Entrevista com coordenador de pastoral sobre a CF 2017

Coordenador arquidiocesano de pastoral fala sobre a Campanha da Fraternidade 2017

A Campanha da Fraternidade (CF) 2017 terá como tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2.15). Em entrevista o coordenador arquidiocesano de pastoral, padre Geraldo Martins, fala sobre a importância da CF e sobre a sua realidade na Arquidiocese.

Arquidiocese de Mariana

Como o tema “Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema “Cultivar e guardar a criação” serão trabalhados nas regiões diocesanas?

Padre Geraldo: É comum as regiões oferecerem encontros de formação para as lideranças das paróquias que as compõem. Nesse encontro, discutem-se também ações concretas que as comunidades podem realizar na vivência do tema da Campanha da Fraternidade. Os agentes que participam desta formação nas regiões tornam-se multiplicadores e animadores da Campanha em suas respectivas paróquias. Em nossa arquidiocese, os Roteiros para os Grupos de Reflexão prestam relevante serviço ao abordar o tema da CF, ajudando, assim, nossas comunidades a tomarem consciência de seu conteúdo.

Como esse tema e lema se enquadram na realidade da Arquidiocese?

Padre Geraldo: Em primeiro lugar, o tema nos ajuda a compreender o que são biomas e sua importância no nosso ecossistema. Em segundo lugar, vai nos levar a descobrir qual é o bioma de nossa região, como ele é considerado pela população e quais as implicações que ele provoca em nossa vida. Além disso, o tema e o lema, numa linha de continuidade com as campanhas anteriores, provocam-nos em nosso compromisso na defesa de toda a criação, preservando o meio ambiente na direção da “ecologia integral”, como nos ensina o papa Francisco.

Quais ações serão propostas para a Arquidiocese na realização da Campanha da Fraternidade 2017?

Leia mais

Preparando os trabalhos catequéticos da CF 2017

Para você começar a se preparar para os trabalhos catequéticos da Campanha da Fraternidade 2017

01 – Leia sobre o bioma do estado ou região onde você mora, pois devemos cuidar especialmente deste pedaço do mundo em que vivemos. #leia-sobre-tudo

É no lugar onde moramos que iremos propor ações para cuidar do meio ambiente. É neste espaço que iremos contribuir diretamente para tornar o mundo melhor. O mundo é grande e cada um de nós tem sua pá de responsabilidade para cuidar desta casa comum. Então, antes de qualquer coisa, conheça o lugar onde você mora, as particularidades da vegetação, os principais problemas que afetam o meio ambiente, as interferências do homem  que  desmatam o bioma e colocam em risco os recursos naturais. O conhecimento forma identidade com o lugar onde se vive. Eu, por exemplo, moro no Pantanal. E você irmão?

Dicas para o encontro de catequese: Você pode levar fotos da vegetação, da fauna e da flora da região onde mora. Seria interessante se fossem fotos pessoais, de algum lugar que visitou. Poderia, inclusive, organizar algum passeio para um parque ou uma reserva ecológica.  Pode ainda citar alguns parques nacionais bem conhecidos da região.

Por exemplo,  na Bahia, o Parque Nacional da Chapada Diamantina fica numa área de transição de biomas, por isso apresenta mais de um bioma, como cerrado e caatinga. Em Goiás, tem o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, com o bioma cerrado e muita fauna e flora característicos. E assim vários outros.

 

Trabalhos Catequéticos

02 – Procure atualizar-se sobre as notícias da sua região que falam sobre o meio ambiente. #fique-ligado

Podemos levar para a sala de catequese discussões sobre problemas atuais da própria comunidade em que vivemos e como podemos cuidar do pedaço de terra, fauna, flora, rios e vegetação que fazem parte do nosso “quintal”. Procure fatos e acontecimentos que são próximos aos catequizandos, do bairro e cidade onde moram,  notícias nacionais de grande repercussão sobre o meio ambiente, os desastres ambientais etc. Precisamos falar sobre como “cuidar da nossa comum”, conscientizar, e, claro, adequando a linguagem para cada etapa da catequese, mas sem subestimar as crianças achando que não entenderão.

