A Campanha Missionária de 2020 – Participe!

 Campanha Missionária de 2020

Tema: A vida é missão | Lema: “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8)

As Pontifícias Obras Missionárias (POM) têm a responsabilidade de organizar a Campanha Missionária, realizada sempre no mês de outubro, na Igreja de todo o Brasil. Colaboram nesta ação a CNBB por meio da Comissão para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial, a Comissão para a Amazônia e outros organismos que compõem o Conselho Missionário Nacional (COMINA).

Mesmo vivendo um tempo diferente, em que o mundo passa por uma pandemia que mudou nossas relações, a Campanha Missionária em 2020 quer ser um sinal de esperança para tantas vidas doadas de forma solidária. O tema escolhido “A vida é missão” e o lema “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8) irão nos ajudar no crescimento da consciência missionária.

Ser discípulo missionário está além de cumprir tarefas ou fazer coisas. O Papa Francisco lembra que “a missão no coração do povo não é uma parte da minha vida, ou ornamento a ser posto de lado. É algo que não posso arrancar do meu coração” (Alegria do Evangelho, 27).

Nós cristãos somos convidados a defender e cuidar da vida em todas as suas dimensões. Jesus de Nazaré definiu sua ação no mundo como o Divino Cuidador: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo10,10). Esse também deve ser o compromisso de todos os missionários e missionárias, pois a vida é missão.

A vida é o bem fundamental e básico em relação a todos os demais bens e valores da pessoa. Para a ética, a vida é um bem, mais que um valor. Deus, ao contemplar a criação, “viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).

Todo missionário é convidado a educar o olhar sobre as realidades de dor e, sobretudo, saber contemplar o belo, como fazia São Francisco de Assis, encantando-se com as criaturas presentes pelo caminho.

Oração do Mês Missionário

Deus Pai, Filho e Espírito Santo,
fonte transbordante da missão,
Ajuda-nos a compreender
que a vida é missão,
dom e compromisso.
Que Maria, nossa intercessora
na cidade, no campo,
na Amazônia e em toda parte,
ajude, cada um de nós,
a ser testemunhas proféticas
do Evangelho,
numa Igreja sinodal
e em estado permanente
de missão.
Eis-me aqui, Senhor, envia-me!
Amém.

Arte da Campanha Missionária de 2020

A arte da Campanha Missionária de 2020 foi idealizada tendo como conceito base a missão como janela aberta para a vida. A imagem da janela representa a capacidade do ser humano interagir com o mundo ao seu redor e assim despertar o real e generoso interesse para com o seu semelhante. A janela aberta representa a atitude de acolhida para com o mundo, uma ponte que nos coloca em diálogo com os desafios da vida para além de nossas fronteiras pessoais.

No centro desta janela aberta para a vida é apresentada a figura do Papa Francisco, que tem a missão encarnada em sua vida, não somente como Pastor da Igreja universal, mas antes de tudo cristão, vocacionado e homem dedicado ao bem dos seus irmãos. Nesta imagem, o Papa é representado na espontaneidade, postura de quem acolhe, se envolve e cuida. Ele se coloca como exemplo de doação pelos valores do Reino e nesta época, tão carente de referenciais, nos dá o exemplo de uma vida onde a missão se entrelaça com as mais simples situações do quotidiano e se coloca em sintonia com os ensinamentos de Jesus.

A moldura desta construção conceitual para a Campanha Missionária 2020 é um fundo branco, como uma tela de pintura, que tem a intenção de mostrar a centralidade desta vida que ganha sentido e cor somente na medida em que é vivida como missão, como doação e entrega aos irmãos.

Nesta tela em branco, o toque do pincel traz as marcas do artista. Todos são chamados a deixar a própria marca nos horizontes desta vida em missão. Nosso modo único de lidar com as situações, nossos talentos e capacidades a serviço do Reino de Deus, fazem toda a diferença e podem colorir a vida em tons extraordinários e inesperados.

 

A Campanhas da Fraternidade 2021 será ecumênica

Novena Missionária 2020

A Novena Missionária convida a mergulhar no tema da vida, vida que se faz missão em diferentes realidades do Brasil que tem presente tantas dores, feridas trazidas pela pandemia do Corona vírus. Cada um de nós aprendeu, sensíveis a essa experiência, a ser uma Igreja mais samaritana, sinodal em estado permanente de missão.

