Cardeal Tauran: a mulher é educadora de fraternidade

“O papel da mulher na educação à fraternidade universal” é o tema da assembleia plenária do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, iniciada esta quarta-feira (07/06) no Vaticano e que prosseguirá até sexta-feira. Na conclusão dos trabalhos os participantes serão recebidos em audiência pelo Papa. Quais são os pontos que esta plenária quer focalizar? Foi o que a Rádio Vaticano perguntou ao presidente do dicastério, Cardeal Jean-Louis Tauran. Eis o que disse:

Cardeal Jean-Louis Tauran:- “As mulheres têm igual dignidade em relação ao homem e sobretudo nós, como cristãos, sabemos que somos membros de um só corpo, do qual a cabeça é Cristo e isso faz de modo que seja uma relação paritária. Diante de Deus, como diz São Paulo, não há nem escravos nem livres: todos somos membros de Cristo.”

RV: A sociedade ainda não foi completamente permeada por essa mensagem?

Cardeal Jean-Louis Tauran:- “Não, sobretudo com a crise da família. Temos que pensar, por exemplo, que Jesus confiou às mulheres o primeiro anúncio da Páscoa. Elas são os primeiros missionários!”

RV: Essa plenária quer ressaltar o papel da mulher na educação à fraternidade. A mulher, talvez também porque é mãe, num certo sentido é um canal privilegiado para isso?

Cardeal Jean-Louis Tauran:- “Sim, por esta ternura… Muitas vezes o Papa faz referência a isso. A mulher por essência, porque é mãe, tem uma ternura, uma capacidade de ouvir, de cuidar, de ocupar-se e isso é uma mensagem universal.”

RV: Durante os trabalhos da plenária quatro mulheres desenvolverão reflexões que vão de temas bíblicos à construção da paz. Por que os senhores quiseram traçar esse percurso?

Cardeal Jean-Louis Tauran:- “Para mostrar que a mulher não tem somente essa tarefa de ternura, de mãe, mas também tem o seu lugar na sociedade. Como os homens, as mulheres são capazes de ter responsabilidade e, portanto, é um bem ouvir esses pontos de vista para ter uma visão completa da mulher vista como igual ao homem diante de Deus e diante da sociedade. As mulheres devem ter as mesmas responsabilidade, a possibilidade de assumir as mesmas responsabilidades.” (RL/DD)

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Cazaquistão: Santa Sé na “Expo internacional 2017 – O futuro da energia”

O prefeito do dicastério vaticano para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Cardeal Peter Turkson, chegará a Astana, Cazaquistão, nesta quinta-feira (08/06), para a inauguração da “Expo internacional 2017 – O futuro da energia”.

A Santa Sé, que participa de Exposições universais desde 1851, estará presente com um pavilhão intitulado “Energia para o bem comum. Cuidar da nossa Casa comum”, realizado com a contribuição da Igreja local.

O pavilhão aprofunda o tema da energia, entendido como oportunidade para a promoção humana e a melhoria da “Casa comum”, baseado no uso equitativo e sustentável dos recursos naturais.

A estrutura da Santa Sé, que utiliza instalações de caráter digital e acompanha os visitantes através de percursos fotográficos, artísticos, culturais e espirituais, desenvolve quatro áreas temáticas: o amor de Deus como origem da criação do homem e da Terra, a energia como instrumento colocado nas mãos do ser humano que nem sempre fez um uso adequado; a energia em prol do desenvolvimento integral da pessoa e do cuidado da Casa comum, e a força da espiritualidade com referência à oração, busca de sentido e diálogo inter-religioso.

A inauguração da Expo 2017 se realizará na próxima sexta-feira, dia 9. O pavilhão da Santa Sé será inaugurado na manhã do dia seguinte.

O Cardeal Turkson permanecerá em Astana até o próximo domingo, 11, acompanhado pelo Núncio Apostólico no Cazaquistão, Quirguistão e Tadjiquistão, Dom Francis Assisi Chullikatt, e por representantes da Igreja local.

O National Day da Santa Sé está programado para 2 de setembro próximo.

 

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Palavra do Papa chegará a mais corações na Coreia, diz Card. Yeom Soo-jung

“A presença do Papa Francisco na Coreia, em 2014, provocou uma mudança na sociedade. A sua visita foi para toda a nação um momento muito comovente e significativo. Ora, graças ao acordo que estipulamos com a Secretaria vaticana para a Comunicação, poderemos participar da missão de comunicação evangélica, junto com a Santa Sé, também divulgando os discursos e as atividades do Santo Padre. A sua palavra é sempre de grande impacto”.

