Confira texto sobre o 2º dia de coletivas

O segundo dia de Coletivas de Imprensa da 55ª Assembleia dos Bispos do Brasil trouxe como temáticas o tema central da assembleia, os 10 anos da Conferência da Aparecida e o projeto “Pensando Brasil” que aborda neste ano o tema da educação.

Na conversa com os jornalistas a coletiva teve a presença do Bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), Dom Joel Portela Amado, o Arcebispo coadjutor de Montes Claros (MG), Dom João Justino de Medeiros e o Bispo auxiliar de Porto Alegre (RS), Dom Leomar Brustolin.

Tema Central preocupa-se com transmissão da Fé

Dom Leomar destacou a preocupação do episcopado com o tema da iniciação da vida cristã. Ele abordou algumas preocupações, por exemplo, como a questão da transmissão da fé às novas gerações e a grande preocupação da Igreja em formar não só adeptos, mas discípulos. “É preciso avaliar e dizer quais caminhos retomar”, disse.

Para tal a missão dos bispos é traduzir toda a linguagem que for técnica de forma acessível e concreta para a pastoral, por isso o texto tem sido encarado por uma comissão, que constatou que muitas paróquias do Brasil já conhecem a iniciação da vida cristã, mas também o fato de que muitas ainda não chegaram neste ponto, e por isso, o texto visa uma retomada dessa caminhada. “Percebeu-se que o texto deveria ser conciso e que fosse dirigido a um público que seria os catequistas em primeiro lugar, com linguagem acessível, direta e com mudança de prática. Uma renovação paroquial, não é uma reforma de catequese, mas uma conversão pastoral de toda comunidade para acolher, inserir, e comprometer os novos cristãos”.

Conferência de Aparecida pode ser traduzida como conversão pastoral

Ao falar dos 10 anos da Conferência de Aparecida, Dom Joel revela que não é simplesmente momento de fazer memória, mas refletir o quanto ele é importante. Para ele é importante saber que o Documento de Aparecida é uma mudança não no sentido de como a Igreja se anuncia, mas como exerce sua missão.

Ele também refletiu sobre a questão da transmissão da fé, que assim como tem sido refletida nesta assembleia, também já se apresentava no Documento de Aparecida, o que mostra uma igreja preocupada em cumprir a missão. “Aparecida também assume publicamente que não é mais tão tranquila a transmissão da fé naqueles que foram durante séculos os mecanismos tradicionais de transmissão e propõe recomeçar a partir de Jesus Cristo”, aponta.

Um aspecto relevante é o fato de não pressupor que Jesus seja conhecido pelas pessoas, mas apresentar a pessoa de Jesus e ajudar a tirar consequências disso. Aparecida mostra que esses 10 anos precisam de mais tempo, porque tudo se transforma com rapidez absurda, no mundo econômico, social, político e cultural. O que servia pra fazer a ponte entre fé e vida foi se mostrando frágil”, disse.

O Bispo auxiliar do Rio de Janeiro também lembrou que o Cardeal Bergoglio foi o presidente da comissão de redação do documento. “Ali tem o suor, o empenho e o esforço daquele homem”, relembrou.
Dom Joel finalizou dizendo que é preciso encontrar uma série de riquezas no Documento de Aparecida e que significa que ainda existirá muito tempo de mergulho em detalhes do documento. “Aparecida precisa ainda de muito tempo para ser assimilada”.

Propostas para uma educação enfraquecida

Dom João Justino encerrou o dia de coletiva apresentando o quarto ano do projeto Pensando Brasil, que nasceu para ser um espaço de contribuição na sociedade a partir da experiência da Igreja em temas que tocam a sociedade.

Atualmente tem sido trabalhado e pensado uma educação que cuide da pessoa em todas as dimensões humanas.
Ele mostrou aspectos relevantes que mostram um aumento no acesso a escola, mas que também traz o desafio da permanência. Segundo o bispo há um enfraquecimento da educação. “A escola tem de ser responsabilidade de todos”, citou.

O bispo também criticou as contínuas reformas na educação que não visam um processo de continuidade.

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México: bispos discutem emergência migratória

O compromisso da Igreja Católica no México para enfrentar a crise humanitária ligada ao fenômeno da migração. Este é um dos principais temas discutidos na 103ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Mexicana (CEM), em andamento na Cidade do México.

