Santa Sé na ONU: tecnologia deve educar para a solidariedade

Nova York (RV) – “As inovações tecnológicas devem ser instrumentos para educar as pessoas a uma verdadeira solidariedade e para superar uma ‘cultura do descarte’ que coloca o produto, e não as pessoas, no centro dos sistemas tecno-econômicos.”

Foi a advertência feita pelo observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, Dom Bernardito Auza, em pronunciamento na sede da Organização em Nova York, esta quarta-feira (17/05), num encontro sobre o tema da inovação tecnológica.

Inovação tecnológica contribua para igualdade e inclusão social

Fazendo votos de que “o crescimento das inovações científicas e tecnológicas contribua para uma maior igualdade e inclusão social”, também na ótica da implementação dos Objetivos para o desenvolvimento sustentável, Dom Auza reiterou a importância, para tais instrumentos, de ser acompanhados pela “revolução da ternura” muitas vezes citada pelo Papa Francisco.

“É graças à compaixão e à ternura em relação ao outro que se percebe a alegria de poder partilhar as inovações em favor do desenvolvimento dos povos e das sociedades”, explicou o arcebispo filipino.

Ternura não é fraqueza, mas força transformadora

“A ternura não é uma demonstração de fraqueza, mas é uma força transformadora” que não “deixa ninguém para trás”, segundo uma atitude de “solidariedade partilhada”. Nesse sentido, “a ternura torna-se um modo para servir ao bem comum”, acrescentou Dom Auza.

Em seguida, o representante vaticano ressaltou como a Santa Sé está atenta ao progresso tecnológico, uma atitude evidenciada também pelo fato de o “Papa Francisco ter dezenas de milhões de seguidores no Tuíter e de ter o maior número de retuíter”.

Um futuro no signo da partilha

O pronunciamento do Observador permanente concluiu-se com os votos de que “o futuro da humanidade esteja nas mãos daqueles que reconhecem o outro como um ‘tu’ e a si mesmos como parte de um ‘nós’”, de modo a “partilhar os bom êxitos e os ônus recíprocos”. (RL)

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Cardeal Filoni visita a Guiné Equatorial: ordenará três bispos

Cidade do Vaticano (RV) – O prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, partiu de Roma esta quinta-feira (18/05) para uma visita pastoral à Guiné Equatorial – costa ocidental da África –, onde no próximo sábado (20/05) presidirá em Mongomo a uma solene concelebração eucarística na qual ordenará três bispos.

Bispos do Gabão, da República de Camarões e do Congo (países vizinhos) participarão da celebração. Dois dos novos bispos serão os primeiros ordinários de duas dioceses criadas recentemente.

De fato, em 1º de abril último o Santo Padre erigiu as duas novas dioceses de Evinayong e Mongomo, cujos territórios foram desmembrados das dioceses de Bata e Ebebiyin, tornando-as sufragâneas da sede metropolitana de Malabo.

O Papa nomeou primeiro bispo de Evinayong o Rev. Calixto Paulino Esono Abaga Obono, do clero de Bata; e primeiro bispo de Mongomo o Pe. Juan Domingo-Beka Esono Ayang, CMF, até então ecônomo do Seminário Claretiano de Bata. Na mesma data o Pontífice nomeou bispo de Ebebiyin o Pe. Miguel Angel Nguema Bee, SDB, até então Superior provincial dos Salesianos.

Durante a visita pastoral, que prosseguirá até a próxima quinta-feira (25/05), o prefeito de Propaganda Fide presidirá também à posse das respectivas dioceses por parte dos novos bispos, encontrará a Conferência episcopal local, o clero, religiosos e religiosas das várias dioceses. Na terça-feira, 23 de maio, o purpurado visitará Oyala, a nova “capital administrativa” da Guiné Equatorial.

Descoberta pelos portugueses, a ex-colônia espanhola é um dos estados menores e menos habitado da África continental. Único país africano de língua espanhola, segundo o Anuário estatístico da Igreja a nação conta 759 mil habitantes, dos quais 736 mil são católicos, e tem uma superfície de 28.051 quilômetros quadrados – territorialmente pouco maior do que o estado de Alagoas. (RL/Fides)

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Calendário das celebrações presididas pelo Papa no mês de junho

Cidade do Vaticano (RV) – Foi publicado esta quinta-feira (18/05) o calendário das celebrações a serem presididas pelo Santo Padre no mês de junho. No dia 4, domingo de Pentecostes, o Pontífice presidirá à santa missa às 10h30 locais na Praça São Pedro.

No domingo, dia 18, solenidade de Corpus Christi, o Papa presidirá à Eucaristia às 19h locais na Basílica de São João de Latrão – sede da Diocese de Roma –, seguida da Procissão com o Santíssimo até a Basílica de Santa Maria Maior e da Bênção Eucarística.

