam adiante. Somos convidados a sermos bons samaritanos para essas pessoas e cuidar daqueles que se encontram feridos.

A intenção ao iniciar a Quaresma impondo cinzas em nossas cabeças é levar-nos ao arrependimento dos pecados, marcando o início da Quaresma, é fazer-nos lembrar de que não podemos nos apegar a esta vida, achando que a felicidade plena possa ser construída aqui. É uma ilusão perigosa. A morada definitiva é o céu.

Ao celebrarmos a Quarta-feira de Cinzas iniciamos o tempo que tem como símbolo o número 40, como encontramos em tantas outras situações do povo de Deus. Mas, de modo especial, recordamos os 40 dias que Jesus passou no deserto, sendo tentado por Satanás (iremos ouvir esse texto no primeiro domingo da Quaresma). Somos convidados a vencermos as tentações do mal no dia a dia, assim como Jesus conseguiu vencer. É o que o período quaresmal nos convida a vencer as tentações e procurar mudar de vida.

Recordamos, também, os 40 anos de peregrinação do Povo de Israel no deserto, até chegar na Terra Prometida, recordando-nos, assim, que a nossa vida é um caminhar (sair das escravidões de nossas vidas e caminhar para a vida da graça). Em cada ano renovamos essa passagem pelo deserto até chegar na Terra em que corre leite e mel. E para nós cristãos, peregrinamos aqui na Terra rumo ao Céu, onde nos encontraremos definitivamente com Deus e aguardaremos a ressurreição, assim como Jesus.

Isso nos mostra que a vida está em nós, mas não é nossa. Quando vemos uma bela rosa murchar, é como se ela estivesse nos dizendo que a beleza está nela, mas não lhe pertence.

Com a celebração da Quarta-feira de Cinzas, somos convidados a refletir que desta vida não levaremos nada, não adianta acumularmos riquezas, rancor ou ódio, ou mesmo revanchismos. Não levaremos nada daqui, mas somente o amor, a misericórdia e a compaixão, que demonstraremos aos nossos irmãos. Somente o bem que aqui plantamos e vamos colher no céu. Definitivamente, nos recorda que do pó viemos e ao pó voltaremos, por isso: convertei-vos e crede no Evangelho. Que a nossa vida não nos pertence, mas pertence a Deus.

Na Quarta-feira de Cinzas e durante o tempo quaresmal, na liturgia não se canta e nem se recita o Hino do Glória e nem o Aleluia, que só retomaremos (salvo exceções), com alegria e entusiasmo, na Vigília Pascal, na Noite Santa da Ressurreição do Senhor, porque assim entramos no sentido espiritual que esse tempo nos convida. Portanto, vivenciamos a Quaresma como um tempo voltado para a oração, a penitência e o jejum. O sacerdote durante esse tempo usa o paramento na cor roxa, chamando-nos a atenção para fazermos penitência. Há dois momentos durante o ano em que a Igreja nos exorta a fazer uma boa confissão, que é na Quaresma e no Advento. Para nos preparar para duas grandes celebrações da nossa fé – Páscoa e Natal. É claro que isso é mínimo, pois somos convidados a, em outros momentos do ano, nos confessarmos, mas esses são dois momentos fortes e propícios para isso.

Esmola, jejum e oração: tripé da espiritualidade quaresmal. Estas três palavras são propostas como características da espiritualidade da Quaresma: esmola, jejum e oração. A oração, sobretudo, deve animar a espiritualidade da Quaresma. Uma oração feita no silêncio do próprio quarto, da interioridade para meditar a Palavra, para deixar que a Palavra compenetre e transforme a nossa vida. E então, seremos capazes de jejum. Que a oração em que pedimos que o Senhor venha ao nosso encontro ilumine nosso itinerário quaresmal, para uma profunda conversão. Lembrando que não é só jejum da carne, dos alimentos, mas de palavras inúteis, do uso do celular em excesso, do uso das redes sociais em excesso, um jejum de multiplicar as fake news. A dimensão da esmola que se torna sensibilidade social, atenção aos mais pobres e solidariedade.

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Caderno de cifras do CD da Campanha da Fraternidade 2020 (CF. 2020)

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