Por exemplo, em Brasília estão vivendo tempos de seca e de racionamento de água. Pode-se levantar discussões sobre isso: as possíveis causas da seca, o que os desmatamentos, a agropecuária contribuíram para a seca na região e etc. Um exemplo que pode ser citado em Minas Gerais, é o acidente com a barragem de Mariana que se rompeu. Foi um desastre de grandes proporções  e causou vários impactos ambientais. Esses acontecimentos são o “ver” do nosso encontro. Lembre-se que devemos olhar a realidade para depois iluminar com a palavra de Deus, construindo, com todos, responsabilidades e mudanças “agir”. Em uma turma de jovens e adultos, fique à vontade para aprofundar esses debates e contribuir, assim, uma consciência ambiental.

03 – Pense nas responsabilidades e no que cada um pode fazer para melhorar o “pedacinho de terra onde mora”. #reflita

É possível trabalhar as consequências boas e más da interferência do homem nos biomas. E, ao final, construir  responsabilidades pessoais e sociais: o que eu posso fazer para cuidar do planeta? O que meu vizinho pode fazer? O que o estado pode fazer? O que as empresas e indústrias podem fazer? O que nós, como igreja e comunidade de Cristo, podemos fazer para cuidar do meio ambiente e da criação de Deus?

E que tal sair da sala de catequese para realizar alguma atividade de cuidado e proteção com a natureza? Alguma atividade que desperte para a importância de proteger a natureza. Ou mesmo uma catequese ao ar livre, observando as árvores e matas ao redor, os sons da natureza,  isso só já contribui para fazer as pessoas sentirem-se responsáveis para zelar por tudo o que Deus criou para nós. Para os jovens e adultos, pode-se pensar num trabalho mais engajado de  observar as gestões públicas sobre o meio ambiente e de como podem exercer a cidadania ao vigiarem isso. Lembro de um texto de Clarice Lispector: “Eu sou uma pessoa muito ocupada: tomo conta do mundo.”

04 – Leia o Texto-base da Campanha da fraternidade 2017. #tenha-o-material

Apresenta os biomas brasileiros, suas características, biodiversidade, sociodiversidade, fragilidades, desafios,  contextualização política, contribuição eclesial (ver).  Depois, o texto ilumina essa realidade com a palavra de Deus e o magistério da Igreja: “É preciso que a constatação das riquezas e dos desafios ligados ao tema da Campanha da Fraternidade seja levada à ação a partir de uma reflexão serena e profunda dos ensinamentos da tradição cristã.”
Por fim, apresenta o agir: “O agir da Campanha da Fraternidade de 2017 está em sintonia com a Doutrina Social da Igreja, principalmente com a encíclica Laudato SI e com a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016. Elas indicam a necessidade da conversão pessoal e social, dos cristãos e não cristãos, para cultivar e cuidar da criação. A encíclica Laudato Si propõe a ecologia integral como condição para a vida do planeta.”

Para ambientar, coloque em destaque o cartaz da CF 2017. Marcador de páginas com a ilustração, o tema, o lema e a oração da CF 2017. Também as músicas da CF 2107 e o hino.

05 – Leia a  Encíclica Laudato Si do papa Francisco sobre o Meio Ambiente. #papa-nas-questoes-ambientais

“O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum. Desejo agradecer, encorajar e manifestar apreço a quantos, nos mais variados setores da atividade humana, estão a trabalhar para garantir a proteção da casa que partilhamos. Uma especial gratidão é devida àqueles que lutam, com vigor, por resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo. Os jovens exigem de nós uma mudança; interrogam-se como se pode pretender construir um futuro melhor, sem pensar na crise do meio ambiente e nos sofrimentos dos excluídos.”

Lembrá-los que alguns temas de Campanhas anteriores têm relação com o tema desse ano (CF 1986, 2004, 2007, 2011 e 2016) e, por fim, são temas que se completam.

campanhas_ambientais

Cartazes que a questão ambiental foi tema: 1986, 2004, 2016, 2011 e 2007

06 – Baixe os materiais complementares de formação e música. #queira-sempre-mais

Como em todos os anos, baixe aqui no Portal Kairós os materiais para ampliar seu conhecimento sobre a Campanha da Fraternidade.

 

catequesedeeucaristia.blogspot.com.br
Adaptação, ilustração e revisão

Portal Kairós

Papa divulga mensagem para o 51º Dia Mundial das Comunicações

A proposta do papa é “Comunicar esperança e confiança no nosso tempo”

O 51º Dia Mundial das Comunicações Sociais será celebrado, este ano, no dia 28 de maio, Ascensão do Senhor. Porém, por tradição, a mensagem é divulgada pelo papa Francisco no dia de São Francisco de Sales, patrono dos escritores e jornalistas, comemorado em 24 de janeiro. “Comunicar esperança e confiança no nosso tempo” é o tema da mensagem apresentada por Francisco que propõe um estilo “aberto e criativo” para comunicar esperança.