Na quinta-feira, dia 29, solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, Francisco presidira à santa missa às 9h30 locais na Basílica Vaticana, com a bênção dos pálios para os novos arcebispos metropolitanos.

Com relação à mudança de data da celebração de Corpus Christi, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, fez a seguinte declaração:

“O Santo Padre Francisco decidiu transferir a celebração litúrgica de Corpus Christi – que se celebra na quinta-feira 15 de junho – para o domingo, dia 18 de junho, a fim de favorecer uma maior participação do Povo de Deus, dos sacerdotes e dos fiéis da Igreja em Roma. Há ainda um segundo motivo: quinta-feira em Roma é um dia normal de trabalho, e assim fazendo se criam menos problemas para a cidade.”

(RL)

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Papa: fragilidade não é um mal, nosso valor é inestimável

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (18/05), na Sala Paulo VI, no Vaticano, os doentes de Huntington, seus familiares, associações, médicos e outros profissionais da saúde de várias partes do mundo.

O evento nasce da condição vivida por famílias provenientes da América do Sul, onde a enfermidade tem uma incidência de 500 a 1000 vezes maior em relação a outras regiões do mundo.

O mal de Huntington ou coreia de Huntington é uma doença neurológica hereditária caracterizada por causar movimentos corporais anormais e falta de coordenação, afetando várias habilidades mentais e alguns aspectos da personalidade. Por ser uma doença genética, atualmente, não tem cura. Deve o seu nome ao médico estadunidense, George Huntington.

Compromisso

“Sei que alguns de vocês tiveram que enfrentar uma viagem longa e não fácil para estar aqui hoje. Agradeço a cada um e alegro-me por sua presença. Ouvi suas histórias e fadigas que a cada dia enfrentam. Entendi que com muita tenacidade e dedicação os seus familiares, os médicos, profissionais da saúde e voluntários estão ao seu lado num caminho que apresenta muitas subidas, algumas muito íngremes.”

“Durante muito tempo o medo e as dificuldades que caracterizaram a vida dos doentes de Huntington criaram em torno deles desentendimentos, barreiras e marginalizações. Em muitos casos os doentes e seus familiares viveram o drama da vergonha, do isolamento e do abandono. Hoje, estamos aqui porque queremos dizer a nós mesmos e ao mundo: ‘Oculta nunca mais’. Não se trata simplesmente de um slogan, mas de um compromisso em que todos são protagonistas”, disse o Papa.

Fragilidade

“A força e a convicção com as quais pronunciamos essas palavras vem do que o próprio Jesus nos ensinou. Durante o seu ministério, Ele encontrou muitos doentes, carregou sobre si seus sofrimentos, derrubou os muros do estigma e da marginalização que impediam a muitos deles de se sentirem respeitados e amados.”

“Para Jesus a doença nunca foi um obstáculo para encontrar o ser humano, pelo contrário. Ele nos ensinou que a pessoa humana é sempre preciosa, dotada de dignidade que nada e ninguém pode cancelar, nem mesmo a doença. A fragilidade não é um mal e a doença, expressão da fragilidade, não pode e não deve nos fazer esquecer que aos olhos de Deus o nosso valor permanece inestimável.”

Solidariedade

Segundo Francisco, a doença pode ser ocasião de encontro, de partilha e solidariedade. “Os doentes que encontravam Jesus eram regenerados por essa consciência. Eles se sentiam ouvidos, respeitados e amados. Que nenhum de vocês se sinta sozinho, não se sinta um peso e nem a necessidade de fugir. Vocês são preciosos aos olhos de Deus, são preciosos aos olhos da Igreja.”

Aos familiares, o Papa disse que “quem vive a doença de Huntington sabe que ninguém pode realmente superar a solidão e o desespero a não ser junto das pessoas que com abnegação e constância se tornam companheiras de viagem. Não cedam à tentação do senso de vergonha e de culpa. A família é o lugar privilegiado de vida e dignidade, e vocês podem colaborar na construção da rede de solidariedade e ajuda que somente a família é capaz de garantir e que é por primeira chamada a viver.”

Desafios

O Papa agradeceu também aos médicos, profissionais de saúde e voluntários das associações envolvidas na doença de Huntington. “Dentre vocês estão os profissionais de saúde do Hospital Casa Alívio do Sofrimento que com a assistência e pesquisa dão uma contribuição importante neste campo a esta obra da Santa Sé.”

“O serviço de todos vocês é precioso, pois através de seu compromisso e iniciativa tomam forma concreta a esperança e o entusiasmo das famílias que confiam em vocês. Os desafios de diagnóstico, terapêuticos e assistenciais que a doença apresenta são muitos. Sejam pontos de referência para os pacientes e seus familiares, que em várias circunstâncias enfrentam as provações da doença num contexto social e sanitário que muitas vezes não está à altura da dignidade da pessoa humana.”

