Pe. Erismar sobre terremoto: a solidariedade fala mais alto

O convidado no “Porta Aberta”, desta quarta-feira (12/07), é o Pe. José Erismar da Arquidiocese da Paraíba.

Atualmente, ele mora em Bellante, na Itália, cidade que sofreu as consequências dos terremotos que abalaram a região central do país, no ano passado e no início deste ano.

Em entrevista, Pe. Erismar nos conta como viveu essa experiência dramática do terremoto.

“Essas coisas psicologicamente abalam, mas a solidariedade humana fala mais alto no sentido que ainda tem a humanidade que quer ajudar. Essa é a realidade. Visitei várias áreas, algumas a gente pode entrar outras não. Mas eu não sou muito de falar nesses lugares, até mesmo porque existe uma coisa muito feia que é o famoso turismo macabro, que são aquelas pessoas que vão fazer foto de prédio caído e outras coisas. Eu não gosto dessas coisas. Eu vou e faço o meu silêncio. Acho que a única coisa que a gente pode fazer é silêncio como presença e solidariedade”, disse o sacerdote.

 

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Papa: catequista não é profissão, mas vocação

Ser catequista não é uma profissão, mas uma vocação: é o que afirma o Papa Francisco na mensagem enviada aos participantes do Simpósio Internacional sobre Catequese, em andamento na Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Católica Argentina (UCA), em Buenos Aires.

No texto, o Pontífice cita um diálogo de São Francisco de Assis com um de seus seguidores, que queria aprender a pregar. O santo lhe diz: Quando visitamos os enfermos, ajudamos as crianças e damos de comer aos pobres já estamos pregando. “Nesta lição, está contida a vocação e a tarefa do catequista”, escreve o Papa.

Ser catequista

Em primero lugar, a catequese não é um trabalho ou uma tarefa externa à pessoa do catequista, mas se “é” catequista e toda a vida gira em torno desta missão. De fato, “ser” catequista é uma vocação de serviço na Igreja, que se recebeu como dom do Senhor para ser transmitido aos demais. Por isso, o catequista deve constantemente regressar àquele primeiro anúncio ou “kerygma”, que é o dom que transformou a própria vida. Para Francisco, este anúncio deve acompanhar a fé que já está presente na religiosidade do povo.

Com Cristo

O catequista, acrescentou o Papa, caminha a partir de Cristo e com Ele, não é uma pessoa que parte de suas próprias ideias e gostos, mas se deixa olhar por Ele, porque é este olhar que faz arder o coração. Quanto mais Jesus toma o centro da nossa vida, mais nos impulsiona a sair de nós mesmos, nos descentraliza e nos faz mais próximos dos outros.

Catequese “mistagógica”

O Papa compara este dinamismo do amor com os movimentos cardíacos: sístole e diástole, se concentra para se encontrar com o Senhor e imediatamente se abre para pregar Jesus. O exemplo fez do próprio Jesus, que se retirava para rezar ao Pai e logo saía ao encontro das pessoas sedentas de Deus. Daqui nasce a importância da catequese “mistagógica”, que é o encontro constante com a Palavra e os sacramentos e não algo meramente ocasional.

Criatividade

E na hora de pregar, Francisco pede que os catequistas sejam criativos, buscando diferentes meios e formas para anunciar a Cristo. “Os meios podem ser diferentes, mas o importante é ter presente o estilo de Jesus, que se adaptava às pessoas que tinha a sua frente. É preciso saber mudar, adaptar-se, para que a mensagem seja mais próxima, mesmo quando é sempre a mesma, porque Deus não muda, mas renova todas as coisas Nele.

O Papa conclui agradecendo a todos os catequistas pelo que fazem, mas sobretudo porque caminham com o Povo de Deus. “Eu os encorajo a serem alegres mensageiros, custódios do bem e da beleza que resplandecem na vida fiel do discípulo missionário.”

O Simpósio Internacional sobre Catequese teve início no dia 11 de julho e prossegue até o dia 14. O encontro tem como tema “Bem-aventurados os que creem”, e entre os conferencistas estão o Arcebispo Luis Francisco Ladaria sj, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e Mons. José Ruiz Arenas, Secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.

 

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Hóstia sem glúten: celíacos podem comungar?