Recentemente, os bispos mexicanos reiteraram, em um comunicado, o compromisso da Igreja de “apoiar os migrantes da América Central e do Sul, que cruzam o país para chegar aos Estados Unidos.” A Igreja no México desempenha um papel constante ajudando os migrantes.

Entre as várias iniciativas desempenhada pela Igreja Mexicana, destaca-se as setenta casas de migrantes espalhadas pelo país. São estruturas que oferecem as “primeiras boas-vindas” aos migrantes em trânsito. Eles querem mostrar que, para a Igreja ninguém é ilegal e também dar “apoio espiritual e moral.”

Os bispos, além de se expressarem contra a construção de um muro na fronteira entre México e os Estados Unidos, lembram a grave situação de muitos migrantes.
Numa recente mensagem por ocasião da reunião bianual chamada “Tex-Mex”, os bispos das dioceses de fronteira do México e do Texas fizeram um pedido, em particular: ouvir “o grito dos irmãos migrantes.” Ao longo dos anos – frisaram – tem havido “um sistema de imigração falho, devido às condições estruturais e econômicas que geram ameaças, deportações, extrema violência e impunidade.” “Uma situação – sublinharam os prelados – que refere-se tanto à fronteira entre o México e América Central quanto à fronteira entre Estados Unidos e México.”

A 103ª assembleia em Cidade do México conta com a participação de 134 bispos das 95 dioceses do México, agrupados em 18 províncias. Um dos objetivos do encontro é também discutir e aprovar a segunda fase do “Projeto Global de Pastoral 2013-2033”.

Alimentam esse projeto – informa a agência Sir – o recente Magistério da Igreja e os discursos pronunciados pelo Papa Francisco na viagem ao México, no ano passado. “O Plano” – disse o secretário-geral do episcopado mexicano, Dom Alfonso Gerardo Miranda Guardiola – “terá como pontos centrais o mistério da Virgem de Guadalupe e o mistério da Redenção de 2.000 anos após a sua realização”.

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Papa Francisco: perseguição, a consequência da obediência cristã

O cristão é testemunha da obediência, e a consequência disto, são as perseguições. Foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa celebrada esta manhã na Capela da Casa Santa Marta, fazendo alusão ao que disse Pedro na leitura dos Atos dos Apóstolos, de que “é preciso obedecer a Deus antes que aos homens”.

Pedro, de fato, deu esta resposta ao ser levado junto com os apóstolos diante do Sinédrio, após terem sido libertados da prisão por um anjo. Haviam sido proibidos de ensinar em nome de Jesus – os havia recordado o sumo sacerdote – mas encheram Jerusalém com os seus ensinamentos.

A homilia do Papa Francisco parte deste episódio narrado na primeira leitura, extraída dos Atos dos Apóstolos. Para fazer compreender este acontecimento, o Papa faz referência também ao que foi narrado anteriormente pelos Atos, nos primeiros meses da Igreja, quando a comunidade crescia e aconteciam tantos milagres.

Havia a fé do povo, mas havia alguns “espertalhões” – foi o alerta do Papa – “que queriam fazer carreira”, como Ananias e Safira.

O mesmo acontece hoje – enfatiza Francisco – assim como o desprezo das pessoas ao ver os doentes sendo levados até os apóstolos.

Assim, cheios de inveja, os chefes pegaram os apóstolos e os trancafiaram na prisão. Pedro, que por medo havia traído Jesus na Quinta-feira Santa, desta vez, corajoso, responde “que é necessário obedecer a Deus antes que aos homens”.

Uma resposta que faz portanto entender que “o cristão é testemunha da obediência”, como Jesus que se aniquilou no Jardim das Oliveiras e disse ao Pai: “Faça-se segundo tua vontade, não a minha”:

“O cristão é uma testemunha da obediência e se nós não estamos neste caminho de crescer no testemunho da obediência, não somos cristãos. Pelo menos caminhar por esta estrada: testemunha de obediência. Como Jesus. Não é testemunha de uma ideia, de uma filosofia, de uma empresa, de um banco, de um poder, é testemunha de obediência. Como Jesus”.

