Arcebispo Mouche sobre a libertação de Mosul: difícil retorno da população

“Uma notícia que assume um grande valor para o futuro do nosso país.” Com essas palavras, o arcebispo sírio-católico de Mosul, Kirkuk e do Curdistão, Dom Petros Mouche, comenta à agência católica Sir a libertação de Mosul, segunda cidade iraquiana, tirada do Estado Islâmico (EI) pelo exército regular após nove meses de batalha que deixaram no território escombros e milhares de pessoas sem casa.

Estou voltando de Mosul onde encontrei o primeiro-ministro iraquiano, Haidar al Abadi, disse o prelado falando por telefone.

Retorno dos cristãos com segurança

“Em nosso colóquio abordamos vários pontos entre os quais como favorecer o retorno dos cristãos, como garantir a segurança e oferecer o suporte indispensável para as necessidades da população, a começar pela água a ser fornecida às escolas. No momento, infelizmente, o retorno da população, não somente cristã, é difícil e precisará de tempo.”

“Configura-se diferente, ao invés, a situação nos vilarejos cristãos da planície de Nínive, onde os retorno já começou. Dias atrás 320 famílias voltaram para Qaraqosh. Outras estão aguardando retornar porque as crianças esperam o fim das aulas em Irbil onde se encontram após a invasão do Estado Islâmico em 2014”.

 

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Papa “reforça o referencial de fé que se tem ao longo da vida”, diz jornalista

A família Sousa, da jornalista brasileira Michelle, acredita que o magistério do Papa Francisco tem reforçado o referencial de fé que as famílias têm ao longo da vida. Com 20 anos de profissão e tendo trabalhado em diferentes mídias, Michelle está há quase 5 anos na Rádio CBN, a Central Brasileira de Notícias, com sede em João Pessoa, na Paraíba.

Pela primeira vez na Itália e num contexto bem familiar, Michelle veio para o casamento do irmão celebrado na região da Sicília. Um grupo de 12 pessoas, entre elas, o seu pai de 82 anos que nunca tinha viajado para o exterior: “meu pai tem forte formação católica, inclusive foi seminarista, e nos educou profundamente na fé católica. Eu fui catequista e minha filha também foi educada na religião católica”.

Michelle acredita que o momento é de renovação da Igreja Católica, com o grande referencial do Papa Francisco, inclusive aos jovens: “o Papa está guiando os jovens na fé. É muito importante essa mensagem e essa abertura aos jovens. Eles têm hoje um acesso a muita informação, que é pulverizada, e se faz necessário esse referencial de fé para guiá-los no mundo digital e líquido. É preciso que as pessoas saibam diferenciar os valores que conduzem as pessoas, uma fé vivenciada nas pequenas atitudes do dia a dia. É o exemplo que vai dos adultos para as novas gerações.”

 

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Card. Farrell: a hora dos leigos assumirem protagonismo na Igreja é agora

“O futuro da Igreja depende dos leigos” e este futuro começa agora, afirmou o Prefeito da Congregação para os Leigos, Família e Vida, Cardeal Kevin Farrell, em entrevista ao “America”.

O purpurado estadunidense considera que “este é o momento na vida da Igreja em que realmente podemos tentar implementar aquilo de que já falava o Vaticano II, ou seja, o papel dos leigos” e lamenta os “mal-entendidos e confusão” ocorridos em algumas ocasiões sobre o chamado conciliar para que todo o povo de Deus assuma o protagonismo que corresponde aos batizados.

Mal-entendidos estes que produziram até mesmo “lutas internas” entre diferentes sensibilidades na Igreja, fazendo com que se perdesse “muito terreno e muito tempo”, mas que com o exemplo do Papa Francisco, tudo isso são “águas passadas”.

Futuro da Igreja depende dos leigos

“Os leigos têm uma vocação a ser desempenhada na Igreja, e estou firmemente convencido de que o futuro da Igreja depende deles”, diz o Cardeal, que já esteve à frente da Diocese de Dallas. “Sempre senti a necessidade de promover os leigos dentro da Igreja e dentro de sua organização”.

