“A solidariedade, entendida em seu sentido mais profundo, é um modo de fazer história e isso é o que fazem os movimentos populares”, disse o papa Francisco, na manhã de ontem, dia 28, durante encontro com os participantes do Encontro Mundial dos Movimentos Populares.
Ao falar sobre solidariedade, Francisco sugeriu pensamentos e atos em favor da comunidade e da prioridade de vida a todos. “Também é lutar contra as causas estruturais da pobreza, a desigualdade, a falta de trabalho, a terra e a violência, a negação dos direitos sociais e trabalhistas”, enumerou. Para ele, a solidariedade se traduz no enfrentamento aos “efeitos destruidores do ‘Império do dinheiro’, como os deslocamentos forçados, as migrações dolorosas, o tráfico de pessoas, a droga, a guerra, a violência. “Todas essas realidades que muitos de vocês sofrem e que todos somos chamados a transformar. A solidariedade, entendida em seu sentido mais profundo, é um modo de fazer história e isso é o que fazem os movimentos populares”, disse.
A transformação da realidade dos que sofrem com a pobreza conduziu o papa a três elementos que para ele são uma resposta a algo que deveria estar ao alcance de todos, mas que está cada vez mais longe da maioria: “terra, casa e trabalho”. A abordagem em relação ao escândalo da pobreza não deve promover “estratégias de contenção que somente tranquilizem e convertam os pobres em seres domesticados e inofensivos”.
O papa Francisco alertou, ainda, ao tratar dos elementos “terra, casa e trabalho”, que fala do amor pelos pobres, que está “no centro do Evangelho”. “É estranho, mas quando falo sobre estas coisas, para alguns parece que o papa é comunista”, comentou.
Francisco também falou sobre a “cultura do descartável”, na qual aqueles que não podem se integrar no fenômeno da exportação e da opressão, são excluídos como resíduos, sobras. Ele explicou que isso acontece quando no centro de um sistema econômico está o deus dinheiro e não o homem, a pessoa humana. “Ao centro de todo sistema social ou econômico deve estar a pessoa, imagem de Deus, criada para que fosse o dominador do universo. Quando a pessoa é desprezada e vem o deus dinheiro, acontece esta troca de valores”, alertou.
Falando sobre trabalho, o papa destacou direitos a uma remuneração digna, à seguridade social e à cobertura previdenciária aos catadores, vendedores ambulantes, costureiros, artesãos, pescadores, camponeses, construtores, mineiros, todo tipo de cooperativistas e trabalhadores de ofícios populares, que, segundo Francisco, estão excluídos dos direitos trabalhistas e têm negada a possibilidade de sindicalizar-se e de ter uma renda adequada e estável. “Hoje quero unir minha voz à sua e acompanha-los em sua luta”, afirmou.
O papa ainda falou sobre paz e ecologia no contexto dos três elementos apresentados em seu pronunciamento. “Não se pode haver terra, não pode haver casa, não pode haver trabalho se não temos paz e se destruirmos o planeta”, disse. Ele exorta que a criação não é uma propriedade da qual se pode dispor a esmo gosto, nem que pertence a uns poucos. “A criação é um dom, é um presente, um dom maravilhoso que Deus nos deu para que cuidemos dele e utilizemos em benefício de todos, sempre com respeito e gratuidade”, acrescentou.
Em relação à “globalização da indiferença”, presente no mundo, foi apresentado um “guia de ação, um programa” considerado “revolucionário”: as bem-aventuranças, presentes no Evangelho de Mateus.
Ao final, Francisco afirmou que os movimentos populares expressam “as necessidades urgentes de revitalizar as democracias”. Ele considera “impossível imaginar um futuro para a sociedade sem a participação como protagonista das grandes maiorias”.
Encontro
O Encontro Mundial dos Movimentos Populares aconteceu de 27 a 29 de outubro, com organização do Pontifício Conselho Justiça e Paz do Vaticano, em colaboração da Pontifícia Academia de Ciências Sociais e líderes de vários movimentos. São 100 leigos, líderes de grupos sociais, 30 bispos engajados com as realidades e os movimentos sociais em seus países, e cerca de 50 agentes pastorais, além de alguns membros da Cúria romana presentes no evento. Representou a CNBB o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da instituição, dom Leonardo Steiner.
