Católico pode fazer tatuagem?

tatuagem_catolicaTatuagem e piercings

O uso das tatuagens é muito antigo. Fazem parte da identidade, única e exclusiva de aborígenes e ancestrais da Polinésia e da América do Sul. O processo de introduzir sob a epiderme substâncias corantes para apresentar desenhos e pinturas era um sinal de proteção contra os maus espíritos segundo aquela mentalidade primitiva.

Hoje a tatuagem e os piercings estão associados a outras realidades. Psicólogos apresentam várias explicações sobre quem usa estas marcas corporais. Sob o ponto de vista religioso cada caso deve ser examinado, observando-se as intenções de cada um. Cabe aos sacerdotes examinar os motivos que levam um cristão a usar esta arte de gravar na pele, por meio de pigmentos coloridos, ícones indeléveis e qual a finalidade com que isto é feito. Eles terão discernimento para dar um parecer.

Antes de se fazer uma tatuagem ou piercings seria de bom alvitre que, sobretudo, um jovem cristão lesse uma passagem no Antigo Testamento que diz: “Não fareis incisões no corpo em sinal de luto, nem usareis tatuagem alguma no corpo” (Levítico 19,28). No Novo Testamento São Paulo dizia aos Coríntios: “Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, que vos foi dado por Deus, e que vós não sois senhores de vós mesmos? Na verdade fostes comprados por elevado preço. Glorificai, pois a Deus no vosso Corpo” (1 Cor 6,19-20).

Cumpre, portanto, medida e equilíbrio em tudo que se refere a este templo santo. Além de tudo isto é preciso verificar até onde tatuagem ou piercings vão prejudicar a saúde e, neste caso, não custa ouvir um bom dermatologista. Eles alertam: “Se não houver assepsia e técnica adequada, a pele pode ser machucada (principalmente no piercing) inflamar e se contaminar com bactérias, fungos e vírus. Pode haver abscesso, erisipela e até infecção generalizada. A pele também pode ter alergia às tintas ou ao material do piercing”. Todo cuidado é pouco.

 

Tatuagem e piercings
Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos

Busca da Perfeição Cristã

Querido Padre Luiz Miguel Duarte

Querido Padre Luiz Miguel Duarte em busca da perfeição em Cristo

Em nossos dias, não obstante a dispersão ocasionada pelos meios de comunicação social com sua parafernália tecnológica que impede tantas vezes o bom senso, são inúmeros os que buscam sua unidade interior. São aqueles que, apesar de viverem num mundo digital repleto de equipamentos eletrônicos que causam tantas vezes uma dependência deletéria, desejam ser senhores de si mesmos numa vinculação completa a Deus. Davi, em tempos menos agitados do que os de hoje, pedia a Deus: “Mostra-me teu caminho, Senhor, que eu marche segundo a verdade, unifica meu coração para que tema teu nome” (Sl 65,11).

Trata-se da concentração no Ser Supremo, livrando-se das numerosas mensagens transmitidas pelas redes sociais, pela televisão, pelo rádio. Deste modo se abre o caminho para a reflexão pessoal diante do Senhor de tudo, libertando-se do excesso de informações que redirecionam para uma superficialidade nociva. Cumpre, se fato, desplugrar das máquinas os pensamentos e emoções para que eles se valorizemm interiormente, permitindo entrar em contato com Aquele que é o oceano da sabedoria, a luz verdadeira que ilumina e salva. Resulta então o progresso espiritual, o equilíbrio psicossomático. É o sair do universo das ilusões terrenas, para se imergir nas realidades eternas, tornando-se cada um senhor de si mesmo.

Deste modo, se apura o senso crítico, discernindo quais são os autênticos valores que enriquecem a existência humana. A frustração, o desalento, a depressão, a paranoia fluem inúmeras vezes da falta do autodomínio e da contemplação das verdades perenes. Do contato com a divindade resulta, em consequência, o aprimoramento das qualidades que cada um possui como dons maravilhosos do Criador. Deste modo, ainda que exteriormente surjam provações, interiormente o cristão fica firme na rocha de uma fé inquebrantável, de um amor sobrenatural insuperável a Deus e ao próximo. O grande modelo de tal atitude é o próprio Filho de Deus que asseverou: “Meu alimento é fazer a vontade do meu Pai” (Jo 4, 34). Ele foi então capaz de suportar os maiores tormentos pela salvação da humanidade.

Quem deseja avançar no progresso pessoal precisa se dispor a uma adesão incondicional aos desígnios divinos numa entrega sincera a Deus, seguindo sempre os impulsos de suas graças. Querer unicamente o que Ele quer de cada um e isto num abandono total em suas mãos. Deixar que Ele aja, correspondendo fielmente a suas moções. Para isto é preciso invocar continuamente as luzes divinas e solicitar coragem e determinação para realizar não a própria vontade, mas o que Ele quer. Não é fácil esta maleabilidade, mas o cristão sabe que é possível atingir esta disponibilidade e pode repetir com o salmista: “Com Deus faremos proezas” (Sl 108,13).

