Arcebispo de Sorocaba fala sobre Educação e Ensino Religioso

O 4º Meeting Point com jornalistas na 55ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, recebeu na manhã desta terça-feira, 2, o Arcebispo de Sorocaba (SP), Dom Julio Endi Akamine que falou sobre Ensino Religioso e a Reforma de Base Curricular Comum na educação do Brasil.

O bate-papo com profissionais de imprensa teve início com discussões sobre a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) que é o resultado de 12 milhões de sugestões e contribuições.

O Arcebispo explicou que a base comum curricular é um conjunto de orientações para as mais 176 mil escolas do país terem como norte na hora de formar uma base curricular, avaliar o aprendizado dos estudantes, formar os mais de 2 milhões de professores e elaborar políticas nacionais. “Uma base comum é necessária, mesmo que o estudante possa fazer alguma escolha, esses são os parâmetros para todo o Brasil”, detalha.

Ele repassou números e citou que 49 milhões de estudantes estão matriculados na educação básica (Ensino Fundamental e Médio) e mais de 8 milhões na superior. “O documento contém quais são as competências gerais que o aluno deve desenvolver em todas as áreas do conhecimento e tem como finalidade dar indicações claras do que os alunos devem e têm direito a aprender. Deve também promover uma maior colaboração entre municípios, Estados e Federação”. Dom Julio, também indicou que é um instrumento para diminuir as desigualdades.

Ensino Religioso

Outro assunto contemplado com os profissionais de comunicação foi o ensino religioso nas escolas. Ele frisou que a própria constituição estabelece que deve existir nas escolas, mas o desafio está em poder definir se deve ser confessional ou não.

Na opinião do Arcebispo outra questão é a de compreender que um Estado laico não é Estado ateu e sim que está aberto a todas as expressões religiosas e que reconhece que dentro da cultura brasileira está muito forte o cristianismo. “Não tem como negar as nossas raízes, então é importante ter um conceito correto do que é laicidade”.

Dom Julio finalizou apontando que não da pra fazer ensino religioso sem preparação de professores. “Primeiro é importante identificar o que se entende por ensino religioso, uns entendem como mera informação religiosa. É importante que os alunos tenham contato com as diferentes religiões, mas não é simplesmente informação.

Precisamos preparar professores com identidade religiosa e abertura para o diálogo. A gente espera que outras tradições religiosas também possam preparar os seus professores”.

a12.com

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