Para colaborar com a reflexão, a Novena Missionária reflete a vida e o testemunho dos diferentes sujeitos da missão que, com ousadia e a seu modo, pronunciam: “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8). Durante os nove dias rezaremos o tema “A vida é missão” que se desdobra na vida missionária das famílias; dos seminaristas; da vida consagrada; da infância e adolescência missionária; dos ministros ordenados; da juventude; da Amazônia e dos idosos e enfermos.

Em cada dia da Novena, o método da Leitura Orante da Palavra ilumina e orienta a nossa vida na missão. O objetivo é criar comunhão, rezar, refletir e incentivar para o compromisso, tendo presente os diversos aspectos da Missão. A Novena pode ser feita pelos grupos de reflexão, famílias, nas comunidades ou escolas.

A capa do livrinho também traz o Zapcode. Para utilizá-lo basta baixar gratuitamente o Aplicativo Zappar no Smartphone (celular e tablet). Depois, ao direcionar o aparelho para a capa é possível assistir a um vídeo e acessar os conteúdos da Campanha Missionária.

Vídeos da Campanha Missionária de 2020

Os testemunhos gravados em vídeo estarão disponíveis em breve. Os vídeos foram produzidos em parceria com a TV Aparecida, que terá uma programação especial durante o mês de outubro.

Santinho dos Padroeiros da Missão

Foram confeccionadas duas versões dos santinhos com os Padroeiros da Missão, São Francisco Xavier e Santa Teresinha do Menino Jesus. O material traz a Oração da Campanha Missionária. Também é possível utilizar o Zapcode. Basta baixar gratuitamente o Aplicativo Zappar no Smartphone (celular e tablet). Depois, ao direcionar o aparelho para o santinho é possível assistir a uma animação e acessar os conteúdos da Campanha Missionária.

Envelopes para a coleta do Dia Mundial das Missões

O envelope deve ser utilizado exclusivamente para a Coleta do Dia Mundial das Missões, feita nas celebrações do penúltimo final de semana de outubro (este ano, dias 17 e 18). As ofertas devem ser integralmente enviadas às Pontifícias Obras Missionárias (POM) que as repassam ao Fundo Universal de Solidariedade para apoiar projetos em todo o mundo.

Baixe aqui:

 

POM / Portal Kairós

Reflexão e sugestão para a Missa do 18° Domingo do Tempo Comum 2020 – Ano A

18° Domingo do Tempo Comum 2020 – Ano A

Is 55,1-3; SI 144; Rm 8,35.37-39; Mt 14,13-21

18° Domingo do Tempo Comum 2020

MECHELEN, BÉLGICA – 4 DE NOVEMBRO DE 2016: Vitral que descreve o milagre de Jesus que alimenta a multidão com pães e peixes na catedral de Saint Rumbold em Mechelen, Bélgica.

O pouco com Deus é muito!

iniciamos hoje o mês dedicado às vocações. Jesus, o vocacionado do Pai por excelência, demonstra que a compaixão faz parte de seu agir missionário. Após a morte de João Batista, vai ao deserto para retirar-se. Mas seu olhar, cheio de compaixão, leva-o a acolher as pessoas e a anunciar-lhes a boa nova do evangelho. O momento é também propício para instruir os discípulos no caminho da compaixão, o qual os leva a se comprometer com a necessidade do povo. É mais fácil e confortável despedir a multidão, mas Jesus exorta seus discípulos a encarar o desafio em modo novo, ou seja, com compaixão. É preciso sentir-se responsável pelo rebanho a eles confiado. Sem esse comprometimento, o amor de Deus não se multiplica e o povo continua abandonado à própria sorte.

Os cinco pães e os dois peixes são insuficientes se considerados em si mesmos. Mas, no momento em que são entregues nas mãos de Jesus e são elevados em agradecimentos como dons divinos, tornam-se mais que suficientes para saciar toda a multidão. Basta abrir o coração para a partilha, reconhecendo que o que temos, por pouco que seja, não nos pertence. A partir daí se entende o famoso dito: “o pouco com Deus é muito, o muito sem Deus é nada”.

Viver a compaixão que compromete, o compromisso que faz crescer na solidariedade, sem jamais perder a confiança no Deus sempre providente. Eis o caminho proposto para o discípulo-missionário de Jesus.