O Papa Francisco também tem este interesse, pois “cada vez que o encontro em cerimônias ou eventos, ele sempre se aproxima e quer saber como as coisas estão indo”, revela.

Leigo para assumir setor da Família

Depois das recentes nomeações do brasileiro Padre Alexandre Awi Mello como Secretário do Dicastério e da leiga consagrada espanhola Marta Rodríguez como Diretora do Departamento de Assuntos da Mulher, o Cardeal Kevin Farrell busca agora um leigo ou uma leiga para assumir o setor da família.

“Para este setor gostaria de contar com um homem ou mulher casado(a) e que tenha uma família, porque teria mais credibilidade, e de fato tem que ter alguém no comando que entenda a vida, a família, a moralidade e tudo mais”.

Igreja em saída

Dom Farrel revela ainda que o foco do trabalho desenvolvido pelo Dicastério que preside é em ser “uma Igreja em saída, uma Igreja missionária”, respondendo ao apelo do Papa Francisco.

Sobretudo nas visitas ad limina, onde “temos que escutar o que acontecer, assimilar o que os bispos nos contam e não ter respostas preparadas de antemão”. “Às vezes, no passado, nós nos precipitávamos em responder e dizer aos bispos o que tinham que fazer”, reconhece.

Papa Francisco

A respeito do Papa, o Prefeito da Congregação para os Leigos, Família e Vida revela que neste período de quase um ano em que trabalha mais próximo a ele, aprofundou seu respeito por um homem que considera “muito pensativo, profundamente espiritual, carinhoso e envolvido”.

“Ele me impressiona!”, confessa. “Não é uma pessoa mediática, nem um homem de espectáculo, “porém o que faz, com todos, quando está falando contigo, é como se fosse a única pessoa em todo o mundo com quem teria que se preocupar”. O segredo – acrescenta Farrell – do “porque é tão popular”. Seu jeito de ser “é o que atrai e o que faz as pessoas voltarem para a Igreja”.

Editorial: Carta, uma experiência de vida

No passado já falamos no nosso editorial sobre o valor que uma carta de tem. E voltamos a falar sobre esse tema. Tenho certeza que todos recordam muito bem, pelo menos os mais idosos, do uso das cartas para se comunicar com parentes, amigos, instituições etc. A carta sempre foi uma experiência a dois sentidos: a primeira a experiência da emoção de escrever, e a segunda a expectativa de receber uma resposta, resposta que às vezes durava semanas e até meses para chegar.

Hoje, na chamada era digital, pós-moderna, o uso desse meio de comunicação diminuiu muito, pois a grande maioria usa a internet para escrever, para se comunicar, usa um instrumento mais rápido. Alguém já sentenciou no passado: “preparem-se para viver em um mundo sem Correios”. O e-mail, Facebook e SMS, WhatsApp têm praticamente dizimado as cartas. Usam-se o telefone e os torpedos: são mais velozes, chegam antes. Mas neste nosso mundo do imediatismo e da velocidade perdemos a poesia da escrita pensada e esperada.

Pensada, refletida, escrita e reescrita; e esperada e sonhada. Sim sonhar aquelas palavras que foram escritas talvez a milhares de quilômetros de distância e que traduzem sentimentos e afetos que o espaço não cancela.

Nossa reflexão abrange também a realidade de casa, a realidade do Vaticano e as cartas que são enviadas ao Papa Francisco. O Santo Padre recebe todos os dias muitas cartas pelo fato que ele não possui um email pessoal ou um número WhatsApp. Tem sim a conta no Twetter.

“O homem que veio do fim do mundo”, acessível também através das cartas, recebe todas as semanas milhares delas, junto com pacotes, desenhos e objetos. Destinatário: o Papa Francisco, endereço; talvez o mais conhecido no mundo, Casa Santa Marta, Cidade do Vaticano. Os emitentes: gente do mundo inteiro.