Foi o que declarou à Agência Fides o Arcebispo de Seul, Cardeal Andrew Yeom Soo-jung, presente nestes dias em Roma para a apresentação do acordo entre Santa Sé e Igreja na Coréia.

Graças ao Memorandum de Intenções estipulado com a Secretaria para a Comunicação, a Arquidiocese de Seul passa a ser a responsável pelo site em língua coreana da Rádio Vaticano.

O Departamento de Comunicação e Mídias da Arquidiocese, assumiu oficialmente a responsabilidade de traduzir para a língua coreana todos os conteúdos fornecidos pela Secretaria para a Comunicação, incluindo os discursos e as atividades do Santo Padre, as atividades da Santa Sé, as informações sobre a Igreja Universal.

O Cardeal recordou à Agência Fides, que a visita do Papa em 2014 foi um momento inesquecível. “O Papa Francisco encontrou os jovens, falou com os parentes das vítimas da tragédia do naufrágio do barco Sewol, dedicou tempo às pessoas feridas, doentes ou de luto, presidiu a missa pela paz e a reconciliação, celebrou a beatificação dos 124 mártires coreanos”.

“Foi para todos nós – acrescentou – uma experiência muito importante, e uma experiência de grande impacto, muito preciosa para o povo coreano. Se pode observar hoje na sociedade coreana que a marca da mensagem deixada pelo Papa foi muito forte. O povo coreano desenvolveu uma grande solidariedade, também, por exemplo, com os cristãos que sofrem em regiões como a Síria. E, no espírito do Bom Samaritano, cresce na sociedade o espírito da compaixão, também pelos irmãos que nos são muito caros, como os da Coreia do Norte”.

Agora, graças ao acordo com a Secretaria para a Comunicação, a palavra do Papa – conclui o Cardeal- continuará a encontrar espaço nos corações e a difundir o Evangelho na Coreia”.

 

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Papa pede participação dos fiéis no “Um minuto pela paz”

Ao final da Audiência Geral desta quarta-feira, o Papa Francisco lançou um apelo em favor da iniciativa “Um minuto pela paz”, a ser realizada esta quinta-feira, 8 de junho.

“Amanhã, às 13 horas, renova-se em diversos países a iniciativa “Um minuto pela paz”, isto é, um pequeno momento de oração na recorrência do encontro no Vaticano entre eu, o falecido Presidente israelense Peres e o Presidente palestino Abbas. Em nosso tempo, há tanta necessidade de rezar – cristãos, judeus e muçulmanos – pela paz”.

A iniciativa – realizada em vários países – é apoiada em nível internacional também pelo Fórum Internacional da Ação Católica (FIAC) e pela União Mundial das Organizações Femininas Católicas (UMOFC).

Na Argentina, por exemplo, diversas organizações uniram-se à Conferência Episcopal local, no convite para que todas interrompam por um minuto suas atividades cotidianas às 13 horas, para refletir e rezar – cada um na própria tradição religiosa – num gesto de comprometimento com a paz no mundo.

Este “minuto” poderá ser vivenciado em grupo ou individualmente, na rua ou em uma igreja, em família, na escola, no local de trabalho, na fábrica, no escritório, enfim, no local onde for possível recolher-se brevemente em silêncio.

A data recorda o terceiro aniversário do histórico encontro realizado no Vaticano em 8 de junho de 2014, e que reuniu o Papa Francisco, o Patriarca Bartolomeu e os Presidentes de Israel, Shimon Peres (falecido 28 de setembro de 2016), e da Palestina, Abu Mazen.

 

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Papa: Deus não pode ser Deus sem o homem, um grande mistério!

Chamar Deus com o nome de “Pai “é a grande revolução que o cristianismo imprime na psicologia religiosa do homem”, e “que mistério insondável é um Deus que nutre este tipo de amor pelos seus filhos”, um Deus que fica “indefeso diante do livre arbítrio do homem”.

Na Audiência Geral desta quarta-feira, onde deu prosseguimento à sua série de catequeses sobre o tema da esperança, o Papa Francisco falou sobre “A paternidade de Deus, fonte da nossa esperança”. “Um Deus que não pode viver sem o homem, é um grande mistério”, exclamou!