Mas tornar-se testemunha de obediência” é “uma graça do Espírito Santo”, explica o Papa:

“Somente o Espírito pode nos fazer testemunhas de obediência. “Não, eu vou naquele mestre espiritual, eu leio este livro…”. Tudo está bem, mas somente o Espírito pode transformar o nosso coração e pode nos fazer a todos testemunhas de obediência. É uma obra do Espírito e devemos pedir a ele, é uma graça a ser pedida: “Pai, Senhor Jesus, envia-me o teu Espírito para que eu me torne uma testemunha de obediência”, isto é, um cristão”.

Ser testemunha de obediência acarreta consequências, como narrado pela primeira leitura: depois da reposta de Pedro, queriam de fato levá-lo a morte:

“As consequências do testemunho de obediência são as perseguições. Quando Jesus enumera as Bem-aventuranças termina com: “Bem-aventurados quando vos perseguirem e insultarem”. A cruz não pode ser tirada da vida do cristão. A vida de um cristão não é um status social, não é um modo de viver uma espiritualidade que me faça bem, que me faça um pouco melhor. Isto não basta. A vida de um cristão é o testemunho em obediência e a vida de um cristão é repleta de calúnias, boatos e perseguições”.

Para ser testemunhas de obediência como Jesus – conclui o Papa Francisco – é preciso rezar, reconhecer-se pecadores, com tantas “mundanidades” no coração e pedir a Deus “a graça de tornar-se um testemunho de obediência” e de não amedrontar-se quando chegam as perseguições, “as calúnias”, pois o Senhor disse que quando se for levado diante do juiz, “será o Espírito a nos dizer o que responder”.

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Santuário de santa Giana

Duas cidades: Mesero, no norte da Itália, e Franca, no interior de São Paulo. A primeiro, uma pequena cidade, ‘vicina a Milano’ (vizinha de Milão) e a outra conhecida como a capital brasileira do calçado. Duas realidades geográficas e sociais completamente diferentes, mas que se deram as mãos pelos vínculos da fé. Lá, em Mesero, viveu Gianna Beretta Molla… aqui, em Franca, essa jovem mãe italiana se fez amada por ter participado de uma história de fé que transformou a vida de uma família e que a dignificou, eternamente, aos altares da santidade do catolicismo.

Santuário de Santa Giana, em Mesero, no norte da Itália.

Em Mesero, um santuário diocesano acolhe hoje as relíquias de santa Gianna. A pequena igreja tem uma história secular, e originalmente era dedicada a Purificação de Santa Maria Virgem. Somente com o reconhecimento da santidade de Gianna, cidadã de Mesero, é que o templo foi restaurado, adaptado e recebeu, junto com as relíquias da jovem mãe italiana, o título de santuário diocesano da Família, dedicado a Santa Gianna Beretta Molla.

A dedicação oficial da igreja como santuário aconteceu no dia 01 de novembro de 2007. E em 2009 foi inaugurado um anexo, um espaço chamado de “Centro de Espiritualidade para a família”. O anexo possui quatro salas para encontros e reuniões, a maior delas dedicada ao Beato Papa Paulo VI, o primeiro dos papas a destacar a vida cristã de santa Gianna, mesmo antes dela ser oficialmente canonizada.

Aliás, ela foi canonizada em 2004 pelo agora também santo São João Paulo II. A jovem mãe italiana tem uma belíssima história de amor pela família e pelos filhos, que termina com o sacrifício de sua vida para que outra vida, a de sua filha caçula, pudesse acontecer. Gianna nasceu em 1922. Foi educada dentro da fé cristã desde tenra idade, e desejosa de viver o amor a Jesus Cristo de modo radical, Giana encontrará no matrimônio, com Pietro Molla, a vocação sublime de ser mulher, esposa e mãe.

Três foram os frutos de seu ventre, Pierluigi, Mariolina e Laura, antes de se descobrir grávida do quarto bebê, Joana. Esta última gravidez, dentro de um quadro de risco, apresentou a Gianna o dilema que a faria santa: preferiu oferecer-se ao risco da morte, contanto que sua filha nascesse em segurança. De fato, após o nascimento de Joana, sua mãe tem sérias complicações de saúde e falece sabendo que seu último desejo materno, feito ao médico, fora atendido: “Se deves decidir entre eu e a criança, sem nenhuma hesitação – exijo – escolhe a criança. Salvai-a”. Desde então, o local da sepultura de Gianna converteu-se em local de visitas e peregrinação: a doação materna, reconhecida pelo povo de Deus, dava-lhe a coroa de santidade.