O milagre da multiplicação começa no coração

A passagem do Evangelho de hoje coloca a ação dos discípulos em conjunto com a ação de Deus. O “dai-lhes vós mesmos de comer” alerta que a atitude da partilha deve começar com os discípulos. Jesus não multiplica pães e peixes do nada, mas do fruto da partilha a Ele oferecido.

A lição vale para nós, discípulos-missionários de hoje. Não são raras as vezes em que nos deparamos com as múltiplas situações de necessidade e miséria e continuamos a pensar que nossos cinco pães e dois peixes não são suficientes. Falta-nos uma união maior com o amor de Cristo, como nos exorta Paulo na segunda leitura. Reconheçamos, na força da fé, que nada pode nos separar do amor de Cristo, que se mostra faminto no próximo. Nada poderá nos levar ao desânimo e ao descompromisso com o irmão que passa necessidade.

Unidos ao amor de Cristo, vamos nos convencendo de que o milagre da multiplicação começa, de fato, no coração que se abre para partilhar a vida abundante que Deus oferece a todos. Rezemos hoje por todos os sacerdotes e vocacionados a essa vida de entrega total de si mesmo a Deus e ao povo. Que todos os padres de nossas comunidades sejam abençoados na missão de serem bons pastores comprometidos com os fiéis a eles confiados.

Sugestões litúrgicas para a missa do 18° Domingo do Tempo Comum 2020 – Ano A

– Procissão de Entrada: procurar alguns dados da história vocacional do padre da comunidade para compor uma mensagem simples, reconhecendo sua presença e atuação ministerial junto do povo. À frente da procissão de entrada podem entrar uma estola e um cesto de pão, ressaltando que sua missão é partilhar a vida com os irmãos.
– Liturgia da Palavra: membros da Pastoral Vocacional (ou catequistas) podem dinamizar este momento. Convidar uma pessoa para entrar com um cesto de pão, com a palavra de Deus dentro. Pode passar pelo meio do povo, convidando as pessoas com esta frase: “Vamos! O mundo está com fome! Cristo nos chama para alimentá-lo com seu amor!” Ao chegar ao altar, pedir para que outras 11 pessoas saiam com cestos menores com pães, lembrando os doze cestos que sobraram. Tirar a Bíblia do meio dos pães para ser aclamada!
– Oferendas: os familiares do padre da comunidade (ou os paroquianos) podem ofertar alguns símbolos que marcam a caminhada ministerial dele. Pode-se, também, escrever em cartazes o nome dos lugares por onde passou e introduzi-los com as oferendas, como gratidão por sua doação de vida.
– Antes da Bênção: rezar a oração vocacional com todo o povo, pedindo mais santas vocações para a Igreja.

Sugestões de repertório para a missa do 18° Domingo do Tempo Comum 2020 – Ano A  (O Domingo)

Abertura: Acolhe os oprimidos
Aclamação: Aleluia, o homem não vive
Oferendas: A mesa Santa
Comunhão: É bom estarmos

Cifras e partituras das sugestões CNBB

Semanário litúrgico – catequético – Cantos para a Celebração – 18° Domingo do Tempo Comum 2020

 

Áudios para a Missa do 18° Domingo do Tempo Comum 2020 – Ano A CNBB:

 

Padre Anísio Tavares, C.Ss.R. / Portal Kairós

Leituras de Domingo: 18° Domingo do Tempo Comum 2020

Leituras de Domingo

18° Domingo do Tempo Comum 2020

(Verde, glória, creio – 2ª semana do saltério)

Meu Deus, vinde libertar-me, apressai-vos, Senhor, em socorrer-me. Vós sois o meu socorro e o meu libertador; Senhor, não tardeis mais (Sl 69,2.6).

Esta Eucaristia nos convida a revigorar nossa fé com a experiência da graça e do amor de Deus, do qual nada nos pode separar. Deixando-nos alimentar pelo Senhor, aprendamos dele o espírito de compaixão e de partilha. Neste início do mês vocacional, comungamos com os vocacionados para o ministério ordenado: diáconos, padres e bispos.

