Papa Francisco à Guarda Suíça: sejam fortes, mas também gentis

O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã deste sábado (06/05), na Sala Clementina, a Guarda Suíça Pontifícia, por ocasião da festa da corporação e do juramento, na parte da tarde, no Pátio São Dâmaso, no Vaticano, de 40 novos recrutas.

O juramento da Guarda Suíça se realiza todos os anos na data em que se recorda a morte de 147 guardas caídos na defesa do Pontífice durante o Saque de Roma de 6 de maio de 1527.

“Hoje vocês não são chamados a esta heroica oferta da vida física, mas a outro sacrifício não menos árduo: a servir à força da fé. Ela é uma válida barreira para resistir às várias forças e potestades desta terra e, sobretudo, àquele que é ‘o príncipe deste mundo’, o ‘pai da mentira’, que circula como um leão buscando a quem devorar’, segundo dizia o apóstolo Pedro (1 Pd 5,8).”

O Santo Padre convidou os Guardas Suíços a serem fortes e corajosos, mas também gentis, acolhedores e pacientes no serviço realizado no Vaticano:

“Que os peregrinos e os turistas que têm a possibilidade de encontrá-los fiquem edificados descobrindo em vocês, além das características compostura, precisão e seriedade profissional, também generoso testemunho cristão e santidade de vida. Seja essa a primeira preocupação de vocês.”

O Pontífice aproveitou a ocasião para renovar a toda a corporação da Guarda Suíça seu reconhecimento “pela diligência e solicitude com a qual realiza sua preciosa atividade a serviço do Papa e do Estado da Cidade do Vaticano”.

Peço que rezem por mim, ao tempo em que invoco para vocês a proteção da Virgem Santa e de seus patronos São Martinho de Tours, São Sebastião e São Nicola de Flüe – de quem este ano se celebra o sexto centenário, disse o Papa Francisco antes de conceder-lhes a Bênção apostólica.

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Papa a futuros sacerdotes: amizade com Jesus se manifesta no amor pelos pobres

Os jovens que escolheram seguir o Senhor no caminho do sacerdócio são chamados a cultivar a amizade com Jesus, que se manifesta de modo privilegiado no amor pelos pobres. Foi o que disse o Papa Francisco ao receber em audiência na manhã deste sábado (06/05), na Sala do Consistório, no Vaticano, a Comunidade do Pontifício Seminário Campano de Posillipo – sul da Itália – , ao todo, cerca de 120 pessoas entre estudantes e formadores. Trata-se da comunidade do Pontifício Seminário Inter-regional da Região da Campania, sul da Itália.

Após ressaltar a particularidade do Seminário fundado em 1912 por vontade do Papa São Pio X, ou seja, o fato de ser um caso singular no atual panorama eclesial italiano – único seminário diocesano na Itália dirigido pela Companhia de Jesus –, o Santo Padre desenvolveu seu discurso articulado em três aspectos da formação em vista do presbiterado: a amizade pessoal com o Senhor Jesus; o discernimento; e o abrir-se sempre mais à dimensão do Reino de Deus.

Educar segundo o estilo de Santo Ignácio – disse o Pontífice – significa, sobretudo, favorecer na pessoa a integração harmônica a partir da centralidade da relação de amizade pessoal com o Senhor Jesus.

Para isso, acrescentou, “é importante conhecer, acolher e reformar continuamente a própria humanidade. Não cansar-se de seguir adiante, reformar: sempre em caminho. Nessa direção, também a formação intelectual não tende a ser o simples aprendizado de noções para tornar-se eruditos – mas vocês não são um dicionário, eh? –, mas quer favorecer a aquisição de instrumentos sempre mais refinados para uma leitura crítica da realidade, a partir de si mesmos”.

Chamar as coisas pelo nome é o primeiro passo para o conhecimento de si e, por conseguinte, para conhecer a vontade de Deus em nossa vida.

“Queridos seminaristas, não tenham medo de chamar as coisas pelo nome, de encarar a verdade de suas vocês vidas e de se abrir de modo transparente e verdadeiro aos outros, sobretudo a seus formadores, fugindo da tentação do formalismo e do clericalismo, que são a raiz da vida dupla, sempre.”

O discernimento foi o segundo aspecto ressaltado pelo Papa. O tempo do seminário é tempo de discernimento por excelência, disse.

“Mas neste tempo o exercício do discernimento deve tornar-se uma verdadeira arte educativa, para que o sacerdote seja um verdadeiro ‘homem do discernimento’. Hoje, mais do que nunca, o sacerdote é chamado a guiar o povo cristão no discernir os sinais dos tempos”, acrescentou.

