O Humanismo Integral

Em nossos dias há um excesso de tecnocracia, um exagero da técnica, da máquina, do cálculo, do mercado, de consumismo. Vamos deixando em segundo lugar a centralidade, a dignidade e a primazia da pessoa humana. Nosso progresso e desenvolvimento econômico não é acompanhado pelo progresso humano integral que enfoca a ética, a cordialidade, os sentimentos, a religiosidade, a mística.

É hora de deixar-se tocar pela humanidade dos santos.

O resultado de tudo isso se expressa na depressão, no vazio existencial no desmantelamento da natureza, na desestruturação da família. Temos medo de ter filhos e medo de envelhecer. Aumentam as desigualdades sociais. Deus se tornou inútil, estorvo, invenção dos fracos e dos perdedores. Eis a invasão do laicismo.

Por defasagem de um humanismo integral, o dinheiro é o ídolo mais adorado e o prazer tomou o lugar da verdade. O que interessa é aquilo que agrada e satisfaz. Em vez de crescermos na lógica do personalismo, criamos o pior de todos os monstros: o individualismo, o reino do “eu”. Nesta lógica, o outro não é um irmão, um dom, um amigo, mas, um concorrente, uma ameaça, um inimigo.

Estamos vivenciando a queda da nossa civilização. É hora de escutar os profetas do humanismo, deixar-se tocar pela humanidade dos santos, aprender a ser humanos com Jesus Cristo. Acolhamos as propostas humanizadoras do Papa Francisco que nos pede para superar a indiferença. Humanismo integral significa: aceitação de si, fraternidade com os outros, cuidado com a criação e comunicação com Deus.O humanismo zela pela vida, desde a fecundação até seu fim natural. Seus pilares são: a gentileza, a autoestima, a consciência ecológica, a tolerância, a cortesia, a solidariedade.

Ser humano é chorar com os que choram, é alegrar-se com os que se alegram, é ter compreensão com os outros, é acolher a diversidade e a pluralidade. Quanto mais seguirmos Jesus, mais peritos em humanidade seremos.

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Card. Rocha comenta expectativa para Assembleia da CNBB

Um momento especial de comunhão do episcopado brasileiro: assim o Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Card. Sérgio da Rocha, define a Assembleia Geral da instituição, que tem início na quarta-feira (26/04) em Aparecida.

Além do tema central, este ano dedicado à iniciação cristã, os bispos brasileiros também aprofundarão aspectos da conjuntura política e eclesial, após 10 anos da conferência de Aparecida, como explica à Rádio Vaticano o Arcebispo de Brasília:

Com início da 55ª Assembleia Geral, no mesmo dia entrará no ar o novo portal da CNBB, no mesmo endereço www.cnbb.org.br. Com esta inovação, segundo o Secretário-Geral, Dom Leonardo Steiner, a CNBB buscará dar um novo dinamismo na comunicação digital e na ação evangelizadora da Igreja no Brasil, reforçando uma visão de conjunto de sua identidade e ação.

Pe. Rafael Vieira, assessor de imprensa da CNBB e que esteve no Vaticano antes da reformulação, explica que o portal buscou integrar, em uma só plataforma, as modernas tecnologias para facilitar a acessibilidade das informações e principalmente aumentar a sinergia entre a produção do conteúdo e a sua distribuição nos diversos canais de comunicação da CNBB.

Artigos produzidos pelos bispos brasileiros também terão destaque na nova plataforma. Assim como as informações das comissões, pastorais e organismos da CNBB. O site também conta com espaço para banners de eventos em destaque da Igreja, campanhas, atividades e formulários.

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10 anos da Conferência de Aparecida

A Conferência de Aparecida comemora 10 anos em maio. Foi certamente uma Conferência especial, a começar pelo fato de que nossos Bispos, pela primeira vez, trabalharam todos os dias cercados pelo Povo de Deus. Do subsolo do Santuário Nacional ouviam o barulho dos romeiros, suas preces e cânticos, celebravam a Eucaristia com eles, contemplavam sua piedade e recebiam seus abraços. Tal experiência ecoou fortemente no discernimento e nas decisões da Conferência. Recebemos um Documento que, desde o Documento de Medellín, resgatou e superou os documentos anteriores do Celam.

É um documento integralmente missionário, cujo lema convoca todos os batizados a serem discípulos e missionários da Vida: ‘Discípulos e Missionários de Jesus Cristo, para que nossos povos n’Ele tenham Vida: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6)’.

Os Bispos conseguiram superar suas conflitualidades ideológicas, porque tomaram consciência da fragilidade da Igreja como instituição social, ao mesmo tempo em que contemplavam a beleza do Povo de Deus, ainda cheio de fé e de piedade.