O Evangelho de Lucas é o que melhor documenta o “Cristo orante” e a oração do Pai Nosso, revela justamente esta intimidade de Jesus com seu Pai.

Especialmente pela manhã e durante a noite, Jesus se retirava sozinho em oração, e havia algo de fascinante nesta oração. E os discípulos – tocados por isto – pedem que Jesus ensine a eles a rezar. É então que Jesus transmite aquela que tornou-se “a oração cristã por excelência”, o “Pai Nosso”.

“Todo o mistério da vida cristã – diz Francisco – está resumido aqui, nesta palavra: ter a coragem de chamar Deus com o nome de Pai”. Mesmo a Liturgia, quando nos convida à rezar o Pai Nosso na comunidade, utiliza a expressão “ousemos dizer”.

De fato, chamar Deus com o nome de “Pai” – observa o Papa – de forma alguma é um fato óbvio. O normal, é que usemos “títulos mais elevados, que nos pareçam mais respeitosos à sua transcendência”:

“Ao invés disto, invocá-lo como “Pai”, nos coloca em relação de confiança com Ele, como uma criança que se dirige ao seu pai, sabendo ser amada e cuidada por ele. Esta é a grande revolução que o cristianismo imprime na psicologia religiosa do homem. O mistério de Deus, que sempre nos fascina e nos faz sentir pequenos, porém, não causa medo, não nos sufoca, não nos angustia. Esta é uma revolução difícil de acolher em nossa alma humana”.

Tanto é verdade isto – observa o Papa – que até mesmo as narrativas da Ressurreição falam do medo e do estupor das mulheres diante do sepulcro vazio e do anjo. “Mas Jesus nos revela que Deus é um Pai bom e nos diz: “Não tenhais medo!”.

E este Deus que é um Pai, “que sabe ser somente amor por seus filhos”, encontra grande expressão na Parábola do Filho Pródigo, narrada em Lucas:

“Um Pai que não pune o filho pela sua arrogância e que é capaz até mesmo de confiar a ele a sua parte de herança e deixá-lo ir embora de casa. Deus é Pai, diz Jesus, mas não da maneira humana, porque não existe nenhum pai neste mundo que se comportaria como o protagonista desta parábola. Deus é Pai a sua maneira: bom, indefeso diante do livre arbítrio do homem, capaz somente de declinar o verbo amar”.

E quando o filho rebelde, depois de ter superado tudo, finalmente retorna para casa, “aquele pai não aplica critérios de justiça humana, mas sente, antes de tudo, necessidade de perdoar, e com o seu abraço faz entender ao filho que durante o longo tempo de ausência, ele lhe fez falta, dolorosamente fez falta ao seu amor de Pai”.

“Que mistério insondável é um Deus que nutre este tipo de amor em relação aos seus filhos!”, exclama Francisco.

Talvez por esta razão – explica – o apóstolo Paulo não consegue encontrar uma tradução em grego para a palavra “abbá”, que Jesus pronunciava em aramaico. Por duas vezes São Paulo fala sobre isto e por duas vezes deixa esta palavra sem tradução, na mesma forma de como saía dos lábios de Jesus, “abbà”, uma expressão ainda mais íntima em relação a “pai”, e que alguns traduzem como “papai, papaizinho”.

Este Pai “nunca será um Deus “sem o homem. Grande mistério este!”, exclama o Pontífice. Mesmo que nos afastemos, sejamos hostis, nos professemos “sem Deus”. E esta certeza é “a fonte de nossa esperança”, que está em todas as invocações do Pai Nosso.

Quando temos necessidade de ajuda, Jesus não nos diz para nos resignar-nos e nos fechar em nós mesmos, mas de nos dirigir ao Pai e pedir a Ele com confiança:

“Todas as nossas necessidade, desde as mais evidentes e cotidianas, como a comida, a saúde, o trabalho, até aquelas como ser perdoados e sustentados nas tentações, não são o espelho de nossa solidão, pois existe um Pai que sempre nos olha com amor e que, seguramente, não nos abandona”.

Ao final de sua catequese, após convidar os presentes a pensarem em seus problemas e dificuldades e no “Pai que não pode ser sem nós e que nos olha neste momento”, o Papa rezou com todos a oração do Pai Nosso.

 

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