O evento buscou fortalecer a rede de organizações populares, favorecer o conhecimento recíproco e promover a colaboração entre eles e suas Igrejas locais, representadas por bispos e agentes pastorais provenientes de vários países do mundo. O Pontifício Conselho Justiça e Paz do Vaticano ressalta o compromisso na promoção e tutela da dignidade e dos direitos da pessoa humana, assumido pelos movimentos.
CNBB / Portal Kairós
Solidariedade é um modo de fazer história, diz papa Francisco
/em Artigos católicos, Notícias Católicas“A solidariedade, entendida em seu sentido mais profundo, é um modo de fazer história e isso é o que fazem os movimentos populares”, disse o papa Francisco, na manhã de ontem, dia 28, durante encontro com os participantes do Encontro Mundial dos Movimentos Populares.
Ao falar sobre solidariedade, Francisco sugeriu pensamentos e atos em favor da comunidade e da prioridade de vida a todos. “Também é lutar contra as causas estruturais da pobreza, a desigualdade, a falta de trabalho, a terra e a violência, a negação dos direitos sociais e trabalhistas”, enumerou. Para ele, a solidariedade se traduz no enfrentamento aos “efeitos destruidores do ‘Império do dinheiro’, como os deslocamentos forçados, as migrações dolorosas, o tráfico de pessoas, a droga, a guerra, a violência. “Todas essas realidades que muitos de vocês sofrem e que todos somos chamados a transformar. A solidariedade, entendida em seu sentido mais profundo, é um modo de fazer história e isso é o que fazem os movimentos populares”, disse.
A transformação da realidade dos que sofrem com a pobreza conduziu o papa a três elementos que para ele são uma resposta a algo que deveria estar ao alcance de todos, mas que está cada vez mais longe da maioria: “terra, casa e trabalho”. A abordagem em relação ao escândalo da pobreza não deve promover “estratégias de contenção que somente tranquilizem e convertam os pobres em seres domesticados e inofensivos”.
O papa Francisco alertou, ainda, ao tratar dos elementos “terra, casa e trabalho”, que fala do amor pelos pobres, que está “no centro do Evangelho”. “É estranho, mas quando falo sobre estas coisas, para alguns parece que o papa é comunista”, comentou.
Francisco também falou sobre a “cultura do descartável”, na qual aqueles que não podem se integrar no fenômeno da exportação e da opressão, são excluídos como resíduos, sobras. Ele explicou que isso acontece quando no centro de um sistema econômico está o deus dinheiro e não o homem, a pessoa humana. “Ao centro de todo sistema social ou econômico deve estar a pessoa, imagem de Deus, criada para que fosse o dominador do universo. Quando a pessoa é desprezada e vem o deus dinheiro, acontece esta troca de valores”, alertou.
Falando sobre trabalho, o papa destacou direitos a uma remuneração digna, à seguridade social e à cobertura previdenciária aos catadores, vendedores ambulantes, costureiros, artesãos, pescadores, camponeses, construtores, mineiros, todo tipo de cooperativistas e trabalhadores de ofícios populares, que, segundo Francisco, estão excluídos dos direitos trabalhistas e têm negada a possibilidade de sindicalizar-se e de ter uma renda adequada e estável. “Hoje quero unir minha voz à sua e acompanha-los em sua luta”, afirmou.
O papa ainda falou sobre paz e ecologia no contexto dos três elementos apresentados em seu pronunciamento. “Não se pode haver terra, não pode haver casa, não pode haver trabalho se não temos paz e se destruirmos o planeta”, disse. Ele exorta que a criação não é uma propriedade da qual se pode dispor a esmo gosto, nem que pertence a uns poucos. “A criação é um dom, é um presente, um dom maravilhoso que Deus nos deu para que cuidemos dele e utilizemos em benefício de todos, sempre com respeito e gratuidade”, acrescentou.
Em relação à “globalização da indiferença”, presente no mundo, foi apresentado um “guia de ação, um programa” considerado “revolucionário”: as bem-aventuranças, presentes no Evangelho de Mateus.
Ao final, Francisco afirmou que os movimentos populares expressam “as necessidades urgentes de revitalizar as democracias”. Ele considera “impossível imaginar um futuro para a sociedade sem a participação como protagonista das grandes maiorias”.