Jesus, Caminho, Verdade e Vida, é a proposta essencial de todo o Documento, como uma experiência de encontro, de amor e de missão, que todo cristão deve buscar. A alegria de ser cristão brota desse encontro, antes que do fato de ser membro de uma instituição eclesial. Os termos Vida, Povo, Missão e Discípulo-Missionário ecoam em todas as páginas do Documento, como fios condutores. Principalmente a palavra Vida, a partir da afirmação de Jesus: “Eu vim para que todos tenham Vida em abundância” (Jo 10,10), desemboca num novo empenho pelo dom da vida, desde a vida sobrenatural até a vida ecológica, exigindo assim uma retomada da opção pelos pobres.

O que nos resta desse Documento 10 anos após sua publicação? Na verdade, as grandes mudanças na Igreja da América Latina e do Caribe haviam acontecido nas duas décadas após o Concílio Vaticano II, quando contávamos com bispos que não eram apenas pastores, mas também profetas, principalmente dentro do contexto das ditaduras militares. Eles haviam estimulado sacerdotes, religiosos e leigos a se tornarem um Povo de Deus em marcha, que vivesse uma fraternidade solidária e lutasse contra as injustiças sociais. Naqueles anos, as pequenas comunidades lideradas por leigos buscavam na Palavra de Deus a força para sua fé e vida, e nas celebrações ecoavam a vida e as lutas do povo.

Contudo, as mudanças culturais dentro da sociedade e dentro da Igreja haviam arrefecido fortemente essa caminhada de esperança. São João Paulo II foi o homem de Deus para o Leste europeu. Mas não se pode dizer o mesmo em relação ao mundo latino-americano e caribenho. Teve dificuldades para compreender a caminhada da nossa Igreja e as mudanças na sociedade ocidental.

Por isso, podemos afirmar que o Documento de Aparecida abriu novamente horizontes de esperança para muitos agentes de pastoral, bispos, sacerdotes, diáconos e leigos, que encontraram nele um novo estímulo para retomar a caminhada do Concílio, até certo ponto interrompida. Certamente, será uma caminhada bastante longa.

O Documento retoma e reafirma assim valores tipicamente eclesiais da América Latina e do Caribe, como a opção pelos pobres, intrínseca à fé em Jesus; a importância das pequenas Comunidades de base na estrutura eclesial; o método Ver, Julgar e Agir para qualquer projeto pastoral; o valor e a centralidade da Bíblia; a retomada do Concílio Vaticano II, como referência indispensável da Igreja atual; a dimensão de libertação, tal como ensinava a Teologia da Libertação, que inspira de todo o Documento; a relação necessária entre conversão pessoal e conversão estrutural dentro e fora da Igreja; o protagonismo evangelizador dos Leigos, todos Discípulos-Missionários por força do próprio batismo.

Contudo, na realidade atual a Igreja do Brasil continua até hoje caracterizada pelos movimentos espiritualistas das últimas décadas. Não são poucos os bispos, sacerdotes e diáconos formados dentro do espírito da Igreja sonhada por São João Paulo II como uma instituição forte e centralizadora, em que a obediência às rubricas litúrgicas, a evangelização feita por pop-stars e o gosto do confronto espiritual entre o bem e o mal criou um catolicismo em grande parte rendido ao pentecostalismo. As propostas do Documento de Aparecida e dos documentos posteriores da CNBB ainda não têm força para mudar as estruturas atuais da Igreja e transformá-la em Igreja Povo de Deus e comunidades de comunidades vivas.

Graças a Deus, Papa Francisco retomou com muita coragem as propostas do Concílio e tem sido um profeta dentro e fora dos muros da Igreja. Pode-se afirmar que ele está fazendo com que o Documento de Aparecida se transforme num desafio para a Igreja católica de todos os países. Como um dos responsáveis pela redação do Documento de Aparecida, em seus documentos e em as suas falas, colhe as grandes propostas do Documento de Aparecida e tem coragem de atualizá-las continuamente. A exortação apostólica “A Alegria do Evangelho”, sobre a Evangelização, a encíclica “Lodato sì”, sobre o cuidado com nossa Casa comum, e a exortação apostólica pós-sinodal “Amoris Laetitia” sobre o amor na família, além de seus inúmeros discursos e homilias retomam constantemente a pessoa de Jesus, a missão do cristão e a defesa da vida.

Certamente, o Documento de Aparecida continua sendo um documento do futuro. Há uma caminhada desafiadora, que começa pela conversão ideológica do clero para levar avante uma reestruturação real de dioceses, paróquias e movimentos. E os bispos, se de fato querem formar um colégio episcopal ao redor do Papa, deveriam liderar o apoio a tantos grupos que têm continuado uma pastoral de libertação. Será importante recriar o espaço do Povo de Deus e reanimar os pequenos grupos de evangelização, os círculos bíblicos, o protagonismo de leigos bem formados, a piedade popular iluminada pela Palavra de Deus, as celebrações encarnadas e o compromisso de transformação social.