Primeira Leitura: Isaías 55,1-3

Leitura do livro do profeta Isaías – Assim diz o Senhor: 1“Ó vós todos que estais com sede, vinde às águas; vós que não tendes dinheiro, apressai-vos, vinde e comei, vinde comprar sem dinheiro, tomar vinho e leite sem nenhuma paga. 2Por que gastar dinheiro com outra coisa que não o pão, desperdiçar o salário senão com satisfação completa? Ouvi-me com atenção e alimentai-vos bem, para deleite e revigoramento do vosso corpo. 3Inclinai vosso ouvido e vinde a mim, ouvi e tereis vida; farei convosco um pacto eterno, manterei fielmente as graças concedidas a Davi”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: 144(145)

Vós abris a vossa mão e saciais os vossos filhos.

1. Misericórdia e piedade é o Senhor, / ele é amor, é paciência, é compaixão. / O Senhor é muito bom para com todos, / sua ternura abraça toda criatura. – R.

2. Todos os olhos, ó Senhor, em vós esperam / e vós lhes dais no tempo certo o alimento; / vós abris a vossa mão prodigamente / e saciais todo ser vivo com fartura. – R.

3. É justo o Senhor em seus caminhos, / é santo em toda obra que ele faz. / Ele está perto da pessoa que o invoca, / de todo aquele que o invoca lealmente. – R.

Segunda Leitura: Romanos 8,35.37-39

Leitura da carta de São Paulo aos Romanos – Irmãos, 35quem nos separará do amor de Cristo? Tribulação? Angústia? Perseguição? Fome? Nudez? Perigo? Espada? 37Em tudo isso, somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou! 38Tenho a certeza de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os poderes celestiais, nem o presente, nem o futuro, nem as forças cósmicas, 39nem a altura, nem a profundeza, nem outra criatura qualquer será capaz de nos separar do amor de Deus por nós, manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor. – Palavra do Senhor.

Evangelho: Mateus 14,13-21

Aleluia, aleluia, aleluia.

O homem não vive somente de pão, / mas vive de toda palavra que sai / da boca de Deus, e não só de pão. / Amém. Aleluia, aleluia! (Mt 4,4) – R.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 13quando soube da morte de João Batista, Jesus partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado. Mas, quando as multidões souberam disso, saíram das cidades e o seguiram a pé. 14Ao sair do barco, Jesus viu uma grande multidão. Encheu-se de compaixão por eles e curou os que estavam doentes. 15Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e a hora já está adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar comida!” 16Jesus, porém, lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer!” 17Os discípulos responderam: “Só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18Jesus disse: “Trazei-os aqui”. 19Jesus mandou que as multidões se sentassem na grama. Então pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu e pronunciou a bênção. Em seguida partiu os pães e os deu aos discípulos. Os discípulos os distribuíram às multidões. 20Todos comeram e ficaram satisfeitos, e, dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos cheios. 21E os que haviam comido eram mais ou menos cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças. – Palavra da salvação.

Reflexão

Não adianta Jesus tentar se afastar do povo, pois este corre a ele aonde quer que vá. Podem ser várias as razões pelas quais a multidão o procura; para o Mestre não importa o motivo. Diante da realidade dessa multidão, Jesus enche-se de compaixão, sofre a mesma dor desse povo. Se houvesse mais compaixão por parte de todos, muitos males e sofrimentos seriam resolvidos, incluindo o da fome. Ela existe não por falta de alimento, mas por falta de partilha e de compaixão. Jesus convidou a multidão a cear com seu grupo, repartindo os pães e peixes que levavam consigo. Trata-se de gesto muito comum para os orientais. A cultura ocidental normalmente partilha a mesa com a
família, parentes e amigos convidados. O “novo mundo”, anunciado pelos profetas e iniciado por Jesus, vai se concretizar quando trilharmos o duplo caminho: o caminho da justiça e da denúncia e o caminho da fraternidade e da solidariedade. Só assim superaremos a tendência maléfica do “cada um por si”.

Oração

Senhor Jesus, em vez de despedir as multidões famintas, desafiaste teus discípulos a alimentá-las, sem recorrer ao comércio. Foi assim que, recolhendo o alimento que traziam, saciaste a fome de todos, e ainda sobrou muita comida. Ensina-nos a partilhar generosamente os bens que possuímos. Amém.