É necessário abrir espaço dentre de si mesmo para que a força celeste seja eficaz. Feliz aquele que deixa Deus regular todos os acontecimentos de sua vida. Ele é quem sabe o que é melhor para cada um. Para esta conformidade com o Senhor Onipotente há necessidade da luta permanece contra o amor próprio e suas sequelas. Cristo deixou o exemplo a ser seguido. Enquanto homem, foi humilde de coração, ostentou uma abnegação contínua, cumprindo inteiramente sua missão nesta terra. Como bem observou o Pe. Grou, “o espírito de Jesus Cristo foi um espírito de caridade e de doçura, espírito de paz e de união, um espírito de suporte e condescendência, uma terna compaixão pelos pecadores, para com aqueles mesmos que O caluniavam e ultrajavam, desejando sua morte”. Fez-se, portanto, o protótipo, indicando a seus seguidores com obter a perfeição.

Eis por que o cristão precisa sempre rogar a Ele: “Fazei o meu coração semelhante ao vosso”! Deste modo a serenidade impera na vida do fiel que trilha em tudo o caminho da santidade existencial. Este jamais será escravo da mídia, porque realiza em tudo o que recomenda um belo cântico: “Pensar como Jesus pensava”. Então possuirá este discípulo de Cristo uma alma limpa, jamais poluída pela maldade e terá encontrado o caminho da perfeição e da bem-aventurança.

 

 Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho
 Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.

Crônica de um papa chamado Francisco

padre_zezinho_artigo_papa

O CARDEAL BERGOGLIO não se ofereceu às câmeras nem aos microfones. Estava quieto evangelizando sua querida Buenos Aires (bons ares), quando os cardeais do mundo inteiro o chamaram para levar bons ares para o mundo e o puseram em Roma!

Não pediu para ser famoso nem procurou isso. Adotou o nome de Papa Francisco, porque o Diácono Frei Francisco e hoje São Francisco de Assis, há mais de 800 anos, dizia que seus frades deveriam levar simplicidade e alegria por onde passassem. Deveriam ser instrumentos da paz de Jesus.

É o que o Francisco de Buenos Aires e de Roma está fazendo. O Francisco de Assis era João e ganhou o apelido de Francisco. O Jorge Bergoglio de Buenos Aires adotou o nome de Francisco porque admirava o santo pobre. E o admirador do “santo pobre” tornou-se um”santo padre”. É o que ele quer ser.

Assim, a Igreja Católica e o mundo ganharam um papa Jesuíta-Franciscano que organiza e milita como um Inácio e age e se aproxima do mundo como um Francisco!

 

Crônica de um papa chamado Francisco
Pe Zezinho, scj

15 conselhos do Padre Pio para os que estão sofrendo

sofrimento

Está difícil manter-se firme na esperança e na fidelidade a Deus? Então este texto é para você
De tempos em tempos, Deus envia ao nosso mundo algumas pessoas extraordinárias, que servem como pontes entre a terra e o céu, e ajudam a que milhares de outras pessoas possam desfrutar do Paraíso eterno.

O século XX nos deixou um homem especial: o Padre Pio de Pietrelcina, um religioso capuchinho nascido nesse povoado do sul da Itália e morto em 1968 em San Giovanni Rotondo. São João Paulo II o elevou aos altares em 2002, em uma canonização que bateu todos os recordes de assistência. Hoje, podemos dizer que ele é o santo mais venerado da Itália.

O Padre Pio recebeu dons especiais de Deus, como o discernimento das almas e a capacidade de ler as consciências; curas milagrosas; bilocação; dom das lágrimas; perfume de rosas; e sobretudo os estigmas nos pés, mãos e lado, que ele padeceu durante 50 anos.

Ao longo da sua vida, ele escreveu milhares de cartas às pessoas que dirigia espiritualmente, e estas cartas são uma fonte de sabedoria cristã prática e de grande utilidade.

Apresentamos, a seguir, uma pequena seleção de pensamentos do Padre Pio diante do sofrimento, extraídos de suas cartas; tais pensamentos dão esperança e elevam a alma:

1. O sofrimento suportado de maneira cristã é a condição que Deus, autor de todas as graças e de todos os dons que conduzem à salvação, estabeleceu para conceder-nos a glória.

2. Quanto mais sofrimentos você tiver, mais amor receberá.

3. Jesus quer preencher todo o seu coração.

4. Deus quer que sua incapacidade seja a sede da sua onipotência.

5. A fé é a tocha que guia os passos dos espíritos desolados.

6. No tumulto das paixões e das vicissitudes adversas, que nos sustente a grata esperança da inesgotável misericórdia de Deus.

7. Coloque toda a sua confiança somente em Deus.

8. O melhor consolo é aquele que vem da oração.

9. Não tema por nada. Ao contrário, considere-se muito afortunado por ter sido considerado digno e partícipe das dores do Homem-Deus.