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Cardeal Parolin participa do ‘Villaggio Sport4Earth’, promovido pelos Focolares

“Comprometamo-nos juntos em defender este nosso patrimônio comum e em tutelar sobretudo os direitos de quem tem mais necessidade, salvaguardando a terra”.

Com esta afirmação o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin, exortou na manhã do domingo 23 de abril, os participantes reunidos na Villa Borghese, em Roma, para a Aldeia Sport4Earth, iniciativa promovida pelo Movimento dos Focolares e Earth Day Italia e inserida no evento “Villaggio della Terra”.

“Algo importante que quero sublinhar e confiar a vocês é que esta ação deve ser feita juntos”, disse Parolin. “Coloco-me na esteira da visita do Papa há um ano e da mensagem que deixou a vocês e que vos tocou profundamente como programa de graça. Não temos necessidade de tantos discursos para dizer quão bela é a terra”. Devemos “defender a terra e os direitos de quem têm necessidade”, reiterou o Cardeal na homilia da Missa que presidiu no local, para os muitos fiéis presentes.

O purpurado recordou ainda a mensagem contida na Encíclica social do Papa Francisco, Laudato Si: “ Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. Por isso, entre os pobres mais abandonados e maltratados, conta-se a nossa terra oprimida e devastada, que «geme e sofre as dores do parto». Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra . O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos. Nada deste mundo nos é indiferente”.

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Um rápido diagnostico para conhecer os jovens millenials! (III)

Uma forma mais simples de descrever a cultura pós-moderna dos jovens da geração do milênio ou, simplesmente millenials é chama-la de cultura EPIC, isto é: E= experiencial, P = participativa, I= baseada em imagens, e C= conectada.

Experiencial, isto é, passamos do âmbito racional para o experiencial. Os grandes shopping centers, não são somente um local de venda de produtos, mas uma experiência. As pessoas vão a estes locais, não somente para comprar, mas para ter uma experiência, encontro com amigos, busca de novas amizades, relaxar. Talvez por isto que estes centros comerciais, mantem também lugares de lazer.

Participativa, isto é, passa-se do âmbito do representativo ao participativo. A participação nesta cultura pós-moderna é interativa, é uma cultura da opção. Não se escolhe somente de um menu, mas que você mesmo muda o menu. Não transmite somente tradição ou cultura, mas também a transformas e a personalizas.
Baseada na imagem, isto é, passou da “palavra” para a “imagem”. As imagens são a linguagem universal da humanidade. Os bancos de imagens estão adquirindo muito valor, hoje, com bancos de dinheiro. Esta geração adora se auto fotografar (selfies…) e enviar para todos os amigos…

Conectada, isto é, do contexto individual passa-se a comunidade conectada. Connexity é um meio social, é a mais nova praça central da aldeia global, o novo espaço público e a nova praça do mercado. O paradoxo é que o individualismo, que a internet fomentou, de alguma maneira levou a uma fome de conectividade, não mais de sangue, mas de opção.

Os millenials são exigentes e estão sempre atentos: para eles uma compra não representa apenas uma compra, significa principalmente valores éticos que eles querem passar para o seu círculo social, dentro e fora das redes sociais.

Eles têm trazido mudamos significativas no comportamento de consumo. Pela primeira vez, tornou-se regra ter amigos internacionais, não uma exceção. Pela primeira vez, o sonho não é ter casa e carro, mas viajar sem amarras e viver no mundo. O êxito do Uber e Airbnb so um exemplo disto. As redes sociais dão a possibilidade de se manter conectados as melhores pessoas que estimamos, não as que nos tocam por situações sociais e geográficas. Eles ao também os primeiros a rechaçar os empregos tradicionais e a educação formal como um único caminho. São mais inovadores e menos patriotas.

Segundo a Educadora sexual Débora Pádua, “esta geração quer estabilidade financeira, estudar fora, fazer intercambio. Tem coisas muito mais interessantes do que se comprometer com alguém” (Folha de S. Paulo 9/08,2016). Eles se casam mais tarde, estão saindo de casa com idade mais avançada.
A tecnologia produz uma realidade virtual padronizada e massificada, materializada num programa de computador a ser processado por um gadget, como ocorre com o Pokémon Go. O sonho é a realidade virtual onde realizamos de forma disfarçada e simbólico os desejos que a realidade nos obriga a cortar. Não é de hoje que se usam substancias que criam estados alterados de consciência, afastando-nos da realidade e nos levando para a paraísos artificiais (virtuais).

Estamos diante de uma geração marcada pelo amor a tecnologia e a informação, conectada virtualmente com todos, sem limites geográficos ou de tempo e por um estilo de vida em que a internet está presente em todos os momentos de sua vida. Em breve será esta a geração que estará moldando e dirigindo os destinos de nossos países e humanidade em geral, num futuro muito próximo (final)!

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