No comunicado, o papa encoraja a todos que trabalham neste campo para que comuniquem de modo construtivo, isto é, rejeitando preconceitos e promovendo uma cultura do encontro.

Na mensagem, Francisco ressalta que o protagonista da notícia não pode ser o mal – que nos leva à apatia, ao desespero e a anestesiar a consciência –, mas a solução aos problemas, com um estilo comunicador aberto e criativo. “Num sistema comunicador onde vigora a lógica de que uma notícia boa não desperta a atenção, e por conseguinte não é uma notícia, e onde o drama do sofrimento e o mistério do mal facilmente são elevados a espetáculo, podemos ser tentados a anestesiar a consciência ou cair no desespero”, reflete Francisco.

A realidade não tem um significado unívoco, afirma o papa. “Tudo depende do olhar com que a enxergamos, dos ‘óculos’ que decidimos pôr para ver: mudando as lentes, também a realidade aparece diferente. Portanto, o ponto de partida bom para ler a realidade é a Boa Notícia por excelência, ou seja, o Evangelho de Jesus Cristo”, escreveu o pontífice.

Esta boa notícia, explica, não é boa porque nela não se encontra sofrimento, mas porque o próprio sofrimento é vivido num quadro mais amplo, como parte integrante do amor de Cristo ao Pai e à humanidade. Em Cristo, Deus fez-Se solidário com toda a situação humana, revelando-nos que não estamos sozinhos, porque temos um Pai que nunca pode esquecer os seus filhos.

Leia a mensagem na íntegra

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO

PARA O 51ª DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

Tema: “Não tenhas medo, que Eu estou contigo” (Is 43, 5).

“Comunicar esperança e confiança, no nosso tempo”

Graças ao progresso tecnológico, o acesso aos meios de comunicação possibilita a muitas pessoas ter conhecimento quase instantâneo das notícias e divulgá-las de forma capilar. Estas notícias podem ser boas ou más, verdadeiras ou falsas. Já os nossos antigos pais na fé comparavam a mente humana à mó da azenha que, movida pela água, não se pode parar. Mas o moleiro encarregado da azenha tem possibilidades de decidir se quer moer, nela, trigo ou joio. A mente do homem está sempre em ação e não pode parar de “moer” o que recebe, mas cabe a nós decidir o material que lhe fornecemos (cf. Cassiano o Romano, Carta a Leôncio Igumeno).

Gostaria que esta mensagem pudesse chegar como um encorajamento a todos aqueles que diariamente, seja no âmbito profissional seja nas relações pessoais, “moem” tantas informações para oferecer um pão fragrante e bom a quantos se alimentam dos frutos da sua comunicação. A todos quero exortar a uma comunicação construtiva, que, rejeitando os preconceitos contra o outro, promova uma cultura do encontro por meio da qual se possa aprender a olhar, com convicta confiança, a realidade.

Creio que há necessidade de romper o círculo vicioso da angústia e deter a espiral do medo, resultante do hábito de se fixar a atenção nas “notícias más” (guerras, terrorismo, escândalos e todo o tipo de falimento nas vicissitudes humanas). Não se trata, naturalmente, de promover desinformação onde seja ignorado o drama do sofrimento, nem de cair num otimismo ingénuo que não se deixe tocar pelo escândalo do mal. Antes, pelo contrário, queria que todos procurássemos ultrapassar aquele sentimento de mau-humor e resignação que muitas vezes se apodera de nós, lançando-nos na apatia, gerando medos ou a impressão de não ser possível pôr limites ao mal. Aliás, num sistema comunicador onde vigora a lógica de que uma notícia boa não desperta a atenção, e por conseguinte não é uma notícia, e onde o drama do sofrimento e o mistério do mal facilmente são elevados a espetáculo, podemos ser tentados a anestesiar a consciência ou cair no desespero.

Gostaria, portanto, de dar a minha contribuição para a busca dum estilo comunicador aberto e criativo, que não se prontifique a conceder papel de protagonista ao mal, mas procure evidenciar as possíveis soluções, inspirando uma abordagem propositiva e responsável nas pessoas a quem se comunica a notícia. A todos queria convidar a oferecer aos homens e mulheres do nosso tempo relatos permeados pela lógica da “boa notícia”.