 

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp / Pe. Nilo Luza, ssp / Portal Kairós

2 de agosto – Missa do 18° Domingo do Tempo Comum 2020

Missa do 18° Domingo do Tempo Comum 2020

Jesus revela a compaixão e o amor de Deus por todas as pessoas, especialmente pelas que sofrem e passam necessidades. No gesto da partilha e da generosidade, manifestamos que somos irmãos e irmãs. Esta Eucaristia nos motive a sermos solidários com os que sofrem e repartir o que temos e somos com quem precisa. Neste primeiro domingo de agosto, dia do padre, rezemos pelas vocações para o ministério ordenado: diáconos, padres e bispos.

Com Jesus aprendemos a ser solidários e generosos na partilha com nossos irmãos e irmãs necessitados.

A COMPAIXÃO QUE ALIMENTA

Jesus tenta se refugiar em lugares desertos e afastados, mas não rejeita os que o procuram. Ao ver aquela multidão de doentes e desorientados, o Mestre se enche de compaixão e busca respostas para tal situação. Na lógica dos discípulos, a solução era despedir a multidão, para que fosse aos povoados providenciar alimento. Jesus propõe outro caminho: envolver os discípulos no problema. Estes, porém, questionam: “Só temos cinco pães e dois peixes”. A partilha desse pouco alimento foi suficiente para alimentar imensa quantidade de pessoas e, por fim, ainda houve sobras.

Jesus, novo Moisés, após a morte de João Batista, recomeça seu itinerário no deserto – periferia mais afastada –, para concluir sua missão em Jerusalém, no confronto com o poder opressor. No deserto se constitui o novo povo de Deus, que sai das cidades para se encontrar com o Mestre, profeta por excelência. O novo maná já não cai do céu, mas brota da partilha do pouco de cada um. Lá no deserto, o povo celebra o banquete com comida farta, fruto da partilha e da solidariedade. Com seu gesto, Jesus mostra que, no centro das atenções, deve estar o povo, e não os discípulos e os apóstolos. Seguindo essa lógica, quanta coisa mudaria nas comunidades cristãs!

Tudo começa com a compaixão. Quando há compaixão, muitos problemas são solucionados, inclusive o da fome, que tanto assola a humanidade e, infelizmente, também o nosso país. O mais grave é que, em vez de vislumbrarmos soluções, vemos as coisas piorando para a grande maioria da população. Multidões famintas e sem perspectivas de vida digna se espalham pelas ruas e avenidas de nossas cidades.

Pelo gesto de Jesus, todos somos responsáveis: autoridades, Igrejas, instituições e a sociedade em geral. Unindo essas forças todas, haveria mais condições para chegarmos a uma solução. Na oração do pai-nosso, dizemos: “o pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Deus deseja que todos os seus filhos e filhas tenham pão na mesa, mesmo aqueles que não podem comprá-lo. Condições básicas que possibilitam a vida digna – entre as quais o alimento – são direito de todos.

 

Pe. Nilo Luza, ssp / Portal Kairós

Hora da Família 2020: Eu e minha família serviremos ao Senhor

“Eu e minha família serviremos ao Senhor”

Esse título é uma frase do livro de Josué (cap. 24) e se constitui como tema da Semana da Família, a ser celebrada entre 9 e 15 de agosto. O objetivo é levar-nos a refletir sobre a vocação da família cristã, que é servir ao Senhor e à sua Igreja. Humanamente, falar em servir, tem uma conotação de submissão. Porém, servir a Deus tem uma dimensão de libertação. Quanto mais formos submissos a Deus, mais livres seremos. Deus nos concedeu o Espírito de seu Filho, que, em nós, clama Abbá, Pai. Se nos guiarmos por esse mesmo Espírito, serviremos a Deus como filhos e não como escravos. “Já não és escravo, mas filho” (Gl 4,7). Quando Jesus, o Filho por excelência (que tem a mesma natureza divina do Pai celeste) foi tentado pelo diabo, que lhe ofereceu a posse de todos os reinos do mundo se o adorasse, Jesus respondeu dizendo: “Ao Senhor teu Deus adorarás e somente a Ele servirás” (Mt.4,10). O serviço a Deus é um ato de amor filial e libertador.