A jovem mãe italiana assume o papel de intercessora das famílias!

Em Franca, no ano de 1999, a intercessão da Beata Gianna é reconhecida no fato irá consagrá-la definitivamente com uma santa mulher de Deus. Elisabete e Carlos César, também pais de três filhos, encontram-se em semelhante situação que anos atrás tinha colocado Gianna diante de seu dilema existencial: uma quarta gravidez de risco. Incentivados pelo bispo diocesano, Dom Diógenes, o casal recorre com preces à intercessão de Gianna, e mesmo sem liquido amniótico para sustentar o feto, Elisabete chega ao fim da gravidez e recebe nos braços a pequena Gianna Maria, assim chamada para homenagear aquela que esteve, dos céus, intercedendo pelo casal. O testemunho do casal de Franca, descrito nos autos da canonização com detalhes, será base para o reconhecimento do milagre para a santificação de Gianna. A jovem mãe italiana definitivamente assume o papel de intercessora das famílias!

Esse reconhecimento oficial fez da igreja paroquial de Mesero ser reconhecida com Santuário da Vida, local de repouso de Gianna Molla. Ali, a igreja paroquial que desde o século 13 ilumina a vida do povo de Deus, converteu-se em Santuário, agora adaptado para receber os devotos que buscam o conforto espiritual para suas famílias. O som dos sinos, relíquia da igreja, deixam ainda mais inspirados os que se ajoelham diante do túmulo de Gianna para rezar.

Para saber mais:
www.santuariosantagianna.it
Santuário diocesano della Famiglia
“Santa Gianna Beretta Molla”
Piazza Europa 2 – 20010 Mesero – Milão

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Dom Auza: povos indígenas são um exemplo, merecem apoio

Para promover um desenvolvimento autêntico dos povos indígenas é preciso respeitar um equilíbrio fundamental: criar harmonia entre o seu direito ao desenvolvimento cultural e social e o desenvolvimento econômico.

Foi o que disse recentemente o Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Nova Iorque, Dom Bernardito Auza, no debate centrado no tema “Décimo aniversário da Declaração das Nações Unidas sobre os direitos das populações indígenas: as medidas adotadas para implementar a declaração”.

O arcebispo filipino sublinhou que “o esforço de harmonização entre os diferentes e cruciais âmbitos do desenvolvimento é particularmente evidente quando se planificam atividades econômicas que podem interferir nas culturas indígenas. Se os direitos dos povos indígenas não forem considerados, podem ser criados conflitos de interesses”.

Dom Auza, recordando que o Papa várias vezes manifestou o desejo de ser porta-voz dos povos indígenas, acrescentou que tais “comunidades deveriam ser os primeiros parceiros nos projetos que dizem respeito às suas terras. Um consenso preventivo e informado de tais populações deve acompanhar todas as iniciativas que dizem respeito a elas. Trata-se de um princípio previsto no artigo 32 da Declaração sobre os direitos dos povos indígenas.”

“Segundo afirmado pelo Papa Francisco, “a terra não é uma mercadoria, mas um dom de Deus e dos antepassados indígenas. Todavia, em várias regiões do mundo aumentam as pressões a fim de que abandonem suas terras para abrir espaço a projetos agrícolas e minerários. Iniciativas que são empreendidas sem considerar a necessidade de preservar as tradições e culturas dos povos indígenas que viveram nessas terras desde tempos imemoriais.”

“A Santa Sé vê com bons olhos as políticas nacionais que preveem consultas e o consenso informado dos povos indígenas antes que os projetos em suas terras sejam aprovados e implementados. Devem ser criadas diretrizes que respeitem a identidade indígena. Isso significa reconhecer que as comunidades indígenas são parte da população. Significa impedir a sua marginalização e, sobretudo, promover a sua integração plena na sociedade.”

“O respeito pela identidade dos indígenas favorece também o respeito pela nossa Casa comum. As comunidades indígenas se caracterizam por uma grande responsabilidade, pelo sentido forte de comunidade, e por uma grande solidariedade entre as gerações. Esses valores, profundamente arraigados nas tradições e culturas indígenas, devem ser pegos como exemplo. Os povos indígenas merecem não somente o nosso respeito, mas também gratidão e apoio”, concluiu Dom Auza.

 

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