Encontro
O Encontro Mundial dos Movimentos Populares aconteceu de 27 a 29 de outubro, com organização do Pontifício Conselho Justiça e Paz do Vaticano, em colaboração da Pontifícia Academia de Ciências Sociais e líderes de vários movimentos. São 100 leigos, líderes de grupos sociais, 30 bispos engajados com as realidades e os movimentos sociais em seus países, e cerca de 50 agentes pastorais, além de alguns membros da Cúria romana presentes no evento. Representou a CNBB o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da instituição, dom Leonardo Steiner.
O evento buscou fortalecer a rede de organizações populares, favorecer o conhecimento recíproco e promover a colaboração entre eles e suas Igrejas locais, representadas por bispos e agentes pastorais provenientes de vários países do mundo. O Pontifício Conselho Justiça e Paz do Vaticano ressalta o compromisso na promoção e tutela da dignidade e dos direitos da pessoa humana, assumido pelos movimentos.
CNBB / Portal Kairós
Mês das almas do purgatório
/em Notícias CatólicasO mês de novembro é especialmente consagrado às almas do Purgatório e leva os cristãos a se lembrarem ainda mais do que acontece além da sepultura. Muitas vezes se esquece de que a trajetória terrena é uma preparação para o que vai ocorrer a cada um além morte. A alma espiritual, indestrutível, no momento de deixar este mundo como a borboleta que ao sair da crisálida desdobra as suas asas, deixa esta alma o corpo para começar uma outra etapa da existência inteiramente espiritual, aguardando a ressurreição. Naquele instante da morte comparece o ser racional diante de Deus par por Ele julgado conforme se tenha feito o bem ou o mal segundo os mandamentos do Criador. É o instante do juízo particular. Entre a eternidade bem-aventurada e a desventurada, há um estado passageiro de sofrimento e de expiação pelo qual devem passar aqueles que, destinados ao Céu, ainda não estão, para nele poder entrar desde logo, suficientemente purificados dos seus pecados.
É o Purgatório. Baseados na Bíblia vários concílios definiram como dogma de fé a existência deste lugar de purificação. Grandes teólogos atestam esta verdade com argumentos irrefutáveis. Através do Sacramento da Penitência os pecados são perdoados, mas cumpre que se restabeleça a ordem violada e esta ou é reparada neste mundo através dos sacrifícios reparadores ou pelas indulgências devidamente recebidas. Caso contrário, a alma deverá passar pelo Purgatório antes de entrar no Céu. Aí haverá a quitação completa da dívida para com Deus. As almas que estão no Purgatório estão misteriosamente contentes e ao mesmo tempo atormentadas. Há a certeza da felicidade eterna que as aguarda. Sua salvação está garantida. Não podem mais pecar porque amam a Deus com todas as suas potencialidades. Como o ouro se apura no crisol, assim se purificam as almas antes de entrarem para a visão beatifica. Desaparece a ferrugem, os vestígios do pecado. Deus concilia então os direitos de sua justiça com os de sua bondade.
Com razão Tertuliano, fazendo alusão aos sofrimentos do Purgatório, os chama de “tomentos da misericórdia divina”. Diz o Pe. Faber que o Purgatório onde se sofre para expiar é o último excesso do amor infinito do Ser Supremo para com sua criatura. Quem, contudo, está ainda na terra pode ajudar as almas do Purgatório abreviando-lhes o tempo que lhes falta para ir para junto de Deus A ajuda às almas do Purgatório pode ser feita através das Missas oferecidas e participadas nas suas intenções. Depois a esmola bem direcionada é uma reparação para as próprias faltas e pode ser aplicada também para as almas do Purgatório. Além disto, as orações feitas nas intenções destas almas são valiosíssimas. Entre estas preces sobressai o terço ou um dos seus mistérios oferecidos nas intenções dos falecidos. Através da oração o cristão como que se reveste da onipotência divina. Aditem-se as indulgências que se podem ganhar pelas almas do Purgatório. São Francisco Xavier não deixava passar um dia sem orar pelos mortos.