10. Deus o deixa nessas trevas para a sua glória: esta é a grande oportunidade do seu progresso espiritual.

11. A felicidade só se encontra no céu.

12. Quanto mais crescem as tentações do demônio, mais perto a alma está de Deus.

13. Bendiga o Senhor pelo sofrimento e aceite beber o cálice do Getsêmani.

14. Suporte os sofrimentos durante toda a sua vida para poder participar dos sofrimentos de Cristo.

15. A oração é a melhor arma que temos: é uma chave que abre o coração de Deus.

15 conselhos do Padre Pio para os que estão sofrendo
Via Aletéia e RELIGIÓN EN LIBERTAD

Solidariedade é um modo de fazer história, diz papa Francisco

papa_francisco_01

“A solidariedade, entendida em seu sentido mais profundo, é um modo de fazer história e isso é o que fazem os movimentos populares”, disse o papa Francisco, na manhã de ontem, dia 28, durante encontro com os participantes do Encontro Mundial dos Movimentos Populares.

Ao falar sobre solidariedade, Francisco sugeriu pensamentos e atos em favor da comunidade e da prioridade de vida a todos. “Também é lutar contra as causas estruturais da pobreza, a desigualdade, a falta de trabalho, a terra e a violência, a negação dos direitos sociais e trabalhistas”, enumerou. Para ele, a solidariedade se traduz no enfrentamento aos “efeitos destruidores do ‘Império do dinheiro’, como os deslocamentos forçados, as migrações dolorosas, o tráfico de pessoas, a droga, a guerra, a violência. “Todas essas realidades que muitos de vocês sofrem e que todos somos chamados a transformar. A solidariedade, entendida em seu sentido mais profundo, é um modo de fazer história e isso é o que fazem os movimentos populares”, disse.

A transformação da realidade dos que sofrem com a pobreza conduziu o papa a três elementos que para ele são uma resposta a algo que deveria estar ao alcance de todos, mas que está cada vez mais longe da maioria: “terra, casa e trabalho”. A abordagem em relação ao escândalo da pobreza não deve promover “estratégias de contenção que somente tranquilizem e convertam os pobres em seres domesticados e inofensivos”.

O papa Francisco alertou, ainda, ao tratar dos elementos “terra, casa e trabalho”, que fala do amor pelos pobres, que está “no centro do Evangelho”. “É estranho, mas quando falo sobre estas coisas, para alguns parece que o papa é comunista”, comentou.

Francisco também falou sobre a “cultura do descartável”, na qual aqueles que não podem se integrar no fenômeno da exportação e da opressão, são excluídos como resíduos, sobras. Ele explicou que isso acontece quando no centro de um sistema econômico está o deus dinheiro e não o homem, a pessoa humana. “Ao centro de todo sistema social ou econômico deve estar a pessoa, imagem de Deus, criada para que fosse o dominador do universo. Quando a pessoa é desprezada e vem o deus dinheiro, acontece esta troca de valores”, alertou.

Falando sobre trabalho, o papa destacou direitos a uma remuneração digna, à seguridade social e à cobertura previdenciária aos catadores, vendedores ambulantes, costureiros, artesãos, pescadores, camponeses, construtores, mineiros, todo tipo de cooperativistas e trabalhadores de ofícios populares, que, segundo Francisco, estão excluídos dos direitos trabalhistas e têm negada a possibilidade de sindicalizar-se e de ter uma renda adequada e estável. “Hoje quero unir minha voz à sua e acompanha-los em sua luta”, afirmou.

O papa ainda falou sobre paz e ecologia no contexto dos três elementos apresentados em seu pronunciamento. “Não se pode haver terra, não pode haver casa, não pode haver trabalho se não temos paz e se destruirmos o planeta”, disse. Ele exorta que a criação não é uma propriedade da qual se pode dispor a esmo gosto, nem que pertence a uns poucos. “A criação é um dom, é um presente, um dom maravilhoso que Deus nos deu para que cuidemos dele e utilizemos em benefício de todos, sempre com respeito e gratuidade”, acrescentou.

Em relação à “globalização da indiferença”, presente no mundo, foi apresentado um “guia de ação, um programa” considerado “revolucionário”: as bem-aventuranças, presentes no Evangelho de Mateus.

Ao final, Francisco afirmou que os movimentos populares expressam “as necessidades urgentes de revitalizar as democracias”. Ele considera “impossível imaginar um futuro para a sociedade sem a participação como protagonista das grandes maiorias”.

Encontro

O Encontro Mundial dos Movimentos Populares aconteceu de 27 a 29 de outubro, com organização do Pontifício Conselho Justiça e Paz do Vaticano, em colaboração da Pontifícia Academia de Ciências Sociais e líderes de vários movimentos. São 100 leigos, líderes de grupos sociais, 30 bispos engajados com as realidades e os movimentos sociais em seus países, e cerca de 50 agentes pastorais, além de alguns membros da Cúria romana presentes no evento. Representou a CNBB o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da instituição, dom Leonardo Steiner.

O evento buscou fortalecer a rede de organizações populares, favorecer o conhecimento recíproco e promover a colaboração entre eles e suas Igrejas locais, representadas por bispos e agentes pastorais provenientes de vários países do mundo. O Pontifício Conselho Justiça e Paz do Vaticano ressalta o compromisso na promoção e tutela da dignidade e dos direitos da pessoa humana, assumido pelos movimentos.

 

 CNBB / Portal Kairós