O Papa recordou que “à doença muitas vezes se acrescentam a pobreza, separações forçadas e uma sensação geral de desânimo e desconfiança. Portanto, as associações e agências nacionais e internacionais são vitais. Sejam como os braços que Deus usa para semear esperança. Sejam vozes que reivindicam os direitos dessas pessoas!”

Esperança

Aos geneticistas e cientistas presentes, Francisco disse que “sem poupar energias eles se dedicam ao estudo e busca de uma terapia para a doença de Huntington”. Desse esforço “depende a esperança de encontrar o caminho para a cura definitiva da doença, mas também para a melhoria das condições de vida dos doentes e o acompanhamento, sobretudo nas fases delicadas do diagnóstico”.

O Papa os encorajou a seguir adiante “sempre com meios que não contribuam para alimentar a cultura do descarte que se insinua também no mundo da pesquisa científica. Alguns ramos da pesquisa utilizam embriões humanos, causando inevitavelmente a sua destruição. Sabemos que nenhuma finalidade, por mais nobre que seja, como a previsão de uma utilidade para a ciência, para outros seres humanos ou para a sociedade, pode justificar a destruição de embriões humanos”.

“Que a vida de cada um de vocês possa ser testemunho vivo da esperança que Cristo nos doou. Através do sofrimento passa também a estrada fecunda do bem que podemos percorrer juntos”, concluiu Francisco.

(MJ)

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Papa: o amor de Jesus é sem medida, não seguir os “amores” mundanos

Cidade do Vaticano (RV) – O amor de Jesus é sem medida, não como os amores mundanos, que buscam poder e vaidade. Foi o que disse o Papa Francisco na Missa matutina (18/05) na Casa Santa Marta.

“Assim como o Pai me amou, também eu vos amei”: o Pontífice desenvolveu sua homilia partindo da afirmação de Jesus, que destaca como o seu amor seja infinito. O Senhor, observou ainda, nos pede que permaneçamos no Seu amor “porque é o amor do Pai” e nos convida a observar os Seus mandamentos. Para Francisco, “certamente os Dez Mandamentos são a base, o fundamento, mas é preciso seguir todas as coisas que Jesus nos ensinou, os mandamentos da vida cotidiana”, que representam “um modo de viver cristão”.

Uma coisa é querer bem, outra é amar

A lista dos mandamentos de Jesus é muito ampla, afirmou Francisco, mas “o cerne é um: o amor do Pai por Ele o amor Dele por nós”:

“Existem outros amores. Também o mundo nos propõe outros amores: o amor ao dinheiro, por exemplo, o amor à vaidade, exibir-se, o amor ao orgulho, o amor ao poder, inclusive cometendo muitas injustiças para ter mais poder… São outros amores, este não é de Jesus e não é do Pai. Ele nos pede para permanecer no seu amor, que é o amor do Pai. Pensemos também nesses outros amores que nos afastam do amor de Jesus. E também, existem outras medidas para amar: amar pela metade, isso não é amar. Uma coisa é querer bem, outra é amar.”

O amor de Deus é sem medida

“Amar – destacou – é mais do que querer bem”. Qual é, portanto, “a medida do amor”, se pergunta Francisco: “A medida do amor é amar sem medida”:

“E assim, realizando esses mandamentos que Jesus nos deixou, permaneceremos no Seu amor, que é o amor do Pai, é o mesmo. Sem medida. Sem este amor morno ou interesseiro. ‘Mas porque, Senhor, nos lembra dessas coisas?’, podemos perguntar. ‘Para que a minha alegria esteja em vocês e esta alegria seja plena’. Se o amor do Pai vai até Jesus, Jesus nos ensina o caminho do amor: o coração aberto, amar sem medida, deixando de lado outros amores”.

A missão do cristão é obedecer a Deus e doar alegria às pessoas

“O grande amor por Ele – acrescentou o Papa – é permanecer neste amo e se há alegria”; “o amor e a alegria são um dom”. Dons que devemos pedir ao Senhor:

“Pouco tempo atrás, um sacerdote foi nomeado bispo. Foi visitar seu pai, já idoso, para dar-lhe a notícia. Este homem idoso, aposentado, homem humilde, um operário durante toda a vida, não tinha frequentado a universidade, mas tinha a sabedoria da vida. Deu somente dois conselhos para o filho: ‘Obedeça e dê alegria às pessoas’. Este homem tinha entendido isso: obedeça ao amor do Pai, sem outros amores, obedeça a este dom e, depois, dê alegria às pessoas. E nós, cristãos, leigos, sacerdotes, consagrados, bispos, devemos dar alegria às pessoas. Mas por que? Por isso, pelo caminho do amor, sem qualquer interesse, somente pelo caminho do amor. A nossa missão cristã é dar alegria às pessoas.”

O Papa concluiu: “Que o Senhor proteja, como pedimos nas orações, este dom de permanecer no amor de Jesus para poder dar alegria às pessoas”.

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