Como ele, muitos outros santos que acreditavam na onipotência das preces feitas com fervor. Cristo ensinou: “Pedi e recebereis, buscai e achareis”, para mostrar que tudo é possível àquele que ora. Portanto, nada mais louvável do que interceder por aqueles que breve estarão lá no Céu, onde serão intercessores dos que deles se lembraram neste mundo. Além do mais, a quem socorreu as almas do Purgatório, certamente Deus fará com que outros depois se lembrem também de orar por aquele que foi tão caridoso com seus irmãos falecidos. Nunca se recordam demais as palavras do Livro dos Macabeus: “Santo e piedoso pensamento é rezar pelos mortos para que se libertem de seus pecados” (2Mc 12, 43-46). Lembra o teólogo John O’ Brien que um dos relatos mais tocantes que nos foram transmitidos sobre este assunto nos escritos dos Padres da Igreja, vem-nos de S. Agostinho, no princípio do séc V.
O sábio bispo conta que sua mãe, chegada a hora da morte, lhe fez este último pedido: “Sepulta o meu corpo em qualquer lugar, não importa onde; não te preocupes com ele. Mas peço-te somente que, onde quer que estejas, te lembres de mim no altar do Senhor”. A lembrança deste pedido inspirou ao filho esta ardente prece: “Por isso Te imploro, ó Deus do meu coração, pelos pecados da minha mãe. Que ela repouse em paz com o seu marido [… ] E inspira, Senhor, aos teus servos meus irmãos, que eu sirvo pela palavra, pelo coração e pela escrita, a todos os que lerem estas linhas, que lembrem no Teu altar, a Tua serva Mónica”.
Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos
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/em Vídeos católicosBandas e cantores católicas
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Dom Murilo anima participantes em Seminário da CF 2015
/em Campanha da Fraternidade, Campanhas da Igreja, CF 2015, Notícias CF 2015Durante o último final de semana, entre os dias 17 e 19 de outubro, dezenas de pessoas das mais variadas representações diocesanas do Regional Nordeste 3 participaram do Seminário Regional de formação e animação para Campanha da Fraternidade 2015 e da Evangelização 2014. Na atividade os participantes puderam ouvir do arcebispo de São Salvador e Primaz do Brasil, dom Murilo Krieger sobre a importância em se fortalecer o espírito de solidariedade e evangelização.
“É importante que haja uma percepção de que as pessoas necessitam viver uma solidariedade e também oferecê-la. A partir disto, a evangelização deve acontecer de forma comum a fim de que todos possam ser atingidos pela palavra de Deus”, ressaltou dom Murilo.
A atividade foi assessorada por Antônio Evangelista, um dos assessores que compõe a equipe nacional da Campanha da Fraternidade. Durante os dias do encontro o assessor apresentou propostas de incentivo e reforço durante as ações para a Campanha da Fraternidade nas Dioceses do RNE 3 e motivou aos líderes na propagação do tema 2015: “Eu vim para servir” e com o espírito de revitalizar a nossa colaboração com a sociedade pelas as palavras do Santo Padre e o documento 100 da CNBB.
Ao final do encontro os participantes definiram algumas pistas de ação como: promover a formação de Escolas de “Fé e Política” nas dioceses e Regionais e potencializar as ações de evangelização das Famílias a partir das aproximações e diálogos entre grupos, serviços e pastorais, fortalecendo o Setor Família, em sintonia com o que já está sendo proposto pelo Sínodo da Família, entre outras propostas.
Dom Murilo anima participantes em Seminário da CF 2015 – cnbbne3.org.br / Portal Kairós
Objetivos da Campanha da Fraternidade 2015
/em Campanha da Fraternidade, Campanhas da Igreja, CF 2015, Notícias CF 2015Objetivo geral da CF – 2015 CNBB
01 – Aprofundar, à luz do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, como serviço ao povo brasileiro, para a edificação do Reino de Deus.
Objetivos específicos da CF – 2015 CNBB
01 – Fazer memória do caminho percorrido pela Igreja com a sociedade, identificar e compreender os principais desafios da situação atual.
02 – Apresentar os valores espirituais do Reino de Deus e da doutrina Social da Igreja, como elementos autenticamente humanizastes.
03 – Identificar as questões desafiadoras na evangelização da sociedade e estabelecer parâmetros e indicadores para a ação pastoral.
04 – Aprofundar a compreensão da dignidade da pessoa, da integridade da criação, da cultura da paz, do espírito e do diálogo inter-religioso e intercultural, para superar as relações desumanas e violentas.
05 – Buscar novos métodos, atitudes e linguagens na missão da Igreja de Cristo de levar a Boa Nova a cada pessoa, família e sociedade.
06 – Atuar profeticamente, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para o desenvolvimento integral da pessoa e na construção de uma sociedade justa e solidária.