Para ser especialistas na arte do discernimento é preciso ter, sobretudo, uma boa familiaridade com a escuta da Palavra de Deus, mas também um crescente conhecimento de si mesmos, do próprio mundo interior, dos afetos e dos medos. Para tornar-se homens do discernimento é preciso ser corajosos, dizer a verdade a si mesmos.

“Educar para o discernimento significa ‘expor-se’, sair do mundo das próprias convicções e preconceitos para abrir-se a compreender como Deus nos está falando, hoje, neste momento, neste tempo, neste momento.”

Por fim, afirmou, formar-se para o sacerdócio segundo um estilo inaciano significa abrir-se sempre à dimensão do Reino de Deus, cultivando o desejo do “magis”, daquele “mais” na generosidade do doar-nos ao Senhor e aos irmãos, que sempre estão diante de nós.

Buscar o Reino de Deus significa fugir da lógica da mediocridade e do “mínimo indispensável”, mas abrir-se para descobrir os grandes sonhos de Deus para nós. Buscar o Reino significa buscar a justiça de Deus e trabalhar para que as nossas relações, as comunidades, nossas cidades sejam transformadas pelo amor misericordioso e justo de Deus, que escuta o grito dos pobres, disse ainda o Papa Francisco.

“A busca da verdadeira justiça deve estimular no chamado uma crescente liberdade interior em relação aos bens, aos reconhecimentos deste mundo, em relação aos afetos e à própria vocação. Liberdade interior em relação aos bens: quero ressaltar isso. É o primeiro degrau, não é bonito, eh? Não se esqueçam: o diabo entre pelo bolso, sempre; depois segue a vaidade, e depois o orgulho, a soberba; e assim vai.”

De fato, os jovens que escolheram seguir o Senhor no caminho do sacerdócio são chamados a cultivar a amizade com Jesus, que se manifesta de modo privilegiado no amor pelos pobres, de modo a ser “testemunhas de pobreza, mediante a simplicidade e austeridade da vida, para tornar-se sinceros e críveis promotores de uma verdadeira justiça social”, foi a exortação do Papa Francisco.

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Crônica: Paraíso e Inferno no Islã e no Cristianismo

Dubai (RV*) – Amigas e amigos, saúdo-os fraternalmente das Arábias, onde o Islã é a religião oficial de todos os países. Somos gratos aos governantes de alguns deles que nos permitem ter nossos lugares de culto e ao mesmo tempo aprender a conviver, em harmonia, com os seguidores de Maomé e conhecer os fundamentos do islamismo.

Tanto a doutrina do Islã como o Cristianismo contemplam a existência do inferno, mas diferem em suas visões.

Para os islâmicos, Paraíso e Inferno serão as moradas finais para os crentes e os condenados, após o Último Julgamento. Eles são reais e eternos. A bênção das pessoas do Paraíso nunca cessará e a punição dos descrentes condenados ao Inferno também não cessará. A visão islâmica é sofisticada e transmite um nível alto de justiça divina. Isso pode ser visto de duas formas. Primeiro, alguns crentes podem sofrer no Inferno por pecados capitais dos quais não se arrependeram. Segundo, tanto o Paraíso quanto o Inferno têm níveis.

O Paraíso é comparado a um jardim eterno de prazeres físicos e deleites espirituais. O sofrimento estará ausente e os desejos do corpo serão satisfeitos. Todos os desejos serão atendidos. Palácios, servos, fortuna, rios de vinho, leite e mel, fragrâncias agradáveis, vozes suaves, parceiros puros para relações íntimas; uma pessoa nunca se entediará ou terá o bastante! É um lugar no qual, prazeres e satisfações terrenas continuam a existir. A bênção suprema, porém, é a visão do Senhor.

Por outro lado, o Inferno tem duas características: é local de tortura e punição para o corpo e a alma; queimaduras por fogo, água fervente para beber, comida escaldante para comer, correntes e colunas de fogo sufocantes nas quais os descrentes serão eternamente condenados, enquanto os crentes pecadores, eventualmente serão retirados do Inferno purificados e entrarão no Paraíso.

No conceito da ressurreição no fim dos tempos, a doutrina islâmica contempla a recuperação do corpo material. A partir daí o paraíso é concebido como um lugar físico onde as pessoas continuam a usufruir das coisas agradáveis da terra ou são privadas delas devido à maldade praticada.

No cristianismo o conceito de ressureição segue o caminho de Cristo que, após ressurgir dos mortos, assumiu um corpo glorioso, não mais submetido aos desgastes e problemas relacionados com a matéria. Céu e inferno não são lugares físicos, quer dizer, não ocupam espaço, mas estado de felicidade ou de sofrimento. As coisas da terra não serão mais necessárias, “Pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos no céu.” (Mt 22,30). Quem encontrou Cristo nos irmãos, será bendito junto ao Pai.