No Antigo Testamento, servir a Deus tinha dupla conotação: servir no culto, ou seja, nos sacrifícios oferecidos e na manutenção do templo e, o segundo aspecto, servir a Deus por uma conduta conforme a sua vontade. Ainda no A.T. afirma-se que servir a Deus pela obediência se antepõe ao culto. No primeiro livro de Samuel (15,22), lemos: “O que o Senhor prefere? Que lhe ofereçam holocaustos e sacrifícios, ou que obedeçam à sua palavra? Obedecer vale mais do que oferecer sacrifícios. Ser dócil é mais importante do que a gordura de carneiros oferecida nos sacrifícios”. Jesus é o Filho obediente; Ele veio para fazer a vontade do Pai (cf. Lc.2,49). Essa fiel obediência de Jesus ao Pai o levou à cruz. Jesus foi obediente até à morte. Sua obediência nos salvou. A cruz é expressão de sua obediência até às últimas consequências. Assim Jesus serviu ao Pai fazendo-lhe a vontade, e a nós reparando nossa recusa em obedecer. Jesus expressa isso ao dizer: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc.10,45).

O único culto agradável a Deus, que prestamos como cristãos, é oferecer o sacrifício de Jesus Cristo que, pela obediência, entregou a vida por nós. Cada vez que celebramos a Eucaristia (a missa) é esse sacrifício de Jesus que é atualizado pelo Sacramento. No contexto da última ceia, ao instituir a Eucaristia, Jesus ensinou: “Eu vos dei o exemplo para que como eu fiz vós façais também” (Jo.13,15). Portanto, obedecer ao Pai e viver ou entregar a vida pelos outros é o que o Senhor espera de nós, seus discípulos.

Aqui temos uma importante indicação às famílias cristãs: devemos servir a Deus pela obediência, por uma vida que seja conforme à Sua vontade, seguindo assim o exemplo de Jesus, que foi obediente ao Pai e dedicou a vida pelos irmãos. Nas famílias cristãs, ainda no colo dos pais, os filhos devem aprender a fazer a vontade de Deus. Só poderemos fazer o que o outro quer se nos dispusermos a ouvir e a dar atenção ao que o outro tem a nos dizer. Assim também só poderemos fazer a vontade de Deus dando atenção e procurando conhecer, por meio de sua Palavra, o que Ele quer de nós. É no seio da família cristã que temos que aprender a amar e servir a Deus.

Como haverá quem escute e aprenda se não houver quem anuncie e ensine? Foi em função disso que Jesus incumbiu seus discípulos de ensinarem a todos tudo o que dEle aprendemos. “Ide, fazei discípulos … ensinai-lhes a observar tudo o que eu vos ensinei” (Mt.28,19). Serviremos ao Senhor atendendo ao que Ele nos pediu. Portanto, anunciar a Palavra, ensinar o que aprendemos do Senhor, ministrar catequese, realizar a leitura orante da Bíblia, transmitir a fé aos filhos, etc., constitui-se como serviço ao Senhor. Na carta aos Filipenses (cap. 2), o apóstolo Paulo diz: “Os outros buscaram seus próprios interesses e não os de Jesus Cristo. Mas ele (Timóteo), vós sabeis que prova deu: como um filho junto do pai, ele se pôs comigo ao serviço do evangelho”.

Atualmente, as ocupações da vida, o desejo de conquistar objetivos pessoais, a busca em saciar nossas necessidades materiais, facilmente, podem nos levar a viver movidos pelos nossos próprios interesses e a menosprezar o serviço ao Senhor. Por isso, Jesus faz um sério alerta aos seus discípulos (Mt.6, 24): “Ninguém pode servir a Deus e ao dinheiro”, ou seja, servir a Deus e aos seus próprios interesses. Não permitamos que esse “rival” se interponha entre Deus e nós, distanciando-nos de servi-Lo como convém.

Tudo sobre a Semana Nacional da Família 2020

Em síntese, SERVIR A DEUS significa: participar e manter o culto, obedecer ao que o Senhor nos pede, sobretudo no amor a Deus e ao próximo, anunciar e ensinar a outros tudo o que do Senhor nós aprendemos. Assim agindo, cada cristão, consciente e decididamente, poderá reafirmar: EU E MINHA FAMÍLIA SERVIREMOS AO SENHOR.

Por que alguns “artistas” estão contra a família?

 

Dom Wilson Angotti – Bispo de Taubaté / Portal Kairós