A boa notícia

A vida do homem não se reduz a uma crônica asséptica de eventos, mas é história, e uma história à espera de ser contada através da escolha duma chave interpretativa capaz de selecionar e reunir os dados mais importantes. Em si mesma, a realidade não tem um significado unívoco. Tudo depende do olhar com que a enxergamos, dos “óculos” que decidimos pôr para a ver: mudando as lentes, também a realidade aparece diversa. Então, qual poderia ser o ponto de partida bom para ler a realidade com os “óculos” certos?

Para nós, cristãos, os óculos adequados para decifrar a realidade só podem ser os da boa notícia: partir da Boa Notícia por excelência, ou seja, o “Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc 1, 1). É com estas palavras que o evangelista Marcos começa a sua narração: com o anúncio da “boa notícia”, que tem a ver com Jesus; mas, mais do que uma informação sobre Jesus, a boa notícia é o próprio Jesus. Com efeito, ao ler as páginas do Evangelho, descobre-se que o título da obra corresponde ao seu conteúdo e, principalmente, que este conteúdo é a própria pessoa de Jesus.

Esta boa notícia, que é o próprio Jesus, não se diz boa porque nela não se encontra sofrimento, mas porque o próprio sofrimento é vivido num quadro mais amplo, como parte integrante do seu amor ao Pai e à humanidade. Em Cristo, Deus fez-Se solidário com toda a situação humana, revelando-nos que não estamos sozinhos, porque temos um Pai que nunca pode esquecer os seus filhos. “Não tenhas medo, que Eu estou contigo»” (Is 43, 5): é a palavra consoladora de um Deus desde sempre envolvido na história do seu povo. No seu Filho amado, esta promessa de Deus – “Eu estou contigo” – assume toda a nossa fraqueza, chegando ao ponto de sofrer a nossa morte. N’Ele, as próprias trevas e a morte tornam-se lugar de comunhão com a Luz e a Vida. Nasce, assim, uma esperança acessível a todos, precisamente no lugar onde a vida conhece a amargura do falimento. Trata-se duma esperança que não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado nos nossos corações (cf. Rm 5, 5) e faz germinar a vida nova, como a planta cresce da semente caída na terra. Visto sob esta luz, qualquer novo drama que aconteça na história do mundo torna-se cenário possível também duma boa notícia, uma vez que o amor consegue sempre encontrar o caminho da proximidade e suscitar corações capazes de se comover, rostos capazes de não se abater, mãos prontas a construir.

A confiança na semente do Reino

Para introduzir os seus discípulos e as multidões nesta mentalidade evangélica e entregar-lhes os “óculos” adequados para se aproximar da lógica do amor que morre e ressuscita, Jesus recorria às parábolas, nas quais muitas vezes se compara o Reino de Deus com a semente, cuja força vital irrompe precisamente quando morre na terra (cf. Mc 4, 1-34). O recurso a imagens e metáforas para comunicar a força humilde do Reino não é um modo de reduzir a sua importância e urgência, mas a forma misericordiosa que deixa, ao ouvinte, o “espaço” de liberdade para a acolher e aplicar também a si mesmo. Além disso, é o caminho privilegiado para expressar a dignidade imensa do mistério pascal, deixando que sejam as imagens – mais do que os conceitos – a comunicar a beleza paradoxal da vida nova em Cristo, onde as hostilidades e a cruz não anulam, mas realizam a salvação de Deus, onde a fraqueza é mais forte do que qualquer poder humano, onde o falimento pode ser o prelúdio da maior realização de tudo no amor. Na verdade, é precisamente assim que amadurece e se entranha a esperança do Reino de Deus, ou seja, “como um homem que lançou a semente à terra. Quer esteja a dormir, quer se levante, de noite e de dia, a semente germina e cresce” (Mc 4, 26-27).

O Reino de Deus já está no meio de nós, como uma semente escondida a um olhar superficial e cujo crescimento acontece no silêncio. Mas quem tem olhos, tornados limpos pelo Espírito Santo, consegue vê-lo germinar e não se deixa roubar a alegria do Reino por causa do joio sempre presente.