A publicação de uma carta-circular a respeito do pão e do vinho da Eucaristia gerou um debate sobre como os celíacos podem comungar.

A carta foi publicada sábado passado pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos aos Bispos diocesanos, a pedido do Papa Francisco.

A Congregação recorda que o pão deve ser ázimo, unicamente feito de trigo. “É um abuso grave introduzir, na fabricação do pão para a Eucaristia, outras substâncias como frutas, açúcar ou mel. Já as hóstias completamente sem glúten são inválidas.” Os fiéis se perguntam: como fazem os celíacos para comungar?

Quem responde é o Padre Fábio de Freitas Guimarães, oficial da Congregação para o Clero:

Pe. Fábio explica que a intenção do documento é alertar quanto à qualidade das hóstias sem glúten, porque na maioria dos casos – “senão na totalidade” – essas hóstias contêm outras substâncias que não são trigo e água – as únicas permitidas.

“O texto não fala do direito ou não dos celíacos de comungar, mas chama a atenção para o produto que se compra.”

O oficial da Congregação para o Clero adverte que quando um produto traz o rótulo “sem glúten”, pode significar uma alteração do mesmo, com a introdução de cereais, bactérias e levedos que não são aceitos.

Mas recorda que é possível diminuir a quantidade de glúten numa hóstia, o que permite que os celíacos comunguem. Caso uma pessoa seja 100% intolerante, Pe. Fábio de Freitas sugere que comungue com o vinho.

 

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Ávila acolhe encontro do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos

Realiza-se em Ávila, Espanha, de 15 a 21 de julho, a Assembleia Geral do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC), reunindo responsáveis eclesiais, sindicais e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

De fato, uma ampla representação da Igreja espanhola e do mundo do trabalho estarão presentes para participar do Seminário internacional e da Assembleia Geral do Movimento.

Confirmaram presença, entre outros, o Presidente da Conferência Episcopal Espanhola, Cardeal Ricardo Blázquez; o Secretário Geral de CCOO, Unai Sordo; o Secretário Geral de UGT, Pepe Álvarez; o Secretário Geral da USO, Julio Salazar; a Secretária Executiva da Confederação Europeia de Sindicatos, Montserrat Mir e o Diretor do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) na Espanha, Joaquín Nieto.

No sábado, 15 de julho, a partir das 18 horas, a abertura do seminário pelo Bispo de Ávila, Dom García Burillo; o Prefeito da cidade José Luis Rivas; Presidente da HOAC, José Fernando Almazán; Charo Castelló e Jean-Claude Tolbize, copresidentes do Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos (MMTC).

No domingo, 16, a partir das 11h15, o painel “Panorama mundial da situação do emprego. Tendências. Presente e futuro”.

Na segunda-feira 17, a partir da 9h15, realiza-se a primeira sessão do dia com o pronunciamennto do Bispo emérito de Ciudad Real, Dom Antonio Algora, responsável pela Pastoral Operária, que irá expor o pensamento do Papa Francisco sobre o trabalho digno.

Segue o painel da Doutora em História Contemporânea, Basilisa López, sobre trajetória histórica e compromisso do MMTC na evangelização do mundo operário.

No dia 20, quinta-feira, às 18 horas, a presença do Presidente da Conferência Episcopal espanhola, o Cardeal Arcebispo de Valladolid, Ricardo Blásquez, que estará ao lado dos delegados e delegadas dos trabalhadores cristãos de todo o mundo, oportunidade em que presidirá a celebração eucarística comemorativa pelos 50 anos do MMTC.

Coletiva de Imprensa

No dia 14 de julho, em Ávila, terá lugar uma coletiva de Imprensa reunindo os responsáveis do Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos.

 

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Significado apologético da Ressurreição

No nosso espaço Memória História – 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos tratar na edição de hoje sobre “o significado apologético da ressurreição”.

No programa passado falamos sobre a “historicidade da ressurreição do Senhor”, oportunidade em que recordamos as palavras do Frei Raniero Cantalamessa: “A ressurreição é um acontecimento histórico, em um sentido muito particular. Ela está no limite da história, como aquele fio que separa o mar da terra firme. Está dentro e fora ao mesmo tempo. Com ela, a história se abre ao que está além da história, à escatologia. É, portanto, em certo sentido, a ruptura da história e a sua superação, assim como a criação é o seu começo. Isto significa que a ressurreição é um evento em si mesmo não testemunhável e atingível com as nossas categorias mentais que são todas ligadas à experiência do tempo e do espaço”, recordando que de fato, ninguém testemunhou o momento da ressurreição do Senhor, mas que ela é conhecida a posteriori, com as aparições de Jesus.

