Apresentação do Mês da Bíblia 2023

Mês da Bíblia 2023
Tema: Carta aos Efésios

Lema: Vestir-se da nova humanidade (Ef 4,24)

Mês da Bíblia 2023

O “Mês da Bíblia 2023” é um tempo privilegiado para o estudo de um livro ou tema bíblico. Neste ano, a Comissão de Animação Bíblico- atequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e as instituições bíblicas, dentre elas, o Serviço de Animação Bíblica, escolheram como tema a “Carta aos Efésios” e o lema “Vestir-se da nova humanidade” (Ef 4,24). Esta frase é de uma exortação da pró-
pria carta, na qual o autor apresenta aos batizados e batizadas em que consiste assumir a vida nova após a adesão a Cristo e ao batismo, sobretudo em um contexto não cristão,¹ onde viviam, provavelmente, os destinatários dessa carta.

POR QUEM, QUANDO E ONDE FOI ESCRITA A CARTA AOS EFÉSIOS?

Por muitos séculos, essa carta foi considerada de autoria paulina, por causa do remetente (Ef 1,1), das referências de sua vocação (Ef 3,1-13), por pedir oração por sua missão (Ef 6,19-20) e por enviar Tíquico como seu representante (Ef 6,22); além de se constatar afinidades temáticas e teológicas próprias das cartas autênticas do Apóstolo Paulo. Mas, no final do século XVIII, essa autenticidade foi posta em dúvida pela primeira vez pelo biblista inglês Edward Evanson, que identificou mudanças significativas de perspectiva teológica, ao compará-la às cartas paulinas presentes no Novo Testamento. Assim, atualmente essa carta é considerada “deuteropaulina”, ou seja, não é de autoria original do Apóstolo.

Os estudiosos afirmam que provavelmente foi redigida por um colaborador, um discípulo de Paulo ou até
mesmo por uma escola que conhecia a tradição paulina por meio de suas cartas autênticas. Dedicar um escrito a uma pessoa significativa para determinada comunidade era comum na antiguidade, com o objetivo de ser acolhida ou de homenagear tal pessoa. Porém, a negação da autoria paulina não diminui a riqueza teológica que perpassa a carta.

A datação da carta oscila entre duas propostas: (1) entre os anos 70 e 80 d.C. e (2) entre os anos 80 e 90 d.C., porém não posterior a 90. A segunda hipótese (anos 80-90 d.C.) parece ser a mais provável, diante dos estudos atuais e da revisão da datação dos escritos do Novo Testamento. Não temos nenhuma informação referente ao lugar da redação; pensa-se, de modo geral, na Ásia Menor, mais precisamente em Éfeso, por ser a cidade principal da Ásia Menor nesse período.

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1 É um anacronismo usar o termo “cristão” ou “cristã” no contexto do primeiro século, mas iremos utilizá-lo somente como uma comodidade linguística, para não repetir a expressão “seguidores/as de Jesus Cristo”. Assim, a expressão “judeo-cristão” deve ser interpretada como o seguidor de Jesus Cristo proveniente da tradição e da cultura judaica; e o “gentio-cristão”, aqueles seguidores de Jesus Cristo provenientes da cultura greco-romana. A inadequação do uso de “judeo-cristão” e “gentio-cristão”, no sentido historiográfico, no século I, foi aprofundada por PESCE, M. De Jesus ao cristianismo. São Paulo: Loyola, 2017. p. 207-216. (Bíblica Loyola, 71)

Cartaz do Mês da Bíblia 2023 para imprimir (1792px x 2928px)

 

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