Os horizontes do Espírito

A esperança fundada na boa notícia que é Jesus faz-nos erguer os olhos e impele-nos a contemplá-Lo no quadro litúrgico da Festa da Ascensão. Aparentemente o Senhor afasta-Se de nós, quando na realidade são os horizontes da esperança que se alargam. Pois em Cristo, que eleva a nossa humanidade até ao Céu, cada homem e cada mulher consegue ter “plena liberdade para a entrada no santuário por meio do sangue de Jesus. Ele abriu para nós um caminho novo e vivo através do véu, isto é, da sua humanidade” (Heb 10, 19-20). Através “da força do Espírito Santo”, podemos ser “testemunhas” e comunicadores duma humanidade nova, redimida, “até aos confins da terra” (cf. At 1, 7-8).

A confiança na semente do Reino de Deus e na lógica da Páscoa não pode deixar de moldar também o nosso modo de comunicar. Tal confiança que nos torna capazes de atuar – nas mais variadas formas em que acontece hoje a comunicação – com a persuasão de que é possível enxergar e iluminar a boa notícia presente na realidade de cada história e no rosto de cada pessoa.

Quem, com fé, se deixa guiar pelo Espírito Santo, torna-se capaz de discernir em cada evento o que acontece entre Deus e a humanidade, reconhecendo como Ele mesmo, no cenário dramático deste mundo, esteja compondo a trama duma história de salvação. O fio, com que se tece esta história sagrada, é a esperança, e o seu tecedor só pode ser o Espírito Consolador. A esperança é a mais humilde das virtudes, porque permanece escondida nas pregas da vida, mas é semelhante ao fermento que faz levedar toda a massa. Alimentamo-la lendo sem cessar a Boa Notícia, aquele Evangelho que foi “reimpresso” em tantas edições nas vidas dos Santos, homens e mulheres que se tornaram ícones do amor de Deus. Também hoje é o Espírito que semeia em nós o desejo do Reino, através de muitos “canais” vivos, através das pessoas que se deixam conduzir pela Boa Notícia no meio do drama da história, tornando-se como que faróis na escuridão deste mundo, que iluminam a rota e abrem novas sendas de confiança e esperança.

 

Vaticano, 24 de janeiro – Memória de São Francisco de Sales – do ano de 2017
Rádio Vaticano

Encontro de Formação sobre a CF 2017

A Equipe Arquidiocesana de Animação das Campanhas realizou dia 20 próximo passado, no Centro de Pastoral Maria Mãe da Igreja, um dia de formação sobre a Campanha da Fraternidade 2017.
A Campanha da Fraternidade 2017 traz como tema ”Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida” e como lema ”Cultivar e guardar a Criação” (Gn 2, 15).

Com muita simplicidade e competência as assessoras e colaboradoras Maria Elenise Mesquita e Haydée Moraes Bonfim conduziram os trabalhos ao longo do dia a partir do texto base da CF que apresenta, através da metodologia VER, JULGAR e AGIR um rico subsídio sobre os biomas brasileiros.

Participaram aproximadamente 50 pessoas das paróquias Jesus, Maria, José – Antonio Bezerra, Paróquia São Francisco de Assis – Canindezinho, São Miguel Arcanjo – Itapebussu, Santíssima Trindade – José Valter, São Pedro – Barra do Ceará, Sagrado Coração de Jesus – Nova Metrópole, São Francisco das Chagas – Canindé, Nossa Senhora das Graças – Pirambu, Nossa Senhora da Conceição – Conjunto Ceará, Nossa Senhora de Fátima – Fátima, Nossa Senhora da Palma – Baturité. Participaram também membros das Pastorais da Criança, Operária, das Comunidades Eclesiais de Base-CEBs, do Secretariado de Pastoral e da Comunidade Shalom.
São várias as Campanhas da Fraternidade assumidas pela Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil, e portanto, por toda a Igreja do Brasil, que trouxeram, concretamente, temas socioambientais:
1979 – “Por um mundo mais humano” “Preserve o que é de todos”. A Igreja abordou com profetismo a defesa e a preservação da ecologia como um dos grandes desafios da humanidade
1986 –”Fraternidade e a terra” “Terra de Deus, terra de irmãos”. A terra – dom de Deus está mal distribuída
2004 – “Fraternidade e a Água” – “Água, fonte de vida”. Água fonte de vida – necessidade de todos os seres vivos e um direito da pessoa humana
2007 – “Fraternidade e Amazônia” – “Vida e missão neste chão”. Conhecer a realidade em que vivem os povos da Amazônia. Cuidado com a vida humana, principalmente com a dos mais pobres, e com a natureza.
2011 – “Fraternidade e a Vida no Planeta” – “A criação geme dores de parto” (Rm 8,22). Alerta sobre a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas
2016 – “Casa Comum, nossa responsabilidade” – “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am, 5, 24). Assegurar o direito ao saneamento básico e o empenho na busca de politicas públicas – garantia da Casa Comum.
2017 – “Fraternidade: biomas brasileiros e a defesa da vida” – “Cultivar e guardar a criação” (Gn 2, 15). Com o objetivo de cuidar da criação, de modo especial dos biomas brasileiros, dons de Deus, e promover relações fraternas com a vida e a cultura dos povos, à luz do Evangelho.