Na edição de hoje, Padre Gerson Schmidt nos fala sobre “o significado apologético da ressurreição”:

No nosso resgate histórico dos documentos do Concilio aqui nós lembramos a renovação do ano litúrgico sugerida pelos padres conciliares. Os padres no concilio propuseram, na Constituição Dogmática Sacrosanctum Concilium, no número 106, a valorização do Domingo como o dia alegre de render graças pela ressurreição do Senhor. Declara o seguinte o documento base da renovação litúrgica:

“Por tradição apostólica que tem sua origem do dia mesmo da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra cada oitavo dia o mistério pascal, naquele que se chama justamente dia do Senhor ou domingo. Neste dia, pois, devem os fiéis reunir-se em assembleia para ouvirem a palavra de Deus e participarem da eucaristia, e assim recordarem a paixão, ressurreição e glória do Senhor Jesus e darem graças a Deus que os “gerou de novo pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos para uma esperança viva” (1 Pd 1,3)”.

Cantalamessa, na pregação da quaresma, falou do significado apologético da ressurreição. Frei Raniero Cantalamessa disse assim: “Passando da história para a fé, muda também o modo de falar da ressurreição. O do Aqui se está no nível da fé, não mais no da demonstração. É o que chamamos de kerygma. “ScimusChristumsurrexisse a mortuisvere”, canta a liturgia do Domingo de Páscoa: “Nós sabemos que Cristo verdadeiramente ressuscitou”. Não só acreditamos, mas tendo acreditado, sabemos que é assim, disso temos certeza. A prova mais segura da ressurreição se tem depois, não antes, que se acreditou, porque então se experimenta que Jesus está vivo”.

Cantalamessa diz ainda que a morte de Cristo não era, em si, suficiente para dar testemunho da verdade de sua causa. “Muitos homens – temos uma prova trágica disso em nossos dias – morrem por razões erradas, até mesmo por razões iníquas; a sua morte não torna verdadeira a sua causa; somente testemunha que eles acreditavam na verdade dela. A morte de Cristo não é a garantia da sua verdade, mas do seu amor, pois “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pela pessoa amada” (Jo 15, 13)”.

Somente a ressurreição nos dá a prova que Cristo é Deus. Cristo é Deus porque ressuscitou dos mortos. Nenhum homem fez essa façanha, de ressuscitar depois de morto. Cristo, assumindo a natureza humana, provou que não era só homem pela sua ressurreição. Cantalamessa afirmou assim: “Somente a ressurreição é o selo de autenticidade divina de Cristo”. Nossa fé está fundamentada sobre o kerigma.

São Paulo tem razão de edificar sobre a ressurreição, como seu fundamento, todo o edifício da fé: “Se Cristo não tivesse ressuscitado, vã seria nossa fé. Nós seríamos falsas testemunhas de Deus… seríamos os mais dignos de compaixão de todos os homens”(1 Cor 15, 14-15,19).

É possível compreender por que Santo Agostinho pode dizer que “a fé dos cristãos é a ressurreição de Cristo”. Que Cristo tenha morrido todo mundo acredita, também os pagãos, mas que tenha ressuscitado, só os cristãos acreditam, e não é cristão quem não acredita (Cf. S. Agostinho, Enarr. in Psalmos, 120, 6 (CCL, 40, p 1791).

Por isso, a celebração do domingo, o tempo pascal, a pregação do kerigma depois de Pentecostes, traz esse significativo especial, dentro da vivência concreta de cada ano litúrgico que vivemos. Esperamos que não só no domingo, mas cada dia novo, possamos ter esse profundo sentido da ressurreição do Senhor, nos trazendo a alegria de que tudo se torna novo e regenerado pela vitória de Cristo, em nosso renascer pelo batismo, viver e morrer para ressuscitar. Não nascemos para morrer, mas morremos para ressuscitar”.

 

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