*Missionário Pe. Olmes Milani CS, das Arábias para a Rádio Vaticano.

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AG CNBB: experiência de partilha, convivência, oração, estudo e reflexão

Mais de 350 bispos de todo o Brasil, bispos na ativa e eméritos se reuniram em Aparecida, na “Casa da Mãe”, entre os dias 26 de abril e 05 de maio para a 55ª Assembleia Geral da CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Os trabalhos este ano foram centralizados no tema da “Iniciação à Vida Cristã”.

O tema amplamente discutido nestes dias foi votado e aprovado em um documento final, cuja elaboração ficou a cargo de uma comissão montada especialmente para sua elaboração. Durante os trabalhos o texto recebeu acréscimos e agora com a aprovação pelos bispos, o texto será assumido como um documento oficial da CNBB. Um texto de profunda qualidade, que busca corresponder aos desafios pastorais identificados pela missão da Igreja e acima de tudo procura por em pratica as diretrizes gerais da Ação evangelizadora que convoca a ser Igreja: casa da iniciação cristã.

O tema da iniciação à vida cristã, diz respeito à realidade da Igreja presente em todo o Brasil e fala de algumas preocupações da Igreja, por exemplo, a questão da transmissão da fé às novas gerações e a grande preocupação em formar não só adeptos, mas discípulos. Era preciso avaliar e dizer quais caminhos retomar.

A missão então dos bispos reunidos em Aparecida era a de traduzir toda a linguagem muitas vezes técnica em uma forma acessível e concreta para a pastoral. O texto constata que muitas paróquias do Brasil já conhecem a iniciação à vida cristã, mas também o fato de que muitas ainda não chegaram neste ponto, e por isso, o mesmo visa uma retomada dessa caminhada.

É um documento conciso dirigido aos catequistas em primeiro lugar, com linguagem acessível, direta, e com mudança de prática, mas também a todas as lideranças das comunidade, sejam eclesiais, sejam leigas. Questões importantes para a vida da Igreja.

Também presente nas reflexões o momento vivido pelos brasileiros, e como consequência dessas reflexões a divulgação da mensagem “Momento Atual”, na qual os bispos lançam estradas de esperança para uma população sofrida e angustiada por causa da crise econômica, política e social. Crise que atinge a população com a falta de emprego e de horizontes.

A nota sobre o Momento Atual contém uma análise da realidade política e econômica, bem como orientações pastorais à Igreja do Brasil.

Outros os momentos vividos em Aparecida como as celebrações do Ano Nacional Mariano e a comemoração dos dez anos da Conferência do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), realizada aqui em Aparecida, em 2007. Tivemos também a celebração ecumênica e a bênção das imagens de Nossa Senhora Aparecida que percorrerão as dioceses e regionais até o encerramento do Ano Nacional Mariano, em outubro.

Foram dias muito intensos nos quais os pastores da Igreja Católica, sob o Manto da Mãe Aparecida, viveram uma experiência privilegiada de partilha fraterna, convivência, oração, estudo, reflexão, que certamente irá fortalecer a unidade, a comunhão do episcopado, mas também a unidade com o sucessor de Pedro, o Papa Francisco.

Silvonei

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Papa Francisco recebe convite para visitar o Líbano

O Papa Francisco recebeu em audiência esta sexta-feira (05/05) o Patriarca maronita Bechara Boutros Rai.

O Patriarca veio a Roma para participar da Plenária da Secretaria para a Comunicação, que se conclui esta sexta. Antes de embarcar, no aeroporto de Beiture, Boutros Rai comunicou aos jornalistas que entregará ao Papa Francisco um convite oficial para visitar o Líbano em nome de todos os Patriarcas e Bispos católicos presentes no País dos Cedros.

Em junho de 2016, o sacerdote maronita Rouphael Zgheib, Diretor nacional das Pontifícias Obras Missionárias do Líbano, perguntou ao Pontífice quando realizaria uma visita apostólica ao país do Oriente Médio. Na ocasião, o Papa Francisco respondeu com outra pergunta: “E vocês, libaneses, quando elegerão um novo Presidente?”.

A vacância presidencial no País dos Cedros durou quase dois anos e meio, e os protocolos diplomáticos vaticanos excluem viagens papais a nações que vivem uma semelhante paralisação institucional.

Já 31 de outubro de 2016, o Líbano escolheu como novo Presidente o ex-general Michel Aoun, cristão maronita. O Presidente Aoun foi recebido pelo Papa Francisco no Vaticano em 16 de março passado. Depois do encontro com o Bispo de Roma, Aoun escreveu em sua conta no twitter que o Papa tinha expresso a sua vontade de visitar o Líbano, garantindo a sua constante oração pelo país.

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