Todas as Campanhas da Fraternidade, além do objetivo geral e dos objetivos específicos visam:
despertar a solidariedade dos fiéis e da sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos de solução;
educar para a vida em fraternidade, com base na justiça e no amor, exigências centrais do Evangelho;
renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja Católica na evangelização e na promoção humana, tendo em vista uma sociedade justa e solidária.

A Campanha da Fraternidade 2017 nos desafia, mais uma vez, a agirmos urgentemente, com empenho e coragem, no sentido de cultivar e guardar a criação. Cultivar e guardar significa cuidar, proteger, ser gerador de vida, vida plena para todos os seres criados.

Baixe as cifras para violão da Campanha da Fraternidade 2017

Baixe as cifras para violão da Campanha da Fraternidade 2017

Baixe as cifras para violão da Campanha da Fraternidade 2017  para sua comunidade:

Cantos da Campanha da Fraternidade 2017
01 – Hino da Campanha da Fraternidade de 2017
02 – Em nossa casa, Fraternidade
03 – Eu ordenei os céus e a terra
04 – E Deus viu que era bom
05 – O vosso coração de pedra
06 – Volta meu povo, ao teu Senhor
07 – Senhor, tende compaixão
08 – Rejubila-te, cidade santa
09 – Glória a vós ó, Cristo
10 – Bendito és, Tu
11 – Aceita Senhor
12 – Agora o tempo se cumpriu
13 – Nós vivemos de toda palavra
14 – Jesus, Filho amado!
15 – Se conhecesses o dom de Deus
16 – Dizei aos cativos: sai!
17 – Eu vim para que todos tenham vida
18 – Vem, meu povo, ao banquete da vida
19 – Ato penitencial
20 – Santo
21 – Aclamações oração eucarística
22 – Eis o mistério da fé
23 – Amém!
24 – Cordeiro de Deus

 

Baixe todas as cifras – pdf:

Baixe todas as cifras – Word (Editável):

 

Celebrar a ação de Deus em nossa vida

O canto litúrgico expressa de modo eminente a natureza própria da ação sacramental da Igreja. A liturgia cristã é celebração da Ação eficaz do Deus Uno e Trino na vida da Igreja e dos fiéis, conformando-os cada vez mais intimamente a Cristo e inserindo-os na comunhão da Trindade pela força do Espírito. A esta ação de Deus, simbolizada nos sinais sacramentais, corresponde uma resposta generosa e confiante da Igreja pela congregação dos fiéis numa assembleia de culto, louvor e ação de graças.

A expressão litúrgica é encarregada de introduzir no mistério de Deus e desvelar as experiências mais profundas e inefáveis do coração humano: necessidade de transcendência, comunhão, fé e alegria, e a superação dos limites da nossa condição de criaturas, como o sofrimento, a dor e a morte. Essas experiências necessitam não só de palavras estruturadas em conteúdos racionais e doutrinais para se expressarem convenientemente, mas de ritos, gestos e símbolos. Neste contexto, a expressão artística é a mais apropriada forma de expressão, e a música e o canto ocupam lugar privilegiado, senão ímpar, porque a arte carrega capacidade expressiva e mobilizadora muito acima do “logos” (palavra).

Deus, que se manifesta a nós como Mistério Santo, inebria de tal forma a nossa experiência e o nosso conhecimento, que as palavras nunca serão suficientes para explicá-lo. No cerne desta infância espiritual, o balbucio, o canto, a música e a dança são meios extraordinários de estabelecer uma comunhão com Deus. O texto poético de prece,
súplica, ação de graças e louvor, aliado a uma melodia que ressoa na profundidade do coração humano, eleva os corações e produz por si mesmo um encontro que vai além da mera emoção estética. Daí o seu caráter particularmente simbólico e sacramental.

 

A Música Litúrgica No Brasil

CNBB / Portal Kairós