Relíquias de São Nicolau veneradas por mais de 1,6 milhões de fiéis

Escritas com uma grafia fácil de se ler ou às vezes quase incompreensível, ou de modo eletrônico com o computador, as cartas descrevem de modo simples histórias de cada dia: histórias de famílias, de alegrias, mas também de dramas, dilemas, pedindo a Francisco uma palavra, um conselho, uma benção. Descrevem dramas pessoais e o auspício de receber uma luz, uma indicação, quase uma bóia de salvação onde se agarrar, e não perder a esperança. Sim, o Papa Francisco fez com que as pessoas descobrissem mais uma vez o papel, a canteta, a carta, para expressar e partilhar seus sentimentos e aspirações.

Os pedidos são, sobretudo, de conforto e de oração. Muitos dizem respeito – certamente também devido ao momento que vivemos – a dificuldades, sobretudo a doenças… Pedem orações para as crianças, descrevem também situações de dificuldades econômicas.

Com essas cartas os emitentes se sentem próximos ao Papa, que acolhe os seus sofrimentos, as suas dificuldades, está próximo com a sua oração. Muitos desses pedidos são dirigidos aos setores específicos, como por exemplo os pedidos de ajudas econômicas que são transmitidos às Caritas diocesanas a fim de que possam verificar e sejam imediatamente mais atuantes.

Certamente há os casos mais delicados como os de consciência, então esses pedidos são levados aos secretários para que o Papa tome conhecimento diretamente: sem dúvida as lê, coloca a sigla e orienta sobre como se deve responder.

O Papa não pode responder a todas as cartas e pedidos que cruzam os muros do Vaticano, seria impossível, mas todas as missivas que chegam para Francisco recebem uma resposta. Aí vem a poesia da espera, do retorno das palavras enviadas. Sim esperar aquelas palavras tão desejadas, que podem até mesmo mudar a vida. Podem ser somente de gratidão e apreço, mas é a resposta do Papa Francisco, do homem simples e gentil.

Assim, com esse meio de comunicação enterrado pelas novidades tecnológicas, se descobre a alegria do partilhar, da proximidade, do valor das palavras; a alegria de esperar uma resposta, um incentivo, um muito obrigado. A simplicidade da carta, dá em certo sentido o tom simples de um pontificado cheio de surpresas, um pontificado marcado pelo estilo da partilha, pela simplicidade. É o pastor que vai, também como esse instrumento, ao encontro do seu rebanho, ao encontro das suas ovelhas para viver com elas a grande experiência da vida. (Silvonei José)

 

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Orientações sobre o pão e o vinho da Eucaristia

Cidade do Vaticano (RV) – A pedido do Papa Francisco, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos dirigiu aos Bispos diocesanos uma carta-circular a respeito do pão e do vinho da Eucaristia.

 

O documento recorda aos prelados que cabe a eles providenciar “dignamente” tudo aquilo que é necessário para a celebração da Ceia do Senhor. “Compete-lhe vigiar a qualidade do pão e do vinho destinado à Eucaristia e, por isso, também, aqueles que o fabricam”, lê-se no texto.

O Dicastério manifesta preocupação com a venda da matéria eucarística em supermercados, lojas ou até mesmo pela internet. “O Ordinário deve recordar aos sacerdotes, em particular aos párocos e aos reitores das igrejas, a sua responsabilidade em verificar quem é que fabrica o pão e o vinho para a celebração e a conformidade da matéria”, mediante inclusive a apresentação de certificados.

Trigo e glúten

A Congregação recorda que o pão deve ser ázimo, unicamente feito de trigo. “É um abuso grave introduzir, na fabricação do pão para a Eucaristia, outras substâncias como frutas, açúcar ou mel. Já as hóstias completamente sem glúten são inválidas, sendo tolerado hóstias parcialmente providas desta substância. Já o Mosto, isto é, o sumo de uva, é matéria válida para a eucaristia”.

Honestidade

O Dicastério destaca ainda que os fabricantes devem ter a “consciência de que o seu trabalho destina-se ao Sacrifício Eucarístico, e por isso, é-lhes requerido honestidade, responsabilidade e competência”, sugerindo que a cada Conferência Episcopal encarregue uma ou duas Congregações religiosas para verificar a produção, a conservação e a venda do pão e